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Um artigo acadêmico é um texto científico que apresenta e discute ideias, métodos, resultados e conclusões a respeito de um tema específico. Ele deve seguir uma estrutura lógica e clara, geralmente incluindo: introdução, revisão de literatura, metodologia, análise dos dados, discussão e conclusão. O objetivo é compartilhar conhecimentos e promover o debate acadêmico sobre determinado assunto.
Tipologia: Resumos
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Claudinei de Souza Machado^1 Monica Cattafesta^2 (^1) Universidade Federal do Espírito Santo. Alegre/ES, Brasil. (^2) Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória/ES, Brasil.
RESUMO: Introdução: A Saúde Pública brasileira passou por diversas transformações ao longo dos anos. Objetivo: Descrever os benefícios, as dificuldades e os desafios da utilização dos sistemas de informações para a gestão no Sistema Único de Saúde (SUS). Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura norteada pela questão: “Quais as vantagens, as dificuldades e os desafios na utilização dos sistemas de informações para a gestão no SUS?”. Resultados: A busca resultou em 16 documentos, sendo que destes 43,7% foram datados entre os anos de 2015 e 2016, evidenciando o aumento de estudos direcionados à avaliação e difusão dos sistemas de informações. Os sistemas operacionais se apresentam como ferramentas estratégicas para planejamento, tomada de decisão e controle da saúde. Contudo, sua utilização é incipiente e percebem-se os desafios no uso das informações como substrato para produção do conhecimento e decisão. Conclusão: Para que a ferramenta forneça subsídios relevantes e com qualidade suficiente, é imprescindível que se estabeleçam critérios e condições de utilização e provimento dos dados. Palavras-chave| Sistemas de informação; Saúde; Gestão; Sistema Único de Saúde. ABSTRACT: Introduction: Brazilian public health has undergone several transformations over the years. Objective: Describing the benefits, difficulties and challenges of using information systems to manage the Unified Health System (SUS). Methods: Integrative literature review guided by the question: “What are the advantages, difficulties and challenges in using SUS’ information systems for management purposes?”. Results: In total, 16 documents were found and 43.7% of them were published between 2015 and 2016; thus, this outcome evidences the increased number of studies aimed at evaluating and diffusing the information systems. Operating systems are presented as strategic tools to plan, make decisions and perform health control; however, their use is incipient and the challenges in using information as substrate for knowledge production and decision-making are evident. Conclusion: It is essential to establish criteria and conditions to use and provide data, so that the tool can provide relevant subsidies to public policies and good quality to Unified Health System management. Keywords| Information systems. Health. Management. Unified Health System.
A Saúde Pública brasileira passou por diversas transformações ao longo dos anos. O marco decisivo desse processo foi a 8ª Conferência Nacional de Saúde, que ocorreu em 1986, em Brasília, uma vez que influenciou a construção do Sistema Único de Saúde (SUS). A partir dessa conferência foram formalizadas metas para atenção à saúde baseada no direito universal, no acesso igualitário e com ampla participação da sociedade nos processos decisórios. A gestão dessas propostas envolve a administração e o controle dos serviços em todas as esferas de poder, seguindo os preceitos do direito e da moral, tendo como objetivo o bem comum^1. Logo, esse novo modelo não demanda apenas gestores capazes de implantar políticas e novos padrões de atenção, requer capacidades e competências para administrar os problemas que podem surgir nesse processo. Tal modelo também estabelece aos dirigentes de saúde que sejam sensíveis, determinados, pragmáticos, responsáveis, inteligentes e que disponham de medidas claras de planejamento, organização, coordenação e controle^2. Dispor de informações oportunas, precisas e acessíveis é, portanto, essencial para planejar, organizar, monitorar e controlar os serviços oferecidos à população, uma vez que o acesso aos registros de saúde pública é fundamental para identificar a exposição ambiental às doenças, bem como monitorar o desenvolvimento e a eficácia da intervenção^2. Um sistema de informação que contribua para a gestão deve compor um conjunto de módulos que trabalhem de forma coordenada para coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informações com o objetivo de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e a decisão sobre as ações em saúde. Todo sistema operacional deve ser integrado à gestão. Em outras palavras, precisa compor vários subsistemas que englobem todas as práticas das unidades de saúde, de tal forma que forneçam as informações necessárias ao gerenciamento dos cuidados aos pacientes^3. A constituição desse tipo de instrumento deve ocorrer em todos os níveis de atendimento. Ou seja, desde o primeiro contato com o usuário até a finalização/ arquivamento dos registros. Isso é uma realidade na nova era da tecnologia da informação na saúde, constituindo- se em estratégia tecnológica^3. Diante dessa nova realidade, o Ministério da Saúde, com o objetivo da promoção e o apoio à gestão, vem desenvolvendo, por intermédio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), uma série de ferramentas para garantir a acessibilidade da informação e comunicar as atividades no âmbito do SUS^4. O DATASUS tem a responsabilidade de prover os órgãos de sistemas de informção e suporte de informática necessários ao processo de planejamento, operação e controle do SUS. Atualmente, o orgão é um grande provedor de soluções de softwares para as secretarias estaduais e municipais de saúde, adaptando seus sistemas às necessidades dos gestores e incorporando novas tecnologias à medida que a descentralização da gestão se torna mais concreta^5. Porém, um dos principais desafios do departamento de informática é a implementação de sistemas e ferramentas capazes de reunir informações em um único banco de dados^4. A complexidade e a velocidade em que as ações em saúde devem ser processadas e analisadas, além da alta taxa de mudança nos processos econômicos e tecnológicos, tornam esse procedimento ainda mais crítico, fazendo com que o foco na qualidade dos serviços com base nos princípios da universalidade, integralidade e igualdade seja visto como um grande desafio^6. O presente estudo de revisão integrativa da literatura, portanto, tem o objetivo de abordar os benefícios, as dificuldades e os desafios da utilização dos sistemas de informações para a gestão no SUS apontados pelas produções científicas. MÉTODOS| A investigação deseja reunir e resumir conhecimento científico sobre o tema exposto, permitindo ciência a respeito da adaptação e eficácia da tecnologia da informação na gestão e prestação de serviço em saúde, sobretudo no SUS. Para o desenvolvimento da revisão integrativa, foram estabelecidas as seguintes etapas: formulação da questão fulcral, definição dos critérios de inclusão e exclusão dos artigos e análise e apresentação dos resultados. Este estudo foi norteado pela questão: “Quais as vantagens, as dificuldades e os desafios na utilização dos sistemas de informações para a gestão no SUS?”.
Dos artigos selecionados por intermédio das bases de dados informatizadas, oito foram extraídos da SciELO (50%) e quatro da LILACS (25%), compondo juntas a maioria dos achados (75%). A MEDILINE gerou dois (12,5%) e o BDENF e a BVSM um cada (6,25%). Observou-se ainda sete (43,75%) publicações entre os anos de 2015 e 2016, o que evidencia o aumento de estudos direcionados à avaliação e difusão dos sistemas de informação. Nos anos de 2010 e 2012 foram publicados três artigos a cada ano (18,75%) e em 2007, 2009 e 2014 apenas um (6,25% cada). Houve superioridade de divulgação no idioma português, que contou com 12 artigos (75%). Em inglês foram escolhidos quatro (25%), e em espanhol não foram encontrados registros no período de 2007 a 2016. Em relação ao nível da pesquisa, 12 (75%) dos artigos foram desenvolvidos nas regiões Sudeste (seis em São Paulo e um no Rio de Janeiro), Nordeste (dois na Bahia e um em Pernambuco), e Sul (um no Rio Grande do Sul e um no Paraná), confirmando a pesquisa sobre tecnologias de informação e comunicação (TIC), com maior percentual de incorporação nessas regiões^7. Em descrição aos demais estudos, um (6,25%) foi desenvolvido na região Centro- Oeste (Distrito Federal), e os outros três (18,75%) em nível nacional (Brasil). Quanto ao delineamento da pesquisa, evidenciou-se com oito (50%) publicações o estudo descritivo, que buscou avaliar os sistemas de informações para descobrir e descrever como se estruturam e funcionam. A análise transversal usada em seis artigos (37,5%) discutiu a qualidade das informações emitidas pelos aplicativos e sua utilização no processo de tomada de decisão pela gestão. Já os estudos de caso presentes em dois (12,5%) documentos voltaram-se para a ponderação dos softwares , expondo suas características, bem como propondo soluções. Todos os 16 (100%) estudos foram desenvolvidos e direcionados ao SUS, validando o anseio das entidades e profissionais em subsidiar ferramentas que auxiliem no planejamento das ações em saúde e no desencadeamento de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos usuários, com redução dos custos assistenciais e sociais associados a agravos. No que diz respeito à composição dos estudos selecionados (Quadro 1), agrupados a partir do ano de publicação na forma crescente, são descritos: autor, local de desenvolvimento da pesquisa, objetivo, principais resultados (evidências, vantagens, dificuldades e desafios), e recomendações e conclusões correspondentes a cada estudo. Tabela 1 – Atributos dos artigos selecionados para estudo Característica Categorias N % Base de dados BDENF 01 6, BVSM 01 6, LILACS 04 25, MEDLINE 02 12, SciELO 08 50, Ano de Publicação 2007 01 6, 2009 01 6, 2010 03 18, 2012 03 18, 2014 01 6, 2015 04 25, 2016 03 18, Idioma Espanhol 00 0, Inglês 04 25, Português 12 75, Área de Abrangência da pesquisa Bahia 02 12, Brasil 03 18, Distrito Federal 01 6, Paraná 01 6, Pernambuco 01 6, Rio Grande do Sul 01 6, Rio de Janeiro 01 6, São Paulo 06 37, Tipo de Estudo Descritivo 08 50, Estudo de Caso 02 12, Transversal 06 37, Rede Pública 16 100 Privada 00 0, Total 16 100 Legenda : BDENF: Banco de Dados de Enfermagem; BVSM: Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde; LILACS: Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde; MEDLINE: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online ; SciELO: Scientific Eletronic Library Online.
Quadro 1 – Descrição dos estudos incluídos na revisão integrativa, distribuídos por autor e ano de publicação, local de estudo, objetivo, principais resultados e recomendações e conclusões Autor/ano Local Objetivo Principais resultados Recomendações e conclusões Junior et al. (2007) 8 Recife, PE Discutir os benefícios de se desenvolver um sistema de informação em rede, centrado nos pacientes dos serviços médicos primários, usando tecnologias open-source e definições de padrões de programação e o desenvolvimento de ferramentas capazes de detectar desigualdades. O desenvolvimento de sistemas de informação em rede usando tecnologia open-source evidenciou medições mais eficientes e mais rápidas de custo- eficácia, de desigualdade e de exclusão nos serviços médicos primários. A ferramenta fornece ainda, compilação eficiente dos dados necessários para permitir que gerentes de saúde pública identifiquem problemas e definam prioridades usando alta qualidade de informações fornecidas em tempo real por “sentinela”, podendo fornecer um fluxo cíclico contínuo de informações, possibilitando definir medidas acionáveis que levam a contínua otimização do sistema de saúde. Permite o conhecimento de sistemas de informações e^ de software que utilizam padrões de código aberto, ferramenta com baixo custo e que podem ser implementadas em clínicas sentinelas para a gestão da saúde pública baseada em evidências: identificação mais clara das desigualdades e análises mais precisas de custos-benefícios . Peres et al. (2009) 9 Universidade de^ São Paulo, SP Desenvolver um sistema eletrônico para documentação de enfermagem envolvendo levantamento clínico e cirúrgico de dados de pacientes, bem como a definição de diagnóstico de enfermagem, resultados esperados e as intervenções propostas. O estudo apontou que a visibilidade e a utilização tecnológica da informação dependem efetivamente do registro dos dados. Sobretudo, o desenvolvimento do Sistema de Documentação Eletrônica do Processo de Enfermagem da Universidade de São Paulo, possibilitou a documentação clínica e a origem de relatórios do processo de enfermagem e o apoio às decisões sobre diagnósticos, resultados esperados e intervenções de enfermagem. O^ projeto de produção tecnológica permite a articulação de diferentes áreas de conhecimento, bem como a valorização do contínuo aprimoramento teórico-prático e a utilização da informação no processo de enfermagem. Vidor et al. (2010) 10 Rio Grande do Sul Descrever o uso dos sistemas de informação em saúde em cidades com menos de 10 mil habitantes. A^ pesquisa demonstrou que coexistem municípios que percebem a alimentação dos sistemas de informação em saúde como tarefa a ser cumprida por ordem dos níveis centrais e em contraposição, municípios que visualizam o potencial desses sistemas, mas têm dificuldades em sua utilização. A constatação reforça a ideia de que o cumprimento de rotinas para recebimento de verbas tem prioridade e que a utilização dos sistemas de informação nos municípios ainda é limitada. Estimula o^ melhor aparelhamento das municipalidades e^ a^ utilização de meios de comunicação eletrônicos como ferramenta para eliminar etapas intermediárias de digitação e consolidação dos dados, facilitar a análise e otimizar a utilização de recursos humanos. Furlan et al. (2010) 11 Região Metropolitana da Baixada Santista, SP Apresentar o^ desenvolvimento de um sistema de informação eletrônico que auxilia no monitoramento e análise da mortalidade infantil na Baixada Santista. O sistema pode colaborar para o aperfeiçoamento das atividades e recursos da gestão da saúde e para a modernização do sistema de vigilância em saúde municipal, com ênfase na melhoria da qualidade da informação. O sistema de informação a partir de tecnologias para internet, adotando software livre, permite aos desenvolvedores, pesquisadores e usuários, acompanhar a evolução do sistema e capacitar- se para alterá-lo de acordo com interesses específicos (relatórios gerenciais, tabelas, gráficos e mapas), que podem ser utilizados para apresentar informações e contribuir para estudos em municípios ou microrregiões. Muller et al. (2010) 12 Curitiba, PR Geoprocessar dados de interesse para saúde numa unidade de saúde da família. O geoprocessamento dos dados permitiu a visualização do quantitativo, distribuição, concentração e incidência dos eventos, admitindo a correlações e o apoio ao planejamento dos serviços de saúde. Entretanto, devido à diversidade brasileira e a demanda por computador e software adequados, o uso da ferramenta de geoprocessamento normalmente restringe a espaços internos das unidades de saúde. O^ Sistema de Informação Geográfica (geoprocessamento), além de permitir atualização constante dos dados, proporciona a manipulação e^ análise das informações geradas, apoiando o planejamento e a gestão dos serviços de saúde ajustados à realidade da população. Prado et al. (2012) 13 São Paulo, SP Descrever o processo de descentralização da produção das informações sobre mortalidade e nascidos vivos para o uso em vigilância à saúde na Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo A descentralização dos sistemas de informações sobre Mortalidade (SIM) e^ sobre Nascidos Vivos (SINASC) no âmbito da vigilância em saúde propiciou agilidade da coleta do evento, melhoria na completude dos registros, identificação da evasão dos eventos de residentes ocorridos em outros estados da federação e melhoria da informação obtida através de investigações. Permitiu aos técnicos e gestores municipais, ganhar maior governança para a propositura e desenvolvimento de intervenções sanitárias efetivas e oportunas. Porém, apesar dos avanços, alguns desafios se configuram como prioridades de ação: melhoria da qualidade dos registros e da investigação, programas contínuos de capacitação técnica para operação dos sistemas e análise de base de dados para melhor resultado e utilização das informações. Permite conhecer os avanços obtidos com a descentralização dos sistemas de informação SIM e SINASC; as prioridades de ações para melhoria da qualidade dos registros; a necessidade de contínua capacitação técnica para operação de sistemas; e^ a^ importância de base de dados confiáveis, qualificadas e oportunas como subsídio à decisão em todos os níveis do sistema. *continua.
Pinheiro et al. (2015) 19 Municípios do Sul do Estado da Bahia Analisar o uso dos sistemas de informação em saúde no processo de tomada de decisão pela gestão em municípios do sul da Bahia, Brasil. O estudo destacou que a utilização dos sistemas de informação em saúde ainda não atinge todo o seu potencial, pois é usado de maneira incipiente pela gestão da saúde para o processo decisório. Em geral, os sistemas são utilizados para compartilhamento de dados e informações. Implica que a gestão promova o fortalecimento de uma cultura informacional e busque construir um conhecimento inscrito em saberes de distintos atores para a decisão. A pesquisa fornece subsídios teóricos a fim de iluminar o processo de utilização e o fortalecimento de uma cultura informacional nas secretarias municipais. Fomenta um ambiente organizacional que consolide o uso da informação para a construção do conhecimento e o seu compartilhamento para subsidiar o processo decisório. Oferta elementos para a reflexão e discussão de possibilidades e outras formas de condução da utilização dos Sistemas de Informações em saúde para a construção de uma gestão implicada com o aperfeiçoamento do SUS. Pinto et al. (2015) 20 Rio de Janeiro, RJ Descrever os resultados obtidos com a implantação da Rede de Observatórios de Tecnologias de Informação e Comunicação em Serviços de Saúde pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (OTICS-RIO) no apoio à integração da atenção primária, vigilância e promoção da saúde. A análise validou que os OTICS têm se fundamentado em estratégias de ampliação e disponibilização de informações e evidências para a tomada de decisões em saúde, compreendendo as áreas de vigilância, atenção primária, promoção e gestão da educação em saúde. Demonstrou que o valor dos observatórios está relacionado à qualidade da informação disponibilizada, e à possibilidade de produzir diagnósticos que admitem a monitorização e a avaliação dos dados e suas tendências. Enquanto plataformas tecnológicas, além de aceitarem sucessivas atualizações, os observatórios promovem a interação e cooperação entre os vários atores interessados. Retrata os Observatórios de Tecnologia de Informação e Comunicação em Serviços de Saúde como um recurso revolucionário de interlocução social, com pequeno investimento para o SUS. Martins et al. (2016) 21 Campinas, SP e Dourados, MS Analisar a utilidade e a utilização das informações em saúde como ferramenta para organizar o processo de trabalho a partir da ótica de enfermeiros que trabalham na saúde da família. A utilização das informações em saúde como ferramentas para organização das ações na atenção primária é compreendida pelas enfermeiras como instrumento de extremo valor. Porém, mesmo sendo abrangidos como importante mecanismo, não são utilizados nos processos organizativos no cotidiano de suas práticas na saúde da família. Motiva gestores e profissionais de saúde para o uso regular das informações em saúde nas práticas de enfermagem e a melhoria na qualidade das informações advindas dos sistemas de informações. Santos et al. (2016) 22 Brasil Descrever a situação da incorporação de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na atenção básica no Brasil. Os resultados apontam que o processo de incorporação de TIC está em curso no país, com uma parcela muito pequena das equipes de atenção básica possuindo um alto nível de incorporação. O estudo constatou ainda, que existe associação entre a incorporação de tecnologias de informação e a qualidade da atenção observada nos resultados da certificação de qualidade do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), e que também existem limites no que se refere à implementação e avaliação de políticas inovadoras na área de saúde. Fomenta o desenvolvimento e a implementação de políticas que possam acelerar o processo de incorporação de TIC no Brasil, imprescindíveis para a melhoria do cuidado prestado pelas equipes de atenção básica. Morais et al. (2016) 23 13ª Rede Regional de Atenção à Saúde^ o Estado de São^ Paulo (regiões de saúde de^ Araraquara, Barretos, Franca e Ribeirão Preto) Avaliar os indicadores de qualidade do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) com profissionais e gestores. A análise apontou que o SIM dispõe de aplicabilidades que atendem às demandas de seus usuários, manifesta um funcionamento apropriado, é decisivo à gestão e, apesar da falta de flexibilidade para adequações e acessibilidade da interface, teve sua facilidade de utilização bem qualificada. O^ estudo poderá subsidiar outras iniciativas de avaliação de sistemas de informação em saúde, e no âmbito de políticas públicas, ser reproduzido para outros seguimentos e utilizado como referência para pesquisas que abranjam técnicas de avaliação da qualidade de sistemas operacionais em saúde, com moldagens para outras áreas. *continuação.
Os estudos apuraram o desempenho dos sistemas de informação como ferramenta estratégica para a gestão em saúde8-23. Essa variável, abordada em todos os artigos analisados, evidenciou que para serem instrumentos eficazes, que forneçam subsídios relevantes e com qualidade suficiente, é imprescindível que se estabeleçam critérios e condições para utilização e provimento dos dados9,10,13,15,17,19,21,23. A revisão identificou maior número de artigos publicados nos anos de 2015 e 2016, confirmando o aumento de estudos direcionados à avaliação e difusão dos sistemas operacionais devido ao exponencial acréscimo na quantidade de dados a serem gerenciados e às demandas por acesso em tempo real19,23. Em relação ao nível da pesquisa, a pluralidade foi desenvolvida na região Sudeste, na qual se estabelecem as equipes com maior percentual de incorporação de tecnologia de informação e comunicação^22. Quanto à rede de pesquisa, a totalidade dos estudos foi direcionada ao SUS, confirmando o anseio das entidades e profissionais em subsidiar o desencadeamento de estratégias de saúde que proporcionem a prática de políticas públicas voltadas para melhoria da qualidade de vida das pessoas e que garantam o acesso integral, universal e gratuito para toda população, com redução dos custos assistenciais e sociais associados a agravos^17. Contudo, por se tratar de revisão de literatura, algumas limitações devem ser consideradas: sobrevalorização de amostras devido à maior aceitação e ou participação de municípios mais satisfeitos e providos de tecnologias10,22, ausência de métodos aprofundados sobre as condições de utilização dos sistemas e a falta de garantia a respeito dos termos de utilização e sua interpretação por parte dos entrevistados^10. Além disso, esse tipo de estudo utiliza fontes diversas, que apesar de serem extraídas de banco de dados seguros, analisadas e comparadas cuidadosamente, nem sempre estão absolutamente relacionadas ao tema. Normalmente, nesse processo, os estudos avaliados são correlativos ao assunto abordado. Assim, a análise não é construída por intermédio de uma pesquisa horizontal à questão norteadora, mas por meio da adesão de diversas pesquisas paralelas. Todavia, os resultados apontam que os sistemas de informação são vistos, de modo geral, como ferramentas de planejamento, tomada de decisão e gestão da saúde8-12,14,15,18,19. Entende-se que os sistemas de informação permitem tratar informação, agilizar a comunicação e o cuidado ao paciente e a organização e a horizontalidade dos processos de trabalho15,22; a visualização do quantitativo, a distribuição, a concentração e a incidência dos eventos, possibilitando correlações^12 ; a melhoria do controle técnico e científico da qualidade da assistência, da dispensação e da atenção à saúde; ampliar a capacitação dos recursos humanos e a administração do conhecimento; a relação gestores de saúde/usuários; a melhor gestão administrativa e maior gestão interfederativa^14 ; e assistência para redução das desigualdades nas medidas de Saúde Pública^8. Os programas de informática têm-se constituído em estratégias de ampliação e disponibilização de informações e evidências para a tomada de decisões no campo da saúde, incluindo as áreas de vigilância, promoção, atenção primária e gestão da educação em saúde^20. A sua importância está relacionada à qualidade da informação disponibilizada e também à possibilidade de produzir análises que permitem a monitorização e a avaliação dos dados e suas tendências11,13,17,20,22,23. Além disso, como plataforma tecnológica, os aplicativos admitem contínuas atualizações, facilitam a interação e colaboração entre os vários atores interessados, permitem registro mais ágil do dia a dia de cada unidade de saúde, assim como viabiliza o acesso em tempo real a documentos e outros registros compartilháveis,20. Em sintonia com a literatura, os sistemas operacionais se inserem nas estratégias para fortalecer a coordenação e a continuidade assistencial nos sistemas de saúde, cuja ambiência permite a horizontalidade dos processos de trabalho nos diversos níveis de atenção no âmbito do SUS, com repercussões positivas à coordenação do cuidado e à continuidade assistencial^16. Em relação à eficiência, usabilidade, qualidade, confiabilidade, suportabilidade, compatibilidade e segurança, em números absolutos, os suportes lógicos em saúde foram bem ponderados. A avaliação indicou que os sistemas possuem funcionalidades que atendem aos usuários, são efetivos à gestão e apresentam desempenho adequado8-14,16-21,23. Os softwares permitem a acessibilidade dos dados em vários formatos, em conformidade com os padrões internacionais e são de fácil acesso por outros sistemas ou usuários, levando em consideração as diretrizes do Programa de Governo Eletrônico Brasileiro18.
ferramenta forneça subsídios relevantes e com qualidade suficiente é imprescindível que se estabeleçam critérios e condições para emprego e provimento dos dados. O número reduzido de qualificações para a utilização desse mecanismo de suporte à saúde, a falta de materiais e equipamento, as falhas na conectividade, que dificultam ou impedem o processo de digitação e exportação dos dados, e a dificuldade de acesso à internet também foram registradas entre as fragilidades que comprometem os objetivos dos softwares. O emprego e o potencial das tecnologias em saúde, contudo, podem ser otimizados com a ampliação e implementação de políticas inovadoras de informação e informática que aceleram o processo de inclusão de tecnologias da informação e comunicação e que complementam e adaptem o apoio apropriado ao processo decisório, à conscientização quanto a sua importância e ao envolvimento de todos os profissionais e gestores de saúde na sua implantação e utilização. REFERÊNCIAS|