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Caracterização das Rações Operacionais das Três Forças ..., Notas de estudo de Nutrição

Palavras-chave: alimentação militar, ração de campanha, nutricionista militar. ... population deserve more attention from nutritionists. Keywords: Military ...

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Roberto_880
Roberto_880 🇧🇷

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE MEDICINA
GRADUAÇÃO DE NUTRIÇÃO
Danielle Lodi Silva
Caracterização das Rações Operacionais das Três Forças
Armadas Brasileiras
Porto Alegre, 2015
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

GRADUAÇÃO DE NUTRIÇÃO

Danielle Lodi Silva

Caracterização das Rações Operacionais das Três Forças

Armadas Brasileiras

Porto Alegre, 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

GRADUAÇÃO DE NUTRIÇÃO

Danielle Lodi Silva

Caracterização das Rações Operacionais das Três Forças

Armadas Brasileiras

Porto Alegre, 2015

Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Nutrição, à Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Orientadora: Profª. Drª. Viviani Ruffo De Oliveira Co-orientadora: Drª. Tiffany Hautrive

Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Nutrição, à Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Danielle Lodi Silva

Caracterização das Rações Operacionais das Três Forças

Armadas Brasileiras

Conceito final:

Aprovado em ...............de...................................de...............

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

Profª. Drª. Janaína Guimarães Venzke – UFRGS

__________________________________________________

Profº. Ms. Virgílio José Strasburg – UFRGS

__________________________________________________

Orientadora – Profª. Drª. Viviani Ruffo de Oliveira – UFRGS

DEDICATÓRIA

A minha família, pelo amor e apoio incondicional, vocês sempre estiveram do meu lado e acreditaram em mim. Ao Yago, pelo apoio, amor e incentivo.

EPIGRAFE

“Se tiver o hábito de fazer as coisas com alegria, raramente encontrará situações difíceis.” (Robert Baden Powell)

RESUMO

As Forças Armadas Brasileiras são responsáveis pela soberania nacional e a alimentação dos militares em serviços pode interferir no bom desempenho dessa coletividade, sendo considerada um assunto de máxima importância. A alimentação dessa população tem evoluído no decorrer do tempo e atualmente as rações operacionais militares são a alternativa de alimentação para os treinamentos e missões que muitas vezes são em situações inóspitas, tendo em vista que é composta por alimentos termo processados, que garantem uma alimentação segura, prática e com uma longa vida de prateleira. O objetivo desse trabalho foi caracterizar as rações operacionais oferecidas aos militares das três Forças Armadas Brasileiras. Foi realizado através de um levantamento da literatura disponível e documentos oficiais entre o período de novembro de 2014 a maio de 2015. Observou se que as Forças Armadas Brasileiras tem 5 opções de tipos de ração, cada um com suas especificidades para as atividades desempenhadas, porém a Marinha do Brasil (MB) e a Força Aérea Brasileira (FAB) só adquirem três tipos e o Exército Brasileiro (EB) adquire apenas dois tipos, isso por motivos financeiros e também por especificidade, pois o EB não adquire a ração de náufragos por que não pratica missões aquáticas. Outro dado que deve ser considerado é que o EB dispõe de 70% do total das rações adquiridas enquanto a MB e a FAB utilizam 20% e 10%, respectivamente, isso se justifica pelo efetivo que cada Força possui. O trabalho mostra também que o número de cardápios disponibilizados está associado ao número de militares, sendo assim o EB possuí 20 variações de cardápios, a MB possuí 10 variações e a FAB apenas 4 variações. Foi possível observar que as rações não tem oferta de frutas, hortaliças e alimentos integrais, porém tem grandes quantidades de doce, industrializados e embutidos, indicando assim a necessidade de mais estudos sobre o assunto e que essa população merece uma atenção maior dos profissionais de nutrição.

Palavras-chave: alimentação militar, ração de campanha, nutricionista militar.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Unidade de alimentação de nutrição militar convencional......................

Figura 2 Cartaz de divulgação do curso preparatório para o concurso de inserção do nutricionista na carreira militar...........................................................

Figura 3 Resumo histórico das rações operacionais...............................................

Figura 4 Guia de instruções de uso que acompanha o kit da ração operacional de combate (R2-A) da FAB..........................................................................

Figura 5 Parte da embalagem da ração operacional de sobrevivência R4-B e logo da FAB.....................................................................................................

Figura 6 Kit de jantar e ceia de ração de Combate R2 de 24h do Exército Brasileiro..................................................................................................

Figura 7 Parte do kit R2 de 24h do Exército Brasileiro: desjejum, jantar e ceia...........................................................................................................

Figura 8 Parte do kit R2 de 24h do Exército Brasileiro: almoço e acessórios...............................................................................................

Figura 9 Embalagem da ração alternativa de combate (RAC) da Marinha do Brasil........................................................................................................

Figura 10 Kit completo da ração alternativa de combate (RAC) da Marinha do Brasil........................................................................................................

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Relação entre o tipo de ração adquirida, a porcentagem de rações adquiridas e a variedade de alimento básico (prato principal)................

Tabela 2 Relação dos alimentos básicos que cada Força Armada recebe.................................................................................................

Tabela 3 Composição de itens alimentícios e suas quantidades em R2-A da FAB.........................................................................................................

Tabela 4 Composição de itens alimentícios e suas quantidades em R4-B da FAB..........................................................................................................

Tabela 5 Composição de itens alimentícios e suas quantidades em R4-C da FAB..........................................................................................................

Tabela 6 Composição de itens alimentícios e suas quantidades em R2 do EB.............................................................................................................

Tabela 7 Composição de itens alimentícios e suas quantidades em R3 do EB.............................................................................................................

Tabela 8 Composição de itens alimentícios e suas quantidades em RAC da MB...........................................................................................................

Tabela 9 Composição de itens alimentícios e suas quantidades em RAE da MB...........................................................................................................

Tabela 10 Composição de itens alimentícios e suas quantidades em RAN da MB...........................................................................................................

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AB – Alimento(s) Básico(s) CEAFA – Comissão de estudos da alimentação das Forças Armadas EB – Exército Brasileiro FAB – Força Aérea Brasileira MB – Marinha do Brasil MD – Ministério da Defesa OM – Organizações Militares R2 – Ração operacional de combate do Exército Brasileiro R2-A – Ração de combate da Força Aérea Brasileira R3 – Ração operacional de emergência do Exército Brasileiro R4-B – Ração de sobrevivência da Força Aérea Brasileira R4-C – Ração de sobrevivência no mar da Força Aérea Brasileira RAC – Ração alternativa de combate da Marinha do Brasil RAE – Ração alternativa de emergência da Marinha do Brasil RAN – Ração alternativa para náufragos da Marinha do Brasil SELOM – Secretaria de logística, mobilização, ciência e tecnologia TFM – Treinamento físico militar UAN – Unidade de Alimentação e Nutrição

SUMÁRIO

 - 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 
  • 2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... - 3 OBJETIVO...............................................................................................................
    • 3.1 OBJETIVO GERAL................................................................................................
    • 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO.......................................................................................
    • 4 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................
    • 4.1 ALIMENTAÇÃO CONVENCIONAL DOS MILITARES..................................
  • 4.2 FUNÇÃO DO NUTRICIONISTA NA ALIMENTAÇÃO MILITAR.................. - 4.3 HISTÓRICO DAS RAÇÕES MILITARES.......................................................... - 5 METODOLOGIA.................................................................................................. - 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................
  • 6.1 AQUISIÇÃO DAS RAÇÕES OPERACIONAIS..................................................
  • 6.2 TIPOS DE RAÇÕES OPERACIONAIS...............................................................
  • 6.3 CARDÁPIOS DAS RAÇÕES OPERACIONAIS................................................. - 7 CONCLUSÃO........................................................................................................ - 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. - 9 ANEXOS.................................................................................................................
  • 9.1 ANEXO A..............................................................................................................
  • 9.2 ANEXO B..............................................................................................................
  • 9.3 ANEXO C..............................................................................................................
  • 9.4 ANEXO D..............................................................................................................
  • 9.5 ANEXO E..............................................................................................................
  • 9.6 ANEXO F..............................................................................................................
  • 9.7 ANEXO G..............................................................................................................
  • 9.8 ANEXO H..............................................................................................................
  • 9.9 ANEXO I...............................................................................................................

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religiosidade, hábitos culturais, boas práticas de higiene, facilidade das refeições em treinamento e situações de guerra e palatabilidade. Portanto, a alimentação direcionada a esses grupos deve ser analisada em todas as etapas, desde o preparo da matéria prima até o seu consumo pronto, garantindo assim a segurança alimentar dos trabalhadores das Forças Armadas Brasileiras (BOTELHO et al., 2014). A CEAFA tem buscado medidas para melhorar a alimentação dos militares brasileiros investindo em pesquisas visando melhorar a qualidade nutricional e tática (como facilidade de utilização, tempo de preparo, formas de descarte, maneiras de transporte, tempo de duração) dos alimentos (BRASIL, 2014b). A ração operacional militar das três Forças Armadas Brasileiras atualmente é composta por alimentos termo processados, que garantem uma alimentação segura, prática e com uma longa vida de prateleira (BRASIL, 2014b; CRISTIANINI, 2014). Os alimentos termo processados estão contidos em embalagens flexíveis e esterilizáveis ( retortpouch ), dispensam refrigeração ou congelamento, são prontos para o consumo e o aquecimento é indicado para melhorar a aceitação (CRISTIANINI, 2014). Essa nova tecnologia aplicada às rações militares tem como qualidade as características sensoriais (aparência, sabor, cor, odor e textura) e nutricionais, pela redução do tempo de exposição ao processamento, além da facilidade de abertura da embalagem dispensando qualquer utensílio, da viabilidade do transporte, visto que o sachê se adapta melhor para o carregamento, não apenas para bolsos e mochilas, mas também diminuindo os custos para transporte e por fim, menor volume de descarte após a utilização (FONSECA FILHO, 2010). Os outros itens que compõe a ração operacional militar brasileira são desidratados, liofilizados ou complementos industrializados (BRASIL, 2014b).

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2 JUSTIFICATIVA

Atualmente no Brasil existem mais de 321 mil militares, de ambos os sexos, distribuídos entre todos os cargos e funções (BRASIL, 2014c). Os profissionais militares compreendem uma grande parte da nossa população e garantem a segurança nacional, sendo então um grupo que precisa de mais atenção para garantir a sua qualidade nutricional a longo prazo. Além disso, a área militar é um mercado pouco explorado ainda hoje, que pode trazer benefícios para essa população e para o nutricionista através do conhecimento e da experiência. Ainda assim, os estudos sobre a alimentação desta grande parcela da população brasileira são extremamente escassos, sendo que é importante se apropriar das necessidades nutricionais aumentadas pela grande exigência física e psicológica que o trabalho demanda e também sobre a alimentação oferecida aos militares. Os alimentos termo processados dos cardápios das rações oferecidos para os militares no Brasil, que são utilizadas para campos e treinamentos, são produzidos pela mesma empresa, porém, não existe padronização das rações entre as Forças, pois a escolha, aquisição e montagem dos “ kits ” são conforme a demanda de cada uma delas (SILVA, 2011). Além disso, existe a preocupação de como os nutricionistas poderiam se inserir nesse contexto desconhecendo a alimentação desse grupo. Sendo essa população responsável por garantir a soberania nacional, se faz necessário se conhecer melhor às características distintas da alimentação dessa coletividade em treinamentos, desastres e situações extremas, como guerras.

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4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 ALIMENTAÇÃO CONVENCIONAL DOS MILITARES

Em 2010 o Ministério da Defesa (MD) aprovou o Manual de Alimentação das Forças Armadas. Este manual se aplica aos militares e servidores dos serviços de alimentação e de saúde das três Forças. Com o objetivo de unificar os procedimentos das Organizações Militares (OM) e orientar os administradores e servidores das unidades de alimentação, nutrição e saúde das OM sobre promoção da saúde e bem- estar, da segurança alimentar e das refeições balanceadas e adequadas as diferentes fases e situações que a carreira militar pode proporcionar (BRASIL, 2010). Nesse manual o MD apresenta conceitos e princípios nutricionais que podem ser aplicados nas refeições militares, priorizando uma alimentação segura, equilibrada e balanceada, estabelece as recomendações nutricionais para este grupo específico, orienta os profissionais envolvidos na gestão das unidades de alimentação e nutrição (UAN) (Figura 1 – Anexo A) das OM sobre recebimento, manipulação, armazenamento, transporte, distribuição, conservação de alimentos prontos, aproveitamento de sobras, elaboração de cardápios com instruções para confecção de preparações saudáveis e variadas (BRASIL, 2010). Uma alimentação equilibrada deve suprir as necessidades do individuo, portanto deve ser fornecida em quantidade suficiente e qualidade á garantir os cuidados de higiene no preparo. Para auxiliar no crescimento, desenvolvimento, fortalecimento dos militares e com o objetivo de prevenir doenças, a dieta militar deve disponibilizar os nutrientes necessários em suas quantidades adequadas (GELBVAKS, 2012). Segundo o MD no Manual de Alimentação das Forças Armadas (BRASIL, 2010), a alimentação cotidiana dos militares deve ser saudável, portanto variada, equilibrada e agradável. O consumo energético diário recomendado é de aproximadamente 2.800kcal, considerando-se as atividades rotineiras de leve a moderada. Isso por que em situações adversas a demanda energética diária poderá aumentar. Além disso, indica-se um fracionamento mínimo de 3 refeições diárias, a utilização pirâmide alimentar e as orientações sugeridas na lista de substituições. De uma forma geral indica-se que o café da manhã, o almoço e o jantar, como refeições obrigatórias. Sendo o café da manhã considerado a refeição mais importante

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do dia, por ser o primeiro fornecimento de nutrientes após 6 a 8 horas de jejum (período de sono), indica-se uma refeição de aproximadamente 420 kcal composta por infusões (sendo o café, chá preto e o mate os mais comuns), açúcares (estando presente na forma de achocolatados e açúcares de adição, principalmente), lacticínios (geralmente leite de vaca, por se tratar de produtos que se apresentam na forma líquida), gorduras (podendo se apresentar na forma de gordura vegetal como a margarina ou de gordura animal como a manteiga), cereais e panificados (representado pelos cereais e seus derivados como farinhas e aveias, mas comumente presente no café da manhã dos miliares nas diferentes formas de pães), frios e afins (abrangendo ovos, salsichas, presuntos e queijos - apesar de serem laticínios – nas suas diferentes variações) e frutas (de acordo com a estação do ano e típica de cada região, pode ser consumida crua, cozida ou em forma de suco) (BRASIL, 2010). O almoço e o jantar são refeições de grande importância, pois são responsáveis pela maior parte do suprimento energético dos militares, fornecendo aproximadamente 1.260 kcal e 1.120 kcal, respectivamente. Ambas as refeições devem ser compostas por entrada (pode ser composta por sopas, saladas ou pães), prato principal (deve suprir a maios demanda de proteína da refeição, geralmente é composta por carne bovina, suína, aves ou pescados), guarnição (é a preparação que acompanha o prato principal geralmente um vegetal cozido ou massa), prato base (considerado de grande importância, pois fará o ajuste energético da refeição, sendo mais comum o arroz com feijão), acompanhamento (geralmente é a bebida que acompanha a refeição podendo variar entre água natural, refresco em pó, suco natural, refrigerante, entre outras preparações) e sobremesa (podendo ser um doce preparado na UAN, industrializado ou até uma fruta da época). Variando de acordo com a ocasião, os cardápios podem ser mais refinados, variados, simples ou econômicos (BRASIL, 2010).

4.2 FUNÇÃO DO NUTRICIONISTA NA ALIMENTAÇÃO MILITAR

A alimentação disponibilizada para grandes efetivos necessita de acompanhamento de profissional qualificado. Nesse contexto, a atuação do nutricionista no serviço de aprovisionamento das OM permite a adequação do padrão nutricional de cada integrante da unidade, ou até mesmo de seus familiares (GELBVAKS, 2012).