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Guias e Dicas
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AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA SENSAÇÃO TÉRMICA EM ..., Notas de aula de Ergonomia

4.6.1 Relação entre os sujeitos e a sensação térmica relatada . ... Tabela 26: Teste de comparação de médias: tbs x sensação térmica.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Selecao2010
Selecao2010 🇧🇷

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
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VALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA SENSAÇÃO
TÉRMICA EM UMA SALA DE CONTROLE
Mariele Stefani Grandi
Porto Alegre, agosto de 2006.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA SENSAÇÃO

TÉRMICA EM UMA SALA DE CONTROLE

Mariele Stefani Grandi

Porto Alegre, agosto de 2006.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA SENSAÇÃO

TÉRMICA EM UMA SALA DE CONTROLE

Mariele Stefani Grandi

Orientadora: Lia Buarque da Macedo Guimarães, Phd CPE

Banca Examinadora:

Professor Paulo Otto Beyer, Dr. Professor Paulo Ivo Homem de Bittencourt Jr, Dr. Professora Márcia Elisa Echeveste, Dra.

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção como requisito parcial à obtenção do título de MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Modalidade: Acadêmica Área de concentração: Sistemas de Produção

Porto Alegre, agosto de 2006.

Dedico este trabalho a meus pais, Celita e Ivaldino, e ao meu irmão Raphael, que mais uma vez ficaram ao meu lado apoiando e incentivando.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que contribuíram para esta dissertação, em especial:

A minha orientadora, professora Lia Buarque de Macedo Guimarães, pela sua grande contribuição a este trabalho e a minha formação como pesquisadora e, principalmente por sua paciência infinita.

Ao professor Paulo Otto Bayer, do LAFRIG da Faculdade de Engenharia Mecânica da UFGRS, e seus alunos Thiago Bulla e Cristiano André Fernandes.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela bolsa de estudos concedida para realização deste mestrado.

Pela viabilização deste estudo de campo, agradeço aos funcionários da TRENSURB: Renato Borenstein, Ricaro Hessel, Sabino e Antonio Giovani F. de Mattos.

Aos operadores do CCO que formam voluntários do experimento e muito contribuíram para a realização desta dissertação.

Aos meus colegas do Núcleo de Design e Ergonomia Tatiana Pastre, Cleber Fabrício Ferreira, Tarcísio Abreu Saurin, Laurence Ricardo Adorno, Miriam Barbiero, Daniela Fisher, Gabriela Zubaran de Azevedo Pizzato, Carolina Bustos, Najara Maria Fleck e, principalmente, a Roselaine Batista.

As minhas eternas chefinhas Maria Inês Stefani e Solange Stefani.

Aos meus primos Simone, Luciana Giovani e principalmente o Cristhiano por me apresentar a Ergonomia.

A minha mãe Celita, que mais uma vez esteve ao meu lado, incentivando e apoiando em todos os momentos.

2.5.1 ISO 11399 (1995) - Ergonomia do ambiente térmico: princípios e aplicações de normas internacionais relevantes. ............................................................................ 38 2.5.2 ISO 7726 (1998) - Ergonomia do ambiente térmico: instrumentos para medições das variáveis físicas ................................................................................................. 38 2.5.3 ISO 7730 (1994) – Ambientes térmicos moderados: determinação dos índices PMV e PPD e especificação das condições para conforto térmico............................ 38 2.5.4 ISO 8996 (1990) – Ergonomia: determinação da produção de calor metabólico. ................................................................................................................................ 39 2.5.5 ISO 9920 (1995) – Ergonomia do ambiente térmico: estimativa do isolamento térmico e da resistência evaporativa de um conjunto de vestimentas. ....................... 39 2.5.6 ISO 10551 (1995) - Ergonomia do ambiente térmico: avaliação da influência do ambiente térmico utilizando escalas de julgamento subjetivo................................... 39 2.5.7 ISO 11064-6 (2003) – Design ergonômico de centros de controle – Parte 6: requisitos ambientais para centros de controle. ........................................................ 40 2.5.8 ASHRAE Standard 55 (2004) - Condições ambientais térmicas para ocupação humana.................................................................................................................... 41 2.5.9 NR 17 – Norma regulamentadora de Ergonomia ............................................. 41 2.5.10 NBR 6401 (1980) – Instalações centrais de ar condicionado para conforto: parâmetros básicos de projeto .................................................................................. 42 2.6 Pesquisas em conforto térmico............................................................................... 42

2.6.1 Modelos adaptativos ....................................................................................... 44 2.6.2 Flutuações nos limites de conforto térmico ..................................................... 45 2.6.3 Conforto térmico e a produtividade................................................................. 46 2.6.4 O conforto térmico e o trabalho em salas de controle ...................................... 48

3 MÉTODO .................................................................................................................... 52

3.1 A Trensurb ............................................................................................................ 52

3.2 O Centro de Controle Operacional (CCO).............................................................. 53

3.3 Identificação e levantamento das variáveis de influência e dos parâmetros subjetivos de conforto .................................................................................................................. 56

4.3 Caracterização do ambiente térmico com base nas variáveis ambientais e pessoais

  • RESUMO........................................................................................................................
  • ABSTRACT
  • 1 INTRODUÇÃO
    • 1.1 Objetivos
    • 1.2 Limitações do trabalho
    • 1.3 Estrutura do trabalho
  • 2 CONFORTO TÉRMICO.............................................................................................
    • 2.1 Termo-regulação nos seres humanos......................................................................
    • 2.2 Balanço térmico.....................................................................................................
    • 2.3 Parâmetros de influência sobre o conforto térmico.................................................
      • 2.3.1 Variáveis ambientais.......................................................................................
      • 2.3.2 Variáveis pessoais...........................................................................................
      • 2.3.3 Variáveis subjetivas
      • 2.3.4 Fatores secundários que afetam o conforto......................................................
      • 2.3.5 Psicofísica.......................................................................................................
    • 2.4 Índices ambientais
      • 2.4.1 Temperatura operativa
      • 2.4.2 Temperatura efetiva
      • 2.4.3 Sensação térmica
      • 2.4.4 PMV e PPD
    • 2.5 Normas de conforto térmico
      • 3.3.1 Variáveis ambientais.......................................................................................
      • 3.3.2 Medições das variáveis ambientais..................................................................
      • 3.3.3 Calibração dos sensores
      • 3.3.4 Localização dos sensores no CCO...................................................................
      • 3.3.5 Temperatura e umidade externas.....................................................................
      • 3.3.6 Variáveis pessoais..........................................................................................
      • 3.3.7 Parâmetros subjetivos
    • 3.4 Índices térmicos.....................................................................................................
      • 3.4.1 PMV (Voto Médio Previsto)
      • 3.4.2 PPD (Percentagem Prevista de Insatisfeitos)...................................................
      • 3.4.3 Temperatura Operativa ( top )
    • 3.5 Análises estatísticas
  • 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
    • 4.1 Caracterização da população..................................................................................
    • 4.2 Análise da normalidade das variáveis
    • levantadas
    • preferências térmicas e nos índices térmicos calculados............................................... 4.4 Caracterização do ambiente térmico com base nas respostas de sensação e
    • 4.5 Comparação entre o PMV calculado e as sensações relatadas
    • 4.6 Fatores que influenciam a sensação térmica
      • 4.6.1 Relação entre os sujeitos e a sensação térmica relatada
      • 4.6.2 Relação entre os turnos e a sensação térmica...................................................
      • 4.6.3 Análise das variáveis ambientais e pessoais de influência na sensação térmica
    • 4.7 Considerações finais
  • 5 CONCLUSÃO
    • 5.1 Trabalhos futuros.................................................................................................
  • REFERÊNCIAS............................................................................................................
  • APÊNDICES
    • Apêndice A: Questionário de avaliação do conforto térmico - Turno Madrugada.......
    • Apêndice B: Questionário de avaliação do conforto térmico - Turno Manhã..............
    • Apêndice C: Questionário de avaliação do conforto térmico - Turno Tarde
    • Apêndice D: Questionário de avaliação do conforto térmico - Turno Noite................
    • Apêndice E: Banco de dados
    • Apêndice F: Características da população pesquisada
    • Apêndice G: Médias horárias das variáveis levantadas e calculadas...........................
    • sensação térmica relatada com PMV re-categorizado................................................. Apêndice H: Teste Exato de Fisher por simulação de Monte Carlo relacionando a
    • Apêndice J: Teste Exato de Fisher relacionando o turno com a sensação térmica.......
    • Apêndice K: Análise de variância Anova: variável pw...............................................
    • Apêndice L: Teste de Tukey – variável pw.
  • Figura 1: Vista do Prédio Administrativo da Trensurb (Fonte: www.trensurb.com.br). LISTA DE FIGURAS
  • Figura 2: Vista do CCO (Fonte: www.trensurb.com.br)...................................................
  • Figura 3: Planta Baixa CCO (sem escala).
  • Figura 4: Planta baixa mezanino do CCO (sem escala).
  • Figura 5: Termistor do tipo NTC.
  • Figura 6: Equipamentos utilizados para a aquisição de dados.
  • Figura 7: Equipamentos utilizados para a medição de tbu e tg.
  • Figura 8: Anemômetro de hélice......................................................................................
  • Figura 9: Planta baixa de localização dos sensores e dos posto de trabalho (sem escala).
    • medição................................................................................................................... Figura 10: Temperatura de bulbo seco do ar interior média por hora, nos doze dias de
  • Figura 11: Temperatura média radiante interior média por hora.......................................
  • Figura 12: Temperatura operativa média por hora............................................................
  • Figura 13: Umidade relativa do ar interior média por hora...............................................
  • Figura 14: Pressão parcial de vapor d`água média, por hora de medição.
  • Figura 15: Temperatura de bulbo seco do ar exterior média por hora.
  • Figura 16: Umidade relativa do ar exterior média, por hora de medição...........................
  • Figura 17: Isolamento térmico das vestimentas médio, por hora de medição....................
  • Figura 18: Taxa metabólica em dias úteis.
  • Figura 19: Taxa metabólica em sábados, domingos e feriados.
  • Figura 20: Média da sensação e preferência térmica.
  • Figura 21: Valores médios de PMV por hora de medição.
  • Figura 22: Valores médios de PPD por hora de medição
  • Figura 25: Valores médios de sensação térmica relatada PMV por hora de medição.
    • medição................................................................................................................... Figura 26: Valores médios de sensação térmica relatada PMV deslocado por hora de
  • Tabela 1: Taxas metabólicas (Fonte: ASHRAE, 2001) LISTA DE TABELAS
  • Tabela 2: Escala de percepção térmica da ISO 10551 (1995).
  • Tabela 3: Escala de preferência térmica da ISO 10551 (1995).
    • (Fonte: Beyer, 2004)................................................................................................ Tabela 4: Condições de projeto para ambientes climatizados, conforme temperatura efetiva
  • Tabela 5: Escala de sensação térmica ASHRAE (2001)...................................................
    • sensores................................................................................................................... Tabela 6: Quantidade e descrição dos equipamentos utilizados para a calibração dos
  • Tabela 7: Resultado das calibrações dos sensores.
  • Tabela 8: Localização dos sensores.
  • Tabela 9: Relação entre sensor, posto de trabalho e variável ambiental medida................
  • Tabela 10: Rotina de trabalho e taxas metabólicas para dias úteis.
  • Tabela 11: Rotina de trabalho e taxas metabólicas para sábados, domingos e feriados.
  • Tabela 12: Escala de percepção térmica...........................................................................
  • Tabela 13: Escala de preferência térmica.
  • Tabela 14: Condições de aplicabilidade da equação do PMV...........................................
  • Tabela 15: Número de dados coletados por turno de trabalho.
  • Tabela 16: Número de questionários preenchidos por turno de trabalho...........................
  • Tabela 17: Caracterização da população.
  • Tabela 18: Teste de normalidade.
  • Tabela 19: Variáveis ambientais e pessoais do ambiente pesquisado................................
  • Tabela 20: Sensação e preferência térmica relatadas e PMV e PPD calculadas.
    • por turno de trabalho................................................................................................ Tabela 21: Correlação entre o PMV calculado e as sensações relatadas pelos trabalhadores
  • Tabela 22: Re-categorização da variável PMV.
  • Tabela 23: Características dos sujeitos denominados “calorentos”e “friorentos”..............
  • Tabela 24: Anova não paramétrica Kruskall-Wallis.........................................................
  • Tabela 25: Distribuição de freqüências da sensação térmica relatada.
  • Tabela 26: Teste de comparação de médias: tbs x sensação térmica...............................
  • Tabela 27: Teste de comparação de médias: tmr x sensação térmica.
  • Tabela 28: Teste de comparação de médias: top x sensação térmica.
  • Tabela 29: de comparação de médias: UR(%) x sensação térmica.................................
  • Tabela 30: Teste de comparação de médias: ad x sensação térmica...............................
  • Tabela 31: Teste de comparação de médias: vestimentas x sensação térmica.

RESUMO

Este trabalho aborda a avaliação da percepção do conforto térmico em uma sala de controle, tendo como objetivo identificar quais os fatores que influenciam na sensação térmica dos operadores e se esta sensação difere estatisticamente entre os quatro turnos de trabalho. Foram medidas as variáveis ambientais (temperatura do ar, temperatura média radiante, umidade do ar e velocidade do ar), levantadas as variáveis pessoais (vestimenta e taxa metabólica) e aplicados questionários para coletar as sensações térmicas dos operadores a cada 1 hora. A taxa metabólica foi estimada em função da atividade, conforme os valores tabelados pela ASHRAE (2001), mas tal estimação pode apresentar imprecisões devido às diferenças individuais e às condições fisiológicas do ser humano, que são influenciadas pelo ritmo circadiano. O isolamento térmico médio das vestimentas foi de 0,5 a 0,8clo, sendo que os valores mais elevados ocorreram no turno da madrugada. Devido ao controle ambiental térmico da sala, a temperatura média do ar ao longo do dia permaneceu dentro de limites muito próximos. A sensação térmica predominantemente relatada pelos operadores, foi neutra, isto é, nem frio nem calor. Apenas em alguns períodos, principalmente no turno da madrugada, foi relatado desconforto devido ao frio. Não houve diferença significativa entre os resultados de conforto para os diferentes turnos de trabalho, mas o assunto merece estudos mais aprofundados. Os valores de PMV apresentaram baixa correlação estatística com as sensações relatadas pelos operadores, provavelmente em função dos valores da taxa metabólica e do isolamento térmico das vestimentas serem tabelados e não se ajustarem ao ambiente de trabalho. Devido a esta baixa correlação, a Anova não paramétrica de Kruskal-Wallis foi utilizada permitindo identificar que a temperatura do ar, a temperatura média radiante, a umidade do ar e a vestimenta utilizada influenciaram a sensação térmica dos operadores. Tendo em vista que o PMV não predisse a sensação térmica dos usuários, conclui-se que ele não é um bom parâmetro para uso em projetos de ambiente construído.

Palavras-chave: conforto térmico, sala de controle, trabalho em turnos.

1 INTRODUÇÃO

No trabalho de operadores de sala de controle, a meta é, geralmente, reconhecer uma situação crítica no momento certo. A necessidade de se manter alerta, que normalmente está associada com um alto nível de responsabilidade, pode resultar em tédio e aumentar o risco de erros e acidentes. A tendência é que os operadores tenham uma atividade de vigília e atenção concentrada, com uso de computador e alta demanda visual, além disso a situação é de monotonia, na maior parte da jornada de trabalho. Nos casos mais extremos, o trabalho com sistemas altamente automatizados tem sido caracterizado como 99% monotonia e 1% horror (1% das situações) (BIBBY et al., 1975 apud RASMUSSEN; LIND, 1981).

Como os avanços da tecnologia tendem a manter o trabalho de controle em condições cada vez mais automatizadas, e mais monótonas, ao mesmo tempo que exigem um nível atencional muito grande, não é possível otimizar o trabalho de controle apenas com melhorias de software, que forneçam estímulos suficientes para chamar a atenção do operador. Inclusive, pela teoria da adaptação (KROEMER; GRANDJEAN, 2005), estes estímulos não têm mais efeito após um certo tempo já que eles deixam de ser novidade. Uma alternativa, então, para contribuir para a manutenção do estado de vigília do operador em salas de controle é utilizar os recursos ambientais como suporte para um ambiente que contribua para um maior nível atencional e maior conforto.

Embora a Teoria das Necessidades de Maslow (1954, apud GUIMARÃES, 2004a), uma das teorias de maior influência no campo da motivação e satisfação, considera secundária as questões ambientais quando comparada aos fatores intrínsecos relacionados aos indivíduos, a influência dos fatores ambientais sobre o comportamento humano é inegável,

influenciar no desempenho (GUIMARÃES, 2004a). Inclusive a norma ISO 11064 (2003), referente a projetos ergonômicos de salas de controle, no capítulo 6, ressalta a importância das questões ambientais e estabelece alguns princípios ergonômicos para um projeto de boa qualidade, entre eles que:

a) as necessidades das condições de conforto do operador devem ser focadas primeiramente quando se está projetando o ambiente de um centro de controle; b) com o objetivo de otimizar a performance e o conforto do operador, os níveis de iluminação e a temperatura devem ser reguláveis e; c) as condições ambientais devem ser utilizadas para minimizar o efeito do trabalho em turnos, como por exemplo: aumentar a temperatura do ar de manhã cedo.

Na literatura, não há referências quanto à utilização de recursos ambientais para minorar a monotonia ou maximizar o nível de atenção mas, no entanto, sabe-se que condições ambientais desconfortáveis impactam negativamente no desempenho das pessoas (KROEMER; GRANDJEAN, 2005). Então, como projetar um ambiente que possa “chamar” o trabalhador e tornar a sua rotina mais confortável e menos cansativa?

Primeiramente, é necessário compreender o conforto térmico. Dentre as definições de conforto térmico, há duas que são complementares e que definem o conceito. De caráter subjetivo, a ANSI/ASHRAE Standard 55 (2004) define conforto térmico como a condição da mente que expressa satisfação em relação ao ambiente térmico. A outra, define conforto como a sensação de neutralidade térmica experimentada pelo ser humano em um determinado ambiente. Segundo Fanger (1970), neutralidade térmica é a condição na qual uma pessoa não prefira nem mais calor nem mais frio, em relação ao ambiente térmico em que se encontra.

O corpo humano está em neutralidade térmica quando todo o calor gerado pelo organismo por meio do metabolismo é trocado em igual proporção com o ambiente ao redor. Desta forma, o ambiente construído precisa resolver as questões das trocas térmicas de seus ocupantes, de maneira que os mecanismos termorreguladores, que têm a finalidade de manter a temperatura interna constante, gastem o mínimo de energia. Se o ser humano for impedido de manter a homeotermia, devido às condições ambientais o resultado pode comprometer suas atividades e sua saúde.

encontradas em ambientes controlados por sistemas de ar condicionado, uma vez que nos ambientes sem tais controles, as variações são produzidas pela variação climática diária.

Fanger (1970) afirma que é bem plausível um ritmo nas condições de conforto devido às oscilações diárias da temperatura interna do corpo humano. Considerando a temperatura do corpo em repouso, em geral o pico máximo ocorre um pouco antes de dormir e o pico mínimo um pouco antes da pessoa acordar.

Ainda segundo Fanger (1970), a razão de se produzir conforto térmico é principalmente satisfazer o desejo do homem de sentir-se termicamente confortável. Além disso, o conforto térmico pode ser justificado do ponto de vista do desempenho humano. Pesquisas neste sentido revelaram que o desempenho intelectual, manual e perceptivo do homem é, em geral, maior quando ele se encontra em condições de conforto térmico.

1.1 Objetivos

Os estudos de conforto térmico visam estabelecer métodos de avaliação das condições necessárias para um ambiente térmico adequado à ocupação humana. Neste sentido, o objetivo desta dissertação é analisar as condições ambientais e a sensação de conforto térmico dos operadores de uma sala de controle, que operam em regime contínuo, durante 24 horas diárias, nos sete dias da semana e com sistemas rodiziantes. Com isso, pretende- se identificar quais os fatores que influenciam na sensação térmica e se existem diferenças significativas nos quatro turnos de trabalho.

A hipótese é que a temperatura do ar interior percebida como confortável não seja constante, isto é, sofra variações ao longo do dia e noite de trabalho, em função de fatores tais como o tipo de trabalho realizado, a hora do dia e a temperatura externa.

1.2 Limitações do trabalho

Por se tratar de um levantamento realizado em um ambiente real de trabalho, o controle das variáveis ambientais e pessoais foi realizado com base em medições ambientais e levantamento das variáveis pessoais, sem a realização de controle rígido das variáveis como aqueles característicos de estudos em laboratórios.

A coleta de dados foi realizada no mês de setembro de 2004, período normalmente caracterizado por temperaturas mais amenas. Porém, o que se verificou foi um período de grandes oscilações na temperatura externa, típico do clima da região. Tal fato pode ter influência nos resultados desta pesquisa.

Para que fosse obtido um levantamento de dados representativos e, ao mesmo tempo, para não torná-lo cansativo e repetitivo para os operadores que participaram da pesquisa, o levantamento teve a duração de 12 dias.

Este estudo seguiu os métodos de avaliação de conforto e sensação térmica conforme preconizado na literatura a fim de ser possível comparar os resultados. Como o questionário aplicado seguiu o modelo de perguntas sugeridas pela ISO 10551 (1995), os operadores não foram solicitados a dar sua opinião sobre a permanência em um ambiente climatizado artificialmente, durante o turno de trabalho. No entanto, perguntas como esta poderiam ajudar a explicar melhor a preferência dos usuários pelo tipo de climatização, se natural ou artificial, por exemplo. Sabe-se, da literatura, que ambientes onde os usuários tem o controle da temperatura ou nos ambientes condicionados naturalmente a noção subjetiva de conforto é diferente (ASHRAE STANDARD 55, 2004; DEAR, BRAGER, COOPER, 1997).

Cabe salientar que os resultados desta pesquisa dizem respeito à população referente à sala de controle pesquisada. Por isso, seria interessante que avaliações semelhantes fossem desenvolvidas em outras salas de controle, a fim de comparar os resultados e propor diretrizes e critérios para avaliar e implantar melhorias nestes locais.

1.3 Estrutura do trabalho

Este trabalho está estruturado em cinco capítulos, além desta introdução. No segundo capítulo, consta a revisão da literatura e normas técnicas sobre conforto térmico, além de uma breve abordagem sobre o trabalho em salas de controle. No terceiro capítulo, é descrita a empresa onde foi realizado o levantamento dos dados e o método utilizado neste estudo. No quarto capítulo, estão as análises e discussão dos resultados obtidos, utilizando- se de ferramentas estatísticas e da interpretação do questionário subjetivo aplicado aos trabalhadores. O quinto capítulo apresenta as conclusões obtidas a partir do trabalho