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Uma introdução abrangente à bioestatística, explorando seus conceitos básicos e aplicações na área da saúde. Aborda desde a história da estatística até a coleta, organização e análise de dados, incluindo métodos descritivos e inferenciais. O texto destaca a importância da bioestatística para a tomada de decisões em saúde, como a avaliação da eficácia de medicamentos e a análise de dados epidemiológicos.
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
A Bioestatística é o nome dado ao estudo da estatística aplicado às áreas de biologia e saúde. Por meio dela, conseguimos extrair diversas informações importantes sobre uma determinada população, a evolução de epidemias, doenças contagiosas, entre outras aplicações. Entretanto, para compreendermos melhor os conceitos da bioestatística, é necessário entender o que é a estatística e qual a sua importância para a sociedade. A estatística está presente em diversos momentos de nossas vidas, mesmo que nem sempre de forma visível. Ela está nas pesquisas eleitorais, nos algoritmos das redes sociais e até mesmo em previsões sobre a economia e o mercado financeiro, que dependem dessa ciência para alcançarem um nível maior de precisão. Desde a antiguidade, governantes e reis demonstraram grande interesse por informações sobre suas populações e riquezas, principalmente para fins militares e tributários, como o controle da cobrança de impostos. Existem relatos do uso da estatística há mais de 2 mil anos antes de Cristo. Segundo registros históricos, no ano de 2.238 a.C., um imperador chinês ordenou que fosse realizado o primeiro censo com fins agrícolas e comerciais. Já no Egito Antigo, por exemplo, os faraós faziam uso sistemático de informações estatísticas. Todos os indivíduos eram obrigados a declarar anualmente ao governo de sua província sua profissão e suas fontes de renda — caso não o fizessem, poderiam ser condenados até à pena de morte. Além dessas civilizações, estudos apontam o uso da estatística também por povos como os maias, astecas e incas. A palavra estatística tem origem no termo latino status , que significa "estado", podendo ser traduzida, de forma geral, como "contagem do estado". Como vimos, a estatística era inicialmente usada para designar a coleta e apresentação de dados quantitativos de interesse dos governos. Atualmente, sua essência ainda está relacionada à compreensão da realidade específica de uma população, possibilitando a tomada de decisões a seu respeito. Ademais, podemos associar seu uso à necessidade de organização dos seres humanos, seja no estudo da sociedade, nos setores econômicos, no controle de qualidade e no monitoramento de resultados em processos produtivos — tanto em empresas quanto em indústrias —, na previsão de fenômenos futuros, entre outras áreas. A bioestatística , por sua vez, é um ramo da estatística que trata principalmente das ciências biológicas e disciplinas médicas relacionadas à saúde. Ela se dedica à
investigação de dados e leis da epidemiologia, demografia, natalidade, incidência de enfermidades e mortalidade humana. Mais do que números, a estatística nos oferece a oportunidade de analisar criticamente as informações fornecidas, sendo aplicada na área da saúde em diversos contextos — desde diagnósticos baseados em levantamentos de ocorrências até a comprovação da eficácia de medicamentos e outros dados essenciais. A estatística está dividida em três áreas que se complementam: a estatística descritiva, a probabilidade e a estatística inferencial. A estatística descritiva visa descrever e organizar os dados com o objetivo de facilitar a compreensão e a utilização das informações que serão extraídas. Já a probabilidade permite o cálculo e a descrição de ocorrências e eventos aleatórios que permeiam a estatística descritiva. Por fim, temos a estatística inferencial, que pode ser definida como um conjunto de procedimentos estatísticos com a finalidade de generalizar conclusões de uma amostra para uma população. Ademais, ao falarmos de estatística, precisamos abordar alguns conceitos fundamentais: população, amostra, censo e amostragem. Na estatística, o conceito de população representa o conjunto de elementos ou pessoas que têm pelo menos uma característica em comum. Essas características devem explicitar quais elementos pertencem — ou não — àquela população. Por exemplo, se o diretor de uma escola deseja saber o grau de satisfação dos alunos com a disciplina de matemática, a população do estudo seria composta por todos os alunos da escola. Vale salientar que, quando fazemos uma pesquisa que envolve toda a população, temos o que chamamos de censo. Já a amostra corresponde a um subconjunto representativo da população, ou seja, é quando escolhemos aleatoriamente uma parte da população para realizar o estudo. Com base no exemplo anterior, se o diretor, ao invés de entrevistar todos os alunos — o que seria muito trabalhoso — decidir escolher aleatoriamente alguns alunos para compor a pesquisa de satisfação, ele obteria uma ideia do que os demais pensam. Esse processo é conhecido como amostragem. Perceba que a amostragem tende a reduzir o trabalho e, consequentemente, os custos operacionais da pesquisa. No entanto, também tende a diminuir sua precisão, haja vista que, ao entrevistar toda a população, obtemos com mais exatidão a resposta desejada. Vale destacar que, ao optar pelo uso da amostragem, é necessário garantir que, na seleção dos indivíduos da população, todos tenham a mesma chance de serem
quantitativa discreta. Já as variáveis contínuas podem ser expressas por números decimais. Exemplos incluem altura, peso, entre outros. O planejamento de uma pesquisa envolve basicamente quatro etapas:
Vejamos o que representa cada um deles: A entrevista é um encontro entre duas ou mais pessoas, no qual uma delas obtém informações sobre determinado assunto por meio de uma conversação de natureza profissional. Essa técnica permite uma interação entre o entrevistado e o entrevistador, o que pode ser bastante útil para atender aos objetivos de pesquisas que abordem temas relacionados à vida pessoal ou a detalhes que poderiam passar despercebidos em um questionário escrito ou digital. Isso porque, na entrevista, as respostas tendem a ser menos objetivas e oferecem uma visão mais ampla do problema em questão. Por esse motivo, as entrevistas são amplamente utilizadas nas áreas sociais, humanas e biomédicas. A observação , por sua vez, é uma técnica de coleta de dados aplicável a todas as ciências. Ela consiste na observação de determinados aspectos da realidade e possui diversas modalidades, que podem ser adotadas de acordo com as circunstâncias da pesquisa. Essa técnica é amplamente empregada nas ciências biomédicas, químicas, físicas, entre outras. Os formulários também podem ser utilizados como instrumento de coleta. Eles representam uma combinação entre questionários e entrevistas. Sua principal vantagem é que as perguntas são feitas por um entrevistador, que lê e registra as respostas, eliminando as desvantagens do questionário auto aplicado. A triangulação é uma forma de analisar um mesmo fenômeno de pesquisa a partir de mais de uma fonte de dados. Trata-se de uma estratégia que busca observar o problema sob diferentes ângulos, proporcionando uma visão mais ampla. Portanto, a utilização de várias fontes na coleta de dados é não apenas uma necessidade, mas também um ponto forte — especialmente em estudos de caso —, permitindo a combinação de métodos e fontes de dados qualitativos e quantitativos, como entrevistas, questionários, observações, documentos, entre outros. Por fim, temos a pesquisa documental , que recorre a fontes diversificadas e dispersas, geralmente sem tratamento analítico prévio, como tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, relatórios empresariais, vídeos de programas de televisão, entre outros. A pesquisa documental utiliza fontes primárias, ou seja, dados e informações que ainda não passaram por um tratamento científico ou analítico. Após a coleta de dados, inicia-se a fase de descrição dos dados. A forma inicial de apresentação dos dados coletados, quando se trata de variáveis quantitativas, denomina-se
dados absolutos , geralmente representados por pontos, e dados relativos , comumente expressos por sombreamento ou cores. Após a coleta dos dados de uma determinada pesquisa, é importante que eles sejam organizados e apresentados de forma que possibilite uma interpretação clara e acessível. Para analisar tais dados, podemos utilizar dois recursos básicos: a tabulação e a categorização. A tabulação consiste na contagem das respostas codificadas dos dados coletados em uma pesquisa, ou seja, é a maneira ordenada de dispor os resultados numéricos, facilitando sua leitura e análise. Uma forma simples de tabular um conjunto de dados numéricos é organizá-los em ordem crescente ou decrescente, o que chamamos de rol de números. Por sua vez, a categorização , assim como a tabulação, tem como objetivo analisar os dados obtidos. Ela é definida como o agrupamento de dados com base em características comuns entre eles, dividindo-os em categorias que podem ser numéricas ou não, discretas ou contínuas, entre outras possibilidades. Além disso, a análise de dados pode ser realizada por meio de duas abordagens: linear ou cêntrica. Na abordagem linear , o trabalho é desenvolvido de forma sequencial, do início ao fim. Uma das vantagens dessa abordagem é sua estrutura organizada, com etapas dispostas em ordem fixa, o que facilita o aprendizado e a execução do processo. Já a abordagem cêntrica oferece maior flexibilidade à tomada de decisão, permitindo a inclusão de diferentes tipos de decisões em momentos variados. Nessa abordagem, os componentes do processo podem ser trabalhados em ordens e tempos distintos, desde que tudo esteja concluído ao final. Uma das vantagens é que o foco não precisa estar concentrado em uma única etapa, promovendo uma diversificação da atenção e do esforço ao longo do processo. Quando lidamos com dados qualitativos , surgem certos desafios em sua análise, pois não podem ser organizados em rol, uma vez que expressam qualidades e podem estar associados a conceitos variados. Diante disso, entre os diversos métodos existentes para a análise de dados qualitativos, alguns dos mais conhecidos e utilizados são: análise de conteúdo , análise narrativa , análise de discurso e a teoria fundamentada.
A análise de conteúdo é um método de tratamento de dados que visa à interpretação de material qualitativo, assegurando uma descrição objetiva e sistemática dos conteúdos. É amplamente utilizada em pesquisas qualitativas. A análise narrativa é empregada para examinar conteúdos oriundos de diversas fontes, como entrevistas, observações de campo e outras formas de coleta. A análise de discurso busca extrair sentidos dos textos, partindo da pergunta: “O que este texto significa?” Por fim, a teoria fundamentada utiliza dados qualitativos para explicar por que determinado fenômeno ocorreu. Essa explicação é construída a partir do estudo de uma variedade de casos similares em diferentes contextos, utilizando os dados para derivar explicações causais.