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Material completo de estudo de Cálculo 1 de um professor antigo meu. Melhor material que eu já encontrei.
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
Nesse cap´ıtulo falaremos sobre Limites, o primeiro t´opico da disciplina de C´alculo 1. Ao estudarmos limites estamos interessados em analisar o comportamento de uma fun¸c˜ao a medida que seu argumento se aproxima de um determinado valor dado.
Defini¸c˜ao 1.1.1. Suponha que f (x) seja definido quando est´a pr´oximo ao n´umero a. (Isso significa que f ´e definido em algum intervalo aberto que contenha a, exceto possivelmente no pr´oprio a). Ent˜ao escrevemos
xlim→a f^ (x) =^ L e dizemos o limite de f(x), quando x tende a a, ´e igual a L, se pudermos tornar os va- lores de f (x) arbitrariamente pr´oximos de L (t˜ao pr´oximos de L quanto quisermos), tornando x suficientemente pr´oximos de a), por ambos os lados de a, mas n˜ao igual a a.
Figura 1.1: Gr´afico de fun¸c˜oes cujo lim x→a f (x) = a.
x(esquerda) 1 1,5 1.8 1.9 1.95 1.99 1.995 1. f (x) 2 2.75 3.44 3.71 3.8525 3.9701 3.985025 3. x(direita) 3 2.5 2.2 2.1 2.05 2.01 2.005 2. f (x) 8 5.75 4.64 4.31 4.1525 4.030100 4.015025 4. Tabela 1.1: Tabela exemplo 1.1.
Figura 1.2: Grafico da fun¸c˜ao f (x) = x^2 − x + 2.
Observe que a partir da tabela 1.1.1 e do gr´afico de f , na figura 1.2, podemos observar que quando x se aproxima de x, f (x) se aproxima de 4. Com isso, podemos conjecturar (supor) que
xlim→ 2 f^ (x) = 4.
Note que nesse caso f est´a definida em x = 2, mas em boa parte das vezes, quando quisermos encontrar lim x→a f (x), a n˜ao pertencer´a ao dom´ınio de f.
Exemplo 1.1.2. Vamos estimar o valor de lim x→ (^1) x^ x 2 −−^1 1. Note que a fun¸c˜ao f (x) = (^) xx 2 −−^11 n˜ao est´a definida em x = 1.
x(esquerda) 0 0.9 0.99 0.999 0. f (x) 0.666667 0.526316 0.502513 0.500250 0. x(direita) 1.5 1.1 1.01 1.001 1. f (x) 0.4 0.476190 0.497512 0.499750 0. Tabela 1.2: Tabela exemplo 1.1.2.
Veja que (^) xx 2 −−^11 n˜ao est´a definida para x = 1. Por´em, isso n˜ao ´e empecilho para o c´alculo do limite, pois para a defini¸c˜ao de (^) xlim→a f (x), precisamos considerar valores pr´oximos de a, mas n˜ao necessariamente iguais a ‘a’. Na tabela 1.1 podemos observar que quando x se aproxima de 1 (por ambos os lados), f (x) se aproxima de 12. Com base nisso, podemos conjecturar que
xlim→ (^1) x^ x^2 −^ −^1 1 =^12.
Exemplo 1.1.3. Vamos conjecturar lim x→ 0 sen( x x)= 1
x f (x) ± 0.5 0. ± 0.4 0. ± 0,2 0. ± 0.1 0. ± 0.05 0. ± 0.01 0. ± 0.005 0. ± 0.001 0. Tabela 1.3: Tabela exemplo 1.1.3. Note que n˜ao existe f (0), ou seja, f n˜ao est´a definida em x = 0, usando uma calculadora (com x em radianos), constru´ımos a tabela 1.1, com precis˜ao de at´e 8 casas decimais. Com isso, podemos conjecturar que
lim x→ 0 sen( x x)= 1 Essa nossa suposi¸c˜ao est´a correta e esse ´e um limite muito importante e ´e chamado de Limite Fundamental Trigonom´etrico e ser´a demonstrado nas pr´oximas se¸c˜oes usando argumentos geom´etricos. Nem sempre a nossa conjectura est´a correta e precisaremos aprender algumas t´ecnicas para comprovar se de fato lim x→a f (x) existe. Exemplo 1.1.4. : Usando tabelas como nos exemplos anteriores, analise o valor de lim x→ 0 sen( πx ). Inicialmente note que f n˜ao est´a definida em x = 0. Calculando a fun¸c˜ao para alguns valores
Limites infinitos Defini¸c˜ao 1.1.4. Seja f uma fun¸c˜ao definida em ambos os lados de a, exceto possivel- mente o pr´oprio a. Ent˜ao xlim→a f^ (x) =^ ∞ significa que podemos fazer os valores de f (x) ficarem arbitrariamente grandes (t˜ao grandes quando quisermos) tornando x suficientemente pr´oximo de a, mas n˜ao igual a a. Defini¸c˜ao 1.1.5. Seja f uma fun¸c˜ao definida em ambos os lados de a, exceto possivel- mente o pr´oprio a. Ent˜ao lim x→a f (x) = −∞ significa que podemos fazer os valores de f (x) ficarem arbitrariamente grandes, por´em negativos, tornando x suficientemente pr´oximo de a, mas n˜ao igual a a.
Mais uma vez temos que destacar que n˜ao estamos considerando que ∞ ´e um n´umero. Sequer significa que o limite existe. A nota¸c˜ao lim x→a f (x) = ∞ da defini¸c˜ao 1.1.4 expressa simplesmente uma forma particular de n˜ao existˆencia do limite. Estamos querendo dizer que f (x) pode ser t˜ao grande quanto quisermos, tornando x suficientemente perto de a.
A figura 1.1 mostra que quando x → a−^ a f (x) → −∞ e quando x → a+, f (x) → ∞.
Figura 1.4: Gr´afico de uma fun¸c˜ao f. Note que que quando x → a−^ a f (x) → −∞ e quando x → a+, f (x) → ∞.
Exemplo 1.1.5. Vamos avaliar o limite lim x→ (^0) x^12.
Note que quando x se aproxima de 0, o numerador se aproxima de 1 e o denominador se aproxima de 0, por valores postivos, ent˜ao (^) x^12 fica muito grande. Se olharmos para o gr´afico da fun¸c˜ao f (x) = (^) x^12 na figura 1.5, podemos observar que f (x) pode se tornar arbitrariamente grande ao tornarmos os valores de x suficientemente pr´oximos de 0. Para indicar esse tipo de comportamento usamos a nota¸c˜ao lim x→ 0 f (x) = ∞.
Figura 1.5: Gr´afico da fun¸c˜ao (^) x^1.
Observa¸c˜ao 1.1.1. (Inexistˆencia do Limite) O limite de f (x) n˜ao existe para x → a quando
Nessa se¸c˜ao ser˜ao vistas as propriedades e estrat´egias para o cˆomputo de limites. Essas propriedades e resultados permitir˜ao o c´alculo de limites de fun¸c˜oes n˜ao t˜ao elementares, onde
Propriedades dos limites Outras propriedades podem ser retiradas das propriedades acima.
x^ lim→a f^ (x)
]n ; Para verificar a veracidade da propriedade (5), basta usar a propriedade do produto repetidamente com g(x) = f (x).
f (x) = n
xlim→a f^ (x)
xlim→a f^ (x) =^ f^ (a) (SUBSTITUIC¸ ˜AO DIRETA)
A propriedade da substitui¸c˜ao direta ´e v´alida para outras fun¸c˜oes, que s˜ao chamadas de fun¸c˜oes cont´ınuas e estudaremos mais a diante.
Exemplo 1.2.1. Calcule os limites a seguir justificando cada passagem
a) lim x→ 5 (2x^2 − 3 x + 4) ]
xlim→ 5 (2x^2 −^3 x^ + 4)^ =^ xlim→ 5 (2x^2 )^ −^ lim x→ 5 (3x) + lim x→ 5 4 (P elas P ropriedades^2 e^ 1) = 2 lim x→ 5 x^2 − 3 lim x→ 5 x + lim x→ 5 4 (P ela P ropriedade 3) = 2(5^2 ) − 3(5) + 4 (P elas P ropriedades 9 , 8 e 7) = 39
b) lim x→ 1 x
(^3) + 2x (^2) − 1 5 − 3 x Aqui iremos come¸car usando a Propriedade 5 e seu uso ´e posss´ıvel pois, como veremos a seguir, os limites do numerador e denominador existem e o do denominador ´e diferente de 0.
xlim→ 1 x
(^3) + 2x (^2) − 1 5 − 3 x =
lim x→ 1 (x^3 + 2x^2 − 1) xlim→ 1 (5^ −^3 x)^ (P ela P ropriedade^ 5) =
lim x→ 1 (x^3 ) + 2 lim x→ 1 (x^2 ) − lim x→ 1 (1) xlim→ 1 (5)^ −^ 3 lim x→ 1 (x)^ (P elas P ropriedades^1 ,^2 ,^ 3) = 1
5 − 3. 1 (P elas P ropriedades^9 ,^8 ,^ 7) = 1
A seguir falaremos sobre indefini¸c˜oes e indetermina¸c˜oes matem´aticas. Durante o c´alculo de limites iremos nos deparar com essas express˜oes. Indefini¸c˜oes e Indetermina¸c˜oes matem´aticas Temos uma Indefini¸c˜ao matem´atica quando uma determinada express˜ao n˜ao tem um valor definido. Por exemplo, a express˜ao k 0 , com k 6 = 0 ´e uma indefini¸c˜ao matem´atica, uma vez que n˜ao existe um n´umero real x que satisfa¸ca a igualdade k 0 = x (ou de modo equivalente k = 0.x). Temos uma indetermina¸c˜ao matem´atica quando uma determinada express˜ao pode assumir in´umeros valores. Por exemplo, a express˜ao 00 ´e uma indetermina¸c˜ao matem´atica. De fato, existem in´umeros valores de x que satisfazem a igualdade 00 = x (ou de forma equivalente 0 = x.0.
Figura 1.7: Gr´afico da fun¸c˜ao y = ex, com zoom. Limite de algumas fun¸c˜oes especiais De maneira geral, iremos usar que
xlim→a sen(x) = sen(a) lim x→a cos(x) = cos(a)
xlim→a ex^ =^ ea para qualquer a ∈ R. Esse fato ´e verdade porque as fun¸c˜oes y = sen(x), y = cos(x), y = ex^ s˜ao fun¸c˜oes cont´ınuas, conte´udo que estudaremos mais a diante.
Limite de fun¸c˜oes alg´ebricas. Suponha que queremos calcular (^) xlim→a f (x), onde a ´e um n´umero real e f (x) = p q((xx)) , f uma fun¸c˜ao alg´ebrica. A primeira coisa a se pensar ´e Fazer a substitui¸c˜ao direta , ou seja, calcular f (a) ( nesse caso f n˜ao pode ser definida por partes). Ent˜ao temos 3 casos b´asicos para avaliar: Caso i) Se f (a) = b, com b um n´umero real, ent˜ao vocˆe encontrou o limite da fun¸c˜ao ( (^) xlim→a f (x) = b);
Exemplo 1.2.2. (^) xlim→ 1 x^3 − 2
Note que nesse caso, f (x) = x^3 −2 ´e uma fun¸c˜ao alg´ebrica (com denominador 1), ao calcularmos f (1) encontramos −1, logo lim x→ 1 x^3 − 2 = −1.
Caso ii) Se ao tentar calcular f (a) vocˆe chegar numa indefini¸c˜ao do tipo 0 b , com b um n´umero real, temos que calcular os limites laterais e provavelmente esses limite ser˜ao infinitos.
Exemplo 1.2.3. (^) xlim→ (^1) x −^1 Note que se tentarmos fazer a substitui¸c˜ao direta chegaremos na indefini¸c˜ao 10 (indefini¸c˜ao do tipo b 0 , com b 6 = 0). Nesse caso, teremos que verificar os limites laterais. Note que se x → 1 +^ ent˜ao o numerador se aproxima de 1 e o denominador se aproxima de 0 por valores positivos, logo (^) xlim→ 1 + x −^1 1 = ∞. Por outro lado, x → 1 −^ ent˜ao o numerador se
aproxima de 1 e o denominador se aproxima de 0 por valores negativos, logo (^) xlim→ 1 − x −^1 1 = −∞.
Portanto, lim x→ (^1) x −^1 1 n˜ao existe.
caso iii) Se ao tentar calcular f (a) vocˆe chegar numa indetermina¸c˜ao do tipo 00 , ent˜ao podemos procurar uma estrat´egia (fatora¸c˜ao, multiplicar pelo conjugado) para encontrar uma express˜ao cujo limite seja o mesmo (fugir da indetermina¸c˜ao) e ent˜ao voltar a fazer a substui¸c˜ao direta, usando o resultado da Propriedade 11.
Exemplo 1.2.4. Calcule
a) lim x→ 1 x
x − 1 Note quando tentamos fazer a substitui¸c˜ao direta, chegamos em uma indetermina¸c˜ao do tipo 00 , pois quando x → 1 o numerador x^2 − 1 tende a 0 e o denominador x − 1 tende a zero. Ent˜ao, precisamos ”fugir” com essa indetermina¸c˜ao usando alguma estrat´egia (fatora¸c˜ao ) para que possamos fugir com a indetermina¸c˜ao e usarmos a propriedade IV.
lim x→ 1 x
x − 1 = lim^ x→^1
^ (x^ −^ 1)(x^ + 1) ^ (x^ −^ 1)
x = lim 6 = x→ 1 x^ + 1^
subs. direta = 1 + 1 = 2
Nesse exerc´ıcio, mostramos analiticamente que a nossa suposi¸c˜ao no exemplo 5.19 est´a correta
Teorema do Confronto Teorema 1.2.1. Se f (x) ≤ g(x) ≤ h(x) quando x est´a pr´oximo de ‘a’ (exceto possivel- mente em ‘a’) e
x^ lim→a f^ (x) = lim x→a h(x) =^ L ent˜ao x^ lim→a g(x) =^ L
A figura 1.8 mostra o gr´afico das fun¸c˜oes f (x) = −|x| + 1, g(x) = (^) sen(xx) e h(x) = |x| + 1. Observe que f (x) ≤ g(x) ≤ h(x), quando x est´a pr´oximo de x = 0. Al´em (^) xlim→ 0 f (x) = lim x→ 0 h(x) = 1, ent˜ao lim x→a g(x) = 1, pelo Teorema do Confronto.
Figura 1.8: Interpreta¸c˜ao para o Teorema do Confronto.
Exemplo 1.2.6. Calcule lim x→ 0 x^2 sen
3 x
Sabemos que: − 1 ≤ sen
3 x
Multiplicando a desigualdade por x^2 (Note que x^2 ´e positivo) temos:
−x^2 ≤ x^2 sen
3 x
≤ x^2
Note que lim x→ 0 −x^2 = lim x→ 0 x^2 = 0. Portanto, pelo Teorema do Confronto (TC)
lim x→ 0 x^2 sen
3 x
Exemplo 1.2.7. Calcule (^) xlim→ 5 + ln(x − 5) Note que se fizermos a mudan¸ca de vari´avel u = x − 5 e observamos que quando x → 5 +, u → 0 +^ chegaremos que
xlim→ 5 +^ ln(x^ −^ 5) = lim x→ 0 +^ ln(u).
. Ora, se observarmos o gr´afico da fun¸c˜ao y = ln(u), conforme mostra a figura 1.9 podemos observar que quando u → 0 +, ln(u) → −∞, portanto
xlim→ 5 +^ ln(x^ −^ 5) = lim x→ 0 +^ ln(u) =^ −∞.
.
Figura 1.9: Gr´afico da fun¸c˜ao y = ln(u).
Exemplo 1.2.8. limx→ 0 sen(7 4 xx)