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Aumento da Pressão Intracraniana: Causas, Sinais, Sintomas e Tratamento, Notas de estudo de Diagnóstico

Este documento aborda o aumento da pressão intracraniana (pic), sua epidemiologia, fisiopatologia, sinais e sintomas associados, causas, classificação e tratamento. A pic normal varia de 50 a 200mm de h2o ou até 15mmhg, e seu aumento pode resultar em lesões neurológicas irreversíveis. As causas do aumento da pic podem ser idiopáticas ou devidas a papiledema, hemorragias intracranianas, tumores cerebrais ou edema cerebral. O tratamento deve ser baseado na causa subjacente e pode incluir o uso de manitol, corticosteroides, hiperventilação e tratamento neurocirúrgico.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Ronaldinho890
Ronaldinho890 🇧🇷

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AVALIAÇÃO E RECONHECIMENTO DA SÍNDROME DE HIPERTENSÃO
INTRACRANIANA
Letícia Scaranto Costa
William Alves Martins
Luiz Carlos Porcello Marrone
UNITERMOS
PRESSÃO INTRACRANIANA; HIPERTENSÃO INTRACRANIANA.
KEYWORDS
INTRACRANIAL PRESSURE; INTRACRANIAL HYPERTENSION.
SUMÁRIO
O aumento da pressão intracraniana resulta de etiologias distintas que
afetam o encéfalo. O reconhecimento e o manejo precoces dessas complicações
impedem o surgimento de lesões neuronais devastadoras, muitas delas
irreversíveis. O objetivo desse artigo de revisão é abordar o diagnóstico precoce
para se instituir o ideal manejo para a hipertensão intracraniana.
SUMMARY
Increased intracranial pressure results from different etiologies that affect
the brain. Recognition and early management of these complications prevent
the emergence of devastating neuronal damage, many of them irreversible. The
aim of this review article is to discuss early diagnosis to establish the optimal
management for intracranial hypertension.
INTRODUÇÃO
A síndrome de hipertensão intracraniana constitui-se do conjunto de sinais
e sintomas decorrentes da quebra da relação volume/pressão intracraniana
na ineficiência dos mecanismos compensatórios - entre a massa encefálica e o
crânio. Os principais sinais e sintomas associados ao aumento da pressão
intracraniana (PIC) correspondem à cefaléia, náuseas, vômitos e letargia,
podendo ocorrer sintomas focais devido a lesões ocasionando síndromes de
herniação.1 O sucesso no manejo fundamenta-se, portanto, no reconhecimento
precoce da hipertensão intracraniana e na reversão da sua causa subjacente.
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AVALIAÇÃO E RECONHECIMENTO DA SÍNDROME DE HIPERTENSÃO

INTRACRANIANA

Letícia Scaranto Costa William Alves Martins Luiz Carlos Porcello Marrone

UNITERMOS

PRESSÃO INTRACRANIANA; HIPERTENSÃO INTRACRANIANA.

KEYWORDS

INTRACRANIAL PRESSURE; INTRACRANIAL HYPERTENSION.

SUMÁRIO

O aumento da pressão intracraniana resulta de etiologias distintas que afetam o encéfalo. O reconhecimento e o manejo precoces dessas complicações impedem o surgimento de lesões neuronais devastadoras, muitas delas irreversíveis. O objetivo desse artigo de revisão é abordar o diagnóstico precoce para se instituir o ideal manejo para a hipertensão intracraniana.

SUMMARY

Increased intracranial pressure results from different etiologies that affect the brain. Recognition and early management of these complications prevent the emergence of devastating neuronal damage, many of them irreversible. The aim of this review article is to discuss early diagnosis to establish the optimal management for intracranial hypertension.

INTRODUÇÃO

A síndrome de hipertensão intracraniana constitui-se do conjunto de sinais e sintomas decorrentes da quebra da relação volume/pressão intracraniana – na ineficiência dos mecanismos compensatórios - entre a massa encefálica e o crânio. Os principais sinais e sintomas associados ao aumento da pressão intracraniana (PIC) correspondem à cefaléia, náuseas, vômitos e letargia, podendo ocorrer sintomas focais devido a lesões ocasionando síndromes de herniação.^1 O sucesso no manejo fundamenta-se, portanto, no reconhecimento precoce da hipertensão intracraniana e na reversão da sua causa subjacente.

EPIDEMIOLOGIA

A epidemiologia da Hipertensão Intracraniana (HIC) em emergências é considerada incerta devido ao grande número de distúrbios que podem levar a essa situação clínica. Entretanto, sabemos que quando essa situação está presente ocorre um aumento da morbimortalidade. Na associação com desordens de origem cerebrovascular no início do quadro, a HIC causa um aumento de 35% da mortalidade.^2

FISIOPATOLOGIA A cavidade intracraniana é preenchida por sangue, parênquima cerebral e líquor (LCR). A perfeita harmonia desses três conteúdos determina a existência da pressão intracraniana normal, a qual varia de 50 a 200mm de H2O ou até 15mmHg (sendo tolerável até 20mmHg).^3 O espaço intracraniano é considerado invariável em volume, portanto, seu aumento em um dos componentes da cavidade determina o deslocamento dos constituintes naturais, sendo, inicialmente, a diminuição do espaço subaracnóideo periencefálico e, posteriormente, a redução das cavidades ventriculares por diminuição do LCR.^3 O aumento lento do conteúdo intracraniano permite o deslocamento gradual e progressivo de grande quantidade de líquido para seu interior. No entanto, o rápido aumento do volume acarreta o desequilíbrio precoce da relação volume/pressão intracraniana - pela inadequada utilização de mecanismos compensatórios - acarretando, por conseguinte, aumento da PIC com volumes bem menores em relação aos acréscimos lentos.^3 A descompensação e o consequente aumento da PIC podem resultar no deslocamento e na torção do neuroeixo. Essa torção e esse deslocamento de estruturas encefálicas recebem a denominação de herniações, e são resultado tanto de fatores que levam ao aumento da PIC quanto de processos expansivos por compressão. As hérnias encefálicas podem ser classificadas, conforme sua localização, em quatro grupos: Hérnia Transtentorial Central; Hérnia de Uncus; Hérnia Subfálcica e Hérnia do Forame Magno. (Vide Figura 1.) Na tentativa de se manter uma pressão de perfusão cerebral compatível com a irrigação encefálica necessária, ocorre aumento da pressão arterial média (PAM). Acredita-se que esse aumento da PAM seja resultado da hipóxia de estruturas do tronco cerebral. Caso essa isquemia atinja maiores proporções, poderá haver falência da reação vasopressórica, diminuição da PAM, isquemia cerebral e consequente morte.^3 O aumento da PAM, a bradicardia e as alterações no padrão respiratório são denominados como Tríade de Cushing e são indicativos de HIC grave.

abruptamente, necessitando de um tempo para ser visualizado na avaliação de fundo de olho. O papiledema é tradicionalmente reportado em casos onde há uma lesão crônica como, por exemplo, em lesões tumorais. Em casos mais agudos (como em hemorragias intracranianas e trauma crânio-encefálico), a avaliação do fundo de olho pode ser normal em um primeiro momento. Demais sinais e sintomas clínicos podem ser ocasionados por meio das herniações cerebrais, as quais acarretam manifestações clínicas focais:  Hérnia Transtentorial Central: Ocorre pela compressão, no sentido vertical, do tálamo sobre o mesencéfalo. A compressão acentuada desse pode levar ao coma profundo e a pupilas médio-fixas, devido à perda do reflexo fotomotor e consensual (III par craniano); respiração de Cheyne- Strokes pela compressão do tálamo e hiperventilação central pela compressão do mesencéfalo. O efeito compressivo atinge a ponte e o bulbo progressivamente levando à postura de descerebração (compressão da ponte), respiração apnêustica pontina (pausa após a expiração), respiração atáxica de Biot (ponte e bulbo) e, por fim, apnéia por compressão bulbar.  Hérnia de Uncus: Ocorre por uma lesão expansiva sobre o lobo temporal. Pode acarretar compressão do nervo oculomotor (III par craniano) ipsilateral à lesão (midríase paralítica); infarto mesencefálico tornando o estado de coma irreversível pela compressão da artéria cerebral posterior e hemiparesia ipsilateral à lesão expansiva por compressão do pedúnculo cerebral mesencefálico contralateral.  Hérnia Subfálcica: Ocorre pela protusão do giro cingulado por baixo da foice do cérebro, acarretando hemiparesia ipsilateral à lesão expansiva por compressão das fibras piramidais contralaterais.  Hérnia do Forame Magno: Ocorre pela protusão da amídala cerebelar pelo Forame Magno, ocasionando apnéia súbita pela compressão do centro respiratório bulbar.

Figura 1 - Herniações Encefálicas.^7

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de HIC é baseado nas suas manifestações clínicas, podendo ser corroborado por exames de neuroimagem, os quais podem evidenciar um processo expansivo, um edema perilesional, hidrocefalia, apagamento de cisternas, herniações, edema cerebral, entre outros. Uma tomografia computadorizada (TC) de crânio sem contraste, para afastar hemorragia, deve ser solicitada em todo paciente com suspeita de HIC. A punção lombar não deve ser realizada em pacientes com HIC antes da TC de crânio, visto que na presença de uma lesão expansiva com efeito de massa comprimindo as cisternas da base, a retirada de líquor pode produzir efeito aspirativo que precipita uma herniação transtentorial central ou uncal. A instalação de um monitor para determinação da PIC invasiva confirma o diagnóstico e permite o acompanhamento do paciente com HIC. Há quatro principais locais anatômicos utilizados para a medição da PIC, são eles: intraventriculares (considerado padrão-ouro para monitorização), intraparenquimatosos, subaracnóides e epidurais. A monitorização invasiva da PIC é indicada, principalmente, naqueles pacientes com as características abaixo citadas:^4  Em grandes risco se apresentarem PIC elevada  Comatosos (Escala de Coma de Glasgow < 8)  Diagnosticados em um processo que necessite de cuidados intensivos

A: Hérnia Uncal B: Hérnia Transtentorial Central C: Hérnia Subfálcica D: Hérnia do Forame Magno

  1. Hemphill JC, Phan N. Management of acute traumatic brain injury. UpToDate. Online 2013 Aug. Available from: http://www.uptodate.com/contents/management-of-acute-severe-traumatic-brain- injury?source=see_link&anchor=H15#H15.
  2. Figura 1: Disponível em: http://quoteko.com/hernias-cerebrales.html