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Um caso clínico de coartação da aorta diagnosticado através de exames radiológicos, incluindo radiografia de tórax e ecografia renal com estudo doppler. O documento discute as características imagiológicas, a discussão clínica e a importância dos exames complementares, como angio-tc e rm, na confirmação da diagnóstico e no seguimento do tratamento. Além disso, o texto aborda as complicações pós-terapêuticas e as doenças diferenciais.
Tipologia: Notas de estudo
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ACTA RADIOLÓGICA PORTUGUESA Maio-Agosto 2016 nº 108 Volume XXVIII 53-
Carolina Carneiro, José Saraiva, Bruno Santos Serviço de Radiologia - Centro Hospitalar do Algarve (^) Respostas correctas ao Caso Clínico Nº 7 Carlos Silva Alcinda Reis
Paciente do sexo masculino com 20 anos inicia seguimento na consulta de hipertensão arterial. O médico assistente para estudo da hipertensão arterial, diagnosticada há cerca de 4 meses, entre outros exames, não imagiológicos, requisitou ao nosso serviço a realização de uma radiografia de tórax e de uma ecografia renal com estudo Doppler, sendo que a informação clínica fornecida foi: “Hipertensão arterial em estudo”.
Na radiografia de tórax (Fig. 1), realizada em incidência postero-anterior, não há a tradução habitual do botão aórtico e observa-se proeminência do ventrículo esquerdo, com arredondamento do contorno cardíaco esquerdo e deslocamento do mesmo para a esquerda e inferiormente, fortemente sugestivo de hipertrofia do ventrículo esquerdo. Identificam-se ainda discretos entalhes no rebordo inferior de algumas costelas posteriores bilateralmente, achados mais evidentes à esquerda da 4ª à 8ª costela, e sugestivos da presença de circulação colateral. No estudo ecográfico renal (Fig. 2), a avaliação morfológica inicial revelou rins em habitual topografia e com normal morfologia. No entanto, na avaliação com Doppler a artéria aorta abdominal, ambas as artérias renais e as artérias renais interlobares bilateralmente apresentaram aumento dos tempos de aceleração sistólica, com marcada diminuição da amplitude e dos índices de resistência de fluxo, traduzindo um pulso tardus parvus e sugerindo importantes alterações hemodinâmicas a montante. Em conjunto estes achados tornam muito provável a hipótese diagnóstica de coartação da aorta, pelo que decidimos realizar estudo angiográfico por TC (Fig. 3). Na angio-TC observam-se aspetos de hipoplasia da região do istmo aórtico e zona de estenose em topografia imediatamente a jusante da artéria subclávia esquerda (Figura 3), traduzindo e confirmando a suspeição de coartação aórtica, neste caso justa-ductal, e apresentando o segmento arterial pós- estenótico calibre muito reduzido numa extensão de cerca de 2 cm. Visualiza-se ainda exuberante circulação colateral, Figura 1 – Radiografia de tórax em incidência postero-anterior.
que se desenvolveu a partir das artérias torácicas internas e epigástricas superficiais (Fig. 4). Tem ainda importante tradução neste estudo a hipertrofia muscular do ventrículo esquerdo (Fig. 5).
A coartação da aorta é uma lesão congénita comum, representando cerca de 7% das cardiopatias congénitas^1. É mais frequente no sexo masculino, consiste num estreitamento luminal da artéria e pode ser subdividida em dois tipos: tipo adulto ou pós-ductal e tipo infantil ou pré- ductal^2. Mais frequentemente a coartação da aorta ocorre sob a forma do tipo adulto, onde se identifica uma constrição focal do lúmen, localizada imediatamente distal à emergência da artéria subclávia esquerda numa topografia justa/pós- ductal, como ocorre no caso apresentado (Fig. 3)2;3. A forma infantil geralmente envolve um estreitamento/hipoplasia de um segmento longo, caracteristicamente localizado após a emergência do tronco braquiocefálico até ao ductus Figura 2 – Imagens de ecografia renal com estudo Doppler de artérias renais interlobares de ambos os rins. Figura 3 – MPR de angio-TC da aorta onde se destaca zona de estenose no segmento inicial da artéria aorta torácica descendente. Figura 4 – Circulação colateral. A – MPR coronal da parede toracoabdominal anterior, onde predomina circulação colateral que se desenvolve a partir das artérias torácicas internas e epigástricas superficiais; B – MPR coronal da parede toracoabdominal posterior, destacando-se circulação colateral ao longo da vertente inferior das costelas; C – MPR sagital a nível da coluna vertebral apresentando não só a própria coartação aórtica, como a circulação colateral de calibre proeminente que alimenta o segmento aórtico pós-estenótico.