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Veículos Animados e Zoonoses: Transmissão de Doenças por Animais, Provas de Bacteriologia

Este documento aborda o conceito de veículos animados e inanimados na transmissão de doenças, enfatizando a importância de artrópodes e outros animais na disseminação de zoonoses. O texto apresenta informações sobre vetores biológicos e mecânicos, zoonoses bacterianas e suas principais causas, como a urbanização, globalização e aumento de demanda por alimentos de origem animal. Além disso, o documento detalha casos específicos de zoonoses, como a febre por mordedura de rato e a febre da arranhadura do gato.

O que você vai aprender

  • Quais são as principais zoonoses bacterianas e suas causas?
  • Quais são as complicações da febre da arranhadura do gato?
  • Quais são os vetores biológicos e mecânicos na transmissão de doenças?
  • Quais são as principais sintomas da febre por mordedura de rato?

Tipologia: Provas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Reginaldo85
Reginaldo85 🇧🇷

4.5

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Bacteriologia - 1º Semestre de 2019 06/06/2019
Prof. Cláudio 1
Bactérias transmitidas por
vetores e zoonozes
Prof. Cláudio Galuppo Diniz
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA, MICROBIOLOGIA E
IMUNOLOGIA
Transmissão de doenças infecciosas
Transferência de um agente etiológico de um reservatório ou fonte de infecção para um
novo hospedeiro suscetível.
A transmissão pode ocorrer de forma direta.
Contato físico Sem contato físico
(secreções, aerossóis)
A transmissão pode ocorrer de forma indireta.
Veículos animados ou inanimados
Entende-se por veículo o ser animado ou inanimado que transporta um agente etiológico.
Não são consideradas como veículos as secreções e excreções da fonte de infecção, que
são, na realidade, um substrato no qual os microrganismos são eliminados.
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Baixe Veículos Animados e Zoonoses: Transmissão de Doenças por Animais e outras Provas em PDF para Bacteriologia, somente na Docsity!

Bactérias transmitidas por

vetores e zoonozes

Prof. Cláudio Galuppo Diniz

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA, MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA

Transmissão de doenças infecciosas

Transferência de um agente etiológico de um reservatório ou fonte de infecção para um novo hospedeiro suscetível.

A transmissão pode ocorrer de forma direta.

Contato físico Sem contato físico (secreções, aerossóis)

A transmissão pode ocorrer de forma indireta.

Veículos animados ou inanimados

 Entende-se por veículo o ser animado ou inanimado que transporta um agente etiológico.

 Não são consideradas como veículos as secreções e excreções da fonte de infecção, que são, na realidade, um substrato no qual os microrganismos são eliminados.

Transmissão indireta por veículo animado (ou vetor) é aquela que se dá por meio de um artrópode que transfere um agente infeccioso do reservatório ou fonte de infecção para um hospedeiro suscetível.

 Vetor biológico:

 Onde se passa, obrigatoriamente, uma fase do desenvolvimento de determinado agente etiológico

 Erradicando-se o vetor biológico, desaparece a doença que ele transmite.

 Vetor mecânico:

 Acidental, que constitui somente uma das modalidades da transmissão de um agente etiológico.

 Sua erradicação retira apenas um dos componentes da transmissão da doença.

Ex: moscas podem transmitir agentes eliminados pelas fezes, à medida que os transportam em suas patas ou asas após pousarem em matéria fecal.

Transmissão indireta por veículo inanimado.

Ex: água, ar, alimentos, solo, fômites

Zoonoses = do grego: “zoon” (animal) + “nosos” (doença)

OMS, 1965: Doenças e infecções em que possa existir relação direta entre seres humanos e outros animais, ou através do meio ambiente, incluindo portadores, reservatórios e vetores (naturalmente transmitidas aos humanos por animais)

 60% dos patógenos humanos são zoonóticos;  75% das doenças humanas emergentes são de origem animal.  Muito comum em países tropicais

Fatores de risco associados às zoonoses

 Aumento de demanda por alimentos (origem animal);  Urbanização – animais de estimação;  Globalização (transportes) – vetores e reservatórios;  Condições socioeconômicas (educação, sanitarismo, comportamento cultural);  Atividades econômicas de maior exposição a riscos;

Peste bulbônica ou peste negra - Yersinia pestis

 Bastonete Gram negativo – enterobactéria

 É uma doença primariamente de roedores como ratos, coelhos, esquilos, dentre outros e outros animais (gatos e cães), espalhando-se por contato direto ou pulgas.

 PULGA: uma vez contaminadas, após a morte do animal ao procurarem novos hospedeiros podem contaminar humanos quando a pulga libera bactérias na pele.

 Acesso pela circulação linfática por feridas ou abrasões, como a da picada da pulga, ou por inalação de gotas de líquido de espirros ou tosse de indivíduo doente (humano-humano).

 O sintoma mais conhecido da peste bubônica é uma infecção das glândulas linfáticas as quais se tornam inchadas e dolorosas – conhecidas como bubões: axilas, virilhas e regiões do pescoço.

A peste aconteceu em epidemias (3 grandes epidemias), principalmente Idade Média. A última epidemia ocorreu no fim do século XIX, na China e Índia. Séc. XXI - casos em vários países, principalmente naqueles em que há populações de roedores selvagens infectados (2000 casos/ano).

Febre por mordedura de rato (estreptobacilose)

 Streptobacillus moniliformis Bastonete Gram negativo, microbiota de roedores  Spirillum minus Gram negativo espiralado

 A maioria das pessoas contrai estreptobacilose através do contato com urina, saliva, fezes ou outras secreções de um roedor infectado e além de transmitida por mordida, pode ser transmitida por arranhadura.

 A fonte da infecção geralmente é um rato, porém vários outros roedores também podem transmitir a infecção, como esquilos, camundongos e hamsters. Mundial - Ásia (Sodoku), Europa e América do Norte.

No local da mordida - reação inflamatória (celulite recoberta de vesículas), após 1 a 4 semanas. A lesão cicatriza e posteriormente ocorre linfadenopatia regional, linfangite, cefaléia, náuseas, vômitos e febre alta. Artralgia e, mais raramente, erupção cutânea do tipo máculopapular, especialmente em extremidades (região palmar e plantar).

Doença da arranhadura do gato (DAG) Febre da arranhadura do gato ou doença de Teeny

 Geralmente benigna – Bartonella henselae : bastonetes Gram negativos, intracelulares facultativos.

 Maioria dos casos - antes dos 18 anos, gerando imunidade depois da primeira infecção.

 Gatos infectados são comuns, especialmente gatos de rua e filhotes, e não demonstram sintomas. Entre gatos pode ser transmitido por pulgas. Pode ser transmitido para humanos por arranhão, mordida (saliva).

 Uma ou duas semanas após o arranhão ou mordida do gato podem aparecer pápulas ou pústulas vermelhas no local da lesão, podendo ser seguido de fadiga e mal estar, febre, perda de apetite e peso, dor de cabeça, dor de garganta.

Doença da arranhadura do gato (DAG) Febre da arranhadura do gato ou doença de Teeny

 Pode ocorrer ainda linfadenopatia perto do local do arranhão ou mordida. A maioria dos sintomas desaparece mesmo sem tratamento já na primeira semana, exceto o inchaço, que leva meses para melhor.

 Complicações - 2 a 10% dos pacientes, especialmente os crianças e imunodeprimidos: confusão mental e convulções, neuroretinite (problemas de visão), osteomielite, angiomatose bacilar (lesões de vasos sanguíneos), eritema nodoso, pneumonia atípica ou artrite.

 As clamídias têm ciclo replicativo diferente: se inicia quando o corpo elementar, extracelular, inerte, semelhante a um esporo, entra na célula e se reorganiza em um corpo reticulado, maior e metabolicamente ativo.

Essa estrutura passa por divisões binárias repetidas para formar corpos elementares filhos, que são liberados da célula.

 Transmissão e epidemiologia

 C. psittaci infecta pássaros e mamíferos.

 Os humanos são infectados por inalação dos organismos das fezes secas de pássaros.

 Patogênese

 As clamídias infectam células epiteliais das membranas mucosas ou dos pulmões. Raramente causam infecções invasivas disseminadas.  Nos pulmões, podendo produzir febre alta e pneumonia.  A psitacose humana não é transmissível.

Tratamento e prevenção

 Susceptíveis às tetraciclinas e macrolídeos (eritromicina e claritromicina). O tratamento suprime os sintomas, mas não erradica o microrganismo.

 A prevenção é feita pela restrição à importação de pássaros psitacídeos, pela eliminação de pássaros doentes e adição de antibióticos ao alimento dos pássaros.

 Não existe vacina.

Leptospirose

Três gêneros de espiroquetas causam infecções em seres humanos:

 Leptospira => leptospirose

 Borrelia => febre reincidente e doença de Lyme

 Treponema => sífilis e treponematoses não venéreas

  • Bastonetes espiralados flexíveis, com parede celular fina
  • São móveis, através da ondulação de flagelos axiais presentes na camada externa

 Treponemas e leptospiras são células extremamente finas, e somente são visualizadas por microscopia de campo escuro, impregnação pela prata ou imunofluorescência.

 As borrélias são maiores e podem ser observadas por coloração de Giemsa ou outros corantes para células sanguíneas.

 Borrelia burgdorferi

 Espiroqueta flexível e móvel;

 Pode ser visualizado por microscopia de campo escuro, coloração de Giemsa e pela prata.

 Cresce em alguns meios bacteriológicos, mas culturas de rotina obtidas de pacientes (sangue e LCR) são negativas, enquanto que culturas obtidas a partir do vetor são positivas.

B. burgdorferi B. recurrentis

Doença de Lyme, Borreliose ou Borreliose de Lyme

 Transmissão e Epidemiologia

  • Transmissão: picada de carrapatos
  • Principal reservatório do carrapato: pequenos mamíferos (ratos).
  • O estágio de ninfa do carrapato transmite a doença mais frequentemente que os estágios larval e adulto. O carrapato deve se alimentar por 24 a 48 horas para transmitir uma dose infecciosa.
  • Não ocorre transmissão pessoa-pessoa.

 Patogênese

  • Associada à disseminação do organismo do local da picada do carrapato através da pele adjacente, seguida pela disseminação via corrente sanguínea e aos vários órgãos (coração, articulações e SNC).
  • Nenhuma exotoxina, enzimas ou outros fatores de virulência foram identificados.

Doença de Lyme, Borreliose ou Borreliose de Lyme

 3 estágios clínicos:

Estágio 1 : formação de um eritema crônico migrans => erupção espalhada, vermelha, circular, com uma zona central clara, no local da picada. Sintomas não- específicos semelhantes ao de gripe.

Estágio 2 : envolvimento cardíaco e neurológico (semanas ou meses mais tarde)

=> miocardites, pericardites, meningite asséptica, neuropatias cranianas.

Estágio 3 : artrite das grandes articulações, doença crônica progressiva do SNC.

Estágio 1: eritema migrans

RIQUETSIAS ( RICKETTSIA )

 Parasita intracelular obrigatório  Bastonetes com parede semelhante às Gram negativas e se coram fracamente pelo Gram. (Gêneros Rickettsia e Coxiella )  Não produzem energia para replicação extracelular.

Febre maculosa – R. rickettsii

  • Transmitida pela picada do carrapato

estrela

  • Patogênese:
    • Lesão típica – vasculite no revestimento

endotelial dos vasos ocasionando edema

e hemorragia;

  • Endotoxina – aumento da

permeabilidade vascular.

  • Sintomas gerais:
    • Febre, dor de cabeça mialgia prostração

e petéquias que se iniciam com máculas

  • Lesões cutâneas achatadas.

Outras doenças: Tifo epidêmico e tifo endêmico ( R. prowazekii e R. typhi )

A miséria humana constitui o ambiente ideal para a proliferação do tifo - ligação da doença com países de terceiro mundo, campos de refugiados, de concentração ou episódios trágicos da história, como as guerras.

Tifo epidêmico - Mais comum, causado pela R. prowasekii e transmitido pelo piolho. A doença se estabelece quando se coça o local picado pelo parasita, e suas fezes, que contém a bactéria, misturam-se com a ferida – entrada da bactéria na circulação.

Principais sintomas: dores nas articulações, dor de cabeça muito forte, febre alta que pode evoluir para um quadro de delírio e erupções cutâneas hemorrágicas.

Tifo murino ou endêmico – Transmitido por pulgas de ratos, os sintomas são praticamente os mesmos do tifo epidêmico, só que mais brandos.

Exceto a Coxiella, todas as outras riquétsias são transmitidas pela picada de artrópodes, como carrapatos, pulgas, piolhos e ácaros.

 Causada por bactérias estritamente intracelulares (Gram - , Rickettsiaceae)

 Gêneros Ehrlichia e Anaplasma;

 Transmitidas para humanos através da picada do carrapato.

 Parasitas intracelulares que parasitam granulócitos, monócitos, eritrócitos e

plaquetas

 Anaplasma phagocytophilum Erliquiose humana granulocítica;

 Ehrlichia chaffensis Erliquiose humana monocítica

Ehrlichiose Humana

  • Infecções por bactérias do gênero Erlichia são conhecidas há muito tempo pela medicina veterinária, mas os primeiros casos humanos foram reconhecidos somente em 1987.
  • No Brasil, esta doença ainda é pouco diagnosticada em humanos, mas já se têm registros em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

Patogênese :

 A doença é sistêmica com sintomatologia semelhante à febre por Ricketsia , mas sem as manchas vermelhas na pele;

 Sintomas principais: febre, cefaleias, mialgias. Pode evoluir atingindo rim, coração, cérebro por disseminação hematológica e linfática.

 A Erliquiose pode acometer também o sistema imunológico podendo levar a infecções oportunistas como a candidíase. A mortalidade é baixa: < 3%

Ehrlichiose Humana