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Profa. Dra. KAELLY VIRGINIA SARAIVA
DEFINIÇÕES
- Período que se inicia após a dequitação e se estende até a 6ª semana de pós parto (45-42º dia), no qual o organismo da mulher volta ao seu estado não gravídico, perdendo parte das modificações causadas pela gravidez e pelo parto
- Divergências quanto aos períodos ou fases do puerpério: considerar as características próprias de cada organismo materno
Outras subdivisões ou fases do puerpério
Pós-parto imediato: até a 2h após o parto Puerpério precoce/mediato: da 2h até o 10º dia Puerpério tardio: do 10º dia até o retorno da menstruação (por volta da 6ª semana) Puerpério remoto: da 6ª semana até o 12º mês
- Locais: aparelho genital interno e externo
- Sistêmicas: vários sistemas vitais envolvidos nas alterações fisiológicas da gravidez
- Áreas de modificação imediata: útero (endométrio), colo uterino, vulva, vagina e períneo
- Sistemas vitais de modificação mais paulatina: cardiovascular, hematológico, endócrino, urinário
- Outros sistemas passam por alterações, mas menos significativas MUDANÇAS FISIOLÓGICAS NO PUERPÉRIO
INVOLUÇÃO UTERINA
- A involução uterina é lenta e reduzida em parto cirúrgico
- Ocorre em cerca de 10 dias; sendo mais rápida na nutriz, pelo reflexo uteromamário: estimulação dos mamilos e da árvore galactófora, causando contrações uterinas
- Por isso, durante a amamentação a mulher pode reclamar de cólicas
- O aleitamento também auxilia na regulação da loquiação
LOQUIAÇÃO
- Composição: sangue, exsudato, transudato, restos celulares apoptóticos, incluindo leucócitos
- 1 - 4 º dia: sanguinolenta, vermelha (lóquios rubros)
- 5 - 10 º dia: serossanguinolenta, acastanhada (lóquios serosos)
- A partir do 11 º dia: amarelada-branca-incolor (lóquios alba), permanecendo a secreção vaginal mucosa habitual; endométrio regenerado
- Loquiação reduzida: amamentação e deambulação
- Acúmulo de lóquios: repouso prolongado; anulação do efeito gravitacional
- Odor característico de sangue menstrual fisiológico
VULVA, VAGINA, PERÍNEO
- Vulva: edema, fissuras, lacerações e congestão nos pequenos lábios e nas carúnculas himenais (mirtiformes)
- Vagina: recuperação da forma anatômica em 3 semanas; 6 meses para recuperar o tônus anterior à gestação, pelo efeito hormonal ainda presente (relaxina, estrogênio, progesterona)
- Períneo: depende dos eventos do parto
- houve episiotomia/episiorrafia?
- Somente sutura após laceração?
- Esgaçamento/diástase muscular do centro tendinoso do períneo?
- São comuns hematomas e edema
VULVA, VAGINA, PERÍNEO
- Na região perianal podem surgir botões hemorroidários
- Pode haver alguma ptose, pelo relaxamento pélvico causado ainda na gestação ou mais raramente pelo parto vaginal, atingindo vagina, uretra, bexiga e reto
Períneo e abertura vaginal
Introito vaginal anormalmente aberto Introito vaginal normal
ADAPTAÇÕES SISTÊMICAS NO PÓS-PARTO
ABDÔMEN : até 14 dias a parede abdominal mantem-se relaxada, com regressão significativa em torno de 6 semanas O tônus anterior pode não retornar, dependendo das condições antes da gestação (quantidade de tecido adiposo, parede muscular e volume X velocidade da expansão útero- abdominal)
ADAPTAÇÕES SISTÊMICAS NO PÓS-PARTO
- Estrias permanecem mas tornam-se mais claras e menores
- As vísceras voltam à posição original, melhorando o esvaziamento gástrico
- Em puérperas de cesariana: risco de íleo paralítico pela manipulação da cavidade abdominal A puérpera apresenta exaustão devido ao longo período do TP sem adequada hidratação e alimentação, bem como pelo esforço realizado. Por isso permanece sonolenta e cansada no pós-parto imediato
Diástase abdominal
DEMAIS SISTEMAS VITAIS
- Urinário: pode haver desconforto durante a micção por trauma uretral. Há aumento do volume urinário pela redistribuição dos líquidos corporais
- Cardiovascular: volume aumentado da circulação permanece nas primeiras horas. Leucócitos, plaquetas e fibrinogênio permanecem elevados nas primeiras semanas. Eritrócitos caem 14%
- HCG e hormônios sexuais caem abruptamente após a dequitação, e depois em níveis exponenciais até a 3ª semana de pós-parto