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Guias e Dicas
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Brinquedos e Brincadeiras de Creches, Notas de estudo de Materiais

Exemplo de combinação de materiais: correntes, tubos de papelão, pompons, tampas de latas e argolas de cortina. Dependendo do tipo de comunidade ...

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

jacare84
jacare84 🇧🇷

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MANUAL DE ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Brinquedos
e Brincadeiras
de Creches
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Baixe Brinquedos e Brincadeiras de Creches e outras Notas de estudo em PDF para Materiais, somente na Docsity!

MANUAL DE ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Brinquedos

e Brincadeiras

de Creches

BRASÍLIA, 2012

Brinquedos

e Brincadeiras

de Creches

MANUAL DE ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

APOIO REALIZAÇÃO

Prezado(a) Senhor(a),

Sua instituição está recebendo a publicação Brinquedos e Brincadeiras de Creche – Manual de

Orientação Pedagógica.

Trata-se de um documento técnico com a finalidade de orientar professoras, educadoras e

gestores na seleção, organização e uso de brinquedos, materiais e brincadeiras para creches,

apontando formas de organizar espaço, tipos de atividades, conteúdos, diversidade de materiais

que no conjunto constroem valores para uma educação infantil de qualidade.

O presente documento foi elaborado pelo Ministério da Educação, por meio da Secretaria da

Educação Básica, visando atender ao estabelecido pela Emenda Constitucional nº 59 que deter-

minou o atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de

programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à

saúde e contou com a parceria do UNICEF. O desenvolvimento do trabalho contou com a

participação e colaboração da professora Dra. Tizuko Morchida Kishimoto, membro titular da

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP) e da consultora Dra. Adriana

Freyberger, arquiteta com doutorado em educação, especializada em espaços para criança.

Esta iniciativa pretende esclarecer que o brinquedo e a brincadeira são constitutivos da infância.

A brincadeira é para a criança um dos principais meios de expressão que possibilita a investigação

e a aprendizagem sobre as pessoas e o mundo. Valorizar o brincar significa oferecer espaços e

brinquedos que favoreçam a brincadeira como atividade que ocupa o maior espaço de tempo na

infância. A aquisição de brinquedos para uso das crianças na Educação Infantil é uma estratégia

de implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. As propostas

pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do planejamento

curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que

vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende,

observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,

produzindo cultura. A partir dessa perspectiva, as práticas pedagógicas que compõem a proposta

curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e as brincadeiras.

APRESENTAÇÃO

Sugerimos que este material seja colocado à disposição de todos os interessados – gestores

municipais e escolares, professores, coordenadores, formadores, conselhos municipais de

educação, pesquisadores, entre outros -, pois oferece orientações para seleção, organização e uso

dos brinquedos e materiais lúdicos seguindo os princípios das Diretrizes Curriculares Nacionais de

Educação Infantil – DCNEI, publicada em 09/12/2009 no Diário Oficial da União.

Secretaria de Educação Básica / MEC

Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF

BRINQUEDOS, BRINCADEIRAS

E MATERIAIS PARA BEBÊS (0 A 1 ANO E MEIO)

1. BRINQUEDOS E MATERIAIS PARA BEBÊS QUE FICAM DEITADOS 2. BRINQUEDOS E MATERIAIS PARA BEBÊS QUE SENTAM 3. BRINQUEDOS E MATERIAIS PARA BEBÊS QUE ENGATINHAM 4. BRINQUEDOS E MATERIAIS PARA BEBÊS QUE ANDAM 5. ORGANIZAÇÃO DO BRINQUEDO COMO DIREITO DA CRIANÇA

62

MÓDULO III BRINQUEDOS, BRINCADEIRAS E MATERIAIS PARA

CRIANÇAS PEQUENAS (1 ANO E MEIO A 3 ANOS E 11 MESES)

1. SEGUNDO ANO 2. TERCEIRO ANO

Brinquedos e materiais para a área interna e externa Papel do adulto na brincadeira com objetos e na reorganização dos brinquedos Atividades coletivas com agrupamentos de crianças de 1 a 2 anos Conforto para a professora durante a observação

a ) b )

c ) d )

84

a ) (^) Brincadeira de faz-de-conta: atividade principal da criança 97

c ) Ampliação da qualidade do brincar 100

b ) Construção de mobiliário para áreas de faz-de-conta 98

d ) Dançar, pintar, desenhar e construir - outras formas de expressão lúdica 100 e ) Brincar na areia e na água 101 f ) Construção da identidade da criança por meio do brincar 103 g ) Valorização das diferenças nas crianças 103 Desenvolvimento de projetos e o conhecimento do mundo físico, social e matemático

h ) 104

MÓDULO II

MÓDULO IV ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO, DOS BRINQUEDOS

E MATERIAIS PARA BEBÊS E CRIANÇAS PEQUENAS

1. AMBIENTES PARA BEBÊS Entrada e acolhimento Sala de atividades e de experiências Espaço do sono Espaço do banho Solário e jardim sensorial

a ) b ) c ) d ) e )

2. AMBIENTES PARA CRIANÇAS PEQUENAS (1 A 3 ANOS) Entrada e acolhimento Sala de atividades Sugestões de materiais Espaços de banho, troca e sono Parque Sugestões de brinquedos para espaço externo

a ) b ) c ) d ) e ) f )

3. PARQUE INFANTIL COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM, EXPERIMENTAÇÃO, SOCIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO DA CULTURA LÚDICA 4. DA SIMPLICIDADE À ORIGINALIDADE: OS MATERIAIS PARA CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS

MÓDULO V CRITÉRIOS DE COMPRA E USOS DOS BRINQUEDOS E

MATERIAIS PARA INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

1. PROCESSO DE ESCOLHA E AS CARACTERÍSTICAS DO BRINQUEDO 2. ESCOLHA DOS MATERIAIS POR LICITAÇÃO OU TOMADA DE PREÇO 3. CRITÉRIOS DE COMPRA

RECOMENDAÇÕES FINAIS E ORIENTAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

4. CRITÉRIOS DE USO 6. BRINQUEDO ADEQUADO À INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL 5. IDADES E INTERESSES DAS CRIANÇAS 7. PREÇO DO BRINQUEDO 9. ESCOLHA, SELEÇÃO E ESPECIFICAÇÃO DOS MATERIAIS PARA COMPRA PÚBLICA 8. CRITÉRIOS PARA COMPRA PÚBLICA QUE GARANTAM A QUALIDADE DO MATERIAL

108

138

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São muitas as questões e dúvidas abordadas por este manual, mas é fundamental o empenho da professora e da equipe da creche para que as sugestões possam ser recriadas, dentro do contexto de cada prática e que, de fato, ocorra uma mudança duradoura, capaz de promover qualidade na vida das crianças e de suas famílias.

A educação da criança pequena foi considerada, por muito tempo, como pouco importante, bastando que fossem cuidadas e alimentadas. Hoje, a educação da criança pequena integra o sistema público de educação. Ao fazer parte da primeira etapa da educação básica, ela é concebida como questão de direito, de cidadania e de qualidade. As interações e a brincadeira são consideradas eixos fundamentais para se educar, com qualidade.

A criança é cidadã - poder escolher e ter acesso aos brinquedos e às brincadeiras é um de seus direitos como cidadã. Mesmo sendo pequena e vulnerável, ela sabe muitas coisas, toma decisões, escolhe o que quer fazer, olha e pega coisas que lhe interessam, interage com pessoas, expressa o que sabe fazer e mostra em seus gestos, em um olhar, em uma palavra, como compreende o mundo.

O brincar ou a brincadeira - considerados com o mesmo significado neste texto - é atividade principal da criança. Sua importância reside no fato de ser uma ação livre, iniciada e conduzida pela criança com a finalidade de tomar decisões, expressar sentimentos e valores, conhecer a si mesma, os outros e o mundo em que vive. Brincar é repetir e recriar ações prazerosas, expressar situações imaginárias, criativas, compartilhar brincadeiras com outras pessoas, expressar sua individualidade e sua identidade, explorar a natureza, os objetos, comunicar-se, e participar da cultura lúdica para compreender seu universo. Ainda que o brincar possa ser considerado um ato inerente à criança, exige um conhecimento, um repertório que ela precisa aprender.

O brinquedo visto como objeto suporte da brincadeira pode ser industrializado, artesanal ou fabricado pela professora junto com a criança e a sua família. Para brincar em uma instituição infantil não basta disponibilizar brincadeiras e brinquedos, é preciso planejamento do espaço físico e de ações intencionais que favoreçam um brincar de qualidade.

A pouca qualidade ainda presente na educação infantil pode estar relacionada à concepção equivocada de que o brincar depende apenas da criança, não demanda suporte do adulto, observação, registro nem planejamento. Tal visão precisa ser desconstruida, uma vez que a criança não nasce sabendo brincar. Ao ser educada, a criança deve entrar em um ambiente organizado para recebê-la, relacionar-se com as pessoas (professoras, pais e outras crianças), escolher os

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brinquedos, descobrir os usos dos materiais e contar com a mediação do adulto ou de outra criança para aprender novas brincadeiras e suas regras. Depois que aprende, a criança reproduz ou recria novas brincadeiras e assim vai garantindo a ampliação de suas experiências. É nesse processo que vai experimentando ler o mundo para explorá-lo: vendo, falando, movimentando- se, fazendo gestos, desenhos, marcas, encantando-se com suas novas descobertas. A brincadeira de alta qualidade faz a diferença na experiência presente e futura, contribuindo de forma única para a formação integral das crianças. As crianças brincam de forma espontânea em qualquer lugar e com qualquer coisa, mas há uma diferença entre uma postura espontaneista e outra reveladora da qualidade. A alta qualidade é resultado da intencionalidade do adulto que, ao implementar o eixo das interações e brincadeiras, procura oferecer autonomia às crianças, para a exploração dos brinquedos e a recriação da cultura lúdica. É essa intenção que resulta na intervenção que se faz no ambiente, na organização do espaço físico, na disposição de mobiliário, na seleção e organização dos brinquedos e materiais e nas interações com as crianças. Para que isso ocorra, faz-se necessária a observação das crianças, a definição de intenções educativas, o planejamento do ambiente educativo, o envolvimento das crianças, das famílias e das suas comunidades e, especialmente, a ação interativa das professoras e da equipe das creches. É o conjunto desses fatores - as concepções, o planejamento do espaço, do tempo e dos materiais, a liberdade de ação da criança e a intermediação do adulto - que faz a diferença no processo educativo, resultando em uma educação de qualidade para a primeira infância. Não se separa, portanto, a qualidade da brincadeira da qualidade da educação infantil. Assim, neste manual, a brincadeira é sempre considerada com o sentido de um brincar de qualidade. Para educar crianças pequenas, que ainda são vulneráveis, é necessário integrar a educação ao cuidado, mas também a educação e o cuidado à brincadeira. Tal tarefa depende do projeto curricular, um documento orientador das práticas cotidianas, das programações diárias que acompanham a vida das crianças e que ampliam gradualmente suas experiências em todo o período de vivência na creche e precisa ser construído pela equipe junto com as crianças e seus familiares. O brincar e as interações devem ser os pilares da construção deste projeto curricular. Para atender a essas preocupações, o manual foi concebido em duas versões, com o mesmo conteúdo. A primeira versão corresponde ao livro, que inclui o conjunto completo das recomendações propostas, para ser distribuído às instituições de educação infantil.

12

BRINCADEIRA E INTERAÇÕES NAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

MÓDULO

Neste módulo são analisados 3 itens contemplados pelas Diretrizes Curri- culares de Educação Infantil: Brincadeira e interações nas práticas pedagógicas e nas experiências infantis Brincadeira e proposta curricular Brincadeira nas transições da casa à creche e da creche à pré-escola

As Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil, de 2009, indicam que:

as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação infantil devem ter como eixos norteadores: as intera- ções e a brincadeira, as quais devem ser observadas, registradas e avaliadas.

Para iniciar a análise, é preciso pensar no significado de Interação: ação que se exerce mutuamente entre duas ou mais coisas, ou duas ou mais pessoas; ação recíproca. (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa). Na educação infantil, sob a ótica das crianças, ocorrem interações entre: as crianças e as professoras/adultos - essenciais para dar riqueza e complexidade às brincadeiras; as crianças entre si - a cultura lúdica ou a cultura infantil só acontece quando as crianças brincam entre si, com idades iguais ou diferentes (maiores com bebês, crianças pequenas com as maiores); as crianças e os brinquedos - por meio das diferentes formas de brincar com os objetos / brinquedos; as crianças e o ambiente - a organização do ambiente facilita ou dificulta a ação de brincar. Uma estante na altura do olhar das crianças facilita o uso independente dos brinquedos. Um escorregador alto no parque, além do risco oferecido ao uso pelos pequenos, leva a uma situação de estresse no grupo quando a professora proíbe utilizá-lo.

BRINCADEIRA E INTERAÇÕES NAS DIRETRIZES

CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

MÓDULO I

15

Brincadeira

e interações

nas práticas

pedagógicas e

nas experiências

infantis

FIGURA 1 Agregar, estar junto

FIGURA 2 Observar de fora, vigiar o grupo

FIGURA 3 Envolver com o olhar, ser parceiro

FIGURA 4 Olhar de cima, impor ação

BRINCADEIRA E INTERAÇÕES NAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

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BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS DE CRECHES

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As práticas pedagógicas devem garantir experiências diversas que con- templem os 12 itens que serão a seguir especificados:

Experiência corporal - ver-se diante de um espelho favorece ao bebê o conhe- cimento de si mesmo e o leva a se identificar como distinto de outras crianças e dos objetos.

Experiência com cores - o conhecimento de si próprio pode ser experi- mentado pela imersão no universo das cores, através das sensações produzidas por folhas de celofane coloridas, que se penduram em varais

Cortinas coloridas com aplicação de chocalhos e outros objetos sonoros também proporcionam aos bebês a descoberta de sons na relação com o corpo. O toque, a investigação e a curiosidade são formas de aquisição de conhecimento de si mesmo e do mundo que os cerca.

Experiências corporais e afetivas - o adulto, ao pegar a criança no colo, troca olhares, sorrisos e oferece um clima afetivo e de bem-estar criando opor- tunidade para as primeiras descobertas; massagens no corpo e ambientes planejados com materiais diversos proporcionam novas experiências; brinca- deiras corporais propiciam desafios motores, como subir em almofadas, pegar um brinquedo colocado a certa distância, ou pegar vários materiais com as mãos; tocar seu próprio corpo, brincar com as mãos, pés e dedos.

a. Conhecimento de si

e do mundo

Espelho triangular no qual a criança “entra” dentro e vê múltiplas imagens. Do lado externo, espelho comum - material confeccionado sob encomenda.