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atribuições da educação familiar e escolar no, Esquemas de Construção

despesas da casa e assim os filhos passaram a ser matriculados precocemente aos ... Com a grande dificuldade que as escolas vêm encarando na educação de.

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Andre_85 🇧🇷

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ATRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO FAMILIAR E ESCOLAR NO

DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DO EDUCANDO

REGINALDO RODRIGUES DA LUZ^1

NEUCI SCHOTTEN^2

RESUMO

Este artigo manifesta os resultados da implementação do projeto de intervenção pedagógica realizado junto ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE 2016/2017, promovido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná e efetivado na Escola Estadual Inácio Schelbauer, Rio Negro. Para efetivação da pesquisa, optou-se por uma abordagem qualitativa, caracterizando-se, quanto aos procedimentos, como bibliográfica e pesquisa-ação, numa ação investigativa, reflexiva e dialógica referente às atribuições individuais e coletivas da família (educação familiar), e da escola (educação escolar), em relação ao desenvolvimento integral do educando ao questionar como família e escola compreendem e desempenham suas funções neste contexto. Considerando-se os excessivos problemas de comportamento apresentados por crianças e adolescentes no cotidiano escolar e familiar, entendemos a relevância e atualidade do estudo diante das dificuldades e divergências encontradas pelos pais ou responsáveis e professores no cumprimento de suas funções educativas individuais e recíprocas para minimizar ou sanar os conflitos. Pretendeu-se investigar e promover por meio da reflexão e do diálogo entre pais ou responsáveis e professores quanto ao que compreendem e como desempenham suas funções educativas. Na tentativa de responder à questão levantada pelo projeto: Como família e escola compreendem e desempenham suas funções individuais e coletivas em relação à educação familiar e à educação escolar no desenvolvimento integral do educando? identificamos que tanto a educação familiar quanto a educação escolar são imprescindíveis para o desenvolvimento integral do educando, ao refletir, dialogar e promover transformações efetivas quanto às funções legais individuais e coletivas que lhe são cabidas. PALAVRAS-CHAVE: Família, Educação, Escola, Atribuições, Funções. ____________________ 1 Professor Pedagogo, participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, Turma 2016/2017 da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná. 2 Professora Orientadora, Ma. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba- Paraná, Brasil.

DESENVOLVIMENTO

Família A família, além de ser algo natural e biológico, é a instituição base da sociedade e o ambiente inicial e contínuo de socialização, transmissão de valores, significados, crenças, ideias e da história social e pessoal, onde cada ser humano adquire e estabelece sua identidade individual e social. (AMAZONAS, DAMASCENO, TERTO & SILVA, (2003); KREPPNER, (1992, 2000) APUD DESSEN E POLONIA (2007). Entende-se também a família como base natural e fundamental da sociedade com direito a proteção desta e do estado. (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HUMANOS, 1948). A Constituição Federal (Brasil, 1988, art. 226) estabelece que: A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. […] § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. O Código Civil, (Brasil, 2002, art. 1723), normatiza que: “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”. No entanto, devido as transformações econômicas, políticas e principalmente sociais contemporâneas, além do modelo tradicional, surgiram novas composições de família (Brasil, 1990) a cada sociedade e a cada momento histórico, (Segalen,1993 apud Nogueira, 2005), com mudanças principalmente na distribuição de papéis e responsabilidades tradicionalmente desempenhados e vividos por homem e mulher como pai e mãe em relação aos filhos. A mulher começou a atuar no mercado de trabalho por emancipação e/ou para contribuir com o homem nas despesas da casa e assim os filhos passaram a ser matriculados precocemente aos cuidados de instituições públicas. (ROMANELLI, 2005). A família passou por muitas transformações através dos tempos até a atualidade, mas continua sendo, independente de sua constituição, um conjunto de

vínculos afetivos onde se deve dar todo o processo inicial e constante de humanização do indivíduo. Um ambiente familiar estável e afetivo pode contribuir de forma positiva para o processo educacional entre seus pares. Mesmo diante destas transformações no entanto, não se impede e não justifica que a família, seja qual for sua constituição e/ou organização econômica formada pelo homem e pela mulher, pai e mãe ou por qualquer deste ou responsáveis, deixe de assumir suas funções essenciais educativas perante e entre seus integrantes e a sociedade no tempo que lhe cabe na presença destes. Educação O termo Educação, conforme as legislações, Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Plano Nacional de Educação entre outras, está amplamente relacionado às instituições família, estado e sociedade. No entanto, estas mesmas legislações apresentam diferentes ordens de hierarquia quando se referem à educação e/ou ao ato de educar em relação às instituições responsáveis pelo seu dever, não apontando especificamente de que categoria de educação estão se referindo. (BRASIL, 1988). A expressão “educação” pode ser entendida de várias formas e significados, de acordo com suas funções e objetivos; tais significados podem ter o sentido mais amplo, como educar para a vida, até o mais específico, como educar para as necessidades do mercado de trabalho; é considerada um legado construído social, cultural e historicamente pela humanidade, é inerente ao ser humano e o que define sua existência pessoal e coletiva. (SILVA, 2008). Conceitua-se também como o processo realizado por meio de sistemas particulares, com propósito de desenvolvimento ou preparação social, física, intelectual, moral e afetiva do ser humano, assim como no sentido de transmissão de uma cultura para outra e como civilidade, nível ou tipo de ensino. (FERREIRA, 2010; QUEIROZ, 2003). O ser humano se desenvolve integralmente por meio da educação, quando busca transformar sua realidade com os conhecimentos adquiridos social, cultural e historicamente.

O artigo 244 do Código Penal, (Brasil, 1940), refere-se ao abandono material, o qual ocorre quando os pais deixam de prover, elementos essenciais para a sobrevivência dos filhos como alimentação, saúde etc. podendo responder judicialmente pelo seu descumprimento. A criança e o adolescente têm direito legal de ser criado e educado no seu ambiente familiar, pelo poder absoluto do pai e da mãe, em igualdade de condições, exceto em família substituta, garantida a convivência familiar e comunitária e o seu desenvolvimento integral neste âmbito. É fundamental o dever familiar, na educação de seus filhos no sentido de assistir, criar e educar neste ambiente na mesma proporção como função do pai, da mãe ou do responsável legal, assim como os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. (BRASIL, 1988). A lei não só dá somente direitos às crianças e adolescentes, mas também as responsabiliza quando agem de forma a romper com regras e normas estabelecidas pela sociedade. Ressaltamos que a família ou família substituta, é a primeira e contínua instituição educativa e possui responsabilidades específicas no desenvolvimento integral de sua prole, como sujeitos de deveres, responsabilidades e direitos. (BRASIL, 1990). Entendemos, que pai e/ou, mãe, ou responsáveis devem exercer seu poder e exemplo familiar, em igualdade de direitos e deveres (Brasil, 2002) no ato de criar e educar seus filhos durante sua infância e adolescência e permanentemente ao longo da vida, pois sempre serão pai, mãe e filho (os), mesmo que haja separações por situações judiciais. Influenciada por fatores políticos, sociais e econômicos, a família viveu uma época em que, após serem gerados, os filhos só recebiam o sustento, cuidados básicos de saúde e uma educação familiar autoritária, conforme as condições socioeconômicas dos pais, assim também como eram colocados na escola sem frequentá-la regularmente, pois tinham que, obrigatoriamente, ajudar no trabalho em casa e fora dela. Atualmente há uma inversão de valores no contexto familiar, onde os pais ou responsáveis deixam, por ingenuidade, desobrigação, desatenção ou omissão, de exercer sua autoridade, conforme comenta (Sayão, 2016, apud Paiva, 2016),

correspondente aos seus deveres e direitos para com a educação dos filhos neste ambiente e não acompanham efetivamente seu desempenho escolar. Educação Familiar e Educação Escolar A corresponsabilidade da família, do estado e da sociedade se amplia quando a legislação propõe a garantia de direitos e deveres fundamentais para uma boa qualidade de vida, como saúde, lazer, respeito entre os outros. A abrangência do texto legal nos leva a perceber que há responsabilidade de todos no processo de educação e desenvolvimento integral do ser humano, não podendo ficar a cargo apenas de uma parte. Por exemplo, a saúde deve ser garantida pela família, sociedade e estado para com os seus cidadãos. O Estatuto da Criança e do Adolescente (Brasil, 1990), redigido em outro contexto histórico e político, prevê o dever da família e da escola assegurar, entre outros itens, os direitos em relação à educação e a convivência familiar, no entanto percebemos que em nossa realidade escolar esta convivência não é tão acentuada na família, pois devido a fatores econômicos, a maioria dos pais e mães trabalha diariamente. A escola necessita intensificar estratégias que impulsionem as famílias a conhecer seu processo pedagógico e participar ativamente nas tomadas de decisões quanto às metas e construção das suas propostas educacionais. (BRASIL,

Considera-se legalmente que, além promover o acesso e a permanência do aluno, é dever dos pais ou responsáveis acompanhar o seu desenvolvimento escolar e a escola promover o conhecimento significativo em relação ao desenvolvimento integral do educando etc. e o diálogo constante com as famílias; ressalta-se ainda que além da matrícula, os pais ou responsáveis devem acompanhar a frequência escolar de seus filhos, pois de nada adianta matricular se não houver acompanhamento. (BRASIL, 1990). Pensamos que, além de prover a educação escolar (Brasil, 1940), a família deve acompanhar diariamente o desenvolvimento e o aproveitamento escolar do educando nas atividades realizadas na escola, assim como o hábito de estudo e as atividades enviadas pela escola para serem realizadas em casa.

escolares dos filhos por meio do estreitamento das relações entre as escolas e as famílias”. (BRASIL, 2014). Nesta mesma perspectiva, o Plano Estadual de Educação do Paraná (Paraná, 2015, p. 62), institui na meta 2: “Incentivar a participação dos responsáveis no acompanhamento das atividades escolares do estudante por meio do estreitamento das relações entre as escolas as famílias”. Vale registrar que os envolvidos nesta meta do Plano Estadual de Educação estão denominados como ‘responsáveis’ e ‘estudante’ e não ‘pais ou responsáveis’ e ‘filhos’ como no Plano Nacional de Educação. Percebemos que a Escola Estadual Inácio Schelbauer contempla em seu Projeto Político Pedagógico a promoção da gestão democrática por meio de mecanismos de participação comunitária nas decisões e construção das propostas escolares. No entanto, se faz necessário um envolvimento mais efetivo dos pais ou responsáveis na orientação e acompanhamento escolar dos filhos quanto as suas responsabilidades nas atividades da escola e enviadas para casa, assim como suas responsabilidades e ações educativas comportamentais em ambos os ambientes. (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2015). Conforme o artigo 144 do Regimento Escolar da Escola Estadual Inácio Schelbauer (2015, p. 166) os profissionais do ensino, têm seus direitos assegurados nas legislações próprias e também neste; na relação família e escola devem: “IV. Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade”. Os pais ou responsáveis, além dos direitos constituídos em outras leis estabelecidas, têm o direito de serem respeitados nesta qualidade e participar e ter interesse no processo pedagógico realizado na escola. Quanto aos deveres, além de outras atribuições legais, aos pais ou responsáveis quanto às funções educativas escolares na relação família e escola, compete: “IV. Assumir junto a escola ações de corresponsabilidade que assegurem a formação educativa do aluno; [...] XI. Acompanhar o desenvolvimento escolar do aluno pelo qual é responsável”. (REGIMENTO ESCOLAR, 2015). Metodologia, Análise de Dados e Resultados O Projeto de Pesquisa ou Plano de Intervenção Pedagógica na Escola, como denominado pelo Plano de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná –

PDE, abordou a questão: Como família e escola compreendem e desempenham suas funções individuais e coletivas em relação à educação familiar e à educação escolar no desenvolvimento integral do educando? A pesquisa realizada foi pautada numa abordagem qualitativa, por meio de uma pesquisa documental e bibliográfica ao abordar questionamentos que implicam a problemática sobre as articulações entre os segmentos educacionais família e escola e suas atribuições individuais e coletivas, apresentando como metodologia a pesquisa ação, a qual tem como resultado na reflexão do cotidiano, das práxis do pesquisador e dos participantes. THIOLLENT (1985, P. 14), APUD BALDISSERA (2001, P. 5). Tal pesquisa foi proposta e efetivada na Escola Estadual Inácio Schelbauer, Rio Negro-Paraná, Ensino Fundamental (Séries Finais), inicialmente em 2016, com a participação de pais ou responsáveis, professores (as) e alunos (as) de uma turma do 6º ano, dando-se continuidade em 2017, agora com esta mesma turma no 7º ano. Situada num bairro de periferia, a escola atende famílias, em sua maioria, de nível socioeconômico médio, cujos pais ou responsáveis são trabalhadores, e os filhos permanecem a maior parte do tempo sozinhos ou sob cuidados de outros familiares ou irmãos mais velhos. Houve consentimento/consenso de toda comunidade escolar e dos envolvidos especificamente no projeto, o qual foi pensado, inicialmente, levando-se em consideração as demandas da realidade da comunidade escolar em relação ao assunto proposto no tema. No início do primeiro semestre de 2016, para a redação do projeto, elaboramos estratégias de ação por meio de um levantamento de dados e observação para constatar a relevância desta pesquisa pela e para a comunidade escolar e mais especificamente para os envolvidos diretamente neste processo, assim como uma pesquisa documental (legislação) e bibliográfica (autores), para fundamentar o tema; ao finalizar a redação o projeto foi apresentado à comunidade escolar em reuniões específicas e aprovado pela mesma. No segundo semestre 2016 foram produzidas atividades por meio de textos, vídeos, imagens etc., para serem desenvolvidas na Produção Didático Pedagógica na forma de Caderno Temático dividido em cinco (05) Unidades Didáticas, cujo documento é um material didático elaborado neste período para subsidiar a implementação do projeto em si, conforme os objetivos propostos no projeto inicial; este documento também foi

Como você(s) avalia(m) as funções da escola/professores no processo ensino e aprendizagem? Ótima: 80,8%; Regular 15,4%; Ruim 0%; Outros 3,8%. Como você avalia as funções da escola/professores no processo ensino e aprendizagem? Ótima: 58,3%; Regular 41,7 %; Ruim 0%; Outros 0%. Pais ou responsáveis avaliam que a escola/professores está coerente com o processo ensino e aprendizagem. Professores, no entanto, entendem que a escola não está totalmente coerente com processo ensino e aprendizagem. Diante dos resultados apresentados neste diagnóstico ressaltou-se a relevância sobre o tema para a comunidade escolar e outras comunidades escolares interessadas em adaptar e aprofundar o assunto conforme sua realidade; verifica-se a importância desse projeto e material didático, pois espera-se que a pesquisa possa contribuir para que família (pais ou responsáveis) e escola (professores/as) tomem novas posturas no direcionamento de suas funções individuais e coletivas em relação ao desenvolvimento integral do educando. As atividades propostas no caderno temático não esgotam o tema nem as possibilidades de atividades que promovam a referida discussão. Após este diagnóstico, a implementação prosseguiu, dando início às atividades presenciais previstas no projeto e detalhadamente na Produção Didático Pedagógica. As demais Unidades Didáticas, II, III, IV e V, contemplaram as atividades para os Encontro de Estudo com os pais ou responsáveis, professores e alunos (as) da turma do 7º ano. Não houve participação efetiva por parte dos pais ou responsáveis nos encontros, tanto que após o 2º Encontro foi necessário mudar de estratégia e enviar os materiais de estudo pelos alunos aos pais ou responsáveis por meio de um envelope já entregue nos primeiros encontros. Os (as) professores (as) e alunos (as) também receberam o envelope para facilitar a comunicação e o envio de atividades, tornando-se positiva esta forma de interação. Criamos, também, um grupo no aplicativo de mensagens instantâneas “WhatsApp” com os pais ou responsáveis e professores (as), para o envio de comunicados, vídeos, imagens, mensagens, orientações, atividades, questionários, teste, folders educativos etc. Também houve participação dos professores do curso EaD Grupo de Trabalho em Rede, GTR. Para investigar como família (pais ou responsáveis) e escola (professores) compreendem e desempenham suas funções individuais e coletivas por meio da educação familiar e da educação escolar em relação ao desenvolvimento integral do

educando, aplicamos questionários, previamente elaborados, com perguntas abertas e/ou fechadas. O segundo questionário, correspondente e similar ao questionário do diagnóstico para os pais ou responsáveis e professores (as), foi também aplicado aos alunos que responderam conforme demonstra o quadro II: -Para você o termo EDUCAÇÃO está mais relacionado à: Família 92,3%; Escola 7,7%; Igreja 0%. -Além do conhecimento científico, a escola possui outras funções educativas? Sim 61,5%; Não 15,4%; Talvez 23,1%. -A família está delegando suas funções à escola? Sim 91,7%; Não 8,3%; Talvez 0%. -Família e escola devem ter juntas a responsabilidade na tarefa de educar? Sim 76,9%; Não 7,7%; Talvez 15,4%. -Seus pais ou responsáveis conhecem seus professores? Todos 0%; Alguns 100%; Nenhum 0%. -Seus pais acompanham o seu desenvolvimento escolar? Sim 100%; Não 0%; Muito pouco 0%. -Como você avalia a função de seus pais ou responsáveis na sua educação? Ótima 100%; Regular 0%; Ruim 0%. -Como você avalia a função dos professores na educação escolar? Ótima 84,6%; Regular 15,4%; Ruim 0%. -Como você avalia a relação dos seus pais ou responsáveis com a escola onde você estuda? Ótima 76,9%; Regular 23,1%; Ruim 0%. Por meio destes resultados, foi possível observar como alguns alunos têm dúvidas em relação à tarefa de educar, a quem compete e qual é de fato a função da escola mediante o aluno. Além disso, esta pesquisa serviu para que se conhecesse um pouco mais sobre os alunos e como eles se sentem em relação ao acompanhamento que os seus pais têm em casa com eles e perante a escola. No terceiro questionário, conforme transcrição literal em anexo, quadro III, os pais ou responsáveis e professores (as) foram convidados a refletir sobre as seguintes questões: 1- “Qual a função da família na educação dos filhos?” e 2- “Qual a função da escola na educação dos alunos?” Na questão 1, um dos pais argumentou que a função da família na educação dos filhos é: “Educar para a sociedade, ensinar o que é respeito pelo próximo e orientar o certo e o errado pra mais tarde enfrentar a vida lá fora.” É importante ressaltar que os valores e normas trazidos pela família na fase infantil, permanece com o indivíduo até sua idade adulta e permeando toda a sua vida. (TIBA, 2007). Outra resposta dada, agora por um professor, sobre a função da família na educação dos filhos, foi que: “A família exerce papel fundamental na educação dos filhos. É na família que se aprende os princípios que serão norteadores para a vida, na família há valores e os alicerces que os moldam em todos os sentidos, desde

da autonomia, da solidariedade, formação crítica e autocrítica etc. CORTELLA, 2011 (APUD PEREIRA, 2011) Conforme a questão 2 revelou, é perceptível que há uma divergência nas opiniões de pais e professores. Para a maioria dos pais, a escola limita-se a passar conhecimentos científicos e específicos, sendo responsável apenas pela alfabetização dos alunos sem interferir na educação preexistente vinda do seio familiar. Já para os professores, além da função de realmente transmitir conhecimentos, a escola é responsável por um conjunto de tarefas, pois auxilia o aluno a transformar seu caráter e prepara para o convívio em sociedade junto a família. Diferentemente do que algumas opiniões expressam, a família e a escola tem uma atuação próxima, pois são os primeiros ambientes sociais aos quais a criança é exposta. Ambos têm suas prioridades de ensinamentos, mas são correlacionados para juntos alcançar um bem maior que é a qualidade da educação plena do educando. Dessa maneira, mesmo com funções distintas, a escola necessita do apoio da família para conseguir desempenhar aquilo que se propõe, bem como a família precisa da contribuição da escola para que a criança tenha um bom desenvolvimento. Os professores do curso EaD Grupo de Trabalho em Rede (GTR, 2017) também contribuíram de forma expressiva argumentando que na realidade escolar onde atuam, assim como no contexto educacional atual, tanto escola quanto família devem repensar e mudar de postura em relação ao seu papel fundamental, individual e coletivo, no ato de educar, diante de seus deveres e direitos legais. O “Teste: Você participa da educação do seu filho”, (Clínica de Terapias Integradas de Madureira, 2014), em relação à educação escolar, foi aplicado aos pais ou responsáveis como terceiro questionário, conforme o quadro IV abaixo: 1-Você conhece os professores do seu filho? Todos 0%; Alguns 91,7%; Nenhum 8,3%. 2-Como você incentiva seu filho a ler? Dou algo para ele ler enquanto vejo tevê: 0%. Reservo um momento para lermos juntos e conversarmos sobre o livro: 33,3%. Peço para ele pegar um livro na biblioteca: 67,7%. 3-Você vai às reuniões de pais e mestres? Não tenho tempo: 0% Apenas quando há algum problema com meu filho: 8,3%. Sim, sempre que possível: 91,7%. 4-Durante as reuniões de pais… Participo e dou minha opinião sobre oque é discutido: 25%. Ouço o que a escola tem a dizer: 66,7%. Falo exclusivamente sobre os problemas do meu filho: 8,3%.

5-Como você cobra as lições de casa? Cobro sempre que lembro: 25%. Acompanho de perto, ajudo, mas não faço a lição por ele!: 75%. Prefiro não me meter nos assuntos da escola: 0%. 6-Onde seu filho faz a lição? Onde der: na sala de tevê, no quarto na cozinha…: 16,7%. Na cama dele: 0% Em um local limpo e silencioso: 83,3%. 7-O que você faz se o seu filho vai mal nas provas? Evito ir à escola para não ouvir reclamações: 0%. Coloco-o de castigo e exijo dedicação: 16,7%. Vou à escola para descobrir o motivo e como ajudá-lo: 83,3%. 8-Você deixa seu filho faltar às aulas? Quando preciso de ajuda em casa: 0% Nunca, a escola é importante: 100% Só quando ele está cansado: 0%. Em relação a esta pesquisa realizada, vislumbramos que estes pais têm tido uma conduta muito participativa. Embora ainda não seja a maioria que dê sua opinião nas reuniões de pais, o fato de os mesmos participarem, cobrarem deveres de casa e acharem um lugar adequado para os filhos as realizarem já nos mostra grande preocupação. Estes pais colaboram para que o desempenho dos alunos seja melhor, o que reflete a ideia de que o conhecimento e a educação escolar são deveres tanto da escola como dos pais. Sem o empenho dos pais, a escola por si só não consegue fazer tudo o que precisa para obter bons resultados, bem como se a escola não proporcionar um bom ambiente, mesmo os pais desenvolvendo tudo o que esta pesquisa indicou, os alunos não alcançarão todo seu potencial. Quanto ao incentivo à leitura, percebemos, por um lado, que a esse tipo de responsabilidade fica a cargo da escola. Para finalizar os pais ou responsáveis foram entrevistados por seus filhos, conforme transcrição literal em anexo no quadro VI, respondendo a pergunta: “Qual a importância da família na educação do (s) filho (s) e no seu acompanhamento escolar?”, apontando as seguintes manifestações principais: “A importância da família na educação dos filhos é ensinar ao filho o que é certo e errado, e a família dar amor e carinho, conversar com seu filho para entender o que se passa com ele para garantir uma ótima educação. A família é importante na vida escolar, porque se a escola e a família se unirem juntas, garantem uma educação excelente ao filho.” Tiba (2007, p. 187) fundamenta nesse mesmo sentido: A rigor, a educação escolar é diferente da familiar. Não há como uma substituir a outra, pois ambas são complementares. Não se pode delegar à escola parte da educação familiar, pois esta é única e exclusiva, voltada à formação do caráter e aos padrões de comportamentos familiares. A escola nunca deve absorver a educação familiar, pois seu objetivo é preparar profissionalmente seus alunos, cuidando, portanto, da convivência grupal e

Segundo Cortella (2014) apud Reis (2014): “As famílias confundem escolarização com educação. É preciso lembrar que a escolarização é apenas uma parte da educação. Educar é tarefa da família”. A escola ensina, media e transforma o conhecimento científico, ao mesmo tempo em que, por meio deste ensino, contribui para uma educação ética e cidadã e para o desenvolvimento da personalidade, da afetividade, da sociabilidade etc. (POLITY, 2004). Dessa forma, observou-se uma grande distinção entre a opinião de pais e professores, sendo mais fácil de trabalhar e elaborar ideias somente junto aos alunos, os quais mantinham maior contato com o projeto diariamente. O trabalho pedagógico com materiais, textos, reflexões e demais atividades ajudou para que se obtivesse uma maior compreensão de que os professores podem ser grandes aliados dos pais. Mesmo com uma difícil percepção inicial, a medida que as atividades foram ocorrendo, houve algumas mudanças de opiniões. Neste sentido, principalmente no que tange aos alunos que, em partes, sequer haviam uma opinião totalmente formada em relação ao tema. Os participantes do Grupo de Trabalho em Rede, (GTR, 2017), curso EaD, professoras pedagogas, foram unânimes em declarar que muitos pais ou responsáveis não colocam limites em relação aos filhos no cotidiano, estão perdidos e desorientados, o que acaba por explodir na escola, pois o professor é o primeiro adulto a dar ordem para eles, (Cortella, 2014). A escola, em parceria com outras instituições educativas, redes de proteção, conselho tutelar, escola de pais etc, deve promover a reflexão o diálogo sobre os valores educativos com os alunos e com as famílias paralelamente aos conteúdos curriculares. Neste sentido, faz-se necessário e urgente que família e escola, numa relação de parceria, corresponsabilidade, cooperação, colaboração etc, construam reflexões que resgatem seu espaço e repensem como podem transformar suas funções individuais e coletivas em benefício do desenvolvimento educacional pleno de seus filhos/alunos, numa relação dialógica, recíproca e constante, a fim de superar positivamente os enfrentamentos, as adversidades, a inversão de valores e demais desafios da sociedade atual.

REFERÊNCIAS

AMAZONAS, M. C. L. A.; DAMASCENO, P. R.; TERTO, L. M. S. & SILVA, R. R.

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  1. Disponível em: http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10133.htm. Acesso em: 11 de julho de 2016. DEL PRETTE, A.; DEL PRETTE, Z. A. P. Psicologia das relações interpessoais: Vivência para o trabalho em grupo. Petrópolis: Vozes, 2001. DESSEN, M. A.; POLONIA, A. da C. A família e a escola como contextos de desenvolvimento humano. Paidéia, Brasília, v. 17, n. 36, p. 21-32, 2007. ESCOLA ESTADUAL INÁCIO SCHELBAUER-EF. Projeto Político-Pedagógico. Rio Negro, 2015. ______. Regimento Escolar. Rio Negro, 2015.