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Uma análise detalhada da língua xerente, explorando aspectos da morfologia, sintaxe e fonética. O texto aborda a estrutura da língua, a classificação de palavras, a formação de frases e a pronúncia, com exemplos e explicações claras. O estudo é valioso para estudantes de linguística, antropologia e áreas afins, oferecendo insights sobre a estrutura e funcionamento de uma língua indígena brasileira.
Tipologia: Teses (TCC)
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Orientadora Profa. Dra. Silvia Lucia Bigonjal Braggio
Programa de Pós-Graduação em Letras e Lingüística Faculdade de Letras Universidade Federal de Goiás 2007
Sousa Filho, Sinval Martins de.
Aspectos Morfossintáticos da Língua Akwe-Xerente (Jê) / Sinval Martins de Sousa Filho; Orientadora Silvia Lucia Bigonjal Braggio. Goiânia, 2007.
p. 331 Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Goiás,
Aspectos Morfossintáticos da Língua Akwe- Xerente (Jê). I. Título.
Aspectos Morfossintáticos da Língua Akwe-Xerente (Jê) Sinval Martins de Sousa Filho Tese defendida e aprovada no dia 18 de abril de 2007.
Banca Examinadora:
Profa. Dra. Silvia Lucia Bigonjal Braggio – UFG (Orientadora)
Profa. Dra. Maria Suelí de Aguiar – UFG
Profa. Dra. Maria do Socorro Pimentel da Silva – UFG
Profa. Dra. Daniele Marcelle Grannier – UnB
Profa. Dra. Gláucia Vieira Cândido – UEG
Profa. Dra. Heloísa Augusta Brito de Mello – UFG (Suplente interno)
Prof. Dr. Angel Humberto Corbera Mori – Unicamp (Suplente externo)
Este trabalho foi realizado com auxílio-bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / Bolsa de Doutorado – Universidade Federal de Goiás (UFG), processo n. 142053/2003-1. Também, contou com bolsa de Doutorado-Sanduíche no País (SWP), UFG-Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), processo n. 308314/2004-2. Ao CNPq meus sinceros agradecimentos.
“Em tudo daí graças” (I TESS. 5, 18). Obrigado Senhor por manter em mim a chama do seu “amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. O amor que nunca falha” (I COR. 13, 7-8). “Todos os dias é um vai e vem. A vida se repete na estação. Tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais” (Milton Nascimento). Aos que se foram para sempre: Meu pai, Sinval Martins († 07/2003), meus tios: Antônio Queirós († 08/2003), Lourival Leão († 03/2004), Luísa Leão Leite († 02/2005) e Manoel Leite († 08/2006), agradeço-lhes imensamente o legado herdado. Também, isiwaike, Ainãhrâ Xerente († 02/2005), pelos sorrisos espontâneos e a sinceridade implacável de criança. Aos Akwe-Xerente, por me permitirem as mais agradáveis estadas em seu meio; por me mostrarem um novo homem num mundo outro, possível e real; e por me apresentar o que dizer da sua comunidade de fala, de sua língua(gem). Especialmente aos meus auxiliares de pesquisas: Edite Smikidi, Noemi Wakrtadi, Ilda Nãmnãdi, Diana Kêti, Antônio Samuru, Jeová Sirnãrê, Antônio Siwe e Marcelino Kasuwamri. Aos professores indígenas Tapuio do Carretão (GO), que me fazem descobrir novos sentidos para a descrição e análise da Língua Akwe; aos professores Karajá de Aruanã (GO), que me dão força e incentivo em continuar trabalhando com educação escolar indígena e aos professores que trabalham com os indígenas Avá – Canoeiro (GO), Helena e Eunice, e com os Kalunga, Enivam, pelas discussões acerca de educação escolar para a diversidade de povos. Na medida em que nos tornamos capazes de transformar o mundo, de dar nomes às coisas, de perceber, de inteligir, de decidir, de escolher, de valorizar, de, finalmente, eticizar o mundo, o nosso mover-nos nele e na história vem envolvendo necessariamentesonhos por cuja realização nos batemos” (FREIRE, 2000 p. 32-3). A todos que caminharam comigo rumo a uma formação útil a um sonho coletivo, os funcionários da Pós-Graduação da Faculdade de Letras/UFG: Cristina Dalacorte, Francisco Quaresma, Consuelo de Lourdes e Bruno Raphael; meus professores na FL/UFG: Mary Fátima, Regina Celeste, Heloísa Augusta,
Aos Pastores Rinaldo de Mattos e Carlos G. Krieger, por todo conhecimento partilhado, por suas genorisidades e por toda doação aos assuntos relacionados aos Akwe. Aos amigos do Coral Vozes & Cores da UCG, em especial a Elene Tipple, Alessandra Plaza, Linda Cavalcante, Rafael Chedid, Gleiton Eddy, Tales de Oliveira e J.J. Júnior. Aos amigos Ramon Campos e Renato Gomide, por tornarem meus dias mais Acústicos, por arranjar comigo canções que dão sentido à vida, por me deixarem à frente do vocal da banda Acoustic Metal e por toda ajuda no desenvolvimento desta tese.
As amigas Eliane Almeida, Mariana Garcia, Maria Inácia, Eliane Marquez, Deise Nancy, Franci(mária) Bergamo e Cristina Braga, pela disposição em me ouvir e por toda discussão acerca de vários aspectos das sociedades indígenas e não-indígenas. Aos amigos Tiago Ribeiro e Edward Luz, por todas as discussões sobre sociedades e linguagens. Aos Profs. Drs. Norvin Richards (MIT/USA) e Viveiros de Castro (UFRJ/BRA), por todas as sugestões e discussões on-line. Por fim, agradeço a toda minha família por tudo: a Minha querida mãe, Sebastiana Rita de Sousa, meus irmãos, Adilson Martins e Ademar Martins, minhas irmãs, Luzia de Fátima, Rita de Sousa, Almeri Martins, Leide Martins e os sobrinhos Tâmara, Marcos, Jordan, Felipe, Moisés, José Alberto e Ana Laura, agradeço-lhes o amor sem medida que a cada dia nos move. A minha família em Campinas – SP: Tia Altamira, Tio Anderson, Júnior, Rita, Marcos, Sandra, Wagner, Kiko, Nilson, Rose, Tânia, Gabriela, Bruno, Anderson Neto, Larissa e Vinícius, agradeço-lhes a hospitalidade e os cuidados amorosos que me dispensaram. Aos familiares, legais, Alex, Itelma, Adriana, Jerônimo, Getúlio e Francisco, obrigado pela torcida por êxito. Aos não citados, mas não esquecidos, meu muito obrigado por todas as palavras e gestos que vieram acrescer minha vida de coisas boas.
À minha orientadora Dra. Silvia Lucia Bigonjal Braggio, pelos anos de convívio em diversos trabalhos na UFG e no Projeto LIBA, pela orientação construtiva e segura e, ainda, pelos exemplos de probidade, carinho e paciência. À professora Doutora Daniele Marcelle Grannier, pela forma humana e hábil de saber resolver comigo tantos probleminhas de descrição e análise lingüísticas, respeitando minhas limitações, valorizando-me e me estimulando. Às professoras Doutoras Vânia Casseb Galvão, Maria Suelí de Aguiar, Maria do Socorro Pimentel da Silva, Gláucia Vieira Cândido, Heloísa Augusta Brito de Mello e Ao professor Doutor Angel Humberto Corbera Mori, que leram esta tese e de forma crítica, positiva e amiga colaboraram com sugestões pertinentes. Aos professores indígenas do Estado do Tocantins – Karajá, Javaé, Xambioá, Apinajé, Krahô e Xerente – com quem tenho convivido desde 1998 e tenho aprendido que aquele que planta e o que rega são um; mas cada um recebe a sua recompensa segundo o seu trabalho.
EXORT = Exortativo. EXP. IDIOM = Expressão Idiomática. Ev. = Evidencial (evidenciativo). EVID = Entrada lexical evidencial. FRUST = Frustrativo. FUNAI = Fundação Nacional do Índio. FUT = Futuro (tempo). FUT.E.Ev. = Futuro enfático Evidencial. FUT.I.Ev. = Futuro Imediato Evidencial. GER = Gerúndio. HAB = Habitual (tempo). HON = Honorífico. HORT = Hortativo. ILA = Ilativo. I = Imediato IMP = Imperfectivo (aspecto). INCOA = Incoativo (aspecto). INES = Inessivo. INST = Instrumento, instrumental. INTERJ = Interjetiva (partícula). INTS = Intensificador. IPA = Alfabeto Internacional de Fonética. IPTVO = Imperativo. IRRE = Irrealis (modo). L1 = Primeira língua. L2 = Segunda língua. LIBA = Projeto Línguas Brasileiras Ameaçadas: Documentação (análise e descrição) e Tipologias Sociolingüísticas. lit. = Literalmente (tradução literal). MAL = Malefactivo. MED = Voz média. N = Nome. N-cp = Nome-conceito de propriedade.
NEG = Negação. NMZ = Nominalizador. N.Pes = Nome pessoal ou nome próprio. NGR = Nome Genérico Relacional. NSG = Não singular (corresponde ao dual/plural). O = Objeto de verbo transitivo. PARTC = Partícula. PARTT = Partitivo (caso). PAS = Passado (tempo). PES = Pessoal (nome pessoal ou próprio). PIH = Prefixo de Indeterminação Humana. PP = Posposição Possessiva. P.REM = Passado Remoto (tempo). PERF = Perfectivo (aspecto). PL = Plural. POSP = Posposição. Pr = Processo. PRED = Predicativo. PROG = Progressivo (tempo). Pron.Ind. = Pronome Indefinido ou Indeterminado. Pron.Int. = Pronome interrogativo. PRPS = Propósito. ps = Pessoa. R = Prefixo Relacional (R1, R2, R3 e R4). REAL = Realis (modo). RECP = Recíproco. REF = Reflexiva (partícula). REPTI = Repetição (repetidamente). S = Sujeito de predicados/sentenças intransitivas. SG = Singular. SIL = Instituto Lingüístico de Verão. SUBJTV = Subjuntivo. TRANSF = Transformação, processo.
PROG.IMP.REAL = Progressivo imperfectivo realis. Pron. Int. Pl = Pronome interrogativo plural. 1 ps sg/DU/pl = Primeira pessoa do singular ou do dual ou do plural.
Embora o Brasil tenha mais de 180 línguas indígenas (Rodrigues, 1986), a documentação (descrição e análise) dessas línguas ainda é uma tarefa a se cumprir. Durante os 20 últimos anos, lingüistas do mundo todo têm assinalado a dramática situação de perda de línguas minoritárias em um curto período de tempo. Dado o seu significado para o conhecimento científico das línguas do mundo, este estudo pretende ser uma contribuição à Lingüística e aos indígenas que falam a língua Akwe-Xerente. Conseqüentemente, esta tese é a primeira descrição detalhada da língua Akwe-Xerente, língua do Brasil Central, filiada à família lingüística Jê (Rodrigues, 1986), falada por 3.100 indivíduos. Como várias línguas indígenas, a língua Akwe-Xerente se encontra ameaçada de extinção (Braggio, 2002). Este estudo preenche uma lacuna nos estudos sobre línguas indígenas do Brasil. Assim, por um lado, fornece informações sobre a gramática da língua Akwe-Xerente, contribuindo, dessa forma, com os estudos da ciência Lingüística e, por outro lado, reduz o número de línguas que não foram descritas. Nesse sentido, os objetivos desta tese são: a) tornar conhecida uma língua indígena do território brasileiro; b) contribuir com os estudos lingüístico- comparativos da família Jê; e c) propiciar aos falantes de uma língua ameaçada de extinção condições para a elaboração de materiais didáticos na língua indígena e, com isso, de propor ações de vitalização da língua Akwe-Xerente. Para tanto, o estudo está dividido em quatro capítulos. No capítulo 1 é apresentada a situação de contato do povo Xerente com os não-indígenas e alguns aspectos da organização social dos Akwe. Do capítulo 2 ao 4, são descritos e analisados aspectos fonológicos e morfossintáticos da referida língua. Como a língua Akwe-Xerente não conta com trabalhos anteriores de descrição lingüística, buscou-se nesta tese explicar detalhadamente tantos os morfemas quanto as palavras que compõem a morfologia da língua. Na descrição da sintaxe, destacaram-se aspectos relacionados à constituição das sentenças simples. Finalmente, o estudo da língua Akwe- Xerente é parte de um projeto de pesquisa maior, o LIBA (Línguas Indígenas Ameaçadas: documentação (análise e descrição) e tipologias sociolingüísticas) que descreve e analisa aspectos gramaticais e sociolingüísticos das línguas Akwe-Xerente e Terena visando a contribuir com a educação escolar desses povos e nas políticas de vitalização das referidas línguas.
Palavras-chaves: Lingüística; Línguas ameaçadas de extinção; Língua Indígena; Akwe- Xerente (Jê); Gramática; Morfossintaxe.