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Os recursos naturais, bem comum da humanidade, ganharam atenção nos últimos séculos, devido aos diversos problemas ocasionados pelo mau uso e degradação da natureza. Como resposta aos apelos de preservação, sustentabilidade e justiça social, foi lançada a Encíclica Laudato Sì (Louvado Seja), do Papa Francisco, dedicada ao meio ambiente com proposta de ecologia integral. Esse projeto analisa a repercussão do documento do pontífice nos portais de notícias online brasileiros, considerando a prática do Jornalismo Digital. A redação busca entender se o jornalismo no país está preparado para traduzir as mensagens da Igreja Católica, como a Encíclica, em forma de conteúdo jornalístico para o público, sem distorções da verdade e com aprofundamento das pautas. Foi baseado em Puntel, Moreira e Pessinati, sobre a comunicação da Igreja Católica; Bueno e Trigueiro, sobre jornalismo especializado na área ambiental; Pereira Junior, Lage e Silva contribuíram para entender as narrativas no jornalismo.
Tipologia: Redação
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Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção de grau de bacharelado em Jornalismo na Faculdade Canção Nova sob a orientação da Profª. Me. Ioná Marina Moreira Piva Rangel.
À minha esposa Elcka Batista, pelo incentivo e paciência. Aos meus pais, por me educarem e ensinarem os valores cristãos. Ao Monsenhor Jonas Abib, homem da comunicação.
Agradeço a Deus, autor da minha vida, pela saúde e disposição que me permitiram realizar a jornada desses quatros anos e completar este trabalho. Aos meus pais, Maria do Carmo e José Batista, que mesmo de longe me incentivaram a estudar. À minha esposa Elcka Batista, por cada gesto simples e concreto, que foram fundamentais para minha perseverança no estudo. Aos meus irmãos Ocimar, Ocivando, Adanívia, José Carlos e Danúbia, que me fizeram recordar diariamente que a família é base fundamental para o desenvolvimento de um ser humano e da sociedade: eu vos amo. Também aos irmãos do carisma Canção Nova, especialmente ao Cleber Rodrigues e ao José Valter do Rosário, que em 2015 me incentivaram a prestar o vestibular e iniciar a faculdade: gratidão. À minha orientadora Prof. Me Ioná Marina Moreira Piva Rangel, pelo apoio, paciência e todo direcionamento dado durante a escrita desse projeto. Por fim, a todo os colegas de turma, que durante o curso, permitiram que construíssemos uma história, que ficará para sempre em nossa memória, em especial à Aline Mota Souza e à Nathália Cassiano, pelos diversos trabalhos e projetos desenvolvidos juntos: obrigado pela amizade. À todos os professores e demais funcionários da Faculdade Canção Nova, por cada contribuição direta e indireta que me fizeram concluir o curso de Jornalismo.
Os recursos naturais, bem comum da humanidade, ganharam atenção nos últimos séculos, devido aos diversos problemas ocasionados pelo mau uso e degradação da natureza. Como resposta aos apelos de preservação, sustentabilidade e justiça social, foi lançada a Encíclica Laudato Sì (Louvado Seja), do Papa Francisco, dedicada ao meio ambiente com proposta de ecologia integral. Esse projeto analisa a repercussão do documento do pontífice nos portais de notícias online brasileiros, considerando a prática do Jornalismo Digital. A redação busca entender se o jornalismo no país está preparado para traduzir as mensagens da Igreja Católica, como a Encíclica, em forma de conteúdo jornalístico para o público, sem distorções da verdade e com aprofundamento das pautas. Para embasamento, o trabalho apresenta em síntese o pensamento da Doutrina Social da Igreja - sua posição sobre os problemas humanos e sociais, à luz do Evangelho - e a presença da instituição nos meios de comunicação social. Dada a relevância dos temas tratados na carta do Papa, a pesquisa realiza a análise dos conteúdos e publicados na mídia digital a respeito do documento no período de seis meses de
Palavras-chave: Papa Francisco, Meio Ambiente, Jornalismo Digital, Ecologia Integral
DSI Doutrina Social da Igreja
LS Laudato Si
COP21 Conferência das Partes
ONU Organização das Nações Unidas
G1 Portal Globo de Notícias
CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
WWW World Wide Web
GSMA
PCS
Associação que organiza a indústria do mobile Computadores Pessoais
A sociedade contemporânea recebe diariamente centenas de notícias, veiculadas nos mais diversos meios de comunicação, sobre as catástrofes naturais e a deterioração dos recursos da natureza. Os mesmos meios que veiculam esses problemas, insuficientemente os exploram numa análise reflexiva sobre o papel dos governos e da própria sociedade quanto aos deveres de cada um acerca da preservação dos bens naturais. Ao longo dos anos poucas iniciativas foram realizadas para chamar a atenção da comunidade mundial sobre os problemas com o meio ambiente, como por exemplo, o aquecimento global. Pesquisas científicas apontam outras questões como: a superprodução de lixo, poluição dos rios, destruição ilegal de florestas, etc. Toda essa crise é consequência dramática da atividade descontrolada do ser humano. Paulo VI (1971) diz que por motivo de uma exploração inconsiderada da natureza, o ser humano começa a correr o risco de destruí-la e vir a ser, também ele, vítima dessa degradação. Questões como essas precisam ser levadas a sério pelos governos mundiais e por cada pessoa. Nesse contexto, a presente pesquisa realiza uma análise comparativa das notícias veiculadas no Brasil, a respeito da Encíclica Laudato Si (Louvado Seja) do Papa Francisco, publicada em 2015 sobre a Ecologia Integral (a relação do ser humano com a natureza e seu papel na preservação dos recursos naturais), buscando compreender como a imprensa brasileira repercutiu na mídia digital a mensagem do sumo pontífice. De que maneira a mídia brasileira abordou o conteúdo da Laudato Si? Dada a relevância dos assuntos tratados na carta de 192 páginas, como ela foi propagada nos diversos gêneros jornalísticos? Ou foi apenas veiculada como notícia factual? Para entender tais questionamentos, esse projeto analisou a estrutura das notícias, notas, reportagens, artigos de opinião e entrevistas nos portais de notícias brasileiros: G1, Folha de São Paulo, Estadão e Gazeta do Povo, conforme imagens ilustrativas dos anexos A, B, C e D. Além disso, esse trabalho mostra, de forma sucinta, a influência do documento papal nas decisões dos governos mundiais em ações de preservação do meio ambiente. E explana também, de forma breve, como a Igreja Católica se comunica com a sociedade
pesquisa documental nos acervos dos documentos pontifícios e do Magistério da Igreja Católica, além do próprio documento de estudo a Laudato Si (Louvado Sejas). Dentro desse processo metodológico, englobou a contagem e mensuração comparativa das narrativas jornalísticas nos portais de notícias analisados. Está monografia está dividida em quatro capítulos, onde é abordado no primeiro capítulo a forma de comunicação da Igreja Católica antes e depois do Concílio Vaticano II, até os tempos atuais. Relata o contexto histórico, desde a não adesão da Igreja nos primeiros momentos do surgimento da imprensa, até o momento presente em que o próprio Papa e todo o Vaticano estão inseridos no ambiente digital. Disserta também sobre a Doutrina Social da Igreja, justificando o intento da Encíclica Laudato Si , fazer parte do pensamento social da Igreja Católica na defesa dos direitos fundamentais do homem para viver em sociedade, tendo sua base, o princípio da dignidade da pessoa humana. No segundo capítulo o trabalho relata as diversas iniciativas criadas pela sociedade e governos a partir do apelo do Papa Francisco em Laudato Si , desde pesquisas acadêmicas, como congressos, simpósios, colóquios e projetos concretos no Brasil e em outros países. Para compreensão do papel do jornalista na editoria meio ambiente ou natureza, é dedicado no terceiro capítulo o tópico jornalismo e meio ambiente. A análise discorre em temas desde a reportagem ampliada em jornalismo ambiental, ao contato com as fontes e os tipos de entrevistas. Dentro do contexto de globalização e as mudanças tecnológicas abordou ainda o papel social do jornalismo na democratização da informação, segundo Lobo (2013). Já o quarto capítulo refere-se ao Jornalismo Digital: conceitos e teorias. E expõe também, em tabelas, a análise comparativa das notícias veiculadas a respeito da Encíclica do Papa Francisco sobre o meio ambiente e os recursos da natureza.
1.1 Laudato Si e os meios de comunicação de massa
Na tentativa de entender se a comunicação da Igreja Católica tem realizado seus objetivos, esse presente trabalho analisa como as empresas de comunicação, principalmente na internet, receberam e comunicaram a mensagem do Papa Francisco na Laudato Si. Para esse fim, foi analisado os quatro portais jornalísticos brasileiros: G1, Estadão, Folha de São Paulo e Gazeta do Povo, no ano de 2015 no período de seis meses, mensurando as formas de abordagens e apurações jornalísticas. Porém, mais do que a quantidade de notícias, a investigação colocou em foco a linguagem da mensagem, para entender se os profissionais que não estão inseridos no contexto do Vaticano e da Igreja Católica compreendem o papel da instituição em relação aos problemas relacionados a justiça social, meio ambiente etc. Nisto deve-se perguntar: os jornalistas e meios de comunicação traduzem a mensagem da Igreja Católica sem distorção? Independentemente da mensagem ou de quem está passando a informação, o jornalismo ao tratar de assuntos religiosos ou de discursos de cunho religioso, cumprem o papel social de comunicar a verdade? Existem jornalistas especializados em comunicar esse tipo de conteúdo específico, como a Laudato Si? A hipótese primária levantada é a falta de preparo do jornalismo brasileiro para traduzir em forma de notícia conteúdos como a Encíclica; Isto poderá ser confirmado ou refutado após a conclusão do estudo. Atualmente, a Igreja Católica explora de todos os meios de comunicação social para difundir sua mensagem, comunicar com os fiéis e com a sociedade como um todo. Porém, nem sempre foi assim, Puntel (2008) aponta que nos primórdios, a Igreja tinha o conceito de transmitir sua mensagem centrada na comunidade, entendia que o testemunho dos fiéis cristãos, era por si só um instrumento de comunicação. Puntel (2008) confirma na sua pesquisa que as primeiras comunidades cristãs acreditavam que através do testemunho de seus membros, a fé seria propagada de forma ampla através de uma comunicação direta. Bem antes do nascimento do rádio e da tv, a
A transmissão de mensagens e informações ganhou nova abrangência no pontificado de João Paulo II. Ele resgata a tradição das comunidades cristãs primitivas e reinstala o diálogo entre clero e leigo. Puntel e Corazza (2007) afirmam que a comunicação é um fenômeno que acontece no tempo e no espaço.
É dentro desse tempo e espaço que as pessoas se comunicam. [...]hoje é impossível ignorar as transformações pelas quais passa a comunicação. Já não se pode desconhecer a variedade e as diferentes análises que mostram, por exemplo o caráter estruturante dos meios nas sociedades. (PUNTEL; CORAZZA, 2007, p. 23)
A comunicação se tornou uma cultura global, como aponta Moreira (2015). Sua evolução nas diferentes fases, coloca de frente a Igreja e o mundo contemporâneo, o desafio de entender essa cultura como conjunto de valores, estilos de vida, para então, realizar com intrepidez sua mensagem. Esse pensamento está em concordância com Puntel (2008), que é enfática ao dizer que pensar na comunicação em nosso século, se faz necessário entender a sociedade que passa por mudanças rápidas devido o avanço tecnológico:
Falar da comunicação como espaço sociocultural para se realizar a evangelização no mundo contemporâneo significa abordar, sobretudo, um contexto de sociedade que se transforma em uma velocidade alucinante, marcada pelos avanços tecnológicos, sobretudo pela era digital, que provoca mudanças sociais e de costumes, em que o mundo das comunicações se apresenta como uma área de grande importância a ser refletida pela Igreja. (PUNTEL, 2008, p. 133)
Porém, outros autores refutam em partes esse conceito e apontam que a Igreja imersa nessa mesma cultura midiática encontra dificuldades na transmissão de sua mensagem. Sendo assim, a evolução dos meios de comunicação e a própria cultura contemporânea põe diante da instituição religiosa várias concorrentes, aponta Pessinati:
Especialmente no campo da comunicação de massa, o jornais e as revistas, por exemplo, possui uma grande agilidade e a velocidade da penetração. Sua distribuição é notoriamente marcada pela rapidez e eficiência. A igreja tem muita dificuldade nesse sentido. (PESSINATI, 1998, p. 256)
É notório a preocupação da Igreja em comunicar com o mundo, mais evidente ainda, depois do Vaticano II, um exemplo é a Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, iniciada pelo Papa Paulo VI em 1967, no pós-concílio. Destinada a todos os fiéis e a
todos os homens de boa vontade, a cada ano o papa emite a mensagem refletindo sobre o papel da comunicação na sociedade:
Com esta iniciativa, proposta pelo Concílio Vaticano II, a Igreja, que "se sente intimamente solidária com o gênero humano e com a sua história", (Gaudium et spes, Proêmio) quer chamar a atenção dos seus filhos e de todos os homens de boa vontade para o vasto e complexo fenômeno dos modernos meios de comunicação social, como a imprensa, o cinema, o rádio e a televisão, que são uma das notas mais características da civilização moderna. (PAULO VI, 1967, s.p)
Depois de Paulo VI os papas sucessores: João Paulo II, Bento XVI continuaram emitindo ano após ano, a mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, como também o atual Papa Francisco continua o legado de seus antecessores. O Papa Bento XVI na quadragésima quinta mensagem, publicada em 24 de janeiro de 2011, afirma que os meios de comunicações sociais usados com sabedoria, podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido, de verdade e unidade que permanece a aspiração mais profunda do ser humano. Ratzinger ao tratar das novas tecnologias e meios digitais chama a atenção para o novo modelo de pensar e aprender:
As novas tecnologias estão a mudar não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante uma ampla transformação cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão. Aparecem em perspectiva metas até há pouco tempo impensáveis, que nos deixam maravilhados com as possibilidades oferecidas pelos novos meios e, ao mesmo tempo, impõem de modo cada vez mais premente uma reflexão séria acerca do sentido da comunicação na era digital. Isto é particularmente evidente quando nos confrontamos com as extraordinárias potencialidades da internet e a complexidade das suas aplicações. (BENTO XVI, 2011, s.p)
Múltiplos são os meios de comunicação que a Igreja Católica utiliza nesse tempo para se comunicar com o mundo secular e os fiéis. O Vaticano tem sua emissora de TV, uma rede de rádios com conteúdos em vários idiomas e diversos portais de notícias. Acompanhando as mudanças tecnológicas, o Vaticano e o próprio Papa Francisco tem canais e perfis nas mídias digitais como: youtube, facebook, instagram e twitter etc. Compreendendo, em partes - não nos caberia relatar nesse trabalho toda literatura sobre o assunto - o contexto histórico de comunicação na Igreja e a exploração dos meios, permite-nos agora o aprofundamento e entendimento do pensamento social da Igreja, a partir
estufa (dióxido de carbono, metano, óxido de azoto, e outros) emitidos sobretudo por causa da actividade humana. (FRANCISCO, 2015, p. 24)
O nome da Encíclica foi inspirado na invocação de São Francisco "Louvado sejas, meu Senhor", que no cântico das criaturas recorda que a Terra "é a nossa casa comum, se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços", Franciso (2015, p. 11). A publicação do segundo documento oficial do papa ocorreu exatamente a seis meses antes da COP21 3 (Conferência das Partes), mais conhecida na mídia como conferência do Clima em Paris, (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2015). Na ocasião, especialistas comentaram que era desejo do papa que o documento fosse parte do debate e causasse impacto na conferência de Paris. No documento Francisco, entende que a mudança do clima como "um dos principais desafios para a humanidade". De certo modo, nos parece que o apelo surtiu efeito, pois os 195 países participantes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, aprovaram na COP21 um novo acordo com objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas alterações. O primeiro capítulo da Encíclica é dedicado à análise da crise ecológica atual, devido ao uso desproporcional dos bens naturais para satisfazer o mercado industrial dos países subdesenvolvidos. Em editorial publicado em junho de 2015, o Observatório do Clima - portal brasileiro de discussões sobre o clima - detalhou a Encíclica ponto a ponto, afirmando ser um manual completo de desenvolvimento sustentável, como aponta o breve resumo do portal:
A Carta Encíclica ‘Louvado Sejas’ do Santo Padre Francisco sobre o Cuidado da Nossa Casa Comum, nome completo do documento, está dividida em seis capítulos e 246 parágrafos, seguidos de duas orações escritas pelo próprio papa (uma delas intitulada Oração pela Nossa Terra). No primeiro capítulo, o papa faz um apanhado geral sobre “o que está acontecendo com a nossa casa”, resumindo as aflições ambientais do mundo amparado na ciência. No segundo, “O Evangelho da Criação”, ele traça uma argumentação teológica sobre as ligações entre ser humano e natureza. No terceiro, aborda as raízes humanas da crise ecológica; no quarto, discorre sobre sua “Ecologia Integral”. No quinto, apresenta seu chamado à ação, inclusive política, no âmbito internacional, mas também no dos governos locais – fazendo eco ao
(^3) A COP21 ou Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. Cf. OBSERVATÓRIO DO CLIMA. Entenda ponto a ponto a Encíclica “Laudato Si”, do papa Francisco. 18 jun. 2015. Cf. ( CLIMA, 2015).
princípio do “pense globalmente, aja localmente” consagrado na Eco-92. No sexto, trata de educação, cultura e “espiritualidade ecológica”. (CLIMA, 2015, s.p)
A repercussão na mídia online da publicação da Encíclica e suas consequências é o principal objetivo desta pesquisa, porém, pela relevância do assunto e tal importância para pesquisas futuras, é necessário explicar o que é a Doutrina Social da Igreja e o porquê a Encíclica do Papa Francisco dá continuidade ao pensamento da Igreja sobre as questões sociais. E mais adiante, é tratado alguns eventos e fatos importantes que ocorreram no mundo após a publicação da carta do bispo de Roma, tanto no ambiente eclesial, como nos diversos setores da sociedade.
1.3 O que é a Doutrina Social da Igreja
No início deste capítulo e na introdução foi mencionado o termo Doutrina Social da Igreja, torna-se necessário antes de aprofundar na LS, explicar tal expressão. O primeiro ponto a saber que, (COMPÊNDIO, 2005) a difusão da Doutrina Social faz parte da missão evangelizadora da Igreja Católica, e por meio dessa doutrina os cristãos e todas as pessoas podem encontrar os princípios de reflexão, os critérios de julgamento e as diretrizes de ação para promover a dignidade do ser humano, ponto central de toda a doutrina. O patrimônio de Doutrina Social da Igreja Católica é considerado por diversos especialistas e pesquisadores um tesouro escondido. Tesouro porque trata-se de um "vasto campo do saber que ainda é pouco explorado" (LORENA, 2018, s.p) até mesmo pelos fiéis católicos. Neste sentido, a pesquisa é uma tentativa de abrir novos horizontes para um aprofundamento, entendimento e aplicação prática dos ensinamentos contidos na Encíclica. Segundo Silva (2016) a Doutrina Social da Igreja teve início com o Papa Leão XIII com a publicação da Encíclica " Rerum Novarum ", desde então a Igreja tem se pronunciado sobre a questão social. Silva (2016) afirma que a Doutrina Social da Igreja é a proposta para a solução dos problemas sociais. Desde Leão XIII a Igreja tem publicado documentos sobre o tema, e apresentado respostas à luz do Evangelho para a questão social. A Doutrina Social, diz Silva (2016), apresenta os critérios básicos da ação pastoral no âmbito social que são: anunciar o