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O documento aborda a importância do aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida da criança, destacando seus benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê. Além disso, discute a introdução de uma alimentação complementar saudável após esse período, com ênfase na oferta de alimentos in natura e minimamente processados. O texto também traz informações sobre a norma brasileira de comercialização de alimentos para lactentes e crianças de primeira infância (nbcal), que regula a promoção comercial e a rotulagem de produtos destinados a essa faixa etária, e sobre o papel dos bancos de leite humano. Ao final, são apresentadas orientações sobre a alimentação escolar e a importância do conselho de alimentação escolar (cae) no acompanhamento e fiscalização dessa política.
Tipologia: Esquemas
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PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E APOIO AO MÓDULO 1 ALEITAMENTO MATERNO NO PRÉ-NATAL 1 de 60
Olá! Seja bem-vindo(a) ao curso Amamentação e Alimentação Saudável na Primeira Infância do UNICEF.
Este conteúdo direciona-se a profissionais da área da saúde, educação e assistência social que trabalham no atendimento à primeira infância em todo o Brasil, principalmente nos municípios do Selo UNICEF, no Semiárido e na Amazônia Legal Brasileira. O curso tem como finalidade a capacitação para a promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável.
O Selo UNICEF, que é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), foi criado para apoiar os municípios do Semiárido e da Amazônia Legal Brasileira para a promoção e a garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Ao aderir a ele, o município assume o compromisso de manter a agenda de suas políticas públicas pela infância e adolescência como prioridade. Para isso, são monitorados tanto os indicadores sociais quanto a implementação de ações que ajudem esses territórios a cumprirem a Convenção sobre os Direitos da Criança, que, no Brasil, é refletida no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Sabendo da importância de estudar o tema, o UNICEF lançou este curso. O material foi dividido em quatro módulos, e, ao final de cada módulo, você realizará uma avaliação de aprendizagem para, no final, obter o certificado de conclusão do curso.
No Módulo 1 , você descobrirá a importância e as vantagens da amamentação para a criança, para a mulher, para a família e para a sociedade.
No Módulo 2 , você estudará sobre a amamentação no puerpério e as dificuldades no aleitamento materno, bem como sobre a proteção legal dessa fase tão importante na vida da mãe e do bebê.
No Módulo 3 , você entenderá os pilares da alimentação na primeira infância. Serão apresentados os Dez Passos para uma Alimentação Adequada e Saudável, a classificação dos alimentos e os grupos alimentares.
No Módulo 4 , o último, você aprenderá sobre a promoção contínua do aleitamento materno, passando por assuntos como o retorno da mãe ao trabalho, o manejo do leite materno e a alimentação escolar.
Todos os módulos trazem, de forma transversal, como os serviços de saúde, assistência social e educação infantil podem atuar na promoção da amamentação e da alimentação saudável na primeira infância.
Esperamos que aproveite este conteúdo ao máximo para que juntos possamos fortalecer os direitos das crianças. Bons estudos!
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A amamentação é a melhor forma de se fornecer o alimento ideal para o crescimento e desenvolvimento saudáveis da criança pequena, pois o leite materno contém todos os nutrientes de que ela precisa. Ele é totalmente adaptado às necessidades da criança.
Em condições favoráveis, a alimentação baseada exclusivamente no leite materno é capaz de suprir todas as demandas nutricionais do bebê nos seus primeiros 6 meses de vida, permanecendo como uma importante fonte de nutrientes até o seu segundo ano de vida.
A composição do leite materno é incomparável à de qualquer outro tipo de leite, por apresentar fatores de proteção e de defesa contra infecções. Isso acontece porque ele é rico em anticorpos e outras substâncias que protegem a criança nos dois primeiros anos de vida, período decisivo para o seu crescimento e desenvolvimento. Além disso, ele é melhor digerido pelo bebê, quando comparado, por exemplo, aos leites de vaca e cabra, entre outros.
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Entre as vantagens da amamentação, estão:
Diminuição de problemas ortodônticos e fonoaudiológicos associados ao uso de chupetas e mamadeiras.
O esforço que a criança faz para retirar o leite do peito é um exercício importante para a boca e para os músculos do rosto, repercutindo positivamente na respiração, na mastigação, na deglutição, na articulação da fala e no alinhamento dos dentes.
Redução do risco de alguns problemas de saúde e doenças, como:
Infecções respiratórias;
Infecções de ouvido;
Alergias;
Asma;
Hipertensão;
Colesterol alto;
Obesidade;
Diabetes;
Câncer na infância;
Doenças cardiovasculares;
Aterosclerose;
Desnutrição.
Benefícios psicológicos e emocionais
É por meio dos estímulos (sensoriais, auditivos, visuais e táteis) provocados pela amamentação que se estabelece uma relação profunda entre a mulher e ao bebê. Ademais, também é fato comprovado que as crianças amamentadas têm um desempenho de inteligência melhor que as não amamentadas.
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As vantagens da amamentação para a mulher são diversas. Entre elas, podemos citar:
Ajuda a aumentar o espaçamento entre gestações;
Previne hemorragias no pós-parto;
Protege a mulher do diabetes tipo 2 e dos cânceres de mama, de ovário e de endométrio;
Ajuda a mulher a perder peso;
Contribui para o fortalecimento do vínculo entre a mãe e a criança.
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Existem também benefícios à criança, que são:
O leite materno exclusivo é capaz de suprir todas as necessidades nutricionais nos primeiros seis meses e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida
Apresenta fatores de proteção e de defesa contra infecções
Crianças amamentadas possuem maiores chances de atingir o seu potencial máximo de desenvolvimento cognitivo, emocional e afetivo;
Geração de adultos com maior capacidade laboral, plena aptidão física e mental para a profissão que ocupa que contribuem para o desenvolvimento do país.
O fato de as crianças amamentadas adoecerem menos gera:
Menores impactos financeiros sobre o sistema de saúde.
Economia e praticidade. As famílias economizam, deixando de gastar com leite em pó, mamadeiras, bicos, chupetas, medicamentos e hospitalização. Além disso, o leite materno já está pronto e vem na quantidade certa para o bebê, não precisando ser preparado.
Manutenção no mercado de trabalho. Os filhos adoecem com menor frequência e, por isso, as mães não precisam ficar entrando com pedidos constantes de afastamento do trabalho.
Denominamos de “rede de apoio” o conjunto de pessoas, grupos e entidades que apoiam a mulher durante a amamentação, seja dando carinho, dividindo as tarefas domésticas ou oferecendo apoio físico e/ou psicológico. Esse suporte deve começar no próprio domicílio. Por isso, todos que residem com a mãe devem ser mobilizados e conhecer a importância desse período para a sua vida e a vida do bebê.
A pandemia do coronavírus trouxe muitas incertezas para todas as pessoas. E, para as mães que estavam amamentando, não foi diferente. Entretanto, até o momento, não há evidências científicas de transmissão vertical (da mãe para o bebê) do vírus no período da gestação nem no período neonatal, pela amamentação.
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A rede de apoio não se limita apenas ao suporte de familiares e amigos. É preciso também que o estado oferte uma proteção social básica. Saiba onde encontrar apoio.
O Cras atua garantindo às pessoas e/ou famílias em situação de vulnerabilidade acesso aos seus direitos sociais. Nas unidades, é possível a participação em rodas de conversa sobre a importância da amamentação, do afeto na comunicação com bebês e dos primeiros mil dias na vida da criança, entre outras temáticas.
A expectativa é de que as mães sejam prontamente assistidas por agentes comunitários de saúde e assistentes sociais do Cras de referência do seu domicílio. Entretanto, caso o município não disponha de uma busca ativa por pessoas em situação de vulnerabilidade, pode ser que estas não procurem pelos serviços e programas disponíveis por não conhecerem os seus direitos.
Cras de Jundiaí (SP) promove o aleitamento materno durante a Semana do Bebê.
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O Programa Criança Feliz, do Ministério da Cidadania, surge como uma importante ferramenta para que famílias com crianças pequenas ofereçam a elas os meios necessários para a promoção de seu desenvolvimento integral, trabalhando o fortalecimento de vínculos familiares e o exercício da parentalidade e prevenindo situações de exclusão e riscos sociais. O público do programa é composto por gestantes; crianças de 0 a 36 meses; e crianças de 0 a 72 meses com deficiência.
Objetivos do programa
Algumas das metas do Programa Criança Feliz são:
Promover o desenvolvimento humano a partir do apoio ao desenvolvimento integral da criança na primeira infância;
Apoiar a gestante e a família na preparação para o nascimento e nos cuidados perinatais;
Integrar as políticas públicas e as ações de primeira infância (Portaria MDS nº 956, de 22 de março de 2018).
Eixos
Os dois principais eixos de atuação do programa são as visitas domiciliares e a integração das políticas de atenção à primeira infância no território. Entre seus objetivos, estão fornecer à gestante ou ao casal:
Orientações nutricionais: preferir alimentos como frutas e legumes e evitar alimentos ultraprocessados (esse conceito será apresentado no próximo módulo);
Advertências quanto ao uso de substâncias químicas: evitar bebidas alcoólicas e cigarro;
Suporte para a amamentação: compreender a importância do momento para o estabelecimento do vínculo entre a mãe e a criança (que inclui as sensações de segurança e amparo), por meio da troca de olhares;
Apoio para a mudança de rotina após a chegada do bebê: a puérpera precisa de muito apoio do companheiro e dos outros moradores da casa para amamentar e cuidar do filho. Lembrar que o sucesso da amamentação, tão importante para a saúde do bebê, depende do suporte e apoio ofertados à mãe.
Visitas domiciliares
As visitas domiciliares podem abordar os seguintes assuntos:
Acompanhamento do pré-natal na UBS;
Transformações emocionais;
Alimentação adequada e acessível;
Informações sobre os direitos das gestantes;
Importância do aleitamento materno;
Entre outros.
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Semana do Bebê UNICEF. Clique aqui.
O momento da amamentação pode ser desafiador, e, portanto, é necessário que a mulher tenha uma rede de apoio e pessoas que a incentivem. Nesse sentido, é importante que todos os serviços tenham o objetivo comum de assegurar que a família tenha informações adequadas e possa exercer seus direitos e fazer melhores escolhas. Portanto, seja você um profissional de saúde, da assistência social ou da educação, sua participação na promoção do aleitamento materno é fundamental.
Na primeira semana de agosto, denominado Agosto Dourado, as entidades espalhadas pelo país realizam eventos de incentivo às mães para a manutenção do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade da criança.
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O leite materno é caracterizado conforme suas características bioquímicas, adequadas a cada período da vida da criança.
Colostro
Líquido de coloração amarelada, produzido nos primeiros dias após o parto (dura, em média, de 48 a 72 horas). Apresenta alta concentração de proteínas e é rico em anticorpos que fornecem proteção ao recém-nascido.
Leite de transição
Líquido produzido durante a apojadura ou descida do leite. É liberado entre o 7° e o 15° dia após o parto. O seu volume e a sua composição variam no decorrer dos dias.
Leite maduro
Sucedendo o leite de transição, apresenta-se como um líquido branco e opaco. O leite maduro tem 88% de água, além de proteínas, carboidratos, lipídios, minerais e vitaminas.
Em uma mesma mamada, o leite que sai primeiro pode parecer “ralo”, de cor mais transparente. Essa parte é rica em água e anticorpos e atua na hidratação do bebê e na sua proteção contra infecções.
Depois de a criança mamar por algum tempo, o líquido pode ficar mais esbranquiçado ou amarelado, pois passa a conter mais gorduras, deixando uma sensação maior de saciedade.
Por isso é que é importante deixar a criança mamar bastante em uma mama antes de oferecer a outra. Assim ela se beneficia de todas as qualidades do leite materno.
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR MÓDULO 3 E SAUDÁVEL NA PRIMEIRA INFÂNCIA 16 de 60
Quando um bebê nasce, ele é colocado no peito da mãe já na sala de parto. Esse é o procedimento recomendado quando ambos estão em condições físicas e emocionais adequadas. O contato pele a pele precoce e prolongado é indicado no período pós-parto imediato e deve durar até a primeira mamada ou pelo tempo que a mãe desejar (WHO, 2017).
Durante o contato, a criança não deve ser forçada a mamar. Estudos demonstram que esse momento cria um ambiente ótimo para a adaptação do recém-nascido à vida fora do útero, auxiliando no estabelecimento da sucção precoce, estimulando a produção de hormônios responsáveis pela produção e ejeção do leite e reduzindo o tamanho do útero e o sangramento.
Outros benefícios do contato pele a pele precoce são:
(Podemos incluir uma imagem legal do contato do bebê em contato com a pele da mãe de um lado e essas informações abaixo do outro)
Promoção do vínculo entre a mãe e o recém-nascido;
Proteção do bebê contra o frio;
Estabilização da frequência respiratória e do nível de glicemia da criança;
Tranquilização do recém-nascido: ele chora menos e o estresse provocado pelo trabalho de parto é atenuado;
Reconhecimento e exploração do corpo materno pelo bebê.
©UNICEF/BRZ/FredericoBorba
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR MÓDULO 3MÓDULO 2 E SAUDÁVEL NA PRIMEIRA INFÂNCIA^17 de 60
MÓDULO 2 AMAMENTAÇÃO NO PUERPÉRIO 19 de 60
É possível amamentar em várias posições. Por isso, a primeira coisa que deve ser feita para o tratamento da fissura é posicionar o bebê corretamente no peito, sempre se lembrando de que é ele que vai até a mama, e não a mama que vai até ele! As seguintes dicas podem ajudar:
Tocar o lábio do bebê com o mamilo;
Esperar que abra bem a boca;
Levá-lo rapidamente até a mama, posicionando o lábio inferior embaixo do mamilo. Os dedos da mãe devem estar posicionados em forma de “C” para facilitar a pega (não é recomendado que os dedos estejam em forma de tesoura, pois podem servir de obstáculo entre a boca da criança e a aréola).
Mais aréola visível acima da boca do bebê;
Boca bem aberta;
Queixo tocando a mama;
Lábio inferior virado para fora.
MÓDULO 2 AMAMENTAÇÃO NO PUERPÉRIO 20 de 60
A sucção deve ser lenta e profunda, com pausas, e as bochechas devem estar cheias. O bebê solta a mama quando termina.
A sucção em livre demanda pela criança é elemento básico para a manutenção da amamentação, pois quanto mais o bebê suga, maior é a produção de leite. Além do posicionamento correto da criança, outras dicas para o tratamento da fissura de mamilos são:
Praticar a amamentação em livre demanda: colocar o bebê no peito aos primeiros sinais de fome, para que ele não sugue com tanta força;
Evitar passar sabão ou outros produtos na região da aréola e do mamilo para não retirar a oleosidade natural da pele;
Fazer ordenha manual se a mama estiver cheia, para que a região mamilo areolar fique flexível e o bebê faça uma boa pega;
Começar a amamentação pela mama menos dolorida;
Usar diferentes posições para amamentar para diminuir a pressão na área machucada.
Não existe leite fraco; toda mulher produz leite de qualidade, que contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento da criança;
Durante a mamada, é importante esvaziar uma mama até o final antes de oferecer a outra,
Recomenda-se que a mãe inicie a mamada pela mama oferecida por último — caso tenha ofertado as duas — ou pela mama que não tenha sido utilizada na mamada anterior;
O bebê deve mamar sob livre demanda, isto é, na hora que ele quiser e pelo tempo que desejar;
A sucção em livre demanda é elemento básico para a manutenção da amamentação, pois quanto mais frequentemente o bebê suga a mama, maior será a produção de leite;
Durante os primeiros 6 meses, não se deve oferecer água, chás e outros leites, pois eles podem levar ao desmame precoce e até ao aumento da morbimortalidade infantil. Mesmo nos lugares mais quentes, o leite materno tem a quantidade certa de água de que o bebê precisa;