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Guias e Dicas
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Análise das Casas Jaoul: Transformação da Obra de Le Corbusier, Notas de aula de Arquitetura

Uma análise histórica e compositiva das casas jaoul projetadas por le corbusier em 1951, na subúrbia de paris. Através de cartas, referências bibliográficas e documentos da fundação le corbusier, este texto explora a relação entre le corbusier e andré jaoul, além de analisar a forma, estrutura, coberturas, revestimentos, aberturas, técnicas artesanais, aplicação do modulor e a relação com o espaço externo e a arquitetura de interiores. O objetivo é entender a dualidade ou transformação da obra de le corbusier, que caminha do purismo ao brutalismo.

O que você vai aprender

  • Qual foi a razão pela qual Le Corbusier foi convidado por André Jaoul para projetar duas casas em 1951?
  • Qual foi a influência da arquitetura vernácula na evolução da obra de Le Corbusier?
  • Quais arquitetos e projetos influenciaram as Casas Jaoul?
  • Como as Casas Jaoul diferem das primeiras obras puristas de Le Corbusier?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Reginaldo85
Reginaldo85 🇧🇷

4.5

(72)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA PROPAR
FACULDADE DE ARQUITETURA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA
Adriana Coradini de Freitas Tumelero
AS MAISONS JAOUL DE LE CORBUSIER
PORTO ALEGRE
2018
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Baixe Análise das Casas Jaoul: Transformação da Obra de Le Corbusier e outras Notas de aula em PDF para Arquitetura, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

PROGRAMA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA – PROPAR

FACULDADE DE ARQUITETURA

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA

Adriana Coradini de Freitas Tumelero

AS MAISONS JAOUL DE LE CORBUSIER

PORTO ALEGRE

AS MAISONS JAOUL DE LE CORBUSIER

Adriana Coradini de Freitas Tumelero

Adriana Coradini de Freitas Tumelero

AS MAISONS JAOUL DE LE CORBUSIER

Dissertação apresentada ao Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquiteturada Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PROPAR-UFRGS) como requisito parcial paraArquitetura. obtenção do título de Mestre em

Aprovada em: Porto Alegre, 28 de maio de 2018.

Prof. Dra. Andréa Soler Machado, Arq. – Orientadora

Prof. Dra. Cláudia Piantá Costa Cabral, Arq.

Prof. Dra. Marta Silveira Peixoto, Arq.

Prof. Dra. Anna Paula Canez, Arq.

ABSTRACT

In 1951 the architect Le Corbusier was invited by his friend, the industrialist André Jaoul to design two houses, one for him and his wife and another for the family of his son, in the a Paris suburb. Due to the reduced budget, Le Corbusier adopted the use of brick walls and roofs in Catalan vaults and exposed concrete. These choices defined the brutalist aesthetics of the project and made the Maisons Jaoul worldwide known. The Maisons Jaoul seem however disoriented to the work of the architect who was well known for being austere, cold and rationalist, mainly for his works in the 1920s. However, a panorama in the history of Corbusian architecture cause an understanding of this brutalist solution. It is possible to perceive the evolution of modern architecture of Le Corbusier from the beginning of his career, passing through different phases where the architect ends up having an increase of its repertoire and consequently an evolution that goes into the social and economic changes of society. Maisons Jaoul took an important role in the architect's career and served as an example and inspiration for several projects all around the world.

Keywords : Maisons Jaoul. Le Corbusier. Vaults. Bricks.

AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho à minha orientadora e amiga Dra. Andrea Machado, que através de seu apoio e incentivo tornou possível a realização de um sonho antigo de cursar Mestrado acadêmico em arquitetura nesta Universidade. Além de ser uma amiga querida e excelente mestre. Agradeço ao meu marido pelo apoio, paciência e compreensão durante todo o período deste trabalho. A minha família e meus amigos que sempre me incentivaram nesta caminhada. Aos colegas de curso pela troca de conhecimento e pelos momentos agradáveis de convivência. Agradeço a Deus por esta oportunidade e por estar comigo em todos os momentos.

  • Figura 1: Le Corbusier
  • Figura 2: Fachada Maison B
  • Figura 3: Villa Savoye
  • Figura 4: Imagem interna Maison Jaoul B
  • Figura 5: Capela Notre-Dame-du-haut Ronchamp
  • Figura 6: Maison Week-end
  • Figura 7: Maison Citrohan
  • Figura 8: Maison Monol............................................................................................................
  • Figura 9: Perspectiva Maisons Jaoul
  • Figura 10: Cronologia Casas Brancas dos anos
  • Figura 11: Cronologia obras Brutalistas....................................................................................
  • Figura 12: Cronologia de projetos com Abóbadas
  • Figura 13: Villa Sarabhai
  • Figura 14: Série Vermelha e Serie Azul - Modulor
  • Figura 15: Medidas do Modulor
  • Figura 16: Projeto Casa de Finais de Semana para a Família Jaoul
  • Figura 17: Projeto do arquiteto Clive Entwistle para a Maison Jaoul
  • Figura 18: Planta de localização do terreno
  • Figura 19: Croqui do arquiteto
  • Figura 20: Croqui do arquiteto
  • Figura 21: Croqui do arquiteto
  • Figura 22: Croquis do arquiteto................................................................................................
  • Figura 23: Primeira versão do projeto
  • Figura 24: Segunda Versão do Projeto
  • Figura 25: Estudos da 3a versão
  • Figura 26: Estudos 3a versão
  • Figura 27: Plantas baixas das Maisons Jaoul
  • Figura 28: Cortes e Fachadas das Maisons Jaoul......................................................................
  • Figura 29: Planta de situação
  • Figura 30: Planta Baixa Pavimento Térreo
  • Figura 31: Planta Baixa Segundo Pavimento
  • Figura 32: Planta Baixa Terceiro Pavimento
  • Figura 33: Fachadas Casa A
  • Figura 34: Fachadas Casa B.......................................................................................................
  • Figura 35: Perspectiva Maisons Jaoul
  • Figura 36: Perspectiva Maisons Jaoul
  • Figura 37: Perspectiva Maisons Jaoul
  • Figura 38: Perspectiva Maisons Jaoul
  • Figura 39: Croqui com tipos de abóbadas
  • Figura 40: Croqui esquema das abóbadas catalãs
  • Figura 41: Detalhe do sistema de cobertura
  • Figura 42: Composições dos painéis pelo sistema Modulor
  • Figura 43: Detalhamento dos painéis de fachada
  • Figura 44: Planta de localização do terreno
  • Figura 45: O traçado do sol no terreno
  • Figura 46: Posicionamento das casas no terreno
  • Figura 47: Casa Cook - plantas baixas 2o e 3o pav.
  • Figura 48: Maison Citrohan
  • Figura 49: Perspectiva Maison Citrohan...................................................................................
  • Figura 50: Corte esquemático do terreno
  • Figura 51: Esquema de acessos
  • Figura 52: Modulação das abóbadas
  • Figura 53: Corte esquemático das abóbadas
  • Figura 54: Relação das escadas com a parede mestra
  • Figura 55: Detalhamento das coberturas
  • Figura 56: Fachada Casa A
  • Figura 57: Fachada Principal Casa A
  • Figura 58: Fachada Principal Casa B
  • Figura 59: Fachada Casas A e B
  • Figura 60: Fachadas Casa B.......................................................................................................
  • Figura 61: Interior da Casa A
  • Figura 62: Interior da Casa B
  • Figura 63: Maisons Jaoul – Zoneamentos pavimento térreo
  • Figura 64: Maisons Jaoul – Zoneamentos segundo pavimento
  • Figura 65: Maisons Jaoul – Zoneamentos terceiro pavimento
  • Figura 66: Interior da Casa B
  • Figura 67: Cozinha Casa B
  • Figura 68: Interior Casa B
  • Figura 69: Policromia Arquitetural
  • Figura 70: Policromia Arquitectural..........................................................................................
  • Figura 71: Maison La Roche
  • Figura 72: Detalhe escada Casa A
  • Figura 73: Pans de verre
  • Figura 74: Lareira Casa A foto e croqui.....................................................................................
  • Figura 75: Detalhe lareira e bancada em concreto
  • Figura 76: Sala de estar/jantar Casa A
  • Figura 77: Carta de Michel Jaoul a Le Corbusier
  • Figura 78: Casa Martinez
  • Figura 79: Casa Berlingiere
  • Figura 80: Casa Dieste
  • Figura 81: CEASA Porto Alegre
  • Figura 82: Casa Eloy Lopes Loss
  • Figura 83: Residência Léo Dexheimer
  • Figura 84: Casa Eloy Lopes Loss
  • Figura 85: Casa Simon Fausto
  • Figura 86: Casa Simon Fausto
  • Figura 87: Residência do arq. Reidy
  • Figura 88: Casa Dalton Toledo
  • Figura 89: Casa Juarez Brandão
  • Figura 90: Casa Dino Zamataro...............................................................................................
  • 1 INTRODUÇÃO SUMÁRIO
  • 1.1 Justificativa _________________________________________________________
  • 1.2 Objetivos __________________________________________________________
  • 1.3 Fundamentação teórica _______________________________________________
  • 1.4 Metodologia ________________________________________________________
  • 2 CONTEXTUALIZAÇAO HISTÓRICA
  • 2.1 As abóbadas na obra do Arquiteto ______________________________________
  • 2.2 O Modulor _________________________________________________________
  • 2.3 O Cliente e o Arquiteto _______________________________________________
  • 3 AS MAISONS JAOUL
  • 3.1 O Programa_________________________________________________________
  • 3.2 A Localização _______________________________________________________
  • 3.3 Desenvolvimento do Projeto ___________________________________________
  • 3.4 As Quatro versões do Projeto __________________________________________
  • 3.4.1 Primeira versão
  • 3.4.2 Segunda versão
  • 3.4.3 Terceira versão
  • 3.4.4 Quarta versão
  • 3.5 OProjeto final _______________________________________________________
  • 3.6 A Solução Técnica e a Equipe de Projeto _________________________________
  • 3.7 A Obra ____________________________________________________________
  • 4 ANÁLISE COMPOSITIVA
  • 4.1 O Partido e a Implantação _____________________________________________
  • 4.2 Os Acessos _________________________________________________________
  • 4.3 Geometria e Modulação ______________________________________________
  • 4.4 Cobertura em Abóbadas ______________________________________________
  • 4.5 As Fachadas ________________________________________________________
  • 4.6 O Projeto __________________________________________________________
  • 4.7 Os Ambientes Internos _______________________________________________
  • 4.7.1 As superfícies
  • 4.7.2 A arquitetura de interiores
  • 5 A REPERCUSSÃO
  • 5.1 As abóbadas catalãs __________________________________________________
  • 5.2 As abóbadas no Uruguai e Argentina ____________________________________
  • 5.3 As abóbadas no Sul do Brasil __________________________________________
  • 5.4 Os arquitetos paulistas e o grupo Arquitetura Nova _______________________
  • 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
  • REFERÊNCIAS

12 1 INTRODUÇÃO O arquiteto franco-suíço Le Corbusier, entre 1951 e 1955 projetou duas casas para seu amigo, o industrialista André Jaoul , no subúrbio de Neuilly-sur-Seine , Paris. Uma das casas para ele e sua esposa e outra para a família de seu filho, Michel Jaoul. O

orçamento reduzido e o gosto pelo vernacular, justificaram as escolhas do arquiteto, que fez uso de paredes portantes de tijolos, coberturas em abóbadas catalãs e vigas de concreto aparente. Estas escolhas destacaram o projeto que ficou mundialmente conhecido, tornando-se referência para outros arquitetos. Este trabalho se propõe a fazer, uma análise do contexto histórico em que o projeto das Maisons Jaoul foi desenvolvido, fazendo um passeio pelos referenciais do arquiteto e a evolução de sua arquitetura que o levaram a esta solução projetual marcada pelas abóbadas de cobertura e uso de materiais aparentes. Com este entendimento, será feita uma análise compositiva das casas em questão, apresentando a evolução do projeto desde o programa inicial até sua configuração final. E por fim, citar a repercussão e a crítica deste projeto na arquitetura moderna, exemplificando algumas obras que sofreram influência na América do Sul, mais especificamente no Uruguai, Argentina e Sul do Brasil.

Figura Fonte: (^) ArchDaily 1 : Le (^) (2012)Corbusier

Figura Fonte: (^) WikiArquitectura.com 2 : Fachada Maison B (2018)

neste projeto da família Jaoul seu lado mais emocional e poético, talvez até hoje menos conhecido.

1.2 Objetivos

Esta pesquisa se propõe a fazer uma análise da evolução da arquitetura moderna de Le Corbusier através do projeto das Maisons Jaoul. O projeto destas duas residências nos mostra outra face do trabalho do arquiteto, aparentemente diferente das premissas puristas do passado, pois apresenta um projeto mais sensível, rústico e artesanal. Com uma análise do contexto histórico, dos trabalhos realizados e dos referenciais do arquiteto, esse trabalho tem como objetivo entender como se dá esta dualidade ou transformação da obra do mestre Le Corbusier, que caminha do Purismo ao Brutalismo. Além disso, a análise compositiva das Maisons Jaoul que inclui análise da forma, da estrutura, das coberturas, dos revestimentos, das aberturas, das técnicas artesanais, da aplicação do Modulor, da relação com o espaço externo e a arquitetura de interiores tem como objetivo evidenciar as características desta nova fase de Le Corbusier, oposta às primeiras obras puristas. Através destas duas análises, pode-se ter um entendimento mais amplo da obra do Arquiteto e montar um panorama de sua evolução no período pós-guerra e a influência das Maisons Jaoul no trabalho de outros arquitetos.

1.3 Fundamentação teórica

Nos anos cinquenta, Le Corbusier havia reavaliado sua posição, e sua obra do pós-guerra mostra uma reorganização tanto da forma como dos materiais, em resposta as novas prioridades. Na esfera residencial, as Maisons Jaoul demonstram essamudança de estratégia, oferecendo um modelo proposto como solução universal no qual inverte quase por completo as técnicas e a ideologia da década de vinte.(BAKER, 1998, p. 230).

As Casas projetadas por Le Corbusier para a família Jaoul em Neuilly-sur-Seine , subúrbio oeste de Paris, apresentam uma composição intimista de materiais aconchegantes, paredes com superfícies multicoloridas, abóbadas com tijolos aparentes, iluminação natural vinda cuidadosamente das janelas, com lindas lareiras e nichos planejados feitos artesanalmente. As Maisons Jaoul dificilmente estão de acordo com a imagem convencional do arquiteto dos anos 20, da Máquina de Morar. Elas não refletem a ideia pré-concebida de que o arquiteto é austero, frio e puritano (BENTON, 2009, p. 09).

As Maisons Jaoul demonstram claramente uma transformação na concepção projetual do arquiteto, refletindo o aumento do seu repertório e marcando uma nova fase, que pode ser chamada de Brutalista. A arquitetura Brutalista de forma geral foi desenvolvida por arquitetos modernos em meados das décadas de 50 e 60. Desenvolveu-se a partir de uma radicalização de

Figura Fonte: (^4) Pinimg.com: Imagem interna Maison Jaoul B (2018)

Curtis (2008, p. 417) afirma ainda que Le Corbusier já dava sinais desta transformação desde a década de 1930, em projetos como a Casa de Finais de Semana (1934). Para ele o mundo imaculado do Purismo já havia sido rompido revelando algo mais arcaico, propositalmente cru e baseado nas coisas inorgânicas. Para Frampton (2015, p. 271) o rompimento de Le Corbusier com a estética dogmática do Purismo, que na pintura ocorreu em 1926, na arquitetura começa a apresentar uma

mudança sutil no projeto da Maison Week- end nos arredores de Toulon (1931) e no projeto da Casa Errazuris , no Chile (1930) onde a sensibilidade topográfica contrastava com a aceitação da arquitetura vernácula como forma de expressão. Esse rompimento coincide com o ponto conceitual da carreira do arquiteto, em que ele começa a abandonar a crença no funcionalismo inevitavelmente benéfico de uma civilização da era da máquina e segue cada vez mais a influência Brutalista, voltando sua arquitetura residencial à linguagem vernacular. Von Moss (1971, p. 125-126) sugere que as obras e projetos de Le Corbusier podem ser classificados em duas famílias que se derivam de duas casas protótipos: a Maison Citrohan e a Maison Monol. A Citrohan proposta em 1920, revista entre 1922 e 1924 e construída em 1926 em Stuttgart, era pura, abstrata e cubista, isolada e adaptada nas condições do sítio. Ao contrário da Maison Monol , 1919 que se trata de uma série de pequenas casas cruas com coberturas curvas como abóbodas catalãs, sugerindo um estreito relacionamento entre o

Figura Fonte: (^6) FLC 4292: Maison Week-end

sítio e a sensualidade da terra. Von Moss define essa dualidade no trabalho do arquiteto que elabora sua obra seguindo duas premissas diferentes.

A cobertura em abóbada, característica marcante na arquitetura das Maisons Jaoul já se apresentava em diversos projetos do arquiteto iniciando na Casa Monol de 1919, e posteriormente em outros projetos como a Maison de week-end de 1934, Résidence Peyrissac de 1942, Basilic La Saint-Baume de 1948, Roq et Bob de 1949 entre outras. Essa cronologia mostra o interesse continuo do arquiteto pela temática das coberturas. Para Garcia (2015, p. 2-4), especialmente em 1928, Le Corbusier em visita a Barcelona, se interessou pela temática das abóbadas catalãs ao visitar as obras de Gaudí, principalmente pela forma e pela solução estrutural. Aproximando-se dos movimentos modernos como GATPAC (Grupo de Arquitetos e Técnicos pelo Progresso da Arquitetura Contemporânea) Le Corbusier manteve contato com arquitetos como Josep Luis Sert e Josep Torres Clavé que nos anos 30 edificaram projetos com abóbadas catalãs. Sert apresentou então a Le Corbusier o mestre catalão especializado em abóbadas tabicadas Domênico Escorsa, que passou a ser fonte de informações técnicas ao arquiteto, tornando-se figura importante no desenvolvimento do projeto e obra das Maisons Jaoul posteriormente. Garcia ressalta ainda que Le Corbusier integrou o sistema artesanal com as possibilidades estruturais do concreto armado, diminuindo o custo da construção e maximizando os resultados formais e espaciais.

Figura Fonte: (^7) FLC 19121: Maison Monol

Figura Fonte: FLC 20707A 8 : Maison Citrohan