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ANÁLISE DO PROBLEMA RELACIONADO A EXECUÇÃO NA OBRA LITERÁRIA “O MERCADOR DE VENEZA” DE WILLIAM SHAKESPEARE: UMA ABORDAGEM ACADÊMICA
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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DOCENTE: Ms. JACKSON DNAJA NOBRE FIGUEIREDO
FRANCISCO HERMISON MONTEIRO DO VALEi^ - MATRÍCULA: 2021221271
Em meio à vibrante Veneza renascentista, a obra de William Shakespeare, "O Mercador de Veneza", nos presenteia com uma narrativa envolvente e personagens memoráveis, tecendo uma complexa teia de dilemas morais e jurídicos que transcendem os limites do mero entretenimento. A peça nos convida a uma profunda reflexão sobre os pilares da justiça, da misericórdia e da própria natureza da lei.
No centro da trama, encontramos o famoso contrato firmado entre o usurário Shylock e o mercador Antônio. Em um momento de extrema necessidade para auxiliar o amigo Bassânio, Antônio recorre a Shylock em busca de um empréstimo. A fim de garantir o pagamento da dívida, Antônio concorda com uma cláusula peculiar: caso não consiga saldar o débito em três meses, Shylock terá o direito de remover uma libra de sua carne.
Essa cláusula, carregada de simbolismo e crueldade, torna-se o epicentro da peça, expondo as profundas tensões entre o judaísmo e o cristianismo na Veneza da época. Shylock, marginalizado pela sociedade e vítima de constantes humilhações por parte de Antônio, busca neste contrato a oportunidade de saciar sua sede de vingança.
Do ponto de vista jurídico, o contrato entre Shylock e Antônio apresenta diversos aspectos problemáticos que merecem ser cuidadosamente analisados:
É questionável se Antônio, sob extrema pressão e necessidade financeira e em absoluto estado de vulnerabilidade, agiu com total discernimento ao aceitar os termos do contrato. A coerção e a assimetria de poder entre as partes lançam dúvidas sobre a validade do acordo, levantando questões sobre a autonomia da vontade e a proteção contra contratos abusivos.
A pena de ter uma libra de carne retirada do corpo configura-se como um castigo cruel e desumano, violando princípios básicos da justiça e da proporcionalidade. A lei deveria servir como instrumento de proteção da vida e da integridade física do indivíduo, mesmo em situações de inadimplência. A desproporcionalidade da pena evoca a reflexão sobre os limites do poder punitivo e a necessidade de sanções justas e adequadas à gravidade do delito.
i (^) http://lattes.cnpq.br/
Até que ponto a lei deve ser aplicada de forma inflexível, mesmo quando seus resultados forem considerados injustos ou desumanos? A peça levanta o debate sobre a importância da interpretação judicial e da busca pela aplicação da lei com base em princípios humanísticos.
ENTRE DIREITO E MORAL Em algumas situações, a lei pode ser fria e impessoal. A peça lança o questionamento se o direito deve sempre prevalecer sobre a moral, ou se há espaço para a consideração de valores éticos na tomada de decisões jurídicas.
IGUALDADE PERANTE A LEI "O Mercador de Veneza" expõe os perigos da discriminação e da intolerância. A peça expõe a necessidade imperiosa da defesa do ideal de uma sociedade onde todos os indivíduos sejam tratados com igualdade e tenham seus direitos garantidos, independentemente de religião, etnia ou origem social.
"O Mercador de Veneza" não se esgota na análise jurídica do contrato. A peça é, sobretudo, um convite à reflexão sobre a própria condição humana. Shakespeare nos confronta com dilemas morais universais, tais como a busca pela vingança versus o poder do perdão, a rigidez da lei versus a compaixão pela dor e a necessidade do outro.
Através do embate entre Shylock e Antônio, somos convidados a refletir sobre a importância da empatia e da compreensão do outro. A peça nos leva a questionar se a justiça pode ser alcançada somente pela aplicação fria da lei, ou se a misericórdia e a capacidade de perdoar também desempenham um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e humana.
"O Mercador de Veneza" continua a ser uma obra relevante e oportuna nos dias de hoje. Ao explorar os meandros do direito e da moral, a peça nos presenteia com questionamentos atemporais que nos convidam a refletir sobe uma sociedade baseada na justiça, na tolerância e no respeito pela dignidade humana.