Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Classificação e Caracterização de Doenças da Polpa Dental: ICD-10 e Pulpitês, Provas de Patologia

Uma discussão sobre as alterações patológicas da polpa dental, incluindo a classificação de doenças relacionadas à icd-10 e icd-da. Além disso, o texto aborda as pulpitês reversíveis e irreversíveis, suas causas, sintomas e tratamentos. O documento também discute as calcificações pulpares e suas classificações.

O que você vai aprender

  • Quais são as principais causas de infecção pulpar?
  • Quais são as principais características das calcificações pulpares?
  • Como as pulpitês reversíveis se diferenciam das pulpitês irreversíveis?

Tipologia: Provas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Tucano15
Tucano15 🇧🇷

4.6

(119)

221 documentos

1 / 10

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
Aspectos Gerais do Comprometimento Pulpar
Wednesday, 01 August 2012 18:40 - Last Updated Wednesday, 01 August 2012 19:15
Aspectos Gerais do Comprometimento Pulpar
por Eduardo Luiz Barbin, Júlio César Emboava Spanó, Maickel de Matos e Rochele
Schnorrenberger
1 Lista de Abreviaturas e Siglas
=> Agência Nacional de Vigilância Sanitária ______ ANVISA;
=> Dicionário Priberam da Língua Portuguesa ______ DPLP;
=> “International Classification of Diseases 10” ______ ICD-10;
=> “International Classification of Diseases to Dentistry and Stomatology” ______ ICD-DA;
=> Não Diferentemente Especificado ______ NDE;
=> Organização Mundial de Saúde ______ OMS;
=> Universidade Federal de Pelotas ______ UFPel;
=> “World Health Organisation” ______ WHO.
2 Introdução
As pulpopatias são alterações patológicas da polpa dental, possuindo características clínicas e
histológicas variadas e difíceis de correlacionar, sendo classificadas conforme seus aspectos
clínicos, macroscópicos, microscópicos e autores.
Os fatores irritantes mais comuns da inflamação pulpar são os de origem microbiana, assim
como fatores mecânicos e químicos. Entretanto, o fator irritante prevalente é o microbiano,
oriundo da doença cárie, patologia presente com números elevados na população brasileira e
mundial. Os microrganismos e/ou suas toxinas, ou seja, antígenos que permeabilizam a
dentina e ganham acesso à polpa dental através dos túbulos dentinários, provocam uma
resposta imunológica do tecido pulpar, com mediadores químicos da inflamação e fenômenos
vasculares.
Nair (1997) afirma que os microrganismos podem atingir a câmara pulpar através de diversas
rotas como a perda da integridade dos tecidos dentários duros através da cárie dentária,
procedimentos cirúrgicos e traumas induzindo rachaduras e fraturas, sendo estas as vias mais
frequentes da infecção pulpar.
Levin et al. (2009) destacam que uma vez que doença inflamatória pulpar é progressiva e
compartimentada, ou seja, um estado de doença em que as mudanças ocorrem através do
tempo, existe um grande número de potenciais descritores histopatológicos do estado da
doença pulpar. Clinicamente, no entanto, apenas um número limitado de estados patológicos é
possível.
Segundo Deus (1992), vários são os estímulos que podem provocar alterações mais ou menos
acentuadas na polpa dental, de forma reversível e irreversível. Dependem da origem, tipo,
duração e intensidade do estímulo aplicado e das características e do estado do próprio tecido
para receber a estes estímulos. Conforme a severidade, a duração do insulto pulpar e a
capacidade da polpa em responder, a patologia pulpar pode variar desde uma inflamação
transiente (pulpite reversível) a uma pulpite irreversível, que será seguida por uma necrose
total da polpa. A polpa necrosada pode ser transformada pela ação microbiana em polpa
gangrenada.
1 / 10
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Classificação e Caracterização de Doenças da Polpa Dental: ICD-10 e Pulpitês e outras Provas em PDF para Patologia, somente na Docsity!

Wednesday, 01 August 2012 18:40 - Last Updated Wednesday, 01 August 2012 19:

Aspectos Gerais do Comprometimento Pulpar por Eduardo Luiz Barbin, Júlio César Emboava Spanó, Maickel de Matos e Rochele Schnorrenberger

1 Lista de Abreviaturas e Siglas

=> Agência Nacional de Vigilância Sanitária ______ ANVISA; => Dicionário Priberam da Língua Portuguesa ______ DPLP; => “International Classification of Diseases 10” ______ ICD-10; => “International Classification of Diseases to Dentistry and Stomatology” ______ ICD-DA; => Não Diferentemente Especificado ______ NDE; => Organização Mundial de Saúde ______ OMS; => Universidade Federal de Pelotas ______ UFPel; => “World Health Organisation” ______ WHO.

2 Introdução

As pulpopatias são alterações patológicas da polpa dental, possuindo características clínicas e histológicas variadas e difíceis de correlacionar, sendo classificadas conforme seus aspectos clínicos, macroscópicos, microscópicos e autores. Os fatores irritantes mais comuns da inflamação pulpar são os de origem microbiana, assim como fatores mecânicos e químicos. Entretanto, o fator irritante prevalente é o microbiano, oriundo da doença cárie, patologia presente com números elevados na população brasileira e mundial. Os microrganismos e/ou suas toxinas, ou seja, antígenos que permeabilizam a dentina e ganham acesso à polpa dental através dos túbulos dentinários, provocam uma resposta imunológica do tecido pulpar, com mediadores químicos da inflamação e fenômenos vasculares. Nair (1997) afirma que os microrganismos podem atingir a câmara pulpar através de diversas rotas como a perda da integridade dos tecidos dentários duros através da cárie dentária, procedimentos cirúrgicos e traumas induzindo rachaduras e fraturas, sendo estas as vias mais frequentes da infecção pulpar. Levin et al. (2009) destacam que uma vez que doença inflamatória pulpar é progressiva e compartimentada, ou seja, um estado de doença em que as mudanças ocorrem através do tempo, existe um grande número de potenciais descritores histopatológicos do estado da doença pulpar. Clinicamente, no entanto, apenas um número limitado de estados patológicos é possível. Segundo Deus (1992), vários são os estímulos que podem provocar alterações mais ou menos acentuadas na polpa dental, de forma reversível e irreversível. Dependem da origem, tipo, duração e intensidade do estímulo aplicado e das características e do estado do próprio tecido para receber a estes estímulos. Conforme a severidade, a duração do insulto pulpar e a capacidade da polpa em responder, a patologia pulpar pode variar desde uma inflamação transiente (pulpite reversível) a uma pulpite irreversível, que será seguida por uma necrose total da polpa. A polpa necrosada pode ser transformada pela ação microbiana em polpa gangrenada.

Wednesday, 01 August 2012 18:40 - Last Updated Wednesday, 01 August 2012 19:

Paiva e Antoniazzi (1991) afirmam que, independentemente de sua natureza, ao atingir a polpa, o irritante provoca reações defensivas (inflamatórias) que visam localizá-lo e destruí-lo. Essas reações podem variar de acordo com a intensidade do irritante, indo desde a hiperemia até a morte pulpar. Neville et al. (2009) tecem considerações acerca das pulpopatias degenerativas, destacando as calcificações pulpares e reabsorção interna. As calcificações pulpares, na maioria das vezes, não estão associadas a manifestações clínicas significativas, iniciam-se como corpos livres no interior do tecido pulpar, podendo tornar-se aderidas ou embutidas nas paredes dentinárias da polpa. Classificam-se em três tipos, dentículos, cálculos pulpares e calcificações lineares difusas. Esta última não é detectada radiograficamente. A reabsorção interna é uma ocorrência relativamente rara, usualmente assintomática e descoberta, geralmente, por meio de radiografias de rotina podendo não estar limitada a somente um elemento dental do indivíduo acometido. Portanto, a detecção desta morbidade em um dente deve desencadear uma investigação radiográfica completa dos demais elementos dentais do paciente (BARBIN; SPANÓ, 2011b). Em muitos casos, sucede a injúria aos tecidos pulpares, tais como trauma físico ou pulpite causada por cárie. Quando a polpa coronária é afetada, a coroa pode mostrar uma coloração rosa (dente rosa de Mummery), levemente avermelhada ou com sombras de cinza decorrente da translucidez do remanescente dental delgado na área afetada (BARBIN; SPANÓ, 2011b). O tratamento endodôntico deve ser executado antes que o processo de reabsorção atinja o ligamento periodontal, uma vez que acontecendo a perfuração, o tratamento torna-se mais difícil e o prognóstico reservado. Do mesmo modo, a WHO (2010) considera como degeneração pulpar as condições de Dentículos, Calcificação Pulpar e Cálculos Pulpares. Cabe salientar os relatos de Neville et al. (2009) que dão conta que a formação de dentina ocorre por toda a vida. Os autores classificam a dentina da seguinte maneira: => Dentina Primária, como sendo a dentina formada antes do término da rizogênese; => Dentina Secundária, que ocorre depois da formação da Dentina Primária, pode ser estimulada pela oclusão e é depositada pelas mesmas células odontoblásticas que produziram a Dentina Primária. Sua produção ocorre em função da idade, levando a uma diminuição em volume do compartimento endodôntico. Nos dentes posteriores, ocorre maior deposição no assoalho da câmara pulpar, deposição menor no teto e, menor ainda, nas paredes laterais. No dente em função, inicia-se na porção coronária e progride para as regiões apicais (inversamente nos dentes impactados) e pode ser denominada Dentina Secundária Fisiológica. Os autores citam que um trauma significativo pode levar à obliteração completa do compartimento endodôntico e tal condição seria denominada de Metamorfose Cálcica; => Dentina Terciária (Reacional, Reparadora, Irregular ou de Irritação). O subtipo Reacional possui organização aleatória e é depositada em sítios locais correspondentes às áreas de lesão (estimulação) focal (atrição, fratura, erosão, abrasão, cárie, doença periodontal, iatrogenias físicas ou químicas por ação de procedimentos clínicos ou materiais odontológicos), em resposta às lesões dos processos odontoblásticos sendo os odontoblastos afetados quem produzem essa dentina, a qual é mais regular e mais contínua com os túbulos da dentina primária e secundária. Caso o estímulo seja mais intenso a ponto de provocar a morte dos odontoblastos (primários), novas células odontoblásticas surgidas de células indiferenciadas da polpa podem produzir o subtipo Reparadora, que apresenta fase atubular sendo acelular ou com inclusões nucleares dispersas (Dentina de Interface ou Fibrodentina) e fase tubular, que não é contínua com os túbulos da dentina primária e secundária.

Wednesday, 01 August 2012 18:40 - Last Updated Wednesday, 01 August 2012 19:

=> Pulpite NDE (Não Diferentemente Classificada); => Pulpite Aguda; => Pulpite Crônica (Hiperplásica e Ulcerativa); => Pulpite Irreversível; => Pulpite Reversível.

3 Pulpite Reversível (Pulpite Aguda Reversível)

A Pulpite Reversível é uma condição patológica inflamatória do tecido pulpar na qual o quadro mórbido pode ser revertido para um estado fisiológico ou de saúde da polpa por meio da remoção da causa, do fator etiológico ou do fator injuriante quando da intervenção do Cirurgião-dentista habilitado. A Pulpite Reversível é uma inflamação da polpa com caráter de reversibilidade do quadro, sendo uma tentativa de defesa contra o agente agressor, com elevação do afluxo sanguíneo, hiperemia, exsudato, podendo ter seu quadro agravado conforme a manutenção do estímulo, existindo dificuldade de retorno do adicional sanguíneo nesta região pulpar. Histologicamente, os vasos sanguíneos pulpares tornam-se dilatados, produzindo um quadro conhecido como hiperemia. A vasodilatação prolongada predispõe ao edema, como resultado da elevação da pressão capilar e do aumento da permeabilidade vascular. Pode ser acompanhada por um infiltrado de células inflamatórias de leve a moderada (LOPES; SIQUEIRA, 2004). Levin et al. (2009) relatam que a pulpite reversível implica na presença de inflamação pulpar leve e que a polpa é capaz de se curar. Cohen e Burns (2007) classificam um quadro de pulpite reversível quando a polpa é irritada de tal forma que a estimulação seja desconfortável ao paciente, mas reverte rapidamente após a irritação, e a remoção conservadora do fator irritante resolverá os sintomas. Deus (1992) menciona pulpite reversível como uma alteração principalmente circulatória ou inflamatória da polpa dental que, sob o ponto de vista clínico, responderá favoravelmente a um tratamento preventivo e/ou conservador. Rosenberg et al. (2009) consideram a pulpite reversível, diagnosticada através de achados subjetivos e objetivos, uma inflamação que pode se resolver e a polpa voltar ao normal. Lopes e Siqueira (2004) consideram pulpite reversível uma leve alteração inflamatória da polpa, em fase inicial, em que a reparação tecidual acontece uma vez removido o agente desencadeante do processo. Leonardo (2008) afirma que, na pulpite aguda reversível, a dor é aguda, de natureza provocada, cessando após remoção do agente álgico ou com duração não superior a um minuto. Esses casos exigem um tratamento endodôntico conservador: proteção pulpar indireta e/ou mesmo proteção pulpar direta (capeamento, ou capeamento direto). Considera-se, ainda, a Pulpotomia (Pulpotomia Conservadora) Mediata e Imediata. O quadro clínico pode apresentar dor repentina de pouca duração, quando da ação de agentes térmicos (sobretudo, o frio). O resfriamento provoca dor, que desaparece com a remoção da causa ou com a volta à temperatura normal. A dor é provocada e desaparece após a atuação do estímulo (DEUS, 1992). Caracteriza-se por uma ligeira resposta de dor aos estímulos (geralmente térmico, mas, possivelmente, ao morder, a pressão em um dente quebrado também pode estimular a dor), desaparecendo dentro de segundos após sua remoção (LEVIN et al. 2009). No exame clínico, detecta-se, pelo exame visual, restauração ou cárie extensa que ainda não

Wednesday, 01 August 2012 18:40 - Last Updated Wednesday, 01 August 2012 19:

atingiu a polpa, ao teste térmico do calor, o paciente acusa uma dor tardia à aplicação inicial do estímulo (segundos depois, à medida que a temperatura aumenta na polpa, pela manutenção do estímulo), o teste térmico de frio evoca uma dor aguda, rápida, localizada, que passa logo ou aos poucos segundos após a remoção da fonte estimuladora e a estimulação dentinária por meio de brocas, sonda exploradora ou colher de dentina evoca dor, indicando presença de vitalidade pulpar (LOPES; SIQUEIRA, 2004). O dente responde normalmente à percussão ou com muito leve aumento, à palpação. O teste de percussão vertical é um valioso auxiliar para verificação clínica da extensão apical do processo. A radiografia periapical não revela alterações pulpares desta natureza, mas pode indicar a presença de um processo carioso, restaurações sem isolamento e profundidade relativa desses processos (DEUS, 1992). O tratamento consiste na remoção da causa, já que, mantida a persistência do processo, ou seja, manutenção do fator etiológico da inflamação pulpar, uma pulpite irreversível pode, eventualmente, instalar-se. Existindo, também, a possibilidade de evolução da pulpite irreversível para a necrose/gangrena do tecido pulpar do dente envolvido, caso não haja a intervenção do Cirurgião-dentista em tempo hábil.

4 Pulpite Irreversível

Ao invadir a polpa, microrganismos ou toxinas, ampliam a inflamação, resultando em um processo imunológico e inflamatório que busca impedir o avanço da infecção e eliminar o agente agressor. O aumento da pressão interna do compartimento pulpar dificulta o aporte de nutrientes por meio da corrente sanguínea, bem como, a remoção de excretas caracterizando o estado de Congestão Pulpar. Portanto, o tecido pulpar torna-se acometido por um processo inflamatório irreversível, principalmente devido as suas condições peculiares, como paredes inextensíveis, restrita vascularização para suprimento e eliminação de metabólitos, restos celulares e toxinas, o qual invariavelmente resultará em necrose, seja por liquefação ou coagulação. Ressalta-se que a infecção, ao atingir o tecido pulpar, encontra-se, inicialmente, restrita à junção entre a dentina e a polpa, no sítio correspondente aos canalículos dentinários afetados pela cárie (LEONARDO, 2008). Neville et al. (2009) relatam que a inflamação pulpar pode levar o tecido citado à necrose e/ou gangrena pulpar mas questiona a capacidade do aumento de pressão que ocorre no endoductodôncio, termo utilizado por Badan (1949) para designar o compartimento endodôntico, em função da inflamação pulpar, gerar um estrangulamento do aporte sanguíneo bem como da remoção de excretas. Deus (1992) e Cohen e Burns (2007) classificam a pulpite irreversível em sintomática e assintomática. A pulpite irreversível sintomática é caracterizada pela dor intermitente, espontânea, aguda, difusa, localizada ou referida, onde a rápida exposição a mudanças drásticas de temperatura promoverá episódios de dor prolongada e intensa mesmo depois da remoção da fonte da dor. A pulpite irreversível assintomática pode-se tornar sintomática ou até mesmo necrótica caso não aconteça a intervenção profissional do Cirurgião-dentista habilitado durante o processo inflamatório pulpar. Leonardo (2008) relata que, quanto à localização, a dor da Pulpite Aguda Irreversível pode ser localizada, difusa e/ou referida. Neville (2009) afirma que, nas fases iniciais da Pulpite Irreversível, a dor pode ser facilmente relacionada ao dente afetado, mas nos estágios mais avançados, o paciente torna-se incapaz de identificar o dente acometido. Levin et al. (2009) afirmam que a pulpite irreversível implica em um quadro clínico mais grave caracterizado pelo processo inflamatório pulpar degenerativo que, se não for tratado, pode

Wednesday, 01 August 2012 18:40 - Last Updated Wednesday, 01 August 2012 19:

mediata, efetuada com grande cuidado durante a remoção total da massa granulomatosa (LEONARDO; LEAL, 1998). A pulpite crônica ulcerada é caracterizada por apresentar uma úlcera na superfície exposta da polpa, isolando o restante pulpar. Esta condição de pulpite irreversível crônica deve ser tratada por meio da Biopulpectomia ou, no caso de dentes com rizogênese incompleta e polpa com aspecto macroscopicamente vital, através da Pulpotomia (Pulpotomia Conservadora) imediata ou mediata (LEONARDO; LEAL, 1998). O tratamento para pulpite irreversível consiste na Pulpectomia ou Biopulpectomia, ou seja, na endodontia radical ou tratamento endodôntico radical. Soares (2002) sugere, com relação ao tratamento de emergência de dentes com pulpite irreversível, duas opções terapêuticas: => quando o profissional dispõe de tempo, deve-se remover a polpa no comprimento de trabalho, procedendo-se com a colocação de um curativo de demora com um anti-inflamatório associado a um antibiótico, ou um antisséptico, restaurando-se com um cimento temporário; => quando o profissional não dispõe de tempo, o alívio da dor pode ser promovido pela remoção da polpa contida na câmara pulpar, de forma que a remoção de parte do tecido pulpar provocará a diminuição da pressão intrapulpar e permitirá, após a hemostasia, a colocação de um curativo com uma associação de um anti-inflamatório com antibiótico sobre a polpa remanescente (Pulpotomia Paliativa) mediata. Os tratamentos devem ser complementados em seção subsequente (consulta eletiva) com o tratamento endodôntico apropriado conforme o conhecimento técnico e científico atual. A necrose/gangrena pulpar é o resultado final das alterações deste órgão. Pode, às vezes, não apresentar sintomas dolorosos ou, simplesmente, o paciente relaciona uma sintomatologia dolorosa anterior, sendo o escurecimento da coroa, eventualmente, o primeiro sinal clínico. O dente com polpa necrótica não responde ao frio e ao teste elétrico (a não ser necrose parcial) e, às vezes, responde dolorosamente ao calor (falso positivo pela expansão gasosa) e à percussão, quando há comprometimento dos tecidos periapicais (DEUS, 1992; ROSENBERG et al., 2009). A necrose pode ocorrer gradualmente da coroa dental para o ápice radicular ou, em outras palavras, da câmara pulpar para o forame apical. O tecido pulpar necrosado é, geralmente, modificado pela ação de microrganismos caracterizando o tecido pulpar gangrenado. Desta feita, durante o processo de mortificação ou desvitalização pulpar, é possível verificar três (3) fases teciduais da coroa para o ápice: tecido gangrenado, tecido necrosado e tecido vital inflamado (LEONARDO, 2008). Podem ocorrer alterações radiográficas, variando de um aumento no espaço do ligamento periodontal (inflamação incipiente geralmente causada pela influência das toxinas microbianas) ou aparência de lesão radiolúcida periapical ou radiolucidez periapical (indício de associação de uma periapicopatia crônica ao processo de necrose pulpar). O tratamento eletivo preconizado por Leonardo (2008) é o endodôntico radical (Necropulpectomia), com extirpação do tecido necrosado, neutralização do conteúdo séptico e tóxico, preparo químico e mecânico e utilização de medicação intra-canal contendo hidróxido de cálcio pelo período entre sessões antes da obturação do sistema de canais radiculares.

5 Referências

ABBOTT, Paul V. Classification, diagnosis and clinical manifestations of apical periodontites. Endodontic Topics, 8, 36-54, 2004.

Wednesday, 01 August 2012 18:40 - Last Updated Wednesday, 01 August 2012 19:

ABBOTT, Paul V. Diagnosis and management planning for root-filled teeth with persisting or new apical pathosis. Endodontic Topics, 19, 1-21, 2011. ANVISA. Nota Técnica Sobre a RDC Nº 44/2010. Brasília, 20 de dezembro de 2010b. ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada (RDC). Nº 44, de 26 de outubro de 2010a. BARBIN EL, GUEDES DFC, SOUSA-NETO MD, PÉCORA JD. Determination of para-Chloroaniline and Reactive Oxygen Species in Chlorhexidine and Chlorhexidine Associated with Calcium Hydroxide. Vol. 34 Number 12. December 2008. BARBIN E. L.; SPANÓ, J. C. E. Atendimento de Urgência em Endodontia. 2011. PECOS. Universidade Federal de Pelotas. Disponível em: <http://www.ufpel.edu.br/pecos/index.php?option=com_content&view=article&id=52:urgencia-e m-endodontia&catid=34:endo&Itemid=57>; <http://www.ufpel.edu.br/pecos/artigos/endodontia/01_pa_urgencias_odonto_endo_2011_04_ 2.pdf>. Acesso em 12 de maio de 2012. BARBIN E. L.; SPANÓ, J. C. E. Reabsorções Dentárias Radiculares. 2011. PECOS. Universidade Federal de Pelotas. Disponível em: <http://www.ufpel.edu.br/pecos/index.php?option=com_content&view=article&id=52:urgencia-e m-endodontia&catid=34:endo&Itemid=57>; <http://www.ufpel.edu.br/pecos/artigos/endodontia/01_pa_urgencias_odonto_endo_2011_04_ 2.pdf>. Acesso em 12 de maio de 2012. BADAN, M. Oxigenoargentoterapia. Mogi-Mirim, Pacini & Piccolomini, 1949. BHASKAR SN. Periapical lesion-types, incidence and clinical features. Oral Surgery, Oral Medicine and Oral Pathology 21, 657–71, 1966. CHEN, Eugene; ABBOTT, Paul. Dental Pulp Testing: A review. International Journal of Dentistry. Vol. 2009 p. 12. 2009. COHEN S, BURNS RC. Caminhos da Polpa. 9 ed. Rio de Janeiro: Campus Editora; 2007. 1104p. COHEN, Stehen; HARGREAVES, Kenneth M. Caminhos da Polpa. 10 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 928p. DEUS, Quintiliano Diniz. Endodontia. 5 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1992. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Priberam Informática, 2012. Disponível em: http://www.priberam.pt/DLPO/. Acessado em 18 de maio de 2012. ESTRELA C, GUEDES OA, SILVA JA, LELES CR, ESTRELA CR, PÉCORA JD. Diagnostic and clinical factors associated with pulpal and periapical pain. Braz Dent J. 2011;22(4):306-11. ESTRELA C. Ciência Endodôntica. 1º e 2º vol. São Paulo: Artes Médicas; 2004. 1009p. ESTRELA, C. Endodontic Science. 2 ed. São Paulo. Artes Médicas, 2009. 1240 p. FREITAS, A.; ROSA, J. E.; SOUZA, I. F. Radiologia Odontológica. 5ª. ed. São Paulo. Ed. Artes Médicas, 2000. 508p. FUSS, Z. et al., Assessment of reability of eletrical and thermal pulp testing agents. J Endod, v.12, n.7, p.301-305, 1986. GOLDMAN M, PEARSON AH, DARZENTA N. Reliability of radiographic interpretations. Oral Surgery 38, 287,1974. GUTMANN JL, BAUMGARTNER JC, GLUSKIN AH, HARTWELL GR, WALTON RE. Identify and define all diagnostic terms for periapical/periradicular health and disease states. J Endod. 2009 Dec. LEONARDO Mário Roberto; LEAL Jaime Maurício. Endodontia: tratamento de canais radiculares. 3 ed. São Paulo: Panamericana, 1998.

Wednesday, 01 August 2012 18:40 - Last Updated Wednesday, 01 August 2012 19:

6 Como Citar este Artigo

Barbin, Eduardo Luiz; Spanó, Júlio César Emboava; De Matos, Maickel; Schnorrenberger, Rochele. Aspectos Gerais do Comprometimento Pulpar. Plataforma de Ensino Continuado de Odontologia e Saúde (PECOS), Pelotas, 2012. Disponível em: http://www.ufpel.edu.br/pecos/. Acesso em: 01 ago. 2012.