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Guias e Dicas
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Memórias de uma Professora: Minha Carreira na Educação, Provas de Autobiografia

Narrativa pessoal de uma professora sobre sua carreira na educação, incluindo seus primeiros anos de estudos, experiências trabalhando com diferentes séries, desafios enfrentados e mudanças de escola. A história abrange sua formação inicial, trabalhos em escolas públicas e privadas, e sua evolução profissional até atingir a vice-diretoria.

O que você vai aprender

  • Em que ano o autor concluiu seu curso de Magistério?
  • Quais séries o autor trabalhou durante seus cinco primeiros anos de carreira?
  • Em que ano o autor teve seu primeiro filho e parou de estudar?
  • Quais foram as principais desafios enfrentados pela professora durante sua carreira?
  • Em que ano o autor mudou-se para Porto Velho e começou a trabalhar na Escola AF.?

Tipologia: Provas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Gustavo_G
Gustavo_G 🇧🇷

4.6

(43)

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Apéndices 843
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AUTOBIOGRAFÍAS

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AU AUTTOOBBIIOOGGRRAAFFÍÍAA DDEE PPAApp

Neste trabalho, de acordo com as minhas lembrança procurarei ser o mais fiel possível para relatar fatos que ocorreram em minha vida. Nasci em 1955, na cidade de Manicoré, municípiodo Estado do Amazonas, localizada a margem direita do Rio Madeira. Aos seis meses de vida, meus pais se separaram e eu fui acolhido poela minha avó materna, com a qual, fui viver em uma pequena localidade chamada de Estirão à 03:00 horas de barco de Manicoré, através do Rio Manicoré, na qual não tinha hospital, farmácia, comércio e muito menos escola. Os pocos moradores existente, sobreviviam da pesca, caça, frutas silvestres, do cultivo da mandicora e da estração do latex, entretanto a minha avó por estar com a idade bastante avançada não tinha as condições dos demais. Moravam junto conosco uma tia e mais três primas e dois primos. Com o passar do tempo os meus primos viajaram e com isso a vida se tornou mais difícil. Após completar 10 anos, a minha avó já, sem grande saúde, resolveu entregar-me para o meu pais, o qual morava em Porto Velho. Viajamos à Poorto Velho, e aí, foi quando eu vim conhecer o meu pai, no determinado dia da entrega. Senti-me como um objeto e foi um período de muito sofrimento. Aos 11 anos foi quanto tive o primeiro contato com a escola, e o meu proimeiro dia de aula foi a minha segunda mior decepção. Entretanto, depois de um determinado tempo, consegui me adaptar e estudei até a 4ª série na Escola Getúlio Vargas. Fiz exame de admissão no Colégio Castelo Branco e aos 15 anos foi obvrigado a deixar a escola pois a vida estava péssima. Meu pai trabalhava tirando madeira par sustentar aos 3 filhos do segundo casamento, a esposa e eu. Aos 16 anos consegui o meu primeiro emprego na Secretaria de Agricultura do Território, a onde trabalheiu quase dois anos. Em seguida foi tr5abalhar como aprendiz de empressor chapista em uma gráfica. Aos 19 anos, já alistado no exército, soube da existência de uma vaga na gráfica do 5º BEC, me inscrevi, fiz o teste e fui aprovado e comecei a trabalhar já como profissional. No mesmo ano, me apresentei ao quartel para inspeção e fui dispensado por excesso de contingente.

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Minha infância foi complicada, pois meu pai ficou cego, logo em seguida minha mãe se separou dele e meu pai ficou com a minha guarda e a dos meus irmãos também. Quando chequei na adolescência, ele veio a falecer, fui para a casa de estranhos, onde passei dois anos. Mas não deu certo e fui morar com minha mãe, uma convivência de conflitos e desafios, pois tudo que eu fazia não a agradava. E isso nos irritava e muito. Com 18 anos conseguiu o emprego de monitora pois não tinha o 2º grau completo o mesmo não era magistério No final do ano casei-me e logo tive o meu primeiro filho que aliás foi uma experiência tão linda que essas linhas são poucas para descrevê-la. Com 20 anos fomos para o interior ou seja Distrito de Calama Baixo Madeira, onde me formei em professora, pois havia lá o Curso Logos II (magistério / supletivo), passando assim de monitora à professora, isso sempre em companhia do meu marido pois ele formou-se junto comigo. Passando-se 9 anos, meu marido pediu-se que fizesse o vestibular UNIR / SEMED , pois ele não poderia fazer, já que estava metido com a política. Assim viajei de barco rumo à Porto Velho e cheguei no último dia da inscrição, isso todos os colegas torcendo para que eu conseguisse chegar à tempo de fazer as inscrições e graças à Deus e meu marido consegui. Mas logo fiquei triste porque tinha apenas 5 dias para estudar e eu não dispunha de livros que constatava na biblioteca e isso foi horrível. Quis desistir do vestibular pois achava que não tinha a mínima chance de passar, retornei à Calama e no dia seguinte tive que voltar à Porto Velho para o vestibular, o barco chegou no porto era 5:00 da manhã, peguei um taxi e fui para casa da irmã do meu marido e isso sem saber onde seriam as provas. Até que telefonaram e descobriram que era no Pe. Moretti, cheguei a tempo e tinha bastante professores como eu, mas não conhecia ninguém me senti isolada pois fui a

única professora de Calama que fez a inscrição, enquanto eu via vários grupos sorrindo e eu ali sozinha sem ter com quem conversar. Com 8 dias saiu o resultado e minha sobrinha passou rádio para Calama avisando que eu não tinha passado, foi um choque e tanto e me sentia burra das burras. Eu e meu marido tivemos que vir a Porto Velho ai toquei o assunto do resultado e para minha surpresa minha sobrinha tinha visto outra lista e não o da UNIR / SEMED , bateu aquela esperança e tudo foi concretizado, meu nome estava lá e tudo virou festa. Isso mudou minha vida completamente, pois larguei minha vida lá e pedi transferência para cá , isso claro com o apoio do meu marido, já que ele era o diretor da escola e não tinha quem o substituísse naquele ano.

No ano seguinte ele largou tudo em Calama e veio também para cá onde continua me dando força, não me deixando desanimar. Hoje tenho 3 filhos que mais adoro no mundo e bastante experiência, onde o que eu aprendo, tenho passar ao meu marido orientando-o e ajudando. No período que estive em Calama, trabalhei o primeiro ano com a 1ª série, depois 2ª série, no outro ano com pré II ou seja 5 anos e os restos dos anos só com a 1ª. Até hoje continuo com a 1ª série, onde eu trabalho a 3 anos e meio que é até o momento. Antes que eu esqueça: a primeira escola que eu trabalhei foi a Escola Bom Jesus. Onde trabalhei com a M, que hoje estuda aqui na UNIR comigo.

Mas como toda felicidade dura pouco, aconteceu tudo que eu não desejaria que tivesse acontecido. No ano de 1978 meu pai ficou muito doentes e foi diagnosticado que ele estava com manchas nos pulmões. Os problemas na minha vida foram surgindo, meu pai teve que se afastar de nós, minha mãe já não se entendia mais com ele e com isso as brigas foram surgindo. A família que tanto admiravam já não existia mais.

Meu pai saiu de casa muito doente e foi morar com meu avô (paterno) e para completar ainda mais meu sofrimento, minha mãe por vingança nos proibiu de vê-lo. Parecia que tudo tinha acabado para mim, meu pai era e é uma pessoa muito importante e não queria aceitar aquela separação. Foi então que resolvi gazetar aula para ficar junto dele.

No ano seguinte minha mãe casou-se novamente, vendeu a nossa casa e acabou com tudo que nós tínhamos e fomos morar no interior no baixo-madeira no distrito de São Carlos. Se distanciar do meu pai foi muito dolorido, principalmente quando minha mãe me obrigou a chamar meu padrasto de pai, foi difícil ter que suportar isso. Voltei a estudar novamente e consegui concluir a 2ª série. Nossa situação financeira não ia bem, minha mãe e meu padrasto resolveram voltar morar em Porto Velho. Perdi mais um ano de estudo perdido e ainda tive que trabalhar junto com meu irmão mais velho, vendendo geladinho na rua para ajudar nas despesas de casa e pagar o aluguel. Meu padrasto bebia muito e quando ficava embriagado causava brigas violentas.

Certo dia cansada dessa vida resolvi procurar meu pai, mas foi inútil ele já não morava mais no mesmo local, então resolvi ir para casa da minha avó materna. Minha mãe pensando que eu tinha ido para casa do meu pai, foi a Demec (Delegacia do menor) à minha procura. Ao me encontrar fui levada a delegacia e em seguida para casa.

No ano de 1982 retornamos para São Carlos, tivemos que construir nossa própria casa, meu padrasto conseguiu um emprego na prefeitura. Voltei à estudar, agora aos 13 anos de idade, cursando a 3ª série do primário. Quando tudo parecia voltar ao normal, aconteceu uma tragédia. Ao derrubar uma árvore de açaí minha mãe quebrou o braço. Ela veio para Porto Velho e passou seis meses fazendo tratamento. Ficamos o tempo todo sozinhos e o que fez eu esquecer um pouco a situação era o tempo que passava na escola.

Aos quatorze anos, cursando a 4ª série, por força do destino fui obrigada a casar por conseqüência do meu padrasto que me maltratava muito. Como morava no interior, teria

que seguir os costumes e os valores do local. Então deixei de estudar, mas como eu era muito querida pelos meus professores, recebi muito conselho para voltar a estudar. Foi então que resolvi enfrentar todos preconceitos e me tornei a primeira jovem casada que estudava naquele local.

Em fevereiro de 1985, tive o meu primeiro filho, neste ano não pude estudar, mesmo tido apenas concluído a 5ª série, fui convidada a dar aula para o mobral, foi a maior emoção que senti naquela época, parecia um sonho.

No ano seguinte voltei à escola, engravidei do meu segundo filho e consegui um emprego de auxiliar de limpeza. Quando terminei a oitava série, o Secretário de Educação me nomeou Monitora de Ensino atuando diretamente em sala de aula. Passei mais um ano sem estudar, por não ter o 2º grau onde morava. Mas graças à Deus que no ano seguinte foi implantado o 2º grau, nasceu o meu terceiro filho e em 1991 nasceu meu quarto e último filho.

Em agosto de 1993 quando estava cursando o 3º ano do 2º grau, surgiu o projeto Escola Viva elaborado pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED) que firmou uma parceria com a UNIR para realizar um curso de capacitação de monitores. Não pensei duas vezes mesmo não Ter concluído o 2º grau consegui a vaga, assinando um termo no qual eu só receberia o certificado do magistério mediante o certificado do 2º grau colegial. Tive que deixar meus filhos em São Carlos com o meu marido e vir morar em Porto Velho. Foram oito meses de luta, mas consegui concluir os dois cursos. Em maio de 1994 retornei á São Carlos , achando que não teria mais chance de fazer um curso superior, não por falta de vontade e sim falta de condições. Mas em 1995 surgiu dentro do projeto escola viva o curso de nível superior, não pensei duas vezes me inscrevi passei e até hoje estou cursando. (13/07/99).

Retornei para Porto Velho em 1984, matriculando-me no primeiro ano de magistério na Escola Estadual C.D., onde estudei somente um ano, parei novamente por motivo de trabalho. Em 1986 recebi uma proposta para lecionar no baixo Madeira na localidade “Mutuns”; em março do mesmo ano, fui fazer um levantamento da comunidade e do patrimônio da Escola S.J. Foi uma experiência difícil, pois nunca tinha me deparado com tanta calamidade, dias depois retornei para a Secretaria de Educação, com diagnóstico da instituição; conversando com o secretário, disse a ele, que não iria voltar, não queria mais o emprego; lá nem escola tinha, havia somente, um barraco caindo. Depois conversando com a minha irmã que já era professora e, havia começado pela zona rural resolvi atender seu conselho; retornei para comunidade, expliquei que nunca havia dado aula, mas que queria ajudá-los. Duas semanas depois, levantamos uma casa de palha e comecei os trabalhos, com muitas dificuldades, claro! Não tinha luz, água tratada, nem uma estrutura, nos primeiros meses foi bastante difícil, pensei várias vezes em desistir, mas ao mesmo tempo pensava naquele povo, que de uma maneira ou de outra necessitavam da pouca experiência profissional que tinha; fui aos poucos me adaptando e adquirindo experiência. Trabalhei dois anos nessa localidade, aprendi bastante com aquele povo humilde, tenho certeza que ensinei o pouco que sabia. Por falta de apoio da Secretaria de Educação, e precisando ganhar maiores experiências num centro maior. No final de 1988, transferir-me para o Distrito de São Carlos na margem esquerda do baixo Madeira, já com mais segurança, fui lecionar para a quarta série, lá iniciei O Logos II, atual Fenix, alguns meses que estava naquela comunidade, a Secretaria resolveu encerrar O Logos II nos Distritos. Nos meados de maio de 1989, fui eleito para a direção da Escola H.D., na mesma localidade, tendo administrado essa escola por dois anos. Nesse mesmo ano conheci uma pessoa muito especial para mim, minha esposa, nos casando em 1990, nascendo nesse ano também meu primeiro filho. No final de 1990, por problemas de adaptação da minha família tive que me transferir para Porto Velho. Nesse retorno terminei o magistério pelo Logos II, fiquei trabalhando como vice- diretor da Escola M.I. no bairro C.S. Em janeiro de 1992, fui transferido para a Escola Nacional, no bairro Nacional, onde continuei como vice-diretor. Nesse mesmo ano resolvi sair candidato a vereador pelo PSB, não tendo obtido êxito, indo depois das eleições para São Carlos novamente, onde participei de uma outra

eleição, desta feita para administrador do Distrito, dessa vez sendo eleito pela comunidade, não assumindo o cargo por problemas políticos. Continuei na localidade dando aula. Em 93 tornei a ser eleito para administrar aquele estabelecimento de ensino. Novembro de 95 fui reeleito para a direção, foi quando surgiu esse curso de Pedagogia convênio UNIR/SEMED, a minha esposa e eu prestamos seleção e, conseguimos a classificação, novamente tivemos que retornar para capital. Atualmente trabalho no período da manhã na Escola Estadual de Ensino Fundamental M., a tarde na Escola Municipal de Ensino Fundamental S.P. Hoje com maior experiência, estou contente por ter vencido muitas deficiências que tinha antes de iniciar este curso. Sei que estes quatro anos não vai ser suficiente para me tornar um profissional a altura, mais pretendo assim que terminar este curso, prestar vestibular para o curso de Língua Portuguesa, para que possa melhorar muito mais e, quem sabe um dia voltar para São Carlos e retribuir para aquela comunidade a oportunidade que me propuseram.

Meu primeiro emprego foi em 1988, tinha 15 anos de idade, foi em uma Escolinha de Educação Infantil “A.”, lá trabalhei durante 2 anos, aprendi e ganhei muitas experiências, porém, ainda não simpatizava pelo magistério. Entretanto, não deixava de realizar meu trabalho com responsabilidade e seriedade. Não sinto vergonha em afirmar que minha vocação não é o magistério, contudo o realizo com muito empenho. Neste ínterim, namorei muito e me apaixonei várias vezes, só que tudo escondido, porque meu pai não permitia e minha madrasta me regulava e falava tudo para ele. Quando terminei o magistério, sai distribuindo meu currículo na maioria das escolas particulares e logo fui solicitada pela Escola Professor “C.C.”, onde iniciei com a turma de Alfabetização, lá permanecendo durante 7 anos. Nesse decorrer, consegui um contrato emergêncial na Prefeitura Municipal, foi de suma importância a realidade e as experiências que pude vivênciar na escola pública, nada comparada com a realidade da escola privada. No decorrer desses anos conheci e namorei com meu atual marido, tivemos uma linda filha, que é a coisa mais importante para mim. Foi bem na época em que ela nasceu que prestei vestibular e passei para a Faculdade de Pedagogia. Foi conflitante eu decidir se dava prosseguimento a faculdade, ou se, de certa forma, sacrificava os primeiros anos de vida de minha filha. Pensei bastante e decidi que a estaria ajudando tantos em termos culturais como financeiro se continuasse a faculdade. Graças a Deus decidi certo, hoje estou concluindo, e sinto-me muito mais segura e, posso e tenho muito mais a oferecer a ela. Atualmente estou trabalhando na Rede Estadual, pois à algum tempo a Prefeitura não oferece concurso. Esta é outra realidade super gratificante (rede estadual), uma vez que estou trabalhando com alunos de periferia, que trazem experiências ricas em termos de vida. Termino afirmando que nem sempre o que sonhamos pode se adequar ao que pretendemos na vida, porém o que temos e conseguimos é digno de incluirmos aos nossos sonhos.

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Uma Pequena Autobiografia

Eu me chamo A. M. C. M. L., nasci no dia 08/11/66 em uma pequena cidade do interior do Ceará. Lá fiquei até os 9 anos, quando tive que morar em outra cidade para continuar estudando, pois morávamos no sítio e lá só tinha até a 3ª série. A professora era minha própria mãe, que era professora do município, a mesma é hoje aposentada sempre como professora. Quando terminei a 3ª série, minha mãe mandou-me para outra cidade, Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte, porque ela sempre quis que nós estudássemos, mesmo com muita dificuldade, pois sou filha de uma família humilde. Lá nesta cidade fiquei por um ano. No ano seguinte, minha mãe resolveu mudar-se para outra cidade, pois já não era somente eu que precisava sair de casa para estudar, a minha irmã também. Assim, mudou-se para a cidade de Tabuleiro do Norte-CE. Foi nesta cidade que estudei da 5ª série até o último ano do magistério. Fiz o ginásio na Escola AM, uma escola estadual. Quando terminei a 8ª série fiquei com uma grande dúvida se fazia magistério ou colegial. A minha mãe, como era professora queria que eu fizesse magistério, pois seria um curso que me daria uma profissão, e seria mais fácil conseguir um emprego, já que no interior do Ceará é muito difícil emprego. Então fui fazer magistério na Escola Francisco Moreira, mas sempre preocupada se era isso mesmo o que eu queria. No último ano do magistério entrei em desespero quando fui fazer estágio de regência. Isso me tirou o sono por várias noites, pois eu tinha medo de não conseguir dar aula na frente da professora de estágio. Pois um dia perguntei a ela o que aconteceria se não conseguisse, ela me disse: reprovo você. Isso me deixou muito angustiada. Minha mãe falava que era a primeira vez que me via tão preocupada com alguma coisa. Escolhi uma sala da 2ª série, a professora da sala era também minha professora no magistério. Ela foi uma verdadeira amiga. Fez tudo o que podia, porque me deu foça nesse dia. Assim aquilo que tanto me amedrontava passou a ser mais fácil. Lembro que me sai muito bem e vi que não era nada daquilo que eu pensava. Só não imaginava que no ano seguinte já fosse assumir uma sala de aula.

Velho. Eu sentia muita saudade de casa, de meus pais, de meus irmãos e principalmente da minha irmã M. Nós duas éramos como unha e carne, conversávamos muito e aqui estava eu separada dela, sem ter para quem contar minhas coisas. Ela também teve que ir embora de casa pois queria continuar os estudos, queria prestar vestibular para medicina. Como fez e não conseguiu, torno-se enfermeira e, até hoje estamos longe uma da outra. Voltando a minha chegada em Porto Velho, já é começo de fevereiro do mesmo ano, minha tia tinha que voltar a trabalhar. Resolvi que ia no trabalho com ela, a mesma trabalhava numa escola perto de casa, dava para ir à pé. Lá fomos nós e grande foi o susto quando cheguei na referida escola, pois era uma escola comunitária toda de madeira e muito feia. Nunca tinha visto uma escola como aquela. Mas logo no primeiro dia descobri que todos os que trabalhavam nesta escola eram pessoas maravilhosas, já queriam que eu conseguisse um emprego de professora e ficasse lá. Estava faltando professor. Passou alguns dias e continuei indo para escola com minha tia. Uma grande amiga da minha tia perguntou-me se queria mesmo trabalhar de professora, pois se eu quisesse ela iria conseguir um contrato para mim. Disse que sim, pois tinha vindo para trabalhar, entreguei os meus documentos para ela e no dia 26 de março de 1986 assinei meu contrato de professora no município de porto Velho, onde continuo sendo professora até hoje. Fiquei trabalhando na escola onde minha tia trabalhava, ou seja, a Escola Comunitária Bom Jesus, que hoje tem o nome de Centro Educacional M. No começo foi muito difícil, mas a diretora da escola foi como uma mãe, fez tudo por mim, deu-me todo o apoio necessário. Lá fiquei por três anos quando tive que sair, pois como a escola era comunitária e estava sendo assumida pelo Estado e com a desmunicipalização do ensino não podia mais ficar lá. Foi difícil demais para mim já que lá todos eram como uma grande família, todos ajudavam uns aos outros ( inclusive a colega PA1, que faz faculdade comigo hoje, que fazia parte desses professores). Saindo da Escola Comunitária BJ, fui trabalhar numa escola particular, denominada Centro Educacional CC, que tinha convênio com a Prefeitura, pois naquela época eram poucas as escolas municipais. Fiquei lá por um ano. Nessa Escola continuei trabalhando com o pré escolar. Não deu para ficar mais lá pois já havia me casado, constituindo família, e tinha a minha filha J. Foi no ano que começou o horário corrido dos professores na prefeitura e a diretora da escola não aceitava que trabalhasse somente 6 horas. Porém continuei trabalhando numa outra escola particular por mais dois anos,

também com o pré escolar, foi quando mudamos para o bairro do A. Aí resolvi que não queria mais trabalhar em escolas particulares conveniadas com a Prefeitura, queria trabalhar em uma Escola Municipal. Com esse propósito verifiquei que próximo de casa tinha uma escola com um alto grau de prestigio, a Escola Municipal de Primeiro Grau P.C. que na época era muito difícil conseguir uma vaga no corpo docente, quase como ganhar na loteria, mas mesmo assim tentei e não desisti até conseguir uma vaga, estando até hoje nesse estabelecimento educacional municipal. Ao chegar lá no primeiro dia fiquei muito surpresa com algumas posturas da diretora, mas não desanimei, pensei comigo, que apesar da filosofia da direção da escola, era nessa escola que eu ia ficar. No primeiro ano trabalhei com o Pré-Escolar, no ano seguinte trabalhei com a 2ª série onde fiquei por três anos, depois fui trabalhar na 3ª série, dando continuidade a minha turma. Fiquei dois anos na 3ª série quando fui para a 4ª série, também dessa vez acompanhando minha 3ª série. Já fazem 3 anos que estou ministrando aulas na 4ª série, é muito bom trabalhar com alunos de 4ª série, pois já são alunos que conseguem serem mais responsáveis, demonstrando mais interesse e personalidade. A Escola P.C. onde leciono a sete anos e que representa boa parte da minha vida profissional merece um comentário mais significativo. Ela comporta uma área bastante espaçosa, com onze salas de aulas, biblioteca, quadra coberta, pátio, sala de dança, consultório e praticamente quase todas as dependências de uma escola modelo, funcionando nos três turno letivos. No passado a escola já contou com um excelente quadro docente, o qual foi paulatinamente diminuindo em razão de vários fatores, estando em franco processo de degradação, com reflexo no nível educacional e na confiança que a comunidade tinha nessa escola. A falta de professores capacitados e comprometidos de fato com a educação e não meramente interessados no emprego torna nossa atividade e postura conflitantes com o restante do corpo docente, ensejando vários debates sobre como traduzir um ensino de qualidade e o papel do educador no sistema de ensino público. Procuramos contribuir para elevar o baixo rendimento escolar. Os professores que lecionavam para as 4ª séries, eu incluída, verificaram que os alunos vindo das séries anteriores tinham dificuldade no acompanhamento, porque apresentavam falhas em seu ensinamento. A oportunidade de cursar um curso superior era uma aspiração antiga e buscada com muita ansiedade. Todas as minhas três irmãs já haviam alcançado esse degrau e lá estava eu, ainda sem conseguí-lo. Terminei o Magistério em 1985 e não tive interesse

Fazendo um paralelo entre a forma e o conteúdo que ministrava em minha sala de aula, posso garantir que houve uma sensível melhora, onde incorporei aquilo que ia aprendendo, deixando de utilizar determinados conceitos ou atitudes. Isso tem me levado a em algumas ocasiões ser discriminadas por parte de meus colegas professores, com a desculpa de estar “inventando” coisas, mas isso não me faz desisti. Quando comecei o curso tinha muita dificuldade que aos poucos estou superando. Comecei a ter mais gosto pela leitura, e tenho recebido muito apoio de minha família, principalmente do meu esposo e de minha irmã caçula, que me ajudam em tudo que podem. Já fico pensando quando terminar o curso de Pedagogia, em fazer um curso de especialização em Psicopedagogia, pois seu apaixonada por tudo que diz respeito a psicologia educacional. Esse curso de Pedagogia veio no melhor momento de minha vida, já que estou de bem com a vida e sem filhos pequenos para cuidar, podendo me dedicar por inteiro ao curso. Minha vida profissional atualmente é totalmente direcionada para a educação, onde estou atuando a mais de doze anos. Nessa área tive muitas alegrias e grandes desilusões, principalmente na falta de reconhecimento por parte das autoridades do valor do nosso trabalho. No entanto, quando vejo alguns de meus ex-alunos tenho a gratificação de saber que aquela pessoa é o que é graças ao meu trabalho como professora. Quanto ao futuro, espero ter oportunidade de atingir alguns de meus objetivos ainda não conquistados, como a compra de um carro com o meu próprio salário. Para isso, esse curso me dará condições de desempenhar melhor meu trabalho e também ser melhor remunerada. Acredito que ainda tenha muito para viver e nem cheguei na metade de minha vida.

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Meu nome é B. C. M. , nasci no Setembro 1960, às vinte e duas horas, numa terça-feira, pesando 3.500kg, na cidade de Tabuleiro do Norte CE, quem me ajudou a nascer foi uma parteira e o parto foi na minha casa, no meu primeiro ano de vida foi muito difícil, estava sempre com infecção intestinal, e a minha mãe me levava para curandeira e ela falou um dia para minha mãe que me batizasse com o nome de B. , só assim eu iria sobreviver, e de acordo com as nossas crenças estou hoje aqui fazendo minha autobiografia. Somos de uma família de classe média, onde eu sou a terceira, de seis filhos legítimos e uma filha adotiva, minha mãe doméstica e meu pai profissional autônomo (mecânico), ambos já estão aposentados, sou casada, nordestina e tenho um filho de dezessete anos. Da minha infância as lembranças são fortes, pois meu pai nos criou com muitas dificuldades pelo fato de sermos de uma família grande e era só ele quem trabalhava, minha mãe contribuía muito, lembro que ela sempre foi muito dedicada, boa esposa e boa mãe, econômica, tudo era muito bem distribuído. Eu lembro que meu pai dizia: “pode faltar tudo, mas comida nunca vai faltar para os meus filhos”. Nós morávamos no interior e quando ele viajava para capital Fortaleza, sempre sobrava um dinheirinho e ele comprava frutas como: uva, maçã, etc... Nossa! A gente achava o máximo, nós vivíamos pedindo para ele comprar um brinquedo chamado “o burrinho maluco”, era da Estrela, e um dia ele em uma das viagens à Fortaleza comprou, foi nossa maior felicidade, para brincar tínhamos que revezar, as vezes acabava em briga, sempre tinha aquele que queira levar mais vantagem. E assim, o tempo foi passando e chegou a época e irmos para escola, agora imagine, seis filhos, éramos uma escadinha, todos precisando de material escolar, farda e calçado, lembro do nossos livros, comprava-mos de segunda mão dos filhos dos senhores considerados ricos da minha cidade, e assim conseguimos estudar. Dos três filhos mais velhos era eu, quem fica em casa ajudando minha mãe nos afazeres domésticos, e os dois meninos iam para oficina ajudar o meu pai. Lembro uma parte da minha adolescência chata, de acordo com o nascimento dos três menores a carga maior de trabalho era minha pois dos três maiores eu era a única mulher e por existir a predominância machista do nordestino, homem não fazia afazeres domésticos e acabava sobrando pra mim. Lembro também que nunca dei trabalho para estudar, nunca fiquei de recuperação, meus irmãos do