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Tratamento de Adesiva Capsulite do Ombro: Exame de Casos e Estudos Clínicos, Exercícios de Fisiopatologia

Informações sobre o tratamento de adesiva capsulite do ombro, incluindo estudos clínicos randomizados e exames de casos. Os estudos discutem diferentes abordagens, como injeções intra-articulares de corticosteroides, fisioterapia, manipulação sob anestesia, e bloqueio do nervo supra-escapular. Os resultados mostram melhora da dor e ganho de amplitude de movimento em pacientes submetidos a esses tratamentos.

O que você vai aprender

  • Quais são as diferentes abordagens para o tratamento de adesiva capsulite do ombro?
  • Qual é a eficácia do bloqueio do nervo supra-escapular no tratamento de adesiva capsulite do ombro?

Tipologia: Exercícios

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Cunha10
Cunha10 🇧🇷

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Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira
O Projeto Diretrizes, iniciativa da Associação Médica Brasileira, tem por objetivo conciliar informações
da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico.
As informações contidas neste projeto devem ser submetidas àavaliação e à crítica do médico,
responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.
Autoria: Sociedade Brasileira de Ortopedia e
Traumatologia
Elaboração Final: 30 de novembro de 2012
Participantes: Ribas LHBV, Shimba LG, Miyazaki AN,
Checchia SL, Valsella G, Pozzi I, Simões R,
Meves R, Bernardo WM
Capsulite Adesiva: Tratamento Clínico e
Cirúrgico
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Associação Médica Brasileira

O Projeto Diretrizes, iniciativa da Associação Médica Brasileira, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas àavaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.

Autoria: Sociedade Brasileira de Ortopedia e

Traumatologia

Elaboração Final: 30 de novembro de 2012 Participantes: Ribas LHBV, Shimba LG, Miyazaki AN, Checchia SL, Valsella G, Pozzi I, Simões R, Meves R, Bernardo WM

Capsulite Adesiva: Tratamento Clínico e

Cirúrgico

Associação Médica Brasileira

DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIA:

A revisão bibliográfica de artigos científicos dessa diretriz foi realizada na base de dados MEDLINE. A busca de evidências partiu de cenários clínicos reais, e utilizou palavras-chaves (MeSH terms): “frozen shoulder”, “adhesive capsulitis”, “nerve block”, “motion therapy”, “continuos passive”, “drug therapy”, “mobility limitation”, “operative surgical procedure”, “pain measurement”, “arthroscopy”, ”surgical pro- cedures”, “operative”, “personal satisfaction”, “corticoestheroid”. Os artigos foram selecionados após avaliação crítica da força de evidência científica por especialistas em ortopedia, sendo utilizadas para as recomendações as publicações de maior força. As recomendações foram elaboradas a partir de discussão no grupo. Toda a diretriz foi revisada por grupo especializado independente em diretrizes clínicas baseadas em evidências.

GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA: A: Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência. B: Estudos experimentais e observacionais de menor consistência. C: Relatos de casos (estudos não controlados). D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais.

OBJETIVO: Avaliar o melhor tratamento para capsulite adesiva, com base em evidências. Esta diretriz tem como público alvo os médicos ortopedistas, fisiatras e fisioterapeutas, a fim de orientar os diferentes tratamentos da capsulite adesiva.

CONFLITO DE INTERESSE: Nenhum conflito de interesse declarado.

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Ensaio clínico randomizado analisando o papel desempenhado pela injeção intra-articular de corticosteroide e fisioterapia em pacientes portadores de capsulite adesiva com tempo de diagnóstico inferior a um ano, submeteu pacien- tes a injeção intra-articular de corticosteroide isolado ou associado à fisioterapia e a injeção intra-articular de solução salina de maneira iso- lada ou associada a fisioterapia. Após período de seis semanas, observou-se que aqueles submetidos a injeção intra-articular de corticosteroide isolado ou associado à fisioterapia; apresentaram melhora significativa na pontuação do questionário SPA- DI ( Shoulder Pain and Disability Índex ), que avalia a dor e as atividades funcionais do ombro, em detrimento àqueles submetidos à fisioterapia iso- lada ou a nenhum tratamento (p=0,0004)^11 ( A ). Transcorrido período de três meses, pacientes submetidos a injeção intra-articular de corticos- teroide isolado ou associado à fisioterapia ainda mantinham melhora importante na pontuação do questionário SPADI em comparação aos pacientes não tratados. Todavia, aos 12 meses, todos os grupos apresentaram melhora similar nos desfechos analisados^11 ( A ).

Recomendação A conduta expectante não é uma boa opção, uma vez que a implementação de outros tipos de tratamento possibilita melhora da dor e ganho no arco de movimento mais precocemente.

2. Qual é o tratamento conservador para capsulIte adesIva apresentar melHores resultados ( em termos de ganHo de amplItude de movImento): fIsIoterapIa ou exercícIos por conta próprIa?

Estudo clínico aleatorizado visando analisar o papel desempenhado pelo tratamento conser-

vador na capsulite adesiva, submeteu pacientes (média etária de 63,7 ±9,1 anos) com queixa de dor no ombro e sem sinais clínicos ou radiológicos que explicassem a redução da mobilidade (³ 50% da mobilidade) a três grupos de tratamento, man- tido pelo período de 4,6 meses (±1,3 meses) que incluíam sessões de fisioterapia de alta frequência (mais de duas sessões por semana); moderada frequência (uma vez por semana) e baixa frequ- ência (menos de uma vez por semana) além de grupo controle. Os três grupos foram orientados a fazer exercícios pendulares e de alongamento duas a três vezes ao dia em casa, abaixo de seus limiares de dor. Observou-se que a frequência da mobilização da articulação do ombro por fisio- terapeutas não demonstrou relação com ganho de amplitude de movimento ou com o tempo necessário para o mesmo. Porém, os pacientes que realizaram exercícios domiciliares, ensinados pelos fisioterapeutas, obtiveram um ganho de arco de movimento significativamente maior em um período de tempo significativamente menor para atingir a maior amplitude de movimento^12 ( B ).

Recomendação O tratamento fisioterápico associado a exer- cícios domiciliares orientados influencia direta- mente no ganho da amplitude de movimento.

3. a Injeção Intra-artIcular tem melHores resultados do Que a fIsIoterapIa?

Estudo controlado com placebo mostrou, na avaliação de três semanas e três meses, que a in- jeção de corticosteroide intra-articular guiada por fluoroscopia melhora a dor e as atividades funcionais do ombro de pacientes portadores de capsulite ade- siva, analisadas por meio do questionário SPADI, quando comparado a injeção placebo associada à fisioterapia ou mesmo à injeção de placebo sem ou-

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tras associações^11 ( A ). Parece haver efeito somatório quando utilizada injeção esteroidal intra-articular associada à fisioterapia específica ao estágio da capsulite em que o paciente se encontra, no en- tanto, não há diferenças entre os grupos na escala de SPADI em um seguimento de 12 meses^11 ( A ).

Recomendação A injeção intra-articular de corticosteroides associada à fisioterapia apresenta resultados sa- tisfatórios em curto prazo comparado a qualquer um dos dois métodos separados.

4. a manIpulação sob anestesIa tem me- lHores resultados Que a fIsIoterapIa?

Em estudo randomizado, a manipulação sob anestesia (MSA) e exercícios realizados em casa (instruídos por fisioterapeuta) foram avaliados em pacientes com diagnóstico de capsulite adesiva (duração média dos sintomas em ambos os grupos similar e equivalente a sete meses). Observou-se que os indivíduos submetidos à MSA apresenta- ram melhora na mobilidade (expressa por melhora significativa da flexão do ombro) após período de seguimento de três meses, todavia não se man- tendo no seguimentos de seis e 12 meses^13 ( A ).

Em avaliação de série de casos (incluindo pa- cientes com diagnóstico de capsulite adesiva previa- mente tratados com crioterapia e que apresentaram falha terapêutica) e com período de seguimento aproximado de 15 anos, realizado por meio de exame clínico e questionário, demonstrou-se que a manipulação sob anestesia possibilitou melhora da dor e da amplitude de movimento (flexão média de 104° para 168° e rotação lateral média de 23° para 67° foram observadas), sendo que 88% dos pacientes evoluíram sem ou com mínima dor não necessitando de intervenção cirúrgica^14 ( C ).

Recomendação: Pacientes submetidos a manipulação sob anestesia apresentaram melhora na mobilidade no acompanhamento a curto prazo.

5. o bloQueIo do nervo supraescapular apresenta bons resultados em termos de redução da dor e restabelecImento de movImento?

Estudo randomizado analisou pacientes com queixa de dor e contratura associadas a capsulite adesiva idiopática tratados com uma série de três injeções de bupivacaína para bloqueio do nervo supra-escapular (BNSE) e injeções placebo. Ob- servou-se que o grupo submetido às injeções de bupivacaína mostraram melhora significativa da queixa álgica (avaliada pelo questionário McGill) em detrimento ao grupo controle (64% versus 13% de redução da dor foi observado em um período de um mês com p=0,03). Com relação a amplitude de movimento, não foi observada diferença entre os dois grupos (p=0,24)^15 ( B ). Entretanto, deve-se observar o curto intervalo de acompanhamento (um mês) e as perdas so- fridas pelo grupo placebo (30% de perdas) 15 ( B ).

Outro estudo randomizado, com período de acompanhamento de 12 semanas, comparou a infiltração intra-articular com injeção de bupi- vacaína para bloqueio do nervo supra-escapular (BNSE) selecionando pacientes divididos em dois grupos, com o intuito de se avaliar queixa álgica e amplitude de movimento. O BNSE apresentou uma rápida e mais completa reso- lução da dor e restabelecimento do movimento quando comparada à injeção intra-articular (p<0,01 para dor e p<0,05 para amplitude de movimento)^16 ( B ).

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referêncIas

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