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Esse trabalhado aborda questões energéticas, descrição e criação de fontes e energias alternativas e renováveis e não renováveis e eua impactos sócio ambientais.
Tipologia: Teses (TCC)
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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Graduação em Geografia. Orientador: Prof. Eustáquio José Ragazzi
FOLHA DE APROVAÇÃO
LOPES, Mayra da Silva Menezes. Biodiesel : Fonte de energia alternativa e renovável e seus impactos. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisito parcial à conclusão do curso Graduação em Geografia do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, realizada no 2° semestre de 2011.
Prof. Eustáquio José Ragazzi Orientador
Prof. Ms. Flávia Calvano Membro convidado 1
Prof. Ms. Rosemay Martins Rinco Membro convidado 2
Examinado(a) em: ____/____/______.
Dedico este trabalho com muito amor e carinho principalmente a minha avó Odette, meus pais e a toda minha família e amigos pelo incentivo durante essa etapa em minha vida.
Este trabalho teve por objetivo fazer um breve relato do que teria sido a adaptação do homem ao território e o desenvolvimento e aprimoramento de técnicas que possibilitaram estabelecer relação com o espaço até os dias atuais, onde este homem deixa o papel de "utilizador" e se torna explorador deste território. Trazendo para um cenário atual, este trabalho mostra que com o domínio das técnicas houve um desenvolvimento no setor energético mundial, transpassando pela exploração de energias em meados do séc. XVIII com a criação da máquina a vapor e a utilização do carvão, até os dias atuais com a exploração do petróleo e a geração dos biocombustíveis. O enfoque principal deste trabalho está no Biodiesel, que é tratada com uma energia renovável, inserido no que se caracteriza por combustíveis de Biomassa. É um biocombustível proveniente de matéria prima natural (grãos e sementes oleaginosas) e para sua obtenção é necessário um processo químico denominado transesterificação. Sua produção é significante uma vez que o país possui um extenso território favorável ao plantio dessas matérias primas. Ainda em processo de aprimoramento, sua produção é vista como saída para a diminuição da emissão de gases causadores do efeito estufa, uma vez que produz o que se denomina energia limpa.
PALAVRAS CHAVE : Técnicas, Energia renovável, Biocombustíveis, Biodiesel, Matéria Prima, Energia Limpa.
This study aimed to give a brief account of what had been the adaptation of man to the territory and the development and improvement of techniques that could establish relations with the space until the present day, where this man leaves the role of "user" and becomes explorer of this territory. Bringing a current scenario, the intention of this paper is to show that there was an area of technical development in the energy sector worldwide, pierced by the exploitation of energy by mid century XVIII with the creation of the steam engine and coal use, to the present day with the oil exploration and generation of biofuels. The main focus of this work is on Biodiesel, which is treated with a renewable energy, housed in what is characterized by biomass fuels. It is a biofuel from natural raw materials(grains and oilseeds) and is necessary for the obtaining a chemical process called transesterification. Its production significantly since the country has a vast territory favorable for planting these raw materials. Still in process improvement, production and seen as a solution to reducing the emission of gases causing the greenhouse effect, since it produces what is called clean energy.
KEY WORDS: Techniques, Renewable Energy, Biofuels, Biodiesel, Raw Materials, Clean Energy
Tabela 01 - Viabilidade de implementação de cada oleaginosa
Tabela 02 - Características de alguns vegetais oleaginosos de potencial uso energético
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo
PNPB Programa Nacional de Produção do Uso do Biodiesel
PRÓ-ÁLCOOL Programa Nacional do Álcool Combustível
PRÓ-ÓLEO Plano de Produção de Óleos Vegetais para Fins Energéticos
UFCE Universidade Federal do Ceará
INPI Instituto Nacional de Propriedade Intelectual ANP Agencia Nacional do Petróleo
1 INTRODUÇÃO
Desde que começou a construir uma relação com o território, o homem já dava indícios de que necessitaria cada vez de aprimoramento tecnológico para que pudesse então estabelecer-se numa sociedade. E com isso, o aprimoramento das técnicas, proporcionaria um grande avanço que facilitaria cada vez mais a adaptação do homem ao meio. Entre essas técnicas surgiu a utilização e geração de energia, primeiramente utilizando a força de animais, atravessando revoluções e guerras até chegar aos dias de hoje na geração de energia renovável e não renovável. Entre as atuais fontes de energia a mais utilizada e o petróleo, contudo, a diminuição cada vez mais constante de suas reservas, o elevado custo do barril e a emissão de gases nocivos a atmosfera, tem proporcionado um cenário cada vez mais instável, sugerindo uma possível crise energética mundial, temendo isso, tem sido desenvolvido cada vez mais tecnologias para este setor, sendo sugeridas novas fontes de energia alternativas e renováveis. Dentre as fontes geradoras de energia alternativas, há também as energias chamadas alternativas que vem se destacando no mercado consumidor como a energia eólica, a energia solar, e a energia hídrica, havendo também o aprimoramento da energia geotérmica e a que despontou no Brasil, a energia de Biomassa. O biodiesel, que está enquadrado dentro da Biomassa, vem chamando a atenção das autoridades pela sua compatibilidade com o diesel e atualmente a lei n° 11.097, de 23 de Janeiro de 2005, diz que torna-se obrigatório em todo território brasileiro o acréscimo de 5 % de biodiesel ao diesel convencional. O biodiesel é um produto obtido da transesterificação de óleos e gorduras de origem vegetal, animal ou residual que possui características muito semelhantes ao diesel do petróleo. Diante disso, este trabalho tem por objetivo esclarecer de maneira sucinta o que seria esta nova fonte alternativa de energia, e suas matérias primas, uma vez que o Brasil possui um vasto território favorável ao plantio tanto de oleaginosas quanto de grãos. Por sua vez, vem explicando de maneira clara e objetiva o processo pelo qual se dá seu beneficiamento – (o processo de transesterificação), suas principais matérias primas, utilização e distribuição em todo território brasileiro, tendo em vista que o país possui um grande potencial de produção e biocombustíveis em geral devido a suas características geográficas.
Neste primeiro capítulo serão apresentadas algumas considerações sobre os utensílios, as técnicas e a energia que o homem desenvolveu e os recursos que ele explorou, desde os primórdios de sua existência (mais rudimentares) até os tempos mais recentes (domínio das máquinas – industrialização e comercialização), objetivando compreender historicamente a sua contribuição na relação do homem com a natureza, ou seja, na relação transformadora do espaço natural em espaço humanizado – espaço geográfico – e em território. Segundo Gerrhim(2009)
É essencial compreendemos também que espaço e território não são termos equivalentes, enquanto o espaço preexiste a qualquer ação, o território é uma entidade histórica, que expressa o controle social do espaço por uma dominação política institucionalizada (RAFFESTIN, 1993, p. 144; GODELIER, 1984, p. 112 apud HAESBAERT, 2002, p. 20; SANTOS, 2002, p. 62), ou seja, são resultados de múltiplos fatores concomitantes às relações políticas, econômicos, sociais etc.
O espaço geográfico e o território são as bases que fundamentam e contextualizam o tema energia (combustíveis), em especial, o Biodiesel.
A compreensão de alguns fatos do passado da história do homem, torna-se de fundamental importância para entendermos um pouco mais como ele através da criação, utilização e desenvolvimento de utensílios e técnicas foi capaz de modificar significativamente, por meio do seu trabalho, o meio ambiente (natural) em um espaço humanizado, ou seja, em um espaço geográfico. Inicialmente, para sobreviver às condições mais hostis impostas pela natureza, foi preciso (ainda que de maneira rudimentar) aprimorar habilidades, construir utensílios (armas, ferramentas e instrumentos) e desenvolver técnicas (de defesa, de caça, de plantio e de criação de animais) que reduzissem sua
De um ponto de vista propriamente geográfico, a questão se coloca de forma diferente. Devemos partir do fato de que esses diferentes sistemas técnicos formam uma situação e sendo uma existência num dado lugar, para tratar de entender como a partir desse substrato, as ações humanas se realizam. A forma como se combinam sistemas técnicos de diferentes idades vai ter uma consequência sobre as formas de vida possíveis naquela área. (Santos, 1997, p.35).
Neste contexto, aspectos como o visível, perceptível e sensível (sentidos) se tornavam cada vez mais apurados à medida que o tempo ia passado e o homem interagia com seu meio ambiente. Experiências estas que se manifestavam no seu cotidiano, onde suas descobertas e redescobertas se tornavam cada vez mais constantes uma vez que ao fixar-se no território, criava-se o vínculo com a terra, proporcionando a ordem natural do desenvolvimento do Homem, e este servindo como agente modificador do meio em que fincou território. (SANTOS, 1997) O território é aqui considerado como o espaço natural (terra) que foi racionalmente apropriado, transformado e organizado (politicamente) pelo homem (sociedade), através do seu trabalho, segundo especificidades de sua cultura (objetos, ações, desejos, ideologias, crenças, costumes etc.).
Referimo-nos ao que podemos chamar de sistemas da Natureza sucessivos, onde esta é continente e conteúdo do Homem, incluindo os objetos, as ações, as crenças, os desejos, a realidade esmagadora e as perspectivas. Com a presença do Homem sobre a terra, a Natureza está, sempre, sendo redescoberta, desde o fim de sua Historia Natural e a criação da natureza social, ao desencantamento do mundo, com a passagem de uma ordem vital a uma ordem racional. Mas agora, quando o natural cede lugar ao artefato e a racionalidade triunfante se revela através da natureza instrumentalizada, esta, portanto domesticada, nos é apresentada como sobrenatural. (Santos, 1997, p.15-16)
A cultura em todo este processo teve papel primordial formadora de valores, hábitos, costumes que se difundiram pelo território. Tais elementos proporcionaram uma grande revolução social e econômica que favoreceram o desenvolvimento de instituições.
Os fatores que originaram essa admirável difusão não podem ser determinados com precisão cientifica. Tem-se por certo que o homem neolítico inventou os primeiros arcos e jangadas, sem os quais nunca poderia ter transposto os confins da Ásia, da África e da Europa. Mas o motivo que o levou a penetrar em selvas ardentes, redutos das montanhas e regiões áridas e desoladas como o labrador e a patagônia permanece um mistério insolúvel. Não podemos senão conjecturar que o incremento da população tenha imposto a procura constante de novas áreas de caça e talvez de terras de pastagem ou cultivo. Os indivíduos mais jovens e mais aventureiros deviam andar continuamente em busca de novas regiões, na esperança de melhorarem sua condição econômica. (Burns, 1979, p.17).
Ao logo de sua história, o Homem não teria sentido se não tivesse elaborado meios eficazes de se alimentar, se proteger da natureza e se deslocar no espaço. Entretanto, o homem foi capaz através do uso da técnica de domesticar os animais e muitas vezes até a própria natureza com o uso maciço da técnica. Dessa forma, a relação homem-natureza foi para sempre alterada mudando também sua forma de pensar de se relacionar com a natureza e com a própria sociedade na qual habitava. Dentro de suas análises, Milton Santos defini que:
O homem se torna fator geológico, geomorfológico, climático e a grande mudança vem do fato de os cataclismos naturais são um incidente, um momento, hoje a ação antrópica tem efeitos continuados, e acumulativos, graças ao modelo da vida adotado pela humanidade. Daí vêm os graves problemas de relacionamento entre a atual civilização material e a natureza. Assim, o problema do espaço ganha, nos dias de hoje, uma que ele não havia obtido jamais antes. (Santos, 1997, p.17).
Desse modo, a relação de subordinação e dominação fica mais evidente no cotidiano enquanto relação social. O poder passa agora a ser tratado como algo de extrema importância para a dominação do território e de outros semelhantes. Fica evidente que agora este homem se torna um ser dotado de racionalidades que abre para si um mundo de possibilidades. Ainda de acordo como Santos:
A história do homem sobre a terra é a história de uma rotura progressiva entre o homem e o seu entorno. Esse processo se acelera quando, praticamente ao mesmo tempo, o homem se descobre individuo e inicia a mecanização do planeta, armando-se de novos instrumentos para tentar dominá-lo. A natureza artificializada marca uma grande mudança na historia humana da natureza. Hoje, com a tecnociência alcançamos o estágio supremo dessa evolução. (Santos,1997,p17).
Em muitos aspectos, a renascença e a reforma tiveram íntima relação entre si. Ambas foram produtos dessa poderosa corrente de individualismo que, nos XIV e XV, tantos danos causou à ordem estabelecida. Ambas tinham causas econômicas comuns no desenvolvimento do capitalismo e no aparecimento de uma sociedade burguesa. (Burns, 1987, p.45).
Ao passar dos tempos e com o desenvolvimento desta nova forma de sociedade, dar-se início a uma forma de capitalismo, uma vez que a produção torna- se excedente; o que é produzido em larga escala acabaria virando moeda de troca e esta sociedade passa a atuar de forma cada vez mais complexa sobre a ação do capitalismo. Este por si só começa a ditar as regras entre as relações sociais, entre os indivíduos, o comércio e o lucro. Gradativamente o comércio se expande a nível mundial proporcionando um acúmulo do capital que futuramente iria ser investido no desenvolvimento de teorias capitalistas e conhecimento, onde o crescimento das reservas de metais preciosos seria a principal característica desde novo processo, que foi decisivo para o desenvolvimento do sistema capitalista mundial.
Os homens possuíam, agora, a riqueza sob uma forma convenientemente armazenada para uso subsequente, e é desnecessário lembrar que a acumulação de riqueza para investimento futuro constitui um característico essencial do capitalismo. Além disso, como o ouro e a prata vieram a ser empregados principalmente como símbolos de utilidades e não como utilidades em si mesmas, o ideal medieval do comércio como troca equivalente perdeu a razão de ser e foi substituído pela concepção moderna do negocio com mira no lucro. (Burns, 1987, p49). Todo aquele desenvolvimento elaborado como perspectiva de conquistas de outros territórios, contribuiu com o conhecimento do que até então era desconhecido ainda que na tentativa de conquistas de outros territórios. Embora voltados para exploração de recursos para custear seu desenvolvimento direta ou indiretamente explorava-se também de sua população. Desta forma notória, o conhecimento se torna trunfo a ser exercido por aqueles que desejam aumento de suas riquezas e conquista de novas terras.
Até fizemos da imagem um “objeto” em si e adquirimos, com o tempo, o habito de agir mais sobre as imagens, simulação dos objetos, do que sobre os objetos. A partir daí, devemos nos admirar se os manipulamos, se os temos manipularemos cada vez mais? Poderíamos imaginar o estudo dos sistemas de representação em ligação com as classes que detinham o poder através da Historia. (Raffestin, 1993, p145).
Esta expansão territorial gerou um lucrativo desenvolvimento comercial, aumentando a riqueza de muitos países europeus, levando a uma modificação da sociedade podendo ser analisado do ponto de vista econômico e religioso. (BURNS,
Durante os cinco ou seis séculos que se seguiram, a cristandade latina despiu-se dos velhos agasalhos hibernais do arrependimento e da vida extraterrena e vestiu o traje mais leve do homem que disposto a viver neste mundo e a modelar o ambiente em proveito próprio. As causas dessa mudança de atitude foram muitas e variadas. [...].Mais tarde, o surgimento do comércio nos séculos XI [...]e XII e o crescimento das cidades trouxeram um surto de prosperidade que estimulou enormemente o progresso da cultura. Os resultados dessas numerosas causas refletiram-se numa brilhante civilização intelectual e artística que alcançou o zênite do seu desenvolvimento no século XIII. (Burns, 1987, p31).
Dessa forma, a cartografia aliada aos conhecimentos geográficos foi fundamental para a realização destes fatos. A dominação de outros territórios deu lugar e a exploração de seus recursos. Tal fato levaria a Europa à berço da civilização moderna com a primeira e segunda revolução industrial. (RAFFESTIN, 1993). A cartografia moderna apareceu na renascença. Segui portanto de perto o nascimento do Estado moderno. Muito rápido, se tornou um instrumento de poder e do “poder”. Essa cartografia privilegiou uma sintaxe euclidiana que certamente não deixou de contribuir para modelar os comportamentos do poder. Essa sintaxe é muito eficaz, pois só mobiliza três elementos fundamentais: a superfície, ou o plano, a linha, ou reta, e o ponto ou momento do plano. É da combinação desses elementos que resultam as imagens ou as representações do espaço. (Raffestin,1993,p145).
A sociedade esteve sempre em busca de recursos que possam ser utilizados para a comercialização e geração do lucro dos países que dominavam a técnica de exploração dos recursos, criando formas de utilização dos mesmos, gerando assim outras alternativas para a exploração destes recursos como fonte de energia.
A base técnica da sociedade e do espaço constitui, hoje, um dado fundamental da explicação histórica, já que a técnica invadiu todos os aspectos da vida humana, em todos os lugares. Diacrônica e sincrônica são, ambas, possíveis de explicarão em termos de técnica, ainda que nada se possa entender sem que se conheçam e avaliem as respectivas formas de organização. (Santos, 1997, p 67).
A dinâmica crescente dos fenômenos globais pela busca constante por novas formas de recursos (poder) levou-nos a crer que não há muitas possibilidades de fontes de recursos renováveis. (SANTOS, 1997).