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O presente relatório trabalho tem por objetivo detalhar um caso clínico acompanhado durante o estágio supervisionado e desenvolver um desfecho para tal. Nesse caso clínico, um paciente do sexo masculino, 37 anos, sem história de viagens recentes (SIC), compareceu ao laboratório para realizar exames admissionais a pedido da empresa em que trabalha, relatando astenia, inapetência e palidez na pele.
Tipologia: Trabalhos
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Imagem 1- Larvas de Strongyloides Stercoralis vistas a partir da análise laboratorial do exame parasitológico de fezes............................................................................... 13 Imagem 2- Larvas de Strongyloides Stercoralis vistas a partir da análise laboratorial do exame parasitológico de fezes............................................................................... 13 Imagem 3- Hemograma Completo............................................................................. 15 Imagem 4- Exame de glicemia................................................................................... 15 Figura 1- Larvas de Strongyloides stercoralis............................................................. Figura 2- Ciclo de vida do Strongyloides stercoralis.................................................. 20
Quadro 1- Situações em que a estrongiloidíase deve ser investigada...................... 22 Quadro 2- Fatores de risco para desenvolvimento de estrongiloidíase disseminada ..................................................................................................................................... 24
O estágio I de Biomedicina é uma etapa fundamental na formação do estudante, pois proporciona a oportunidade de aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos durante o curso em um ambiente prático. Durante esse estágio, o estudante tem a oportunidade de vivenciar a rotina de trabalho de um biomédico e desenvolver habilidades técnicas específicas da área. Nesse contexto, o aluno poderá realizar atividades de forma prática e se deparar com diversos casos clínicos. O presente relatório trabalho tem por objetivo detalhar um caso clínico acompanhado durante o estágio supervisionado e desenvolver um desfecho para tal. Nesse caso clínico, um paciente do sexo masculino, 37 anos, sem história de viagens recentes (SIC), compareceu ao laboratório para realizar exames admissionais a pedido da empresa em que trabalha, relatando astenia, inapetência e palidez na pele. Queixou-se de dores abdominais em cólica. Os exames solicitados foram hemograma completo, parasitológico e glicose. Durante a análise rotineira do laboratório referente ao exame parasitológico de fezes, foram observadas larvas rabditiformes, com primórdio genital e extremidade anterior com boca curta, características a larvas de Strongyloides Stercoralis. Com base no diagnóstico de infecção por Strongyloides stercoralis, o médico poderá recomendar um tratamento específico para eliminar o parasita. Diante desse caso clínico, seria necessário um acompanhamento médico adequado, com a avaliação clínica do paciente, a confirmação do diagnóstico e a prescrição do tratamento apropriado e investigação das possíveis causas da infecção. Palavras-chave: Caso clínico; Diagnóstico; Strongyloides Stercoralis.
The Biomedicine internship I is a fundamental stage in the student's education, as it provides the opportunity to apply the theoretical knowledge acquired during the course in a practical environment. During this internship, the student has the opportunity to experience the work routine of a biomedicine technician and develop technical skills specific to the area. In this context, the student will be able to perform activities in a practical way and face several clinical cases. The present work report aims to detail a clinical case followed during the supervised internship and develop an outcome for it. In this clinical case, a 37-year-old male patient with no history of recent trips (SIC) came to the laboratory for admission exams at the request of the company he works for, reporting asthenia, lack of appetite, and pallor of the skin. She complained of colicky abdominal pain. The tests requested were complete blood count, parasitology and glucose. During routine laboratory analysis of the parasitological examination of feces, rhabditiform larvae were observed, with genital primordium and anterior end with short mouth, characteristic of Strongyloides Stercoralis larvae. Based on the diagnosis of Strongyloides stercoralis infection, the physician may recommend a specific treatment to eliminate the parasite. Given this clinical case, proper medical follow-up would be necessary, with clinical evaluation of the patient, confirmation of the diagnosis, and prescription of the appropriate treatment and investigation of the possible causes of the infection. Keywords: Clinical case; Diagnosis; Strongyloides Stercoralis.
biomedicina adquiram conhecimentos teóricos e desenvolvam habilidades práticas. Eles oferecem a oportunidade de integrar conceitos aprendidos em sala de aula com a prática clínica, ajudando a desenvolver um raciocínio clínico sólido. Diagnóstico e tomada de decisões: Os casos clínicos ajudam os profissionais da biomedicina a aprimorar suas habilidades de diagnóstico, permitindo que analisem e interpretem informações clínicas, testes laboratoriais e resultados de exames para chegar a um diagnóstico preciso. Eles também auxiliam na tomada de decisões sobre o tratamento adequado para os pacientes. Pesquisa e avanço científico: Os casos clínicos podem fornecer informações valiosas para a pesquisa científica. Ao analisar casos semelhantes, é possível identificar padrões, compreender a progressão de doenças, avaliar a eficácia de tratamentos e explorar novas abordagens terapêuticas. Os dados obtidos a partir dos casos clínicos podem contribuir para a geração de evidências científicas e o avanço do conhecimento biomédico. Compartilhamento de conhecimento: Os casos clínicos são frequentemente apresentados em conferências, revistas científicas e discussões clínicas, permitindo que os profissionais compartilhem experiências, estratégias de tratamento e lições aprendidas. Isso promove a troca de informações entre os profissionais da área, contribuindo para o aprimoramento da prática clínica. Melhoria da qualidade do atendimento: Ao analisar e discutir casos clínicos, é possível identificar erros ou falhas na prática clínica, ajudando a melhorar a qualidade do atendimento prestado aos pacientes. Os casos clínicos podem ser usados como ferramentas de aprendizagem contínua e desenvolvimento profissional, permitindo que os profissionais atualizem seus conhecimentos e adotem melhores práticas. Assim, este trabalho tem por objetivo detalhar um caso clínico acompanhado durante o estágio supervisionado e desenvolver um desfecho para tal.
Paciente: N.A.R. Idade: 37 anos Sexo: Masculino História do paciente N.A.R., um paciente do sexo masculino de 37 anos, sem história de viagens recentes (SIC), compareceu ao laboratório para realizar exames admissionais a pedido da empresa em que trabalha. Relata astenia, inapetência e apresenta palidez na pele. Queixou-se também de dores abdominais em cólica. Os exames solicitados foram hemograma completo, parasitológico e glicose. O paciente apresenta histórico de alimentação deficiente em termos de qualidade e quantidade, frequentemente passando várias horas sem se alimentar devido à falta ao trabalho e falta de recursos financeiros. Ele reside em uma casa de alvenaria sem saneamento básico. Um irmão faleceu de tuberculose pulmonar e sua mãe é hipertensa e diabética. O paciente apresenta estado geral e nutrição deficientes, está baixo peso e com uma aparência atípica. Ele aparenta estar astênico, tem marcha e fala normais, deambula ativamente e parece indiferente. Sua idade informada corresponde à idade cronológica. As mucosas e a pele são pálidos (++), com pouco tecido adiposo subcutâneo. O paciente está bem orientado no tempo e espaço. Aparelho respiratório: Clinicamente normal. Aparelho circulatório: O ritmo cardíaco é regular, com uma frequência de 80 batimentos por minuto. As bulhas cardíacas são normofonéticas em 2T. A pressão arterial é de 120/70 mmHg. Aparelho digestivo: O abdômen está distendido, simétrico, com sinal do piparote e presença de macicez móvel (ascite + + +). A cicatriz umbilical é plana, não há circulação colateral visível e o espaço semilunar de Traube está timpânico. O paciente relata dor moderada à palpação profunda no hipocôndrio direito, epigástrio e hipocôndrio esquerdo. O fígado apresenta limite superior no 5º espaço intercostal direito, ao nível da linha hemiclavicular, palpável a dois dedos transversos abaixo do rebordo costal direito na altura da linha hemiclavicular. É indolor, de consistência mole e superfície lisa. O baço não é palpável.
Fonte: Dados do estudo, 2023. Os exames de rotina são importantes para monitorar a saúde geral, identificar possíveis problemas de saúde e prevenir doenças. Embora os exames de rotina possam variar de acordo com a idade, sexo e histórico médico de cada indivíduo, existem alguns exames comuns que são frequentemente recomendados. Aqui estão alguns exemplos: Exame de sangue completo; Perfil lipídico; Glicemia em jejum; Exame de urina; Teste de função hepática; Teste de função renal e; exames hormonais e de densidade óssea. É importante ressaltar que a necessidade de realizar esses exames de rotina pode variar de acordo com a idade, histórico médico e orientação do médico. Portanto, é sempre recomendado consultar um profissional de saúde para determinar quais exames são necessários em cada caso específico.
Seguindo a análise dos exames solicitados, os exames de sangue (Imagem
O Strongyloides stercoralis (Figura 1) é um parasita intestinal que infecta os seres humanos por meio do contato com o solo que contém larvas. É endêmico em países tropicais e subtropicais, com uma prevalência de até 20% nessas regiões. Estima-se que entre 30 e 100 milhões de pessoas sejam infectadas anualmente em todo o mundo (RAY, 2011). Figura 1 - Larvas de Strongyloides stercoralis Fonte: Rey (2011) Nos Estados Unidos, a estrongiloidíase ocorre principalmente em imigrantes ou viajantes provenientes de áreas endêmicas. A doença pode se manifestar por sintomas cutâneos ou gastrointestinais, mas em mais de 60% dos casos é
assintomática. Geralmente, a suspeita da doença surge devido ao surgimento de eosinofilia significativa, um aumento na contagem de eosinófilos no sangue (SILVA; MASSARO, 2011). O diagnóstico é importante, pois a infecção pelo Strongyloides stercoralis pode persistir por décadas, e pacientes imunodeprimidos com estrongiloidíase crônica têm um alto risco de desenvolver uma complicação potencialmente fatal conhecida como hiperinfecção. Nessa condição, ocorre uma proliferação intensa das larvas, levando à sepse e à falência de múltiplos órgãos (SILVA; MASSARO, 2011). 3.1 EPIDEMIOLOGIA E CICLO VITAL A estrongiloidíase, causada pelo Strongyloides stercoralis, apresenta uma epidemiologia associada a áreas rurais com condições precárias de saneamento, o que resulta na contaminação do solo por fezes. A infecção tem início quando larvas filariformes do Strongyloides stercoralis entram em contato com a pele humana, geralmente ocorrendo quando o indivíduo caminha descalço sobre solo contaminado e as larvas infecciosas penetram a pele (MERI; PETRI, 2022). As larvas entram na circulação sanguínea e migram para os pulmões, alcançando os sacos alveolares. Em seguida, as larvas chegam à faringe e são engolidas. No intestino delgado, elas se desenvolvem em fêmeas adultas, que se reproduzem assexuadamente e liberam ovos no trato gastrointestinal. Os ovos são eliminados nas fezes. Fora do hospedeiro humano, as larvas rabditiformes que eclodem desses ovos se reproduzem sexualmente ou se transformam diretamente em larvas filariformes capazes de infectar outro hospedeiro (MERI; PETRI, 2022). Ao contrário de outros parasitas, o Strongyloides stercoralis é capaz de infectar o hospedeiro através da parede do trato gastrointestinal, completando seu ciclo de vida inteiro dentro do hospedeiro humano. Esse fenômeno é conhecido como autoinfecção e ocorre quando larvas rabditiformes presentes nas fezes se transformam em larvas filariformes dentro do trato gastrointestinal do hospedeiro. Essas larvas penetram novamente no intestino e na corrente sanguínea, retornando aos pulmões para reiniciar o ciclo. Esse processo é fundamental para a persistência da infecção por Strongyloides e explica por que ela pode ser detectada décadas após a exposição inicial em alguns pacientes (MERI; PETRI, 2022).
internamente. Algumas das larvas rabditiformes eliminadas nas fezes podem se transformar em larvas filarioides infectantes e penetrar novamente na mucosa intestinal, reiniciando o ciclo. Esse processo de autoinfecção interna pode ocorrer repetidamente, resultando em uma infecção crônica persistente (Figura 2). Figura 2 - Ciclo de vida do Strongyloides stercoralis Fonte: CDC, 2019. É importante destacar que a autoinfecção interna é responsável pela alta taxa de infecção crônica e pela capacidade do Strongyloides stercoralis de persistir no hospedeiro por longos períodos. A estrongiloidíase pode ser assintomática em algumas pessoas, mas em casos mais graves, pode causar sintomas gastrointestinais, erupções cutâneas, pneumonias e complicações sistêmicas em indivíduos imunocomprometidos. O tratamento adequado é necessário para eliminar o parasita e prevenir complicações (MERI; PETRI, 2022).
A infecção pelo Strongyloides stercoralis geralmente é leve ou assintomática. Estudos com 33 e 70 pacientes, respectivamente, relataram que 51% e 64% dos casos não apresentavam sintomas (BRANDÃO NETO, 2015). Na infecção aguda, pode ocorrer uma reação cutânea característica causada pela penetração das larvas. O pé é frequentemente afetado, apresentando lesões serpiginosas e urticariformes com prurido intenso, que podem durar vários dias. Essa erupção cutânea pode ser confundida com a larva migrans cutânea. No entanto, as manifestações cutâneas do Strongyloides stercoralis raramente são motivo de busca por atendimento médico (BRANDÃO NETO, 2015). Na infecção crônica, as larvas de Strongyloides stercoralis também podem migrar dentro da pele, com uma velocidade de migração de cerca de 5-15 cm por hora. Isso resulta no aparecimento de lesões pruriginosas, geralmente na região perianal e na parte superior das coxas (BRANDÃO NETO, 2015). À medida que as larvas migram pelos pulmões, podem causar sintomas respiratórios, como tosse seca ou sibilância. A Síndrome de Loefler é caracterizada por febre, dispneia, sibilância, tosse seca, infiltrados pulmonares nas radiografias de tórax e eosinofilia, embora seja rara. Esses sintomas geralmente se resolvem com o tratamento antiparasitário. Além disso, alguns pacientes podem desenvolver sintomas asmatiformes que pioram com o uso de glicocorticoides (BRANDÃO NETO, 2015). A estrongiloidíase crônica pode levar a sintomas pulmonares recorrentes, como pneumonia, e até sintomas leves de restrição pulmonar. Uma vez que os vermes adultos atingem o intestino delgado, podem ocorrer sintomas gastrointestinais vagos, como diarreia, falta de apetite, vômitos e dor epigástrica. A dor abdominal, especialmente na região epigástrica, e a presença de muco nas fezes são os sintomas mais característicos da estrongiloidíase não disseminada. Em uma série recente com 70 casos, sintomas gastrointestinais estavam presentes em 23% dos pacientes (LOPEZ TORREZ, 2019). As indicações para investigação da estrongiloidíase incluem a presença de sintomas sugestivos combinados com fatores de risco epidemiológicos, pacientes imunossuprimidos ou que serão submetidos à imunossupressão, e viajantes
Apesar disso, a sensibilidade dessas técnicas, quando incorporadas ao EPF, às vezes é inferior a 50% devido à excreção intermitente de larvas (SUDRÉ et al., 2007). Outro exame importante é a sorologia para Strongyloides stercoralis, que possui uma sensibilidade de 83% a 89% e uma especificidade de 97% nos testes ELISA. A imunofluorescência indireta também pode ser usada. No entanto, em pacientes com outras infecções helmínticas, há um risco de resultados falso- positivos, especialmente em pacientes com filariose, onde até 60% dos pacientes podem apresentar resultados falso-positivos (SUDRÉ et al., 2007). A endoscopia digestiva alta geralmente não é necessária para o diagnóstico da estrongiloidíase, mas pode ser útil em certos casos. Achados endoscópicos incluem edema e descoloração da mucosa duodenal, hemorragias subepiteliais e dilatação conhecida como megaduodeno. Na colonoscopia, podem ser observadas perda do padrão vascular, edema, úlceras aftosas e lesões semelhantes a xantomas. Eventualmente, as larvas podem ser detectadas por meio de biópsias da mucosa duodenal ou colônica (SUDRÉ et al., 2007). O exame parasitológico de fezes, conhecido como EPF, tem como objetivo principal detectar a presença de parasitas intestinais em indivíduos. Esses parasitas podem ser encontrados em diferentes formas, como ovos, cistos, larvas, trofozoítos, entre outros. Embora a parasitose intestinal seja mais comum na infância, não se pode descartar a possibilidade de um adulto apresentar algum tipo de infestação parasitária. Isso ocorre porque a principal via de contaminação é por meio da alimentação, ingestão de água contaminada ou contato direto (SALES, 2022). A maioria dos casos de infestação parasitária não apresenta sintomas, destacando a importância de incluir o EPF como parte dos exames de rotina. Além disso, é fundamental realizar a coleta adequada do material biológico, a fim de evitar contaminações da amostra pelo ambiente externo (SALES, 2022). O processo de preparação e análise do exame é relativamente rápido, e o resultado pode ser obtido em até 24 horas após a entrega da amostra. Também é importante ressaltar que em alguns casos pode haver a presença de mais de um tipo de parasita, indicando contaminação múltipla (SALES, 2022). 3.4 ESTRONGILOIDÍASE DISSEMINADA OU HIPERINFECÇÃO
A hiperinfecção por Strongyloides ou estrongiloidíase disseminada é mais comum em pacientes cronicamente infectados pelo Strongyloides stercoralis que utilizam medicações imunossupressoras, como glicocorticoides, ou iniciam quimioterapia para tratamento de câncer. Também pode ocorrer em pacientes imunossuprimidos durante uma infecção aguda pelo Strongyloides stercoralis. Por outro lado, a infecção pelo HIV não parece aumentar o risco de desenvolvimento de estrongiloidíase disseminada (SANTANA; LOUREIRO, 2016). Nesses casos, as larvas do Strongyloides se proliferam de forma descontrolada e se disseminam para órgãos terminais, incluindo pulmões, fígado e cérebro. A disseminação dos parasitas pode causar um processo inflamatório significativo e disfunção dos órgãos, podendo levar ao choque séptico. Além disso, os pacientes podem apresentar translocação de bactérias intestinais, contribuindo para o desenvolvimento de sepse grave, e pode ocorrer invasão bacteriana do líquido cefalorraquidiano, resultando em meningite (SANTANA; LOUREIRO, 2016). Os sintomas iniciais da estrongiloidíase disseminada incluem febre, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, tosse, hemoptise (expectoração de sangue) e sibilância. Na radiografia de tórax, podem ser observados infiltrados pulmonares, que podem ser uma combinação de edema, hemorragia e pneumonite. Broncoespasmo é comum em pacientes com estrongiloidíase disseminada. Distúrbios gastrointestinais também são comuns e podem progredir para íleo paralítico (intestino parado) ou hemorragia grave (COSTA-CRUZ, 2016; JOURDAN et al., 2018). A hiponatremia, resultado da síndrome da secreção inadequada do hormônio antidiurético (SIADH), também foi relatada nesses casos, embora seja menos frequente (JOURDAN et al., 2018). Na estrongiloidíase disseminada, as larvas filariformes podem ser encontradas em fluidos corporais, como líquido pleural. Devido à imunossupressão concomitante, é comum a ausência de eosinofilia nesses pacientes, especialmente se houver bacteremia por bactérias gram-negativas associada ao quadro. O quadro 2 apresenta os fatores de risco para o desenvolvimento de estrongiloidíase disseminada. Dentre as drogas imunossupressoras, a ciclosporina, que apresenta atividade contra o Strongyloides stercoralis, parece estar associada a um menor risco de desenvolvimento de estrongiloidíase disseminada (JOURDAN et al., 2018). Quadro 2 - Fatores de risco para desenvolvimento de estrongiloidíase disseminada