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Ao abrir suas portas igualmente para os que enxergam e os que não enxergam, a escola deixa de reproduzir a separação entre deficientes e não-deficientes, que ...
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
As aulas de Educação Física muitas vezes, sem perceber ou não, tem reforçado em sua prática um modelo em que se pauta na competição e na performance do aluno, ou seja, na prática esportiva e na aquisição da aptidão física, esquecendo-se do seu caráter pedagógico e formador. A partir dessa realidade, torna-se necessário criarmos a partir das nossas aulas, uma identidade para a Educação Física em nossa escola, dando-a significado em nosso contexto escolar, resgatando valores que realmente possam privilegiar as ações do coletivo sobre o individual, possibilitando o respeito às diferenças e às limitações individuais, garantindo uma aula mais solidária e humanizada.
Devido a essas dificuldades, o presente caderno pedagógico apresenta-se como uma ferramenta a ser utilizada para a mediação e inserção de conteúdos adaptados nas aulas de Educação Física, criando possibilidades e com o objetivo de desenvolver um trabalho motivacional e reflexivo nas aulas, de forma a estimular e transformar as práticas pedagógicas em ações críticas, reflexivas e transformadoras.
Para proporcionar aos alunos uma prática reflexiva, a propostas de pesquisa vem de encontro a aplicação e a vivência de atividades adaptadas na Educação Física, onde o aluno poderá se colocar no lugar do outro, sentindo as suas dificuldades conforme as suas limitações, tentando se superar a cada dificuldade encontrada, possibilitando-lhe enxergar o outro como diferente de si, compreendendo as diferenças individuais como parte da diversidade humana, indo em busca, em cada aula, da reflexão, da aplicação de novos conceitos e atitudes em relação a diferença do outro.
Ao analisarmos a realidade de hoje, percebemos que, torna-se imprescindível conhecer, reconhecer e valorizar a diversidade de características existentes entre os nossos alunos, planejando o conteúdo e as atividades como instrumentos para o desenvolvimento de todos, favorecendo a aprendizagem integral dos alunos, independente das suas diferenças e limitações, aprendendo e resignificando conceitos, valores e atitudes compatíveis com as finalidades da educação. Dentro desse contexto podemos observar que, a Educação Física escolar tem um valor inestimável no processo educativo e na vida do aluno, tendo a possibilidade de agregar valores humanos em suas aulas, buscando a
formação de um cidadão mais crítico, reflexivo e humanizado, contribuindo assim com a formação e o desenvolvimento integral do aluno. Para que o processo de ensino- aprendizagem seja realmente significativo ao aluno, caberá ao professor criar e mediar situações onde os alunos além de aprender o conteúdo, poderão também aprender com seus erros, percebendo, de forma reflexiva, fatores que faltam compreender ou contrapor, para aplicação de atitudes mais humanizadas, mais justas e com respeito durante as aulas, reconhecendo as diferenças do outro e respeitando-as.
(RE) CONHECER E VIVENCIAR
PARA RESPEITAR!
Seja qual for o objeto de conhecimento no processo de ensino-aprendizagem da Educação Física, a individualidade e as características dos alunos devem ser consideradas, assim como as potencialidades valorizadas e as limitações respeitadas [...] (Finck, 2011, p.33).
Em concordância com as citações já realizadas, Pedrinelli (2002, p.54), nos faz refletir que, devemos considerar e respeitar as diferenças individuais, criando a possibilidade de aprender sobre você mesmo e sobre cada um dos outros em uma situação de diversidade de idéias, sentimentos e ações [...]. De acordo com a diversidade de ações, compreende-se ainda, segundo SALERNO; ARAÚJO (2007 apud Salerno, 2009) a relevância na vivência de esportes adaptados na escola, estas podendo ser efetivadas como prática para os alunos explorarem os movimentos de forma diferenciada, proporcionando a estes a experiência e a vivência dos movimentos adaptados, com suas dificuldades e limitações, bem como a superação dessas limitações na execução das atividades. Dessa forma, percebe-se que o papel do professor deixou de ser a de transmissor de um conhecimento, pelo fato da escola não ser mais o único meio de divulgação do conhecimento, ela é, sim, um espaço que pode discutir um fato, teorizá-lo, compreendê-lo, reconstruí-lo (ALARCÃO, 2003). Podemos verificar a partir das citações já realizadas, a grande importância da Educação Física no processo de formação de pessoas conscientes e reflexivas, onde estas poderão aprender com seus próprios erros, percebendo, também de forma reflexiva, os fatores que faltam para compreender ou contrapor para se tornar um cidadão melhor.Neste sentido, o professor terá um papel de grande responsabilidade nesse processo, proporcionando aos seus alunos práticas bem planejadas e reflexivas, podendo intervir de forma a incentivar a interação entre as pessoas, tanto pelo incentivo quanto pela elaboração de aulas que possibilitem a participação efetiva de todos,independente das suas habilidades e/ou limitações, mediando conhecimentos com fins educacionais para a formação desse cidadão. Para obtermos resultados realmente significativos, a Educação Física aplicada como ação pedagógica, necessita de professores criativos, preocupados com os objetivos da sua prática, incorporarando o verdadeiro valor e significado à mesma, possibilitando assim, tornar as aulas diferentes e interessantes, de acordo com a realidade de cada escola, de cada turma, dando significado às aulas de Educação Física em seu ambiente escolar, responsabilizando-se pelo cidadão que estará a formar. Como educadores, devemos observar que a Educação Física constitui um espaço de construção social, onde todos
participam e onde interagem entre sí, tornando-se fundamental e de suma importância que os seus objetivos não se direcionem somente para as conquistas das melhoras motoras, mas sim, para a busca de um envolvimento social mais amplo, propiciando a participação de todas as crianças, independentemente do seu nível de desenvolvimento, das suas dificuldades e limitações, problematizando e dando sentido aos seus conteúdos, resignificando-os, desenvolvendo assim atitudes humanizadas, reflexivas e com valores, colaborando para o processo de transformação de uma sociedade mais justa e mais humana. Nista-Piccolo (2012, p.23), nos faz refletir que, só uma sociedade integrada por pessoas educadas, cientes de seus direitos e deveres, que vivenciam valores éticos como solidariedade, convivência e respeito, que buscam superações e/ou transcendências, pode lutar por conquistas significativas no sentido da melhoria de sua vida e da vida do planeta.
Acreditamos que, a aula de Educação Física poderá proporcionar a construção de atitudes dignas e de respeito por parte do educando, de acordo com esta análise, propõe-se a aplicação do caderno pedagógico, pois estamos preocupados com uma Educação Física mais humana, pois acreditamos que, com a vivência de atividades adaptadas, colocando-se no lugar do outro, sentindo as suas dificuldades e limitações, irá possibilitar ao educando a (re)construção de atitudes de solidariedade, de respeito, de aceitação às diferenças, minimizando assim os pré conceitos, já estabelecidos, em relação às diferenças individuais.
A presente proposta vem contribuir com uma nova ação pedagógica a ser aplicada nas aulas de Educação Física, como meio motivacional, reflexivo e conscientizador, possibilitando aos alunos a prática de esportes e atividades adaptadas, proporcionando aos mesmos, aprender, reconhecer e vivenciar as diferenças individuais, colocando-se no lugar do outro, “sentindo na pele” as suas dificuldades, as suas limitações, bem como as superações necessárias para a execução de cada movimento, indo em busca ao respeito às diferenças do outro. O caderno pedagógico apresentará atividades teóricas e a vivência prática referente às deficiências visual, auditiva e motora, onde as mesmas serão realizadas na intenção de proporcionar ao educando o reconhecimento das diferenças individuais, enxergar o outro como diferente de si, com suas próprias limitações e dificuldades, bem como a superação a cada movimento executado, “sentindo na pele” a dificuldade do outro. A proposta de trabalho auxiliará os professores na inserção de conteúdos adaptados e novas estratégias em suas aulas, tendo como preocupação o resgate dos valores humanos, proporcionando o reconhecimento e o respeito às características individuais de cada pessoa, tanto na execução das aulas de Educação Física, bem como em seu contexto escolar. O caderno será organizado através de três unidades didáticas, sendo a primeira unidade referente à deficiência visual, a segunda unidade referente à deficiência auditiva e a terceira unidade referente à deficiência motora. As mesmas terão como objetivo geral a análise da aplicação de atividades adaptadas, se estas irão proporcionar aos alunos uma maior conscientização e respeito em relação às diferenças e limitações individuais encontradas nas aulas de Educação Física.
As unidades serão organizadas conforme as estratégias abaixo:
ESPORTE E ATIVIDADE ADAPTADA NA ESCOLA:
UMA NOVA PROPOSTA PEDAGÓGICA!
Conversa diagnóstica para idenificar o conhecimento prévio do aluno sobre o conteúdo que será abordado;
Fonte: Domínio Público
Conhecimentos teóricos sobre as deficiências visual, motora e auditiva, suas dificuldades, limitações e superação, através de textos e vídeos informativos, cenas paralímpicas, discussões / contextualizações em sala sobre o tema abordado;
Fonte: Domínio Público
Prática contendo a aplicação de atividades adaptadas conforme as deficiências motora, visual e auditiva. “SENTIR NA PELE” a dificuldade do outro!
Fonte: Domínio Público
Fontes: Domínio Público
Após o reconhecimento da realidade da turma, do conhecimento que os alunos tem referente a deficiência visual, o (a) professor (a) irá proporcionar aos alunos conhecimentos teóricos sobre a deficiência, suas dificuldades , limitações, bem como, a sua superação perante as dificuldades enfrentadas. O conteúdo será aplicado através de textos e vídeos informativos, cenas paralímpicas, discussões e contextualizações em sala sobre o tema abordado.
A deficiência visual é definida como a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão. O nível de acuidade visual pode variar, o que determina dois grupos de deficiência:
Fonte: Domínio Público
http://www.fundacaodorina.org.br/deficiencia-visual/ http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf
A deficiência visual, em qualquer grau, compromete a capacidade da pessoa de se orientar e de se movimentar no espaço com segurança e independência, tornando necessário o treinamento da orientação e da mobilidade, permitindo que a pessoa se movimente e se oriente com segurança na escola, em casa, no trânsito, em locais públicos etc. Além da família, a escola e a sociedade também podem e devem contribuir no sentido de ajudar a enfrentar os obstáculos colocados pela deficiência, as questões relacionadas a preconceitos, mitos e estigmas podem ser debatidas e analisadas por todos, professores, alunos e funcionários. Ao abrir suas portas igualmente para os que enxergam e os que não enxergam, a escola deixa de reproduzir a separação entre deficientes e não-deficientes, que muitas vezes é retratada na sociedade (Brasil, 2000).
De acordo com Fonseca apud Santos(2011), os estágios de desenvolvimento motor da criança cega apresentam as seguintes defasagens:
- mobilidade prejudicada; - equilíbrio falho; - esquema corporal e cinestésico não internalizado; - locomoção dependente; - postura defeituosa; - expressão corporal e facial muito raras; - lateralidade e direcionalidade não estabelecidas; - Inibição voluntária não controlada; - falta de resistência física; tônus muscular inadequado; - falta de auto iniciativa para ação motora; - coordenação motora bastante prejudicada.
Fontes: Domínio Público
A prática de atividade física adaptada nas aulas de Educação Física, proporcionando possíveis adaptações...!
Material : Vendas pretas para todos os alunos Local: Quadra ou pátio Descrição da dinâmica: Distribuir venda para cada aluno (a) da turma para que eles possam tapar os olhos. Na medida em que forem vendados, o professor encaminhará cada aluno para um local onde não fiquem próximos uns dos outros, após todos estarem vendados e nos seus devidos locais, o professor começará a dinâmica fazendo a seguintes reflexões: Como é a sensação de não enxergar nada? Agora que não está enxergando, podemos utilizar outros sentidos para perceber o que está ao nosso redor? Conseguimos ouvir sons que não eram percebidos antes? Por que isso acontece? Quando a visão não pode ser utilizada, os outros sentidos podem suprir essa necessidade?
Devido à deficiência, a pessoa cega ou com baixa visão, terá que aprender a identificar diversos sons para ajudar na sua locomoção... Vamos agora tentar usar sons diferentes para nos orientar?
Material : Vendas Local: Quadra ou pátio Descrição da dinâmica: Os alunos serão separados em duplas, sendo um deles vendado, o aluno que ficará sem venda será o guia, guiará o seu colega, utilizando apenas a voz, mas sem tocá-lo. Após o tempo determinado trocar o guia. A atividade será aplicada primeiramente com o guia próximo ao guiado, depois com uma distância maior entre eles. Para aumentar o grau de dificuldade da atividade, espalhar os guias pelo local da atividade, pedir para que o aluno vendado localize o seu guia, através de comandos de voz, tentar achá-lo e chegar até ele.
Material : Vendas, apito, bolas
Local: Quadra ou pátio
Descrição da dinâmica: Formação de quatro grupos, cada um escolhe dois representantes que serão vendados e colocados em um local demarcado para o inicio da atividade, num ponto específico e mais distante do ponto de saída da atividade, o professor irá colocar um estímulo sonoro, podendo ser apito, bolas batendo no chão, despertador, e outros; ao sinal, os alunos representantes, vendados, deverão localizar e seguir até o estímulo sonoro, não podem receber estímulos dos colegas, vence o primeiro que chegar até o som; troca-se a funções para que todos vivenciem a atividade. Para aumentar o grau de dificuldade da atividade, poderá ser incrementada colocando um som diferente para cada grupo.
Material: Vendas e bola com guizo
Local: Quadra ou pátio
Descrição do jogo: Os alunos formarão duplas, sendo que um da dupla estará com venda. O professor fará uma espécie de ninho do tesouro em alguns cantos da quadra, utilizando bolas com guizo. O colega vidente da dupla se separa e fica em um lugar próximo dos ninhos para auxiliar o outro colega a chegar ao ninho. As dicas poderão ser de forma simbólica. Exemplo: "10 passos de elefante para frente", "20 passos de formiga para o lado direito", etc. (DIEHL, 2006).
Material : Vendas, bolas com guizo (caso não tenha bola com guizo, a bola poderá ser colocada dentro de sacolas plásticas)
Local: Quadra ou pátio