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Biomagnetismo estuda a geração e interação de campos magnéticos com a matéria viva
Tipologia: Notas de estudo
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Biomagne�smo estuda a geração e interação de campos magné�cos com a matéria viva. Uma de suas mais recentes aplicações é a área de ensaios imunológicos, que medem a reação an�geno-an�corpo com o obje�vo de detectar vírus, bactérias, células cancerosas, etc. Os ensaios u�lizam tradicionalmente marcadores que consistem em par�culas, com tamanho entre dezenas e centenas de nanômetros, contendo um núcleo magné�co e uma camada externa com propriedades fluorescentes ou enzimá�cas ligada à an�corpos. Uma vez detectados os marcadores, através de suas propriedades, a quan�dade de an�genos ligados aos an�corpos pode ser es�mada. Os métodos tradicionalmente usados têm limitações devido à instabilidade dos marcadores. Recentemente, disposi�vos supercondutores de interferência quân�ca (SQUIDs) têm sido aplicados a estes ensaios para a localização e quan�ficação dos marcadores através, das propriedades magné�cas do seu núcleo. Devido à extraordinária capacidade do SQUID na detecção de fluxo magné�co, a expecta�va é aumentar a sensibilidade e a faixa dinâmica dos ensaios. Isto pode levar a um diagnós�co precoce de determinadas patologias como tumores e doenças auto- imunes. Pesquisas estão sendo desenvolvidas com o SQUID para detectar e quan�ficar marcadores magné�cos no Laboratório de Biomagne�smo.
Magnetobiologia é uma area de pesquisa em que são inves�gados os efeitos que os campos magné�cos podem produzir sobre os organismos vivos.Já as pesquisas em biomagne�smo se orientam em sen�do contrário: ao invés de estudar os efeitos dos campos magné�cos sobre os seres vivos, o que é feito é medir os campos que são produzidos por esses seres. Por necessitar de instrumental sensível que foi desenvolvido somente na década de 70, a área de biomagne�smo é rela�vamente nova quando comparada com outras áreas interdisciplinares envolvendo a Física. ai eu tendei isso soo saoo os Biomagne�cos!
Com certeza o primeiro detector de campo magné�co(magnetômetro) inventado pelo homem foi a bússola. Através da detecção do campo magné�co terrestre esse instrumento fornece a indicação da direção norte-sul e pode também ser configurado para medir outros campos magné�cos, além do terrestre. Uma outra maneira comum de medir campos magné�cos é através de uma bobina de indução. Pela lei de Faraday, a força eletromotriz, voltagem ou diferença de potencial (ddp) nos terminais de uma bobina é dada pela relação: é o fluxo magné�co para uma geometria de campo homogêneo B atravessando uma bobina com N espiras e área A. Neste caso, o campo magné�co é medido através da ddp induzida num conjunto de espiras. No caso de campos oscilantes, o aumento da sensibilidade remete a um grande número de espiras, área e freqüências altas. Destes parâmetros, somente a área e o número de espiras podem ser variados no caso biomagné�co.Contudo existe um compromisso entre esses fatores e o obje�vo final da medida: uma grande área implica em perda de resolução espacial e um número grande de espiras aumenta o ruído intrínseco (Ruído Johnson ou branco) do detector. Uma maneira extremamente engenhosa de se produzir uma variação de fluxo magné�co é através da modulação da permeabilidade magné�ca de um material ferromagné�co.A permeabilidade rela�va de um material é a tangente à curva B x H num determinado ponto, o que faz com que nos pontos P1 e P2 a permeabilidade magné�ca μ seja máxima e mínima, respec�vamente. De acordo com a lei de Faraday, um vol�metro ligado aos terminais dessa bobina vai registrar uma voltagem " sempre que isso acontecer. Esse disposi�vo pode ser usado para medir campos está�cos ou de baixas freqüências, quando estas são comparadas à freqüência de modulação da permeabilidade magné�ca, com grande sensibilidade, visto que o campo magné�co pode ser chaveado com uma frequência bem mais alta que aquela do sinal que se quer medir. Esse disposi�vo é chamado Magnetômetro de Fluxo Saturado ou "Fluxgate". Os Disposi�vos Supercondutores de Interferência Quân�ca ou SQUIDs são os disposi�vos para medida de fluxo magné�co mais sensíveis que existem. Tais sensores encontram amplas aplicações na Física, desde experimentos para detectar ondas gravitacionais até a construção de pico vol�metros. Baseados em princípios da supercondu�vidade, os SQUIDs possuem resposta em freqüência pra�camente plana na faixa de interesse para medidas biomagné�cas e podem medir campos de intensidade da ordem de fT. Uma propriedade interessante é que essa diferença de fase depende de uma grandeza �sica conhecida como momentum generalizado e, conseqüentemente, do potencial vetor. Um SQUID conhecido como DC, pois o mesmo é polarizado com uma corrente DC. Nesse disposi�vo engenhosamente se combinam duas correntes que percorrem diferentes caminhos cada um com uma junção formando um anel. Existe também outro �po de SQUID conhecido como SQUID-RF, o qual u�liza um campo magné�co de radiofreqüência (�picamente na faixa de MHz) como polarização de um anel supercondutor que possui uma única junção Josephson. Um sério problema aparece quando se consegue construir um disposi�vo para medir campos tão sensíveis, visto que os campos magné�cos presentes no ambiente são pelo menos de mil a um milhão de vezes mais intensos que os campos que esses detectores podem resolver. Onde instalar um detector desse �po? A resposta trivial a essa questão é a construção de uma câmara magne�camente blindada, na qual se u�lizam materiais de alta
condu�vidade elétrica ou alta permeabilidade magné�ca, ou uma combinação de ambos os materiais. Gradiômetros conectados a SQUIDs são conhecidos na literatura como biogradiômetros, podendo ter somente um detector, biogradiômetros mono canais, ou vários, então denominado biogradiômetros mul�canais. Atualmente, já existem biogradiômetros mul�canais com 122 canais e já se projetam sistemas com 500 canais para a medida do vetor campo magné�co, capazes de cobrir toda a cabeça e realizar uma imagem instantânea dos campos magné�cos produzidos pela a�vidade cerebral. A alta sensibilidade dos SQUIDs tem um preço: para manter o material supercondutor,é necessário inserir todo o sistema de detecção em um criostato contendo hélio líquido. Hoje, SQUIDs em uso na área de Biomagne�smo são produzidos em Nióbio (metal com extensas reservas no Brasil) ou ligas Nióbio- Titânio, materiais de baixa temperatura crí�ca que trabalham conservados imersos em hélio líquido. Outros sensores que vêm sendo aplicados em estudos nessa área são os sensores magnetos-resis�vos (MR).O princípio de funcionamento dos sensores MR é baseado na mudança da resis�vidade de um material ferromagné�co quando energizado por uma corrente (I) na presença de um campo magné�co (H). Três critérios básicos são considerados para os bons materiais magnetos-resis�vos: 1- Efeito magneto resis�vo elevado, que resulta em um alto sinal; 2- Resistência específica elevada, para alcançar um alto valor da resistência em uma área pequena; 3- Baixa anisotropia. A seguir discu�remos algumas aplicações biomagné�cas que envolvem estes casos.
Uma das áreas mais interessantes da pesquisa atual é a do estudo do cérebro. Cons�tuído por células chamadas neurônios, o cérebro humano ainda mantém guardada uma grande parte dos seus mistérios. A contribuição mais recente da Física para propor teorias de funcionamento do cérebro é o conceito de redes neurais que simulam, através de computadores, como um arranjo de neurônios pode realizar uma tarefa de decisão, cálculo e lógica, dentre outras. Felizmente, o avanço tecnológico possibilitou o aparecimento de várias técnicas alterna�vas. Dentre elas, vale destacar a Eletroencefalografia (EEG), a medicina nuclear através da Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) e Tomografia por emissão de único fóton (SPECT), a Magnetoencefalografia (MEG)e mais recentemente a Imagem Funcional por Ressonância Magné�ca (fMRI). Todas essas técnicas apresentam uma série de vantagens e desvantagens, sendo uma tendência atual a combinação de várias modalidades, formando o que é conhecido por "imagens mul�modais".
Dentro das aplicações do biomagne�smo, o coração tem sido o segundo órgão mais importante, em virtude da grande incidência de doenças cardíacas e das possibilidades de intervenção. Por esse mo�vo, um método simples, rápido e não-invasivo é necessário para inves�gação das patologias em seus estágios iniciais de desenvolvimento. Com o uso de sensores magné�cos sensíveis como o SQUID, é possível registrar o campo magné�co gerado pela a�vidade elétrica do coração humano. Essa técnica é denominada de magnetocardiogra à (MCG) e apresenta o mesmo potencial de diagnós�co da eletrocardiografia (ECG).