Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Populismo no Brasil: Governos de Dutra, Kubitschek, Quadros e Goulart, Notas de aula de Redação

Durante a guerra fria, o Brasil teve quatro presidentes: Eurico Gaspar Dutra, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart. O populismo no Brasil ocorreu principalmente entre 1930 e 1964, com presidentes como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. O governo de Dutra foi marcado pela redação de uma nova constituição e pelo contexto da guerra fria, com o Brasil se tornando um território estratégico para os Estados Unidos. Houve preocupação com o crescimento do comunismo no país, levando ao rompimento das relações diplomáticas com a União Soviética e ao fechamento do PCB. O governo de Dutra também interferiu em sindicatos e restringiu o direito à greve dos trabalhadores.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Neilson89
Neilson89 🇧🇷

4.4

(70)

224 documentos

1 / 15

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
PREFEITURA DE PETRÓPOLIS
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE ENSINO FUNDAMENTAL
ATIVIDADE PEDAGÓGICA
Ano de escolaridade: 3º ano do Ensino Médio
*Atividade elaborada com a colaboração dos professores do Liceu Cordolino Ambrósio
CADERNO 22
03/12 QUINTA-FEIRA
DISCIPLINA: HISTÓRIA - PROFESSORA: SIMONE GOMES
GOVERNOS POPULISTAS NO BRASIL
Lembre-se: produza seu mapa mental enquanto estuda esta matéria!
Durante a Guerra Fria, o Brasil passou por governos que buscaram o apoio popular e outros que nem
tanto. Nesta aula vamos falar dos governos pós Era Vargas. Neste período, governaram o Brasil quatro
presidentes: o general Eurico Gaspar Dutra, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart, também
conhecido como Jango.
Vamos ver como foi o governo de cada um deles.
A definição de populismo é bastante complexa, mas, de uma forma geral, quando o termo é utilizado, ele
se refere a práticas políticas exercidas por governos da América Latina, ao longo do século XX. No caso
do Brasil, o conceito clássico de populismo tem muita associação com o período de 1930 a 1964,
considerado o auge do populismo no Brasil.
Ainda assim, a definição de populismo arrastou-se para o século XXI e está muito relacionada a governos
que possuem um grande apelo com as camadas mais pobres do local que governa. No Brasil, alguns dos
presidentes que foram considerados símbolos do populismo foram Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e
João Goulart.
Características do Populismo
Relação direta e não institucionalizada do líder com as massas: nessa característica, percebemos que o
líder populista cria sua relação com as massas de maneira direta e baseada em seu carisma. Além disso,
a construção dessa relação com o povo acontece sem a existência de uma estrutura política que a valide.
Nacionalismo econômico: regimes populistas, geralmente, assumem posturas com viés
nacionalista, quando o assunto é a economia.
Discurso em defesa da união das massas: o discurso do líder populista sempre se volta para a
conciliação das classes, uma vez que seu discurso vai para a nação. Existem também líderes
populistas que ressaltam um discurso em nome do “povo”, contra uma elite ou uma oligarquia
tirana.
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Populismo no Brasil: Governos de Dutra, Kubitschek, Quadros e Goulart e outras Notas de aula em PDF para Redação, somente na Docsity!

PREFEITURA DE PETRÓPOLIS SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENSINO FUNDAMENTAL ATIVIDADE PEDAGÓGICA Ano de escolaridade: 3 º ano do Ensino Médio *Atividade elaborada com a colaboração dos professores do Liceu Cordolino Ambrósio CADERNO 22 03/12 – QUINTA-FEIRA DISCIPLINA: HISTÓRIA - PROFESSORA: SIMONE GOMES GOVERNOS POPULISTAS NO BRASIL Lembre-se: produza seu mapa mental enquanto estuda esta matéria! Durante a Guerra Fria, o Brasil passou por governos que buscaram o apoio popular e outros que nem tanto. Nesta aula vamos falar dos governos pós Era Vargas. Neste período, governaram o Brasil quatro presidentes: o general Eurico Gaspar Dutra, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart, também conhecido como Jango. Vamos ver como foi o governo de cada um deles. A definição de populismo é bastante complexa, mas, de uma forma geral, quando o termo é utilizado, ele se refere a práticas políticas exercidas por governos da América Latina, ao longo do século XX. No caso do Brasil, o conceito clássico de populismo tem muita associação com o período de 1930 a 1964, considerado o auge do populismo no Brasil. Ainda assim, a definição de populismo arrastou-se para o século XXI e está muito relacionada a governos que possuem um grande apelo com as camadas mais pobres do local que governa. No Brasil, alguns dos presidentes que foram considerados símbolos do populismo foram Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Características do Populismo Relação direta e não institucionalizada do líder com as massas: nessa característica, percebemos que o líder populista cria sua relação com as massas de maneira direta e baseada em seu carisma. Além disso, a construção dessa relação com o povo acontece sem a existência de uma estrutura política que a valide.  Nacionalismo econômico : regimes populistas, geralmente, assumem posturas com viés nacionalista, quando o assunto é a economia.  Discurso em defesa da união das massas : o discurso do líder populista sempre se volta para a conciliação das classes, uma vez que seu discurso vai para a nação. Existem também líderes populistas que ressaltam um discurso em nome do “povo”, contra uma elite ou uma oligarquia tirana.

Liderança política baseada no clientelismo : além do carisma e dos discursos, que apelam em nome da nação ou do povo, o líder populista escora seu poder na rede de troca de favores, também conhecida como clientelismo.  Frágil sistema partidário : o conceito clássico do populismo pressupõe a existência de um sistema partidário ou em estágio embrionário, ou inexistente, ou desmontado pelo líder populista. Isso reforça a ideia de que o poder do líder populista não se escora no sistema político, mas sim no seu carisma. Essa caracterização do populismo, conforme mencionado, relaciona-se com a história do Brasil no período 1930 - 1964 e tem em seu grande representante Getúlio Vargas, sobretudo durante o Estado Novo. No caso da América Latina, o populismo é utilizado para explicar as experiências históricas relacionadas ao peronismo (Argentina), aprismo (Peru) e cardenismo (México). Outros estudiosos do conceito defendiam também uma hipótese alternativa, que afirmava que o populismo era um estágio intermediário que sociedades “atrasadas”, no processo de modernização capitalista, enfrentavam conforme se modernizavam. Enquanto essa modernização acontecia, as sociedades que a enfrentavam passavam por tensões muitos fortes, e o populismo era o mecanismo político que surgia para mediar o conflito de interesses que aconteciam nessas sociedades até que elas alcançassem um alto grau de desenvolvimento. Presidentes populistas Dentro do que foi dito, o período entre 1946 e 1964, conhecido como Quarta República, é encarado por muitos como o grande período populista da nossa história. Os principais presidentes desse período foram: Eurico Gaspar Dutra (1946-51) Durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, organizou-se a redação de uma nova Constituição para o Brasil. A nova Constituição brasileira foi promulgada no dia 18 de setembro de 1946 e restabeleceu uma série de direitos democráticos e políticos aos cidadãos que estavam suspensos há anos.

Juscelino Kubitschek (1956-61) Juscelino Kubitschek (JK) assumiu a presidência brasileira no dia 31 de janeiro de 1956 e em meio a uma forte crise política, que quase o impediu de tomar posse da presidência do país. Durante todo o ano de 1955, grupos conservadores ligados à União Democrática Nacional (partido político da época) articularam- se politicamente para impedir a realização da eleição presidencial e depois para impedir a posse de JK (vencedor dessas eleições). A crise política gerada pela postura golpista de grupos como a UDN levou o Ministro da Guerra do Brasil, o marechal Henrique Teixeira Lott, a intervir na situação a partir de um contragolpe. Em 11 de novembro de 1955, Henrique Teixeira Lott liderou um contragolpe que destituiu o presidente no poder (Carlos Luz) e colocou Nereu Ramos na presidência. O contragolpe liderado por Lott ratificou a posse de Juscelino Kubitschek para janeiro de 1956. Eleição de 1955 Paralelamente à articulação política dos conservadores para cancelar a realização da eleição de 1955, ocorria a formação das chapas políticas para disputar a presidência do Brasil. Essa eleição contou com a participação de quatro candidatos: Juarez Távora pela UDN, Ademar de Barros pelo Partido Social Progressista (PSP), Plínio Salgado pelo Partido de Representação Popular (PRP) e Juscelino Kubitschek pela chapa PSD/PTB. A campanha de Juscelino Kubitschek foi marcada pela defesa da necessidade de se retomar uma política que desenvolvesse a economia e promovesse a industrialização do Brasil. Para lançar essa ideia, a candidatura de JK cunhou o slogan que marcou sua campanha: 50 anos em 5. A ideia do slogan era afirmar que, durante os cinco anos do governo de JK, o Brasil avançaria seus índices econômicos de maneira considerável. A campanha de JK teve sucesso, em grande parte, pela habilidade do político mineiro em articular grupos políticos de diferentes orientações para apoiá-lo. Isso foi evidenciado porque a candidatura de Kubitschek teve o apoio de grupos da burguesia industrial brasileira, assim como contou com o apoio dos comunistas e dos militares legalistas (como o próprio Lott).

Apesar disso, a eleição presidencial de 1955 foi acirrada, e o resultado foi bastante apertado. Os resultados das eleições foram os seguintes: JK teve 36% dos votos contra 30% de Juarez Távora, 26% de Ademar de Barros e 8% de Plínio Salgado. Na disputa do vice, João Goulart venceu com 44% dos votos. Assim, a presidência foi formada pela chapa PSD/PTB. Logo após a vitória de JK e Jango nas eleições de 1955, a UDN mobilizou-se novamente para impedir a posse dos candidatos a partir do argumento de que Kubitschek não havia conseguido a maioria absoluta dos votos (51%) e, por isso, a vitória do político mineiro era “ilegítima”. O argumento dos udenistas soava absurdo porque pelas leis brasileiras da época não era necessário que um candidato possuísse maioria absoluta dos votos, mas maioria simples. Toda essa situação levou à intervenção de Lott no mencionado Golpe Preventivo de 1955. Governo JK Logo no início de seu governo, Juscelino Kubitschek apresentou à nação o seu projeto para o desenvolvimento econômico do Brasil: o Plano de Metas. Esse programa econômico do governo JK estipulou 31 metas para a promoção do desenvolvimento econômico e da industrialização do Brasil. O Plano de Metas tinha como prioridade o investimento nas áreas de energia, transporte, indústria pesada e alimentação. Dentro do Plano de Metas, uma série de ações foi realizada pelo governo JK. No caso do transporte, o governo investiu consideravelmente na construção de estradas. Estima-se a construção de mais de 6 mil quilômetros de estradas no país entre 1956 e 1960 (até então o país possuía 4 mil quilômetros)|1|. O desmonte do sistema ferroviário brasileiro, inclusive, foi iniciado nesse período. Além disso, JK investiu amplamente no desenvolvimento da infraestrutura de portos e aeroportos do Brasil. Os altos investimentos na área do transporte simbolizavam a preocupação do governo em interligar o país de norte a sul e leste a oeste, pois era necessária a ampliação das estradas para suportar o escoamento da produção industrial e agrícola do país. O desenvolvimento industrial do país, naturalmente, exigia a ampliação de maneira considerável da produção energética do país e, por isso, o governo inseriu grande parte dos recursos na construção de usinas hidrelétricas para dar suporte a esse aumento do consumo de energia que aconteceria com o crescimento da indústria no Brasil. Ao todo, os investimentos do Plano de Metas foram organizados da seguinte maneira:  Transporte (29%)  Infraestrutura (20%)  Energia elétrica (43%)  Alimentação (3,2%)  Educação (4,3%)|2| Os altos investimentos no desenvolvimento econômico industrial tiveram um notório resultado. Os índices econômicos evidenciaram isso. O país registrou crescimento médio da produção industrial de 80%, e áreas como a indústria de equipamentos de transporte cresceu incríveis 600%. Construção de Brasília Outro feito que marcou o governo de JK e foi o símbolo da sua visão de desenvolvimento e progresso foi a construção da nova capital do Brasil, a cidade de Brasília. A construção de uma nova capital no interior do país era algo estipulado nas Constituições brasileiras desde 1889. JK apropriou-se dessa ideia e levou-a adiante. A construção de Brasília era vista por JK como uma forma de integração econômica do interior do território brasileiro, mas também como forma de reforçar o nacionalismo. A construção da cidade foi realizada em tempo recorde e gastou uma quantidade de dinheiro gigantesca, pois o presidente sabia da necessidade de se finalizar a construção da cidade durante o seu mandato. As historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling comentam a respeito da construção de Brasília: Juscelino sempre sustentou que a decisão de construir Brasília surgiu do nada, de um gesto visionário que ele incorporou ao seu programa de governo e lhe permitiu ver longe. Mas é pouco provável que as coisas

PREFEITURA DE PETRÓPOLIS SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENSINO FUNDAMENTAL ATIVIDADE PEDAGÓGICA Ano de escolaridade: 3 º ano do Ensino Médio *Atividade elaborada com a colaboração dos professores do Liceu Cordolino Ambrósio CADERNO 22 04/12 - QUINTA-FEIRA OBrexit:umimportantemomentonaeconomiaeuropeia Como vimos, nos últimos anos, diversos países europeus sofreram crises econômicas e políticas e, como não poderia ser diferente, a União Europeia foi afetada. Especificamente a partir de 2016, iniciou-se o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, conhecido como Brexit (British + exit, ou seja, a “saída britânica”). Em um resultado apertado e inesperado (51,9% x 48,1%) a população do Reino Unido (que engloba Escócia, Irlanda do Norte, Inglaterra e País de Gales) optou por deixar de fazer parte desse bloco econômico, rompendo um acordo de 47 anos. A descrença da população com o sistema político e campanhas baseadas em Fake News contribuíram para esse resultado. Em linhas gerais, os principais motivos que levaram ao Brexit estão ligados a promessas de contenção de gastos orçamentários e concentração de investimentos em necessidades internas (como saúde pública, por exemplo) e à questão migratória. Campanha pró Brexit na Inglaterra “Nós enviamos 350 milhões de euros por semana para a União Europeia. Vamos financiar nosso próprio NHS (Serviço Nacional de Saúde). Vote pela saída” Fonte: DW.com A questão migratória foi central na campanha pelo Brexit. Valendo-se de sentimentos nacionalistas, e até mesmo alimentando a xenofobia (aversão a grupos sociais diferentes como imigrantes), os setores mais conservadores, favoráveis ao Brexit, difundiram que a permanência no bloco impedia o controle do número de pessoas adentrando no país e que os impactos da imigração seriam terríveis e incontroláveis no futuro. Esse fator foi fundamental para a decisão pela saída da União Europeia. PopulaçãonaEuropa-Porqueaquestãomigratóriaécentral? A Europa é um continente muito populoso e povoado. Populoso pois, levando em consideração a sua extensão territorial, o número de habitantes é elevado (cerca de 740 milhões de habitantes) e povoado visto que concentra grande número de pessoas a cada km² (aproximadamente 73 hab/km²) No entanto, a população está distribuída de forma desigual pelo continente, ou seja, determinadas áreas concentram maior número de pessoas, enquanto outras são vazios demográficos, pouco

habitadas. Os polos econômicos e parques industriais do continente, especialmente na Europa centro- ocidental, são as regiões mais povoadas: Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Países baixos, enquanto as regiões menos habitadas se concentram na porção norte, em países como Islândia, Finlândia, Suécia etc. Outro aspecto populacional importante sobre a Europa diz respeito ao crescimento populacional. A população europeia cresce em média por ano apenas 0,06%, o menor índice dentre todos os continentes do mundo. Alguns países não apresentam crescimento populacional (pois o número de mortes é igual ao de nascidos) e outros até apresentam crescimento negativo, o que resulta num decréscimo da população total. Isso ocorre devido às baixas taxas de natalidade no continente e alta expectativa de vida, dentre as maiores do mundo, fruto das políticas de bem-estar social e da elevada qualidade de vida. Com isso a Europa apresenta uma população envelhecida e poucos jovens, o que gera consequências até mesmo para os fatores econômicos do continente. Isso porque o envelhecimento da população gera um desequilíbrio no sistema de saúde pública e na previdência social, ao mesmo tempo que a População Economicamente Ativa (PEA) torna-se cada vez menor. Assim, em relação ao envelhecimento da população, os governos buscam fazer alterações estruturais para atender as demandas desse grupo populacional. São realizadas obras de acessibilidade nos equipamentos públicos, medidas de inclusão social dos idosos, programas de inclusão digital etc. Além disso, para amenizar esse desequilíbrio, alguns países como a Itália, Rússia, França e Suécia têm incentivado as famílias a terem filhos, recorrendo a incentivos financeiros, subsidiando creches para as crianças, aumentando o tempo de licença maternidade, entre outros benefícios. Entretanto, o alto número de imigrantes que chega à Europa acaba por compensar a quantidade de habitantes em certos países e equilibrar a população em idade ativa, visto que a maioria dos imigrantes é jovem e busca se inserir no mercado de trabalho europeu. Mesmo assim, a questão migratória é um grande desafio para os países europeus. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, países como a Alemanha e França que alcançaram certo crescimento econômico, em virtude de seus investimentos no setor industrial, passaram a atrair trabalhadores de outros países oriundos da própria Europa: portugueses, espanhóis, italianos etc. se deslocavam aos países mais desenvolvidos em busca de inserção no mercado de trabalho. Era uma mão de obra pouco qualificada e ocupava cargos de trabalho sazonais, sem garantias trabalhistas. A partir dos anos 1970, com a intensificação das desigualdades entre os países a nível mundial, o fluxo de trabalhadores para a Europa passou a ser majoritariamente proveniente das ex-colônias. Eram pessoas que, em busca de melhores condições de vida e acesso ao trabalho, se deslocaram, não só para as principais capitais econômicas, mas também para certos países do Leste Europeu. Foi a partir de 2015 que ocorreu grande pico de imigração para o continente desde a Segunda Guerra Mundial. Esta, que foi considerada a maior crise humanitária dos últimos anos, foi consequência de conflitos geopolíticos e problemas estruturais, econômicos e sociais no Oriente Médio e no norte da África, com destaque para a Síria. As guerras civis e outras condições adversas enfrentadas pelas

PREFEITURA DE PETRÓPOLIS SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENSINO FUNDAMENTAL ATIVIDADE PEDAGÓGICA Ano de escolaridade: 3º ano do Ensino Médio *Atividade elaborada com a colaboração dos professores do Liceu Cordolino Ambrósio CADERNO 22 17/11 – TERÇA-FEIRA PRODUÇÃO DE TEXTO – OPERADORES ARGUMENTATIVOS – PROFESSOR ATAUALPA I – Introdução No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a produção textual exigida consiste na dissertação argumentativa. E o critério de avaliação está fundamentado em cinco competências: Hoje estudaremos os mecanismos linguísticos utilizados no processo de argumentação, tendo como base a competência IV, em que s ão avaliados itens relacionados à estruturação lógica entre as partes da redação. A organização textual exige que as frases e os parágrafos estabeleçam entre si uma relação que garanta uma sequência coerente e a interdependência entre as ideias. Preposições, conjunções, advérbios e locuções adverbiais são responsáveis pela coesão do texto, porque estabelecem uma inter-relação entre orações, frases e parágrafos. Cada parágrafo deve ser composto por um ou mais períodos articulados. Cada ideia nova precisa estabelecer uma relação com as anteriores. Eis um exemplo dos critérios de avalição da competência IV no Enem:

II – Operadores Argumentativos Na elaboração de um texto, são imprescindíveis palavras e expressões que estabelecem ligações entre orações e parágrafos. Tais elementos são responsáveis pela manutenção da coesão e da coerência argumentativa. Vale lembrar que a coesão consiste na ligação entre os elementos gramaticais e semânticos. A coerência está voltada para a formação lógica. E, para a estruturação do texto com coesão e coerência, faz-se necessário o emprego dos operadores argumentativos, responsáveis pelo encadeamento lógico das ideias. Antes de apresentar alguns operadores argumentativos, é preciso dizer que há uma diversidade de expressões que podem ser usadas como elementos coesivos. A escolha de tais elementos deve ser feita em função da ideia que se pretende expressar. Eis alguns operadores argumentativos que podem ser empregados na abertura dos seguintes parágrafos: a.) Introdução:  Muito se tem discutido acerca de…  Sabe-se que…  É de fundamental importância discutir a problemática…  É indiscutível/inegável que…  Comenta-se, com frequência, a respeito de…  Apesar de muitos acreditarem que…  Ao contrário do que muitos acreditam…  Pode-se afirmar que, em razão de/devido a…  Ao refletirmos criticamente a respeito de… b.) Desenvolvimento  É incontestável que…  Como já teorizado por…  Atualmente, observa-se que…  Em consequência disso, nota-se que…  Dentre os inúmeros motivos que levaram a/ao…  Além disso…  Outro fator diz respeito a…  Uma preocupação constante…  Convém lembrar que…  Por outro lado…  Porém, mas, contudo, todavia, no entanto, entretanto…  No que tange ao/diz respeito… c.) Conclusão  Em virtude dos fatos mencionados…  Por todos os argumentos supracitados…  Levando-se em consideração os aspectos expostos…  Dessa forma…  Em vista dos argumentos apresentados…  Dado o exposto…  Tendo em vista os aspectos observados…  Levando-se em conta o que foi observado…  Em virtude do que foi mencionado…

III - Estudo Dirigido 1.) O mundo é grande O mundo é grande e cabe Nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe Na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe No breve espaço de beijar. (ANDRADE, Carlos Drummond de.Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.) Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as idéias relacionadas, um sentido de: a) comparação b) conclusão. c) oposição. d)alternância. e) finalidade. 2.) Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável. (ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009). As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias. b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste. c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização. d) o termo “Também” exprime uma justificativa. e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”. 3.) Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. (LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998) A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto. b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase. c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase.

d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor. e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso. 4.) O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área. No entanto , na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0. (Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado).) O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009, contém vários conectivos, sendo que a) “após” é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de cabeça. b) “enquanto” tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para serem aplicadas no jogo. c) “no entanto” tem o significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem cronológica de ocorrência. d) “mesmo” traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola", ter dificuldade não é algo naturalmente esperado. e) “por causa de” indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio. 5.) A ausência de conectivos no texto abaixo acarreta problemas de coesão sequencial. “O futuro da Varig poderá ser decidido nesta semana ________ o governo pague a conta. O Brasil que pode dar certo mostrou sua face na semana passada. ________ toda a comoção que cercou o leilão da venda da Varig, o governo manteve prudente distância da confusão. (...) O destino da maior empresa aérea brasileira está entregue à lei de Recuperação judicial, o mecanismo institucional adequado. Longe,________, do discurso nacionalista que durante muito tempo premiou a incompetência local com favores desmedidos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) avisou que, ________ venha a financiar parte da aquisição, não abrirá mão de suas normas. Não se poderá, ________aconteceu no passado, lançar mão do dinheiro público para fazer mais largo o sorriso privado”. (Veja, 14/06/06) Indique a alternativa na qual estão listados os conectivos que preenchem, respectivamente, as lacunas do texto. a) embora, Devido a, então, assim que, já que b) a menos que, Embora, logo, caso, conforme c) sem que, Devido a, pois, desde que, porque d) sem que, Apesar de, portanto, caso, como e) embora, Apesar de, portanto, uma vez que, visto que