











Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Toda seqüência {xn} crescente (decrescente) e limitada é convergente com limite sup{xn} (resp. inf{xn}). Prova: Se {xn} é crescente (decrescente) e limitada, ...
Tipologia: Notas de estudo
1 / 19
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
a.m. Muitas outras seq¨uˆencias est˜ao presentes no nosso dia a dia. Quando assistimos TV as imagens s˜ao compostas por uma seq¨uencia de telas que s˜ao exibidas uma ap´os a outra e muitas vezes por segundo. Uma an´alise mais profunda de alguns sinais el´etricos peri´odicos que produzimos nos leva a concluir que esses sinais s˜ao compostos por uma seq¨uˆencia de sinais senoidais com espectro de freq¨uˆencias entre zero e infinito. Estas s˜ao as S´eries de Fourier que vamos estudar no final desta disciplina. J´a vimos tamb´em que as fun¸c˜oes de classe C∞^ apresentam uma seq¨uˆencia de polinˆomios que supostamente as aproximam (os Polinˆomios de Taylor). Estes aparecer˜ao quando estudarmos s´eries de potˆencias. Em ambos os casos acima, os objetos s˜ao fun¸c˜oes (polinˆomios trigonom´etricos ou simplesmente polinˆomios). De forma bastante elementar e muito antes da no¸c˜ao de seq¨uˆencia ser sistematizada e bem compreendida, Arquimedes utilizou uma seq¨uˆencia para determinar a ´area de um c´ırculo sabendo que a raz˜ao entre o comprimento da circunferˆencia de um circulo e seu diˆametro ´e um n´umero fixo denotado por π. Apenas para mostrar a genialidade deste grande cientista vamos apresentar a seguir o seu argumento.
Exemplo 1.0.1. A ´area de uma circunferˆencia.
O quociente entre o comprimento de uma circunferˆencia e o diˆametro ´e um n´umero real denotado por π.
°
°
°
°
°
°° r
d (^) r
L = π d = 2π r
Vamos utilizar o argumento de Archimedes para determinar a ´area do c´ırculo de raio r. A id´eia de Archimedes (287-212 a.c.) foi dividir a circunferˆencia em setores de igual ´area e reagrup´a-los da seguinte forma
8 Setores
°
°
°
°
°
°°
@
@
@
@
@
@@
16 Setores
πr
r °
°
°
°
°
°°
@
@
@
@
@
@@
Cada uma dessas figuras geom´etricas planas tem ´area exatamente igual a ´area do circulo (pois ´e obtida do c´ırculo recortando e reagrupando os peda¸cos). Esta seq¨uˆencia de figuras geom´etricas planas se aproximam do retˆangulo de base πr e altura r e portanto a ´area do c´ırculo tem que ser exatamente πr^2.
A demonstra¸c˜ao deste resultado envolve o conceito de limite de seq¨uˆencias que intro- duziremos brevemente. Se dividimos a circunferˆencia em n setores iguais temos
@
@
@
@
@
@@
°
°
°
°
°
r π/n °°p
A ∼ 2 n r senπn r cos πn^12 ∼ πr^2 senπ/nπ/n cos π/n.
No C´alculo I estudamos as fun¸c˜oes definidas em subconjuntos R e tomando valores em R e no C´alculo II estudamos as fun¸c˜oes definidas em subconjuntos de Rm^ e tomando valores em Rn^ com m e n naturais. Nesta se¸c˜ao, consideraremos um caso particular dessas fun¸c˜oes que s˜ao as seq¨uˆencias num´ericas.
Defini¸c˜ao 2.1.1. Uma seq¨uˆencia num´erica ´e uma fun¸c˜ao definida no conjunto dos n´umeros naturais e com valores reais, ou seja, f : N → R.
Note que cada n´umero natural ´e levado em um ´unico n´umero real
N →f R 0 → f (0) 1 → f (1) 2 → f (2) 3 → f (3) ... ...
Se denotamos f (n) por xn, a seq¨uˆencia f est´a unicamente determinada pela lista de n´umeros {x 1 , x 2 , x 3 ,.. .} ou, abreviadamente, por {xn}. Desta forma, adotaremos a nota¸c˜ao {xn} ou {x 1 , x 2 , x 3 ,.. .} para representar uma seq¨uˆencia. Cada xn ´e chamado um elemento da seq¨uˆencia.
Exemplo 2.1.1. Temos
n + 1
ou { 1 , 12 , 13 , 14 ,...
n n + 1
ou { 0 , 1 2
Observa¸c˜ao: Como uma seq¨uˆencia ´e uma fun¸c˜ao particular, est˜ao definidas as opera¸c˜oes soma, multiplica¸c˜ao por escalar, produto e quociente de seq¨uˆencias.
Defini¸c˜ao 2.1.2. Se {xn} e {yn} s˜ao seq¨uˆencias e α ∈ R definimos
sn := xn + yn, n ∈ N.
Assim {xn} + {yn} = {x +n +yn}.
pn := xnyn, n ∈ N.
Assim {xn}{yn} = {xnyn}.
mn := αxn, n ∈ N.
Assim α{xn} = {αxn}.
qn := x yn n
, n ∈ N.
Assim {{xyn} n}^
{x yn n
Segunda Aula ↓
2.2 Seq¨uˆencias Limitadas e Ilimitadas
Note que a seq¨uˆencia {(−1)n} ´e a lista infinita { 1 , − 1 , 1 , − 1 , · · · , } mas a seq¨uˆencia s´o assume os valores 1 ou −1. Se lembramos que esta ´e uma fun¸c˜ao f : N → R com f (n) = (−1)n ent˜ao, vemos que a imagem de f ( Im(f ) = {f (n) : n ∈ N} ) ´e o conjunto {− 1 , 1 }.
Defini¸c˜ao 2.2.1. A imagem de uma seq¨uˆencia ´e chamada conjunto dos valores da seq¨uˆencia.
Note que a seq¨uˆencia { 1 , 1 , − 1 , − 1 , 1 , 1 , − 1 , − 1 , · · · } tem o mesmo conjunto de valores que a seq¨uˆencia {(−1)n}.
Exemplo 2.2.1. Vamos considerar as expans˜ao bin´aria de um n´umero real s ∈ [0, 1]. Con- sidere a seq¨uˆencia {s 1 , s 2 , s 3 , · · · } onde s 1 = 0 se s ∈ [0, 1 /2] e s 1 = 1 se s ∈ (1/ 2 , 1]. Se s 1 = 0 ent˜ao, s 2 = 0 se s ∈ [0, 1 /4) e s 2 = 1 se s ∈ (1/ 4 , 1 /2]. Se s 1 = 1 ent˜ao, s 2 = 0 se s ∈ (1/ 2 , 3 /4] e s 2 = 1 se s ∈ (3/ 4 , 1]. Seguindo com este procedimento obtemos a seq¨uˆencia {sn}. N˜ao ´e dif´ıcil ver que
|s −
∑^ k 0
sn 2 −n| ≤ 2 −n−^1.
Veremos que isto significa que podemos escrever
s = s 12 −^1 + s 22 −^2 + s 32 −^3 + · · ·.
Com isto em mente, podemos associar a cada n´umero real em [0, 1] uma seq¨uˆencia {sn} com conjunto de valores em { 0 , 1 }. Aqui vemos uma infinidade de seq¨uˆencias num´ericas distintas com mesmo conjunto de valores.
Defini¸c˜ao 2.2.2. Uma seq¨uˆencia ´e dita limitada se o seu conjunto de valores for limitado. Caso contr´ario a seq¨uˆencia ´e dita ilimitada.
Ent˜ao, dizer que uma seq¨uˆencia num´erica {xn} ´e limitada ´e dizer que existem n´umeros m e M tais que m ≤ xn ≤ M para todo n ∈ N.
Exemplo 2.2.2.
n n + 1
´e limitada.
cos n^1
´e limitada.
Note que a seq¨uˆencia (^) { 0 , 1 2
tem a propriedade de que quanto maior for a vari´avel n, mais pr´oximo o valor da seq¨uˆencia
em n, (^) n n+ 1, fica de 1. Neste caso, diremos que o limite da seq¨uˆencia
n n + 1
´e 1 e a
seq¨uˆencia ´e dita convergente com limite 1. E preciso dar uma defini¸´ c˜ao mais precisa da no¸c˜ao de convergˆencia de uma seq¨uˆencia. Come¸camos com as seq¨uˆencias infinit´esimas.
Defini¸c˜ao 2.2.3. Dizemos que uma seq¨uˆencia {xn} ´e infinit´esima se dado ε > 0 existe um natural N = N (≤) tal que | xn| < ε, ∀ n ≥ N.
Interpreta¸c˜ao da Defini¸c˜ao: Uma seq¨uˆencia ´e infinit´esima se a partir de um certo n´umero natural N todos os xn’s est˜ao no intervalo (−ε, ε) e fora deste intervalo h´a apenas um n´umero finito de xn’s. Entre os elementos x 1 , x 2 , · · · , xN encontramos todos os elementos da seq¨uˆencia que est˜ao fora do intervalo (−ε, ε).
Exemplo 2.2.3. Mostrar que a seq¨uˆencia
n
´e infinit´esima.
De fato: Dado ≤ > 0 seja N ∈ N tal que N ≥ (^1) ε. Ent˜ao, ∣∣ ∣∣^1 n
n
< ε, ∀n > N.
Exemplo 2.2.4. Mostrar que a ´unica seq¨uˆencia constante que ´e infinit´esima ´e a seq¨uˆencia nula { 0 , 0 , 0 , · · · }
Defini¸c˜ao 2.2.4. Uma seq¨uˆencia {xn} ´e convergente com limite se a seq¨uˆencia {xn −
} ´e infinit´esima; ou seja, se dado ≤ > 0 , existe um n´umero natural N = N (≤), tal que
| xn − `| < ε, ∀ n ≥ N.
Terceira Aula ↓ O pr´oximo resultado diz que, se uma seq¨uˆencia for convergente, ent˜ao o limite ser´a ´unico.
Proposi¸c˜ao 2.2.1. Seja {xn} uma seq¨uˆencia convergente. Se
n^ lim→∞ xn^ =^ ^1 e^ nlim→∞ xn^ =^
^2 ,
ent˜ao 1 =
2.
Prova: Suponha por absurdo que l 1 6 = l 2 e seja ≤ = |l^1 − 4 l^2 |. Ent˜ao existem N 1 , N 2 ∈ N tais que |xn − l 1 | < ≤ para todo n ≥ N 1 e |xn − l 2 | < ≤ para todo n ≥ N 2. Se N = max{N − 1 , N 2 } temos que
|l 1 − l 2 | ≤ |l 1 − xn| + |xn − l 2 | < 2 ≤ = |l^1 −^ l^2 | 2
, ∀n ≥ N,
o que ´e um absurdo. Segue que l 1 = l 2.
Defini¸c˜ao 2.2.5. Uma seq¨uˆencia ´e dita divergente se n˜ao for convergente.
Proposi¸c˜ao 2.2.2. Se {xn} for uma seq¨uˆencia convergente com limite , ent˜ao toda sub- seq¨uˆencia de {xn} ser´a convergente com limite
.
Prova: Como h : N → N ´e crescente, temos que h(n) ≥ n. Do fato que {xn} ´e convergente com limite temos que, dado ≤ > 0 existe N ∈ N tal que |xn −
| < ≤, para todo n ≥ N. Segue que, dado ≤ > 0, existe N ∈ N tal que, |xh(n) − `| < ≤ para todo n ≥ N. Isto mostra que limn→∞ xh(n) = limn→∞ xn para toda h : N → N crescente e o resultado segue. A Proposi¸c˜ao 2.2.2 ´e importante pois implica no seguinte crit´erio negativo de convergˆencia que ´e bastante utilizado.
Proposi¸c˜ao 2.2.3. Se uma seq¨uˆencia possui duas subseq¨uˆencias convergentes com limites distintos, ent˜ao a seq¨uˆencia ´e divergente.
Exemplo 2.2.7. A seq¨uˆencia {(−1)n} ´e divergente.
Proposi¸c˜ao 2.2.4. Toda seq¨uˆencia convergente ´e limitada.
Prova: Se limn→∞ xn = , seja ≤ = 1. Ent˜ao, existe N ∈ N tal que |xn −
| < 1 para todo n ≥ N. Seja M = max{|x 1 |, · · · , |xN |, |`| + 1}. Ent˜ao |xn| ≤ M para todo n ∈ N.
Observa¸c˜ao: Note que, toda seq¨uˆencia convergente ser limitada mas nem toda seq¨uˆencia limitada ´e convergente (por exemplo, {(−1)n} ´e limitada, mas n˜ao ´e convergente).
Proposi¸c˜ao 2.2.5. Seja {xn} uma seq¨uˆencia. Ent˜ao {xn} ´e convergente com limite 0 se, e somente se, {|xn|} ´e convergente com limite 0.
Prova: A seq¨uˆencia {xn} ´e convergente com limite 0 se, e somente se, dado ≤ > 0 existe N ∈ N tal que ||xn| − 0 | = |xn − 0 | < ≤, ∀n ≥ N,
se, e somente se, a seq¨uˆencia {|xn|} ´e convergente com limite 0.
Proposi¸c˜ao 2.2.6. Seja {xn} uma seq¨uˆencia convergente com limite . Ent˜ao, a seq¨uˆencia {|xn|} ´e convergente com limite |
. A volta n˜ao ´e v´alida, em geral.
Prova: Se {xn} ´e convergente com limite ` temos que: dado ≤ > 0, existe N ∈ N tal que
||xn| − ||| ≤ |xn −
| < ≤, ∀n ≥ N.
Segue que {|xn|} ´e convergente com limite |`|. Para verificar que a rec´ıproca n˜ao ´e v´alida em geral, basta considerar a seq¨uˆencia {(−1)n} que n˜ao ´e convergente e cujo m´odulo ´e convergente. Terceira Aula ↑
Exemplo 2.2.10. Mostre que a seq¨uˆencia {xn} dada por x 1 =
2, xn =
2 + xn− 1 , n ≥ 2, ´e convergente e encontre o seu limite.
Proposi¸c˜ao 2.2.9 (Propriedades). Se {xn} e {yn} s˜ao seq¨uˆencias convergentes com lim- ites 1 e
2 respectivamente e c ∈ R, ent˜ao
(a) {cxn + yn} ´e convergente com limite c1 +
2
(b) {xnyn} ´e convergente com limite 1
2
(c) {xn/yn} ´e convergente com limite 1 /
2 , sempre que ` 2 6 = 0.
Quarta Aula ↑
Quinta Aula ↓
Proposi¸c˜ao 2.2.10. Se {xn} for uma seq¨uˆencia convergente e xn ≤ 0 , para todo n ∈ N, ent˜ao (^) nlim→∞ xn ≤ 0.
Prova. Suponha que lim n→∞ xn = `. Ent˜ao dado ε > 0, existe N ∈ N tal que
− ε < xn <
+ ε, ∀ n ≥ N.
Mas xn ≤ 0 por hip´otese. Portanto
` − ε < xn ≤ 0 , ∀ n ≥ N,
ou seja, < ε. Segue da arbitrariedade de ε que
≤ 0 e a prova est´a conclu´ıda.
Corol´ario 2.2.1 (Teste da compara¸c˜ao). Se {xn} e {yn} s˜ao seq¨uˆencias convergentes e xn ≤ yn para todo n ∈ N, ent˜ao
n^ lim→∞ xn^ ≤^ nlim→∞ yn.
Proposi¸c˜ao 2.2.11 (Teorema do Confronto). Sejam {xn} e {yn} duas seq¨uˆencias con- vergentes com mesmo limite `. Se {zn} ´e um seq¨uˆencia tal que
xn ≤ zn ≤ yn, ∀ n ∈ N,
ent˜ao {zn} ´e convergente com limite `.
Prova: Dado ε > 0, seja N ∈ N tal que
− ε ≤ xn ≤ zn ≤ yn ≤
+ ε, ∀ n ≥ N.
Ent˜ao |zn − | < ε para todo n ≥ N e, portanto, lim n→∞ zn =
. Isto conclui a prova.
Vamos dividir as seq¨uˆencias divergentes em trˆes tipos. Aquelas que divergem para +∞, aquelas que divergem para −∞ e aquelas que s˜ao limitadas mas n˜ao s˜ao convergentes.
Defini¸c˜ao 2.2.8.
[1] E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e A. C. Morgado, A matem´atica do Ensino M´edio, Cole¸c˜ao do Professor de Matem´atica, SBM.