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Sustentabilidade
Tipologia: Notas de estudo
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Monografia apresentada ao Instituto Superior de educação de Afonso Cláudio, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Gestão Ambiental. Orientador: Profª Maurizete Pimentel Loureiro Duarte.
O mundo capitalista passa por muitas transformações, e principalmente no seu modo operacional. No princípio, tínhamos um sistema que pouco se importava com os danos causados nas relações sociais e ambientais. Esse modelo se arrastou por muitos anos, com pensamento predominante de obter o lucro acima de tudo, e a exploração extrema da natureza, devido ao fato de acreditarem na capacidade infinita da natureza em prover insumos para sua produção. Contudo, verificou-se que esse modelo era insustentável, tanto para as relações sociais quanto ambientais, e a força da destruição causada por anos de descaso se voltou contra o modelo. Veremos, nesse trabalho, que a natureza protagoniza inúmeras catástrofes mundo a fora em, grosso modo, retaliação ao maus tratos recebido. Ainda, concernente ao pensamento do capitalismo clássico, temos o crescimento da violência e criminalidade como conseqüência da falta de comprometimento do modelo com o ser humano. As relações sociais trabalhista eram a mais degradante possível, não concebendo dignidade ao trabalhador nem respeito pela sua condição humana. A proposta desse trabalho, é mostrar que essa visão míope começa a mudar no século dezenove e ganha força nos séculos seguintes, com diversas ações de organismos preocupados com a continuidade da vida na terra. A metodologia utilizado foi a revisão bibliográfica. Seu objetivo principal foi percorrer os diversos autores do que abordam o assunto de sustentabilidade e mostrar que o novo modelo capitalista sofreu mutações para se adaptar a realidade que ele próprio criou. Veremos, destarte, que muita coisa mudou. Contudo, precisamos estar vigilantes pois ainda há muito a ser feito. Palavras-chave: Responsabilidade Socioambiental - RSA. Desenvolvimento Regional Sustentável-DRS. Sustentabilidade nos Negócios. Capitalismo Sustentável.
1.2 A organização do sistema produtivo na idade média.......................................... 09 1.2.1 O Trabalho …................................................................................................... 10 1.2.2 A manufatura e os artesões …......................................................................... 11 1.2.3 As cruzadas e o comércio …............................................................................ 12 1.2.4 O crescimento do comércio e das cidades aumenta a influência dos mercadores ............................................................................................................... 14 1.3 A expansão do mercado e seus sistemas de produção …................................ 16 1.4 A revolução industrial e o pensamento capitalista ….......................................... 1.4.1 A indústria......................................................................................................... CAPITULO II A SUSTENTABILDADE NOS NEGÓCIOS, RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL, UM NOVO PARADGMA DO CAPITALISMO MODERNO ............................................. 20 2.1 Trajetória do desenvolvimento sustentável e a construção do conceito de sustentabilidade ….................................................................................................... 21 2.2 Integração das visões de sustentabilidade ….................................................... 23 2.3 Sustentabilidade no mundo dos negócios …...................................................... 25 2.3.1 Aliança entre Governo, Empresas e Sociedade Civil …................................... 2.3.2 As instituições financeiras e a responsabilidade socioambiental ….................
Veremos ao longo deste trabalho a transformação e a organização da produção ao longo de alguns séculos, passando pelo período feudal, capitalismo industrial e capitalismo moderno. O objetivo dessa viagem será compreender a interferência, de cada uma dessas fases, no tocante aos impactos sociais e ambientais. O objetivo principal foi mostrar que o capitalismo é um sistema em constante evolução, e que esse mecanismo, de metamorfosear-se, funciona como forma de sobrevivência. No período medieval temos o feudalismo, que não se pode chamar de capitalismo. Contudo, tem-se, aí, um sistema de produção rudimentar que propiciou, mais tarde, ao modelo de capitalismo que conhecemos. No sistema feudal o impacto das relações entre homem e meio ambiente era, de certa forma, branda. As transformações implementadas eram pormenores, devido ao fato de não existir produção em escala e nem transformações químicas que gerassem resíduos que pudesse causar danos de grande monta ao ecossistema. Sendo assim, os maiores impactos se resumiam às relações sociais. Adiante, teremos o período do capitalismo industrial. Esse sim, é um sistema que vai se desenvolver com todos os ônus do seu poder, construtivo e destrutivo, ao mesmo tempo. Contudo, seus paradigmas irão mudar por questões de sobrevivência, como mencionado anteriormente. Tendo em seu novo modelo a necessidade de modificar seus modos operacionais para não ser tragado pela evolução do pensamento social. Dentro dessas transformações estão os conceitos de responsabilidades sociais, desenvolvimento regional sustentável e negócios sustentáveis, dentre outros. Sendo assim, veremos que aquilo que anteriormente nem era lembrado, hoje faz parte dos balanços contábeis das corporações do mundo todo, umas no passivo outras no ativo.
No primeiro capitulo abordamos, como mencionado acima, o processo de produção do período feudal ao capitalismo. Esse ínterim é riquíssimo em relações sociais diferentes do que estamos acostumados nos tempos modernos. Seu regime de trabalho e escravidão não se iguala ao que conhecemos, por exemplo, as implantadas pelos ingleses e portugueses. Desta forma, não poderíamos pensar em capitalismo se não procurássemos compreender como se deram essas relações que se inicia no feudalismo. No segundo capitulo tratamos dessa nova ótica do capitalismo, o socioambiental. Buscamos retratar os novos conceitos e praticas acadêmicas no trato das relações socioambitais, principalmente pela ótica das corporações (indústrias). Trouxemos para reflexão os conceitos de sustentabilidade nos negócios e o desenvolvimento regional sustentável, de tal forma que subsidiasse nossa interpretação de metamorfose do capitalismo. A compreensão de tais conceitos nos ajudará a fazer uma leitura mais criteriosa dos últimos acontecimentos e como a sociedade em geral está se organizando para enfrentar os problemas causados por anos e anos de maus tratos com o social e o ambiental, na relação capitalista. Os avanços da destruição da natureza e das relações sociais estão aflorados, e as inversões de responsabilidades são constantes nos atuais níveis sociais. Por conseguinte se faz necessário, ao nosso ver, o aprofundamento dos estudos e discussões sobre o tema, que não se esgota, e é crucial para a continuação da vida no planeta.
Não se pode negar que existiam, nesse sistema, intercâmbio de mercadorias. Contudo, nos primórdios feudais, não havia uma procura por mercadorias que justificassem a produção de excedente, com objetivo comercial, devido a inúmeras variáveis, tais como: trabalho, transporte, estradas e etc. 1.2.1 – O Trabalho A sociedade, na idade média, se articulava em torno de três grupos distintos: o que governava, os reis; os que guerreavam, os cavaleiros; e os que pregavam/rezavam, clérigos e padres. Todavia, de uma forma ou outra, esses grupos tinham necessidades básicas que deveriam ser atendidas, tais como alimentos, vestuários, confecção de armaduras, para os guerreiros, dentre outras. Para suprir essas necessidades, entra em cena outro grupo cuja importância, para a época, era subjugada, os trabalhadores. Como não existia um sistema industrial, como veremos logo adiante, o trabalho era basicamente o cultivo da terra e a guarda do rebanho, para uso de lã na confecção dos vestuários. Sendo assim, o grosso da mão de obra se concentrava na agricultura. Num feudo, a terra arável era dividida em duas partes, sendo uma destinada ao senhor feudal e a outra era arrendada aos servos. Devido às condições impostas pela cultura da época, o camponês tinha uma vida miserável. Viviam em uma choça^2 , e conseguia cultivar somente o suficiente para sua precária sobrevivência. O tipo de trabalho era serviu. No entanto, não seria uma servidão escrava, nos moldes que conhecemos. Embora o termo servo denominado a maioria dos arrendatários tenha origem na palavra latina servus, cujo significado é escravo, não 2 Segundo o dicionário aulete digital, choça é uma espécie de cabana, casa pequena e simples, feita de ramos de árvores ou de colmo - caule típico de gramíneas.
seria uma escravidão clássica. A diferença reinante nas formas de servidão que conhecemos e a praticada na idade média estão configuradas na espécie de relação existente entre o servo e o senhor feudal. No modelo de servidão convencional, por exemplo, do escravo negro, não existia a concepção de família nem tampouco a sensação de segurança para os servos. Os escravos negros eram vendidos em família, em lote, ou por unidade, de acordo com a escolha e conveniência do comprador. Já com relação ao servo feudal, não poderia ser vendido fora dos domínios do feudo. Se o seu senhor transferisse a posse da propriedade para outro, o servo permanecia com suas condições anteriores, mudando apenas de senhor. Após compreendermos como se relacionava os membros dessa sociedade voltaremos para a questão do trabalho. Nesse quesito, o que fica latente é a prioridade dos servos para com os afazeres do senhor. No cultivo os servos trabalhavam suas terras e a do senhor. Durante a semana, duas ou três vezes seriam dedicados, também, as terras do senhor. Nas épocas de colheita, primeiro colhiam-se as plantações do senhor. Se houvesse ameaça de perda na lavoura, a primeira a ser salva seria a do senhor. Dessa forma, tudo que dependesse de mão de obra, o servo deveria satisfazer primeiro as necessidades do senhor feudal e, se sobrassem forças, cuidariam dos seus afazeres. Essa relação, servo-senhor, dominou as relações e organização do trabalho na idade média. 1.2.2 - A manufatura e os artesões No seio do sistema feudal, os camponeses que demonstravam alguma habilidade numa arte ou outra forma de manufatura, eram dispensados do trabalho na lavoura e dedicavam-se em se especializar nessa atividade, as quais possuíam vantagens em habilidade - tecelagem, trabalho na madeira ou na funilaria. Contudo, essas atividades não tinham cunho comercial, eram, simplesmente, para uso doméstico do
para a falta de estimulo as atividades de comércio, têm-se as péssimas condições de transporte das mercadorias. Nas poucas vielas que havia, as caravanas dos mercadores eram constantemente saqueadas, quer fossem pelos salteadores ou pelos senhores feudais que exigiam taxas para que trafegassem em suas propriedades. Contudo, o comércio ganha novos contornos com o advento das cruzadas, e isso afetará toda a vida na idade média. Com o sonho de tomar dos muçulmanos a terra prometida, dezenas de milhares de pessoas atravessam o continente. Para que se dedicassem a essa causa, necessitavam de provisões durante o trajeto, quer fosse por terra ou mar. Ainda assim, aqueles cruzados que regressavam das suas jornadas traziam, consigo, o gosto e a admiração pelas roupas e comidas requintadas que outrora experimentaram, criando assim uma demanda por tais coisas mercadorias. A cruzada atendia aos anseios de diversas camadas da sociedade feudal. A igreja, por sua vez, estava desejosa para restringir o avanço dos muçulmanos e tomar a terra prometida desses; os despossuídos viam nas cruzadas a oportunidade de transformar sua realidade; os nobres e cavaleiros desejosos de sangue queriam liquidar dividas pendente e adquirir terras e fortunas; e havia as Cidades italianas, que sentiam nas cruzadas uma oportunidade de obter vantagens comerciais. Se analisado pelo ponto de vista religioso, pouco proveito teve as cruzadas^3. Contudo, pela ótica comercial os resultados foram de importância impa. Além de espalharem sacerdotes, guerreiros e trabalhadores, despertaram uma crescente classe comercial por todo continente. 3 Isto posto devido ao fato dos muçulmanos, logo em seguida, terem retomado o reino de Jerusalém.
1.2.4 - O crescimento do comércio e das cidades aumenta a influência dos mercadores Sem sombra de dúvidas, conforme Huberman (1986), o efeito mais contundente para o aumento do comércio é o crescimento das Cidades. Decerto que havia Cidades antes do aumento do comércio. Contudo, as cidades que adotaram postura mais comercial, bem como as novas que se desenvolveram com a intensificação do comércio, tinham status diferenciados. Elas cresceram em regiões onde o comércio poderia ser praticado em condições adequadas. Por conseguinte, à medida que o comércio se expande, surgem novas Cidades e o ciclo vai se ampliado. Geralmente estes pólos desenvolvem-se em cruzamentos de duas ou mais ruas, ou em embocadura^4 de um rio. Fazendo um retrospecto do que foi visto até aqui, percebemos que a expansão do comércio e crescimento das Cidades confere um dilema na percepção de vida dos mercadores e os senhores feudais, causando, então, um choque de interesses. Toda atmosfera feudal conduzia ao pensamento de prisão e submissão. Em sentido oposto a essa lógica, vinha o novo paradigma de que o ar da Cidade era um ar que inspirava liberdade. Durante suas jornadas, os mercadores, aprenderam a se unirem na defesa dos seus interesses. Organizaram-se, e agora se defrontam com as restrições típicas do pensamento feudal. Asfixiados, buscaram em associações a liberdade necessária a expansão continua para suas Cidades. Quando não conseguiam passivamente seus intentos, lutavam bravamente por ele. Como dizia um velho provérbio Alemão, aplicável a toda Europa, Stadtluft Machet Frei (o ar da Cidade torna um homem livre), expressa de forma clara o desejo dos cidadãos da época. No mais, o que queriam a população das Cidades era desatar- se das amarras feudais e tornar-se livre. Ou seja, seu desejo era de liberdade completa, das terras onde se situavam as Cidades. Dessa forma, poderiam, eles 4 A foz de um rio.
1.3 - A expansão do mercado e seus sistemas de produção Conforme Huberman, a expansão comercial significava a chave para a compreensão do sistema industrial capitalista, tal como conhecemos. No início, a atividade comercial se restringia aos domínios das Cidades, através das feiras semanais e anuais. Nesse formato a produção local, por meio das oficinas dos artesãos, conseguia atender plenamente essa demanda. Porém, o comércio extrapolou as fronteiras citadas e ganhou proporções internacionais. A ampliação do mercado criou uma nova figura nesse processo, o intermediário. O artesão, no comércio local, era quem fazia todas as etapas do comércio, desde a compra da matéria prima para utilização na produção até a venda da mercadoria produzida. Todavia, com o aparecimento do intermediário o artesão concentrava-se primordialmente na produção. O intermediário provia o artesão de matéria prima e comercializava seu produto acabado. O método, no qual o intermediário empregava certo número de artesãos na produção de sua matéria prima, denominava-se “sistema de produção doméstica”. O intermediário não teve, em seu papel, a modificação das técnicas de produção. Embora, tenha de alguma forma organizado o sistema para aumentar a produtividade, praticando especialização. Apesar da importância do papel do intermediário na expansão dos mercados, as associações de mercadores se colocavam contra suas atividades, devido ao fato de tais corporações serem, de certa forma, monopolistas e os intermediários ousavam em introduzir modificações que comprometia os seus tradicionais processos. No princípio do século XVI, um dos intermediários, conforme descrito por Leo Huberman ergueu um edifício com mais de 200 teares, no qual trabalhavam cerca de 600 pessoas. Esse foi o que se pode chamar de embrião do sistema capitalista fabril. Na economia urbana das Cidades, o capitalismo tinha um papel insignificante. No entanto, com o sistema de produção doméstica o capital toma corpo e ganha
importância. As matérias primas, no sistema anterior, não dependiam de grande monta, devido ao fato de atender a uma demanda local. Contudo, no novo sistema de produção doméstica, se consumia mais matéria prima, mais dinheiro e se empregavam mais trabalhadores para que a produção fosse majorada, devido ao fato de atenderem um mercado em franco crescimento. 1.4 - A revolução industrial e o pensamento capitalista O capitalismo se forma no seio de sociedades mercantis e monetárias da Europa ocidental. Mas inúmeras sociedades mercantis e monetárias funcionaram no mundo sem que nelas se desenvolvessem essa nova forma, dotada de uma excepcional capacidade criativa e destrutiva, o capitalismo. (BEAUD, M. p. 18) Como mencionado acima pelo autor, podemos entender a origem do capitalismo por volta dos séculos XII e XIII em meio às sociedades mercantis e monetárias, ou seja, o mercantilismo. Contudo, por Huberman, o mercantilismo não era um sistema no sentido da palavra, mas um imbricado de teorias econômicas aplicadas pelo Estado, num momento ou outro, com o objetivo de adquirir riqueza e poder. Sendo assim, a pergunta que se fazia nesse momento era o que tornava rico um país? Sendo a Espanha, na época, o país mais rico e poderoso julgavam os intelectuais, que tal fonte de poder advinha dos tesouros extraídos das suas colônias, ouro e prata. Decerto que tudo que se pensava em torno de poder e riqueza se referia à quantidade de ouro e prata disponível para adquirir o que se necessitava - contratação de exércitos, compra de madeira para construir navios, a defesa e conquista de novos territórios e etc -. Devido a isto, as conclusões em que os estudiosos da época chegaram era de que para um país ser rico e poderoso necessitaria de uma boa quantidade desses metais. Pois bem, a questão de como um país poderia ser rico, estava por demais respondida. Contudo, outros questionamentos surgiram. Os países que podiam
manufaturados destinados a exportação. Também, como formas de incentivo foram criadas tarifas protetoras para as indústrias nascentes, tais como vemos nos dias atuais em algumas regiões do nosso país. Além desses estímulos, no tocante aos industriários, várias foram as tentativas de atração a trabalhadores estrangeiros com capacidade de introduzir, no país de destino, novos ofícios ou técnicas inovadoras. As gratificações oferecidas a esses trabalhadores eram: moradia gratuita, isenção de impostos e empréstimo para aquisição de equipamentos dos quais necessitassem para seus ofícios. Muitos governos despendiam do próprio capital para ajudar quem se propusesse a fundar uma fábrica. A explicação para determinada benevolência figurava no pensamento de que com a criação dessas indústrias viriam a reboque a geração de empregos para seus concidadãos. Tendo em vista que os mendigos e desempregados, nessa época, representavam um problema e uma crescente despesa em assistência social, sua argumentação em defesa dos privilégios ganhava eco na multidão. Em síntese, vimos ao longo desse capitulo a transformação e a organização da produção ao longo dos séculos compreendidos entre o feudalismo ao capitalismo industrial. O intuito dessa viagem pela história destina-se a visualizar como se comportou cada fase desse sistema e suas implicações nas relações sociais e ambientais. No próximo capitulo passaremos por conceitos bem distantes dessa realidade que vimos até agora, e poderemos perceber, a partir daí, como o sistema de produção capitalista veio se moldando. O principio do capitalismo parte, como vimos, de um verdadeiro descaso das relações social e ambientas até as mais modernas praticas de responsabilidade socioambiental.
No capitulo anterior, discorremos pela história do feudalismo ao capitalismo industrial com o objetivo de verificarmos como se deu o processo de produção e as relações sociais e ambientais dessa sociedade. Nesse capítulo, procuraremos mostrar os impactos dessa transformação e como novos conceitos e práticas foram surgindo de forma a suavizar os efeitos danosos a essa relação conturbada. Vimos anteriormente que o consumo de recursos naturais era restrito aos feudos tendo, desse modo, pouco impacto negativo ao equilíbrio das coisas. Contudo, com o surgimento e expansão das Cidades as comunidades passaram a produzir além de suas necessidades de consumo originando, por conseguinte, o fenômeno do comércio e a sistematização do trabalho. Com o implemento da indústria os impactos, antes mínimo, ganham proporções gigantescas ocasionados por modificações na forma de produzir - substituição das ferramentas manuais por máquinas, utilização de energia motorizada a vapor e substituição das pequenas oficinas por fábricas. Diante de tudo isso, não é difícil concluir que tais mudanças potencializaram a exploração dos bens naturais, bem como a concentração de trabalhadores ao redor