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AULA EXTRA – LITERATURA BRASILEIRA: BARROCO E ARCADISMO. Quinhentismo (séc.XVI-XVII) ... Sagrado X Profano / Luz X Sombra;.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Tiago22
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EXTENSIVO 2013
Disciplina: Literatura e Língua Portuguesa
Professor: Caique Franchetto
Estudante:_________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
AULA EXTRALITERATURA BRASILEIRA: BARROCO E ARCADISMO
Quinhentismo (séc.XVI-XVII)
A chegada das caravelas portuguesas à costa da Bahia, em 1500, colocou frente a frente dois povos
muito diferentes. Os viajantes que aqui estiveram no século XVI mostraram como se deu esse
contato. Nos relatos que fizeram, encontra-se o registro de imagens da terra e de sua gente que
marcaram para sempre a identidade brasileira.
A Carta de Pero Vaz de Caminha
- carta enviada ao atual de Rei de Portugal, D.Manuel, por Pero Vaz de Caminha, retratando a
expedição em mar, a chegada em terras brasileiras e o contato com a cultura indígena das
fragatas/caravelas de Pedro Álvares Cabral.
[...]Neste mesmo dia, à hora de vésperas, avistamos terra!
Primeiramente um grande monte, muito alto e redondo; depois,
outras serras mais baixas, da parte sul em relação ao monte e,
mais, terra chã. Com grandes arvoredos. Ao monte alto o
Capitão deu o nome de Monte Pascoal; e à terra, Terra de Vera
Cruz. [...]
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a
pouco começaram a vir mais. [...] Alguns deles traziam arcos e
flechas. Que todos trocaram por carapuças ou por qualquer
coisa que lhes davam. Comiam conosco de tudo que lhes
oferecíamos. Alguns deles bebiam vinho. [...] Parece-me gente
de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a
nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem
crença alguma...
[...] k,lmkl,De ponta a ponta é tudo praia redonda, muito chã e
muito formosa. [...] Nela até agora não pudemos saber que haja
ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro. [...] A
águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que,
querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que
tem. Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece
que será salvar esta gente. E esta deve a principal semente que
Vossa Alteza nela deve lançar[...]” (CAMINHA, Pero Vaz.
Carta.)
- Literatura de catequese: textos escritos por jesuítas com objetivo de educar e
catequisar os nativos. Sempre também com objetivo de seduzir o indígena para a
religião, os jesuítas recorreram a algumas formas mais populares, como canto, o
diálogo e as narrativas de viagem como aproveitamento de mitos da tradição medieval
e da tradição indígenas.
- Crônicas/Narrativas/Relatos de viagem: os viajantes que integravam expedições
tinham algumas missões específicas a cumprir: descrever a terra e o povo nativo,
catalogar espécimes da fauna e da flora, e identificar possíveis interesses econômicos
para a coroa portuguesa. Os relatos de viagens são textos essencialmente informativos
e se caracterizam como espécie da crônica histórica.
Produção Literária: Padre José de Anchieta escreveu poemas líricos, a maior parte
de cunho. Seus poemas revelam a visão teocêntrica medieval. Suas peças de teatro
têm função claramente religiosa e pedagógica (catequese).
Não há coisa segura
Tudo quanto se vê, se vai passando;
A vida não tem dura;
O bem se vai gastando
Toda criatura vai voando.
Em Deus, meu Criador;
Só’stá todo o meu bem, toda a esperança,
Meu gosto e meu amor
E bemaventurança.
Quem serve a tal Senhor não faz mudança.
Contente assi minha alma
Do doce amor que Deus toda ferida,
O mundo deixa em calma,
Buscando a outra vida,
Na qual deseja ser toda absorvida.
Pe. José de Anchieta
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EXTENSIVO 2013

Disciplina: Literatura e Língua Portuguesa

Professor: Caique Franchetto

Estudante:_________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________

AULA EXTRA – LITERATURA BRASILEIRA: BARROCO E ARCADISMO

Quinhentismo (séc.XVI-XVII)

A chegada das caravelas portuguesas à costa da Bahia, em 1500, colocou frente a frente dois povos

muito diferentes. Os viajantes que aqui estiveram no século XVI mostraram como se deu esse

contato. Nos relatos que fizeram, encontra-se o registro de imagens da terra e de sua gente que

marcaram para sempre a identidade brasileira.

A Carta de Pero Vaz de Caminha

- carta enviada ao atual de Rei de Portugal, D.Manuel, por Pero Vaz de Caminha, retratando a

expedição em mar, a chegada em terras brasileiras e o contato com a cultura indígena das

fragatas/caravelas de Pedro Álvares Cabral.

“[...]Neste mesmo dia, à hora de vésperas, avistamos terra!

Primeiramente um grande monte, muito alto e redondo; depois,

outras serras mais baixas, da parte sul em relação ao monte e,

mais, terra chã. Com grandes arvoredos. Ao monte alto o

Capitão deu o nome de Monte Pascoal; e à terra, Terra de Vera

Cruz. [...]

Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a

pouco começaram a vir mais. [...] Alguns deles traziam arcos e

flechas. Que todos trocaram por carapuças ou por qualquer

coisa que lhes davam. Comiam conosco de tudo que lhes

oferecíamos. Alguns deles bebiam vinho. [...] Parece-me gente

de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a

nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem

crença alguma...

[...] k,lmkl,De ponta a ponta é tudo praia redonda, muito chã e

muito formosa. [...] Nela até agora não pudemos saber que haja

ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro. [...] A

águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que,

querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que

tem. Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece

que será salvar esta gente. E esta deve a principal semente que

Vossa Alteza nela deve lançar[...]” (CAMINHA, Pero Vaz.

Carta. )

- Literatura de catequese : textos escritos por jesuítas com objetivo de educar e

catequisar os nativos. Sempre também com objetivo de seduzir o indígena para a

religião, os jesuítas recorreram a algumas formas mais populares, como canto, o

diálogo e as narrativas de viagem como aproveitamento de mitos da tradição medieval

e da tradição indígenas.

- Crônicas/Narrativas/Relatos de viagem: os viajantes que integravam expedições

tinham algumas missões específicas a cumprir: descrever a terra e o povo nativo,

catalogar espécimes da fauna e da flora, e identificar possíveis interesses econômicos

para a coroa portuguesa. Os relatos de viagens são textos essencialmente informativos

e se caracterizam como espécie da crônica histórica.

Produção Literária: Padre José de Anchieta escreveu poemas líricos, a maior parte

de cunho. Seus poemas revelam a visão teocêntrica medieval. Suas peças de teatro

têm função claramente religiosa e pedagógica (catequese).

Não há coisa segura

Tudo quanto se vê, se vai passando;

A vida não tem dura;

O bem se vai gastando

Toda criatura vai voando.

Em Deus, meu Criador;

Só’stá todo o meu bem, toda a esperança,

Meu gosto e meu amor

E bemaventurança.

Quem serve a tal Senhor não faz mudança.

Contente assi minha alma

Do doce amor que Deus toda ferida,

O mundo deixa em calma,

Buscando a outra vida,

Na qual deseja ser toda absorvida.

Pe. José de Anchieta

BARROCO (séc.XVII-XVIII)

O registro das primeiras impressões dos viajantes, os sermões do Padre Antônio Vieira, a poesia de

Gregório de Matos representam as primeiras manifestações literárias do Brasil Colônia a partir de

1600. No século XVII, o ser humano vive em conflito, atormentado por dúvidas existenciais,

dividido entre uma postura racional e humanista e uma existência assombrada pela culpa religiosa.

Representa o tempo de instabilidade e incerteza para a prematura poesia brasileira.

Acontecimentos Históricos na Europa

- 1517 : Lutero escreve e defende a tese da Reforma Protestante (valorização e tentativa de

conciliação entre o pensamento racional renascentista com os mandamentos religiosos);

- 1545: Inicia-se, pela Igreja Católica, a Contrarreforma com ações de perseguições semelhantes à

Santa Inquisição da Idade Média (retomadas dos valores apostólico-romanos por meio de

imposição).

Características gerais

- Retomada dos valores cristãos;

- Sentimentos de tensão, angústia e culpa por parte do autor;

- Arte das formas, rebuscamento e cultismo (valores renascentistas/classicistas ainda presentes na produção literária);

- Antíteses, na poesia, que representavam a dúvida entre o religioso e o racional;

- Valorização do argumento – a Dialética Clássica;

- Sagrado X Profano / Luz X Sombra;

- Busca da realidade, tentativa de expressar os sentimentos de pessimismo e tristeza perante a dúvida da conduta religiosa;

- Ascensão da linguagem metafórica;

- Tema: o Gótico (exagero, medo) expresso por antíteses, paradoxos e hipérboles.

Os sermões religiosos do Pe. Antônio Vieira

- Os sermões do Pe. Vieira são famosos pela argumentação e pela Retórica perfeita. As

metáforas e as analogias ajudavam os fiéis a compreender as passagens mais obscuras da

doutrina católica;

- O sermão barroco devia demonstrar uma posição moral por meio de uma imagem que,

associada a um fato ou a uma citação bíblica, pudesse ser um símbolo da posição a ser

defendida;

- Argumentos baseados na observação da realidade, em verdades históricas, em princípios

éticos ou filosóficos deviam ser evitados. A agudeza e o engenho só se manifestavam caso o

autor da argumentação fosse capaz de ilustrar por meio de imagens e metáforas o tema do

sermão.

- Em Sermão da sexagésima , Pe. Vieira convence os fiéis que a culpa as deficiências da

expansão da “palavra de Deus” é culpa dos pregadores, que, em lugar de desenvolverem uma

argumentação consistente, preocupam-se em enfeitar a linguagem, tornando o texto

incompreensível.

“[...] Não nego nem quero dizer que o sermão não haja de ter variedade de discursos, mas esses hão de nascer todos da mesma

matéria e continuar a acabar nela. [...] Ora vede: uma árvore tem raízes, tem tronco, tem ramos, tem folhes, tem frutos. Assim há

de ser o sermão: há de ter raízes fortes e sólidas, porque há de ser fundado no Evangelho; há de ter tronco, porque há de ter um só

assunto e tratar uma só matéria; deste tronco hão de nascer diversos ramos, que são diversos discursos, [...] estes ramos não há de

ser secos, senão cobertos de folhas, porque os discursos hão de ser vestidos e ornados de palavras. Há de ter esta árvore varas, que

são repressão dos vícios; há de ter flores, que são as sentenças; e por remate de tudo, há d éter frutos, que é o fruto e o fim a que se

há de ordenar o sermão.[...]” (VIEIRA, Padre Antônio. Sermões. )

A lírica religiosa e satírica de Gregório de Matos

- Poesia Lírica (Amorosa e/ou Erótica):

retoma temas clássicos, como a posição

entre o espírito e a matéria;

Pintura admirável de uma beleza

Vês esse sol de luzes coroado?

Em pérolas a aurora convertida?

Vês a lua de estrelas guarnecida?

Vês o céu de planetas adorado?

- Tema: modelo de vida ideal é aquele que envolve a Natureza. Cenário rural é sinônimo de tranquilidade e harmonia;

- Arcádia como o Paraíso: os poetas e as musas amadas são identificados como pastores(as).

Produção Literária

- com o objetivo de se oporem aos barrocos, os poetas árcades buscaram reverência na poesia clássica-renascentista, abordam a

temática sentimental e da fugacidade do tempo.

- o cenário na poesia é sempre campos e pastos alegres (pastoril);

Resgate do clássico:

- Fugere urbem: fuga da cidade, da urbanização; afirmação das qualidades na vida do campo. O

urbano corrompe. É no campo que se pode produzir conhecimento por conta da tranquilidade;

- Aurea mediocritas: mediocridade “áurea dourada” – simboliza a valorização das coisas

cotidianas, simples, focalizadas pela razão e pelo bom senso;

- Locus amoenus: caracterização de um lugar ameno, tranquilo, agradável, onde os amantes se

encontram para desfrutar dos prazeres da natureza;

- Inutilia truncat: cortar o inútil – princípio muito valorizado, preocupado em eliminar os

excessos, evitando qualquer uso mais elaborado da linguagem.

- Carpe Diem: gozar o dia – trata da passagem do tempo como algo que traz velhice, a fragilidade

e a morte, tornando imperativo aproveitar o momento presente de modo intenso.

Principais autores arcadistas Bocage

- Voltaire (França);

- Manuel du Bocage (Portugal);

- Tomás Antônio Gonzaga – Marília de Dirceu (Brasil);

- Cláudio Manuel da Costa (Brasil).

Recreios campestres na companhia de Marília

Olha Marília, as flautas dos pastores

Que bem que soam, como estão cadentes!

Olha o Tejo sorrir-se! Olha, não sentes

Os Zéfiros brincar por entre as flores?

Vê como ali beijando-se os Amores

Incitam-se nossos ósculos ardentes!

Ei-las de planta em planta as inocentes,

As vagas borboletas de mil cores!

Naquele arbusto o rouxinol suspira,

Ora nas folhas a abelhinha para,

Ora nos ares sussurrando gira:

Que alegre campo! Que manhã tão clara!

Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,

Mais tristeza que a morte me causara.

Manuel Bocage

Convite à Marília

Já se afastou de nós o Inverno agreste

Envolto nos seus úmidos vapores;

A fértil Primavera, a mãe das flores

O prado ameno de bobinas veste:

Varrendo os ares o sutil nordeste

Os torna azuis; as aves de mil cores

Adejam entre Zéfiros, e Amores,

E toma o fresco Tejo a cor celeste:

Vem, ó Marília, vem lograr comigo

Destes alegres campos a beleza,

Destas copadas árvores o abrigo:

Deixa louvar da corte a vã grandeza:

Quanto me agrada mais estar contigo

Notando as perfeições da Natureza!

Manuel du Bocage

EXERCÍCIOS DE VESTIBULARES

1 - (ITA-SP) Leia o texto abaixo e as informações que se seguem. Que falta nesta cidade? Verdade. Que mais por sua desonra? Honra. Falta mais que se lhe ponha? Vergonha. O demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, Numa cidade onde falta Verdade, honra, vergonha. Gregório de Matos I- Mantém uma estrutura formal e rítmica regular. II- Enfatiza as ideias opostas. III- Emprega a ordem direta. IV- Refere à cidade de São Paulo. V- Emprega a gradação. Então, pode-se dizer que são verdadeiras a) Apenas I, II, IV. b) Apenas I, II, V. c) Apenas I, III, V. d) Apenas I, IV, V. e) Todas.

2 - (PUC-MG)

Texto I Discreta e formosíssima Maria, Enquanto estamos vendo claramente Na vossa ardente vista o sol ardente, E na rosada face a aurora fria; Enquanto pois produz, enquanto cria Essa esfera gentil, mina excelente No cabelo o metal mais reluzente, E na boca a mais fina pedraria. Gozai, gozai da flor da formosura, Antes que o frio da madura idade Tronco deixe despido o que é verdura. Que passado o Zenith da mocidade, Sem a noite encontrar da sepultura, É cada dia ocaso da beldade. Gregório de matos Texto II Minha bela Marília, tudo passa; A sorte deste mundo é mal segura; Se vem depois dos males a ventura, Vem depois dos prazeres a desgraça. Estão os mesmos deuses Sujeitos ao poder do ímpio Fado: Apolo já fugiu do Céu brilhante, Já foi pastor de gado. Ah! Enquanto os destinos impiedosos Não voltam contra nós a face irada, Façamos, sim façamos, doce amada, Os nosso breves dias mais ditosos, Um coração, que frouxo A grata posse de seu bem difere, A si, Marília, a si próprio rouba, E a si próprio fere. Ornemos nossas testas com as flores; E façamos de feno um brando leito, Prenda-nos, Marília, em laço estreito, Gozemos do prazer de sãos Amores. Sobre as nossas cabeças, Sem que o possam deter, o tempo corre; E para nós o tempo, que se passa, Também, Marília, morre. Tomás A. Gonzaga O texto I é barroco; o texto II é árcade. Comparando-os, só não é correto afirmar que: a) Os barrocos e árcades expressam sentimentos. b) As construções sintáticas barrocas revelam um interior conturbado. c) O desejo de viver o prazer é dirigido à amada nos dois textos. d) Os árcades têm uma visão de mundo mais angustiada que barrocos. e) A fugacidade do tempo é temática comum aos dois estilos. 3 - (UEL-PR) “ Ao lado dos versos críticos e contundentes, em geral dirigidos contra os poderosos e os oportunistas, há os versos líricos, tocados pelo sentimento amoroso ou pela devoção cristã. Num e outro casos, apuravam-se o engenho verbal, as construções paralelísticas, o emprego de antíteses e hipérboles[...]” O trecho acima está-se referindo à obra poética de: a) Cláudio Manuel da Costa b) Gregório de Matos c) Tomás Antônio Gonzaga d) José de Anchieta e) Antônio Vieira 4 - (UEL-PR) O Barroco manifesta-se entre os séculos XVI e XVII, momento em que os ideais da reforma entram em confronto com a Contrarreforma católica, ocasionando no plano das artes uma difícil conciliação entre o teocentrismo e o antropocentrismo. A alternativa que contém versos que melhor expressam esse conflito é: a) “ Um paiá de Monal, bonzo bramá, / Primaz de Cafraria do Pegu, / Quem sem ser do Pequim, por ser do Açu, / Quer ser filho do sol, nascendo cá.” (Gregório de Matos) b) “Temerária, soberba, confiada, / Por altiva, por densa, por lustrosa, / A Exaltação, a névoa, a mariposa, / Sobe ao sol, cobre o dia, a luz lhe enfada.” (Botelho de Oliveira) c) “Fábio, que pouco entendes de finezas! / Quem faz só o que pode a pouco obriga: / Quem contra os impossíveis se afadiga, / A esse ceder amor em mil ternezas.” (Gregório de Matos) d) “Luzes qual sol entre astros brilhadores, / Se bem rei mais propício, e mais amado; / Que ele estrelas desterra em régio estado, / Em régio estado não desterras flores.” (Botelho de Oliveira) e) “Pequei Senhor; mas não porque hei pecado, / Da vossa alta clemência me despido;/ Porque quanto mais tenho delinquido, / Vos tenho a perdoar mais empanhado.” (Gregório de Matos) 5 - (UFRGS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo sobre os dois grandes nomes do barroco brasileiro: ( ) A obra poética de Gregório de Matos oscila entre os valores transcendentais e os valores mundanos, exemplificando as tensões de seu tempo. ( ) Os sermões do Padre Vieira caracterizam-se por uma construção de imagens desdobradas em numerosos exemplos que visam enfatizar o conteúdo de pregação. ( ) Gregório de Matos e o Padre Vieira, em seus poemas e sermões, mostram exacerbados sentimentos patrióticos expressos em linguagem barroca. ( ) A produção satírica de Gregório de Matos e o tom dos sermões do Padre Vieira representam duas faces da alma barroca no Brasil. ( ) O poeta e o pregador alertam os contemporâneos para o desvio operado pela retórica retumbante e vazia. a) V-F-F-F-F b) V-V-V-V-F c) V-V-F-V-F d) F-F-V-V-V e) F-F-F-V-V 6 - (Fatec-SP) As cousas do mundo Neste mundo é mais rico o que mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa; Com sua língua, ao nobre o vil decepa: O velhaco maior sempre tem capa. Mostra o patife da nobreza o mapa: Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; Quem menos falar pode, mais increpa; Quem dinheiro tiver; pode ser Papa. A flor baixa se inculca por tulipa; Bengala hoje na mão, ontem garlopa.

Tomás A. Gonzaga (Marília de Dirceu) Sobre a obra desses autores, analise as afirmativas a seguir: I. A Obra de Gonzaga é exemplar do Arcadismo. O tema dos versos acima é o Carpe Diem , escrito numa linguagem amena, sem arroubos, própria do Arcadismo. II. Despojada de ousadias sintáticas e vocabulares, a linguagem árcade, no poema de Gonzaga, diferencia-se da linguagem rebuscada, usada pelo barroco. III. O texto de Vieira, sendo Barroco, está pleno de metáforas, de linguagem figurada, de termos inusitados e eruditos, sendo difícil de compreensão. IV. Vieira adota a tendência barroca conceptista que leva para o texto o predomínio das ideias, do raciocínio, da lógica, procurando adequar os textos religiosos à realidade circundante. Está(ão) correta(s) apenas: a) I, II e III. b) I. c) II. d) I, II e IV. e) II, III e IV. 12 - (UFAL) Considerando-se produção poética de Gregório de Matos e Cláudio Manuel da Costa, é correto afirmar que ambos a) Cultivaram o soneto, forma fixa pela qual exploraram temas e recursos poéticos próprios dos diferentes períodos e estilos literários que tão bem representaram. b) Cultivaram o soneto, pois valorizam o mesmo estilo de época predominante no séc.XVII, quando essa forma fixa de poesia era considerada superior a todas as demais. c) Notabilizaram-se pela sátira, dirigida contra os mandatários da Coroa Portuguesa responsáveis pela exploração econômica do açúcar e pela corrupção política na Bahia. d) Notabilizaram-se por um tipo de lirismo sentimental que já prenunciava o movimento romântico, influindo diretamente nas obras de Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo. e) Notabilizaram-se pela idealização do amor e da natureza, esses dois elementos centrais para a lírica que seguia os padrões e os valores do chamado neoclassicismo. 13 - (UFAL) Considere as seguintes afirmações: I. Gregório de Matos e Tomás Antônio Gonzaga compuseram poesia lírica, mas o talento de ambos encontrou sua expressão máxima nas sátiras. II. Em Marília de Dirceu , o árcade mineiro buscou figurar um equilíbrio entre a vida rústico e a cultura ilustrada. III. Claudio Manuel da Costa confronta a paisagem bucólica idealizada com a de sua terra natal. Está inteiramente correto o que vem afirmado SOMENTE em: a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. GABARITO 1 - B 2 - D 3 - B 4 - E 5 - B 6 - A 7 - B 8 - C 9 - E 10 - E 11 - D 12 - C 13 - B Bibliografia do curso de Literatura ABAURRE, Ma.Luiza; PONTARRA, Marcela. Literatura Brasileira

- tempos, leitores e leituras. São Paulo: Moderna, 2005. BOCAGE, Manuel Du. O delírio amoroso E outros poemas. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2011. BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1985. MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Círculo do Livro / Cultrix, 1975. NEJAR, Carlos. História da Literatura Brasileira. 1 reimp. São Paulo: Leya, 2011.