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As condições de treinamento de equipes paralímpicas de vôlei sentado, basquetebol em cadeira de rodas e futebol de amputados em goiás. O texto aborda o histórico do esporte para pessoas com deficiências, os objetivos do estudo, as entrevistas com treinadores e a discussão sobre espaços físicos, finanças, avaliações periódicas e dificuldades pedagógicas. O documento também discute a importância da inclusão universitária para essas equipes.
O que você vai aprender
Tipologia: Provas
1 / 41
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Não perca as partes importantes!
Universidade Federal de Goiás Faculdade de Educação Física Laise Nolêto Faleiro
Goiânia
2016
Laise Nolêto Faleiro
Monografia submetida à Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Goiás como requisito para finalização do curso de Graduação em Educação Física Licenciatura.
Orientador: Profa. Dra. Vanessa Helena Santana Dalla Déa
Goiânia
2016
Dedico este trabalho aos meus pais
aos meus professores e alunos que
contribuíram para este trabalho.
Agradeço primeiramente a Deus por mais uma etapa cumprida, aos meus pais, por todo apoio ao longo de toda caminhada de formação, aos professores e aos meus alunos que muito colaborarão na minha conquista de concluir o curso e possibilitaram mais experiência e conhecimento.
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A história do esporte para as pessoas com deficiências inicia-se com o fim da segunda guerra mundial para oferecer melhor qualidade de vida a um grande número de soldados que ficaram com sequelas tais como, amputações e lesões medulares. Sendo que nos países mais desenvolvidos foram criados grandes centros de reabilitações (CASTELLANO, 2011).
O esporte paradesportivo no Brasil inicia-se posteriormente e consegue avançar dentro do cenário nacional e internacional com a criação do Comitê Paralímpico Brasileiro. Isso pode ser percebido no crescente número de medalhas conquistadas nas competições (PENA, 2013).
Segundo Balbino (2005, p.7), “os jogos desportivos coletivos compõem-se de uma manifestação do esporte onde várias metáforas da vida formam o seu rico potencial educativo para o desenvolvimento humano”.
Para Brazuna e Decastro (2001) o paradesporto é um importante evento social, pois proporciona para as pessoas com e sem deficiências uma visão diferenciada e positiva da pessoa com deficiência. Relata ainda que é inquestionável que proporciona melhor qualidade de vida envolvendo aspectos pessoais e relacionais.
Pena (2013) relata a falta de condições financeiras, técnica, de formação, entre outras fragilidades do paradesporto no Brasil. No entanto são raras as pesquisas no paradesporto no estado de Goiás. Assim sendo esse trabalho tem como objetivo: identificar as condições de treinamento e acessibilidades de algumas modalidades paradesportivas do estado de Goiás.
O trabalho ainda tem como objetivos específicos: Conhecer o perfil e formação dos treinadores responsáveis; verificar a percepção destes quanto ao conhecimento que possuem; analisar os espaços físicos; Verificar como ocorre a inserção das pessoas com deficiência no esporte; compreender a forma de financiamento e apoio; elencar conteúdos
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Este estudo trata-se de uma pesquisa de campo qualitativa. Segundo Thomas e Nelson (2002) “é um método sistemático de investigação, que segue o método cientifico de resolução de problemas”. Para Lakatos e Marconi (2001), a pesquisa de campo tem como objetivo adquirir determinado conhecimento sobre um problema específico ou buscar descobrir um novo fenômeno.
Para responder a questão problema serão investigadas três equipes de modalidade paradesportivas, sendo elas vôlei sentado e basquete em cadeira de rodas, modalidades estas que já estão nos jogo paraolímpico e o futebol de amputados que ainda não está como modalidade paralimpica, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os técnicos das modalidades.
O vôlei sentado praticado em Goiás é localizado na sede da associação de pessoas com deficiências, um espaço coberto onde tem a marcação da quadra de vôlei sentado e a rede, este espaço é utilizado para outras atividades. Já a prática do basquete em cadeira de rodas acontece em um ginásio em uma região mais periférica da cidade. O futebol de amputados os treinamentos são realizados na cidade de Aparecida de Goiânia, lá é um lugar amplo com vários campos.
Na entrevista as duas primeiras preguntas estão relacionados com formação e cursos complementares dos treinadores, as próximas duas são relacionadas com o número de atletas e como chegam à prática esportiva, as seguintes abordam como é a forma de financiamento e incentivo para manter as equipes, em seguida qual a opinião sobre o local de treinamento, e por último a respeito de avalições periódicas e dificuldades pedagógicas.
Para a realização da entrevista semiestruturada foi utilizado um gravador áudio, logo em seguida feito a transcrição dos dados e uma análise qualitativa e quantitativa das respostas dadas pelos técnicos das práticas estudadas. Os dados e algumas falas foram transcritas para enfatizá-los.
Após a realização das entrevistas foi feito análise dos dados obtidos, esta é de forma qualitativa, segundo Ludke e André, 1986 pg. 45
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Analisar os dados qualitativos significa “trabalhar” todo o material obtido durante a pesquisa, ou seja, os relatos de observação, as transcrições de entrevista, as análises de documentos e as demais informações disponíveis.
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pessoas com deficiências eram sacrificadas para que não contaminassem a população (HARDT, 2011).
O esporte praticado para pessoas sem deficiências perpetua a tradição de competição desde os primórdios da sociedade se aperfeiçoando e ganhado espaços. Já o esporte praticado por pessoas com deficiência começa a sua pratica e atividades de competição mais recente, apesar disso percebe-se grandes conquistas.
De acordo com o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB, 2013) um dos centros de reabilitação é o Centro Nacional de Lesionados Medulares de Stoke Mandeville na Inglaterra, onde se destaca o neurocirurgião alemão Dr. Ludwig Guttmann que iniciou o trabalho de reabilitação médica e social com alguns combatentes lesionados.
Segundo Marques alt.et. (2009) o Dr. Ludwig Guttmann usou como uma das formas de reabilitação a prática esportiva. Em 29 de julho de 1948 acontece o primeiro “Stoke Mandeville Games” onde participaram 16 pessoas paraplégicas, sendo 14 homens e 2 mulheres, nesta edição dos jogos disputou-se arco e flechas.
Em 1952 acontece a 2° edição “Stoke Mandeville Games”, mas dessa vez ex-soldados holandeses se uniram para participar dos jogos, e junto com os ingleses fundaram a Internacional Stoke Mandeville Games Federation (ISMGF), e assim se deu o princípio do movimento esportivo internacional, tornando-se depois a base do que é conhecido como paralimpíadas (MARQUES et.al, 2009).
A partir dos jogos descritos, que começaram de forma interna no hospital de Stoke Mandeville, as pessoas com deficiências se associam e começam a ganhar espaço na sociedade esportiva com apoio de seus países. E por meio de organizações crescem em número de modalidades e praticantes.
Como afirma Miranda (2011) a organização e a regulamentação ficava a cargo dos funcionários do hospital de Stoke Mandeville. Com a criação da ISMGF, esta última é que passa a organizar os jogos.
Segundo o Instituto Muito Especial (2008) em 1960 aconteceram os primeiros jogos denominados de “Olimpíadas para Portadores de Deficiências”, este
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foi realizado em Roma, na Itália, nas mesmas instalações da XVI Olimpíada. É importante ressaltar que a olimpíadas para pessoas com deficiências acontece após as olimpíadas tradicionais. Os jogos neste ano contaram com a participação de 400 atletas de 23 países com lesões medulares. E desde então este evento passa a se chamar Paraolimpíada e acontece de 4 em 4 anos acompanhando os jogos olímpicos.
De acordo com Marques alt.et. (2009) nos jogos paralímpicos de Toronto no Canadá houve a inserção de pessoas com deficiências visual e amputados. E a partir do ano de 1980 na Holanda houve a inclusão de pessoas com paralisia cerebral.
Além dos jogos paralímpicos também surgem outros jogos internacionais de destaque para pessoas com deficiências, sendo: as paraolimpíadas de inverno em 1976 na Suíça, os jogos de verão até 1992, que foi ajustado com o ciclo de acompanhamento aos jogos tradicionais. Da mesma forma, o Parapan-americanos ocorre logo depois (MARQUES et. al, 2009).
Os jogos paralímpicos e os jogos olímpicos acontecem nos mesmos locais e usando as mesmas estruturas para as realizações das provas. No entanto, ocorrem depois das olimpíadas convencionais e não tem a mesma repercussão que estas.
Segundo CPB (2013) vale ressaltar que mesmo antes de 1945 há relatos de jogos para pessoas com deficiências como: a criação de clubes esportivos para pessoas surdas em Berlim na Alemanha, e nos EUA a escola School of Deaf, de Ohio que foi a primeira a oferecer beisebol para pessoas surdas. Em 1924 realizou- se os primeiros jogos internacionais para pessoas com deficiência auditiva, denominada jogos do silêncio, que aconteceu na França. Nas paraolimpíadas nunca existiu uma categoria específica exclusiva às pessoas surdas, sendo que estas participavam das olimpíadas com pessoas ouvintes.
Como afirmam Marques et. al (2009) com o grande número de lesionados medulares resultado das guerras, muitos outros centros esportivos surgem pelo continente. Os americanos adquiriram grande conhecimento de esporte para pessoas com deficiências e formam uma equipe de basquete na cadeira de rodas chamada de “Rodas Voadoras”. Esta equipe fez diversas apresentações pelo país
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Deficientes _ ANDE. Em 9 de fevereiro de 1995 é fundado o Comitê Paralímpico Brasileiro- CBP, entidade máxima do esporte paralímpico nacional com sede na cidade de Niterói RJ. No dia 19 de junho de 2002 sua sede foi transferida para Brasília. Nota-se que mesmo o Brasil tendo o seu início do esporte paraolímpico depois de muitos outros países, este vem avançando em conquistas, com o grande número de medalhas que sempre traz nas paralimpíadas, um número maior de pessoas praticando diversas modalidades, mas ainda requer mais organização, incentivo, apoio e melhores condições de treinamento.
Três anos mais tarde, o Brasil é o país que se torna sede do Parapan- americanos. E depois disso o esporte nacional paralímpico teve um grande crescimento (CPB,2013). A partir daí, são criadas quatro associações: Associação Brasileira de Desporto para Cegos (ABDC); Associação Brasileira de Desporto em Cadeiras de Rodas (ABDCR); Associação Brasileira de Desporto de Deficientes Mentais (ABDDM); Associação Brasileira de Desporto para Amputados (ABDA).
Um marco de avanço das instituições foi no ano de 1981 com a união Internacional da Pessoa com Deficiência, definido pela a ONU, que a partir daí houve por parte do governo uma movimentação para melhorar a qualidade de vida e oportunidades para práticas esportivas voltadas para pessoas com deficiências. O esporte adaptado passa a ser alvo de pesquisas acadêmicas e assim ocupa espaço em congressos para discutir o assunto (PENA, 2013).
Segundo MARQUES et. al, (2009, p.369). A sociedade contemporânea se depara com o fenômeno esportivo como objeto heterogêneo muito presente em seu cotidiano, e suas várias formas de manifestação em diversas expressões e interpretação cultural. Sendo o esporte uma das formas de representações da sociedade, as associações para pessoas com deficiências, buscam por meio de o paradesporto promover uma maneira de igualdade para as pessoas com deficiências, as quais nos registros históricos sofriam exclusões.
O esporte paraolímpico é um fenômeno esportivo, mas é voltado para uma parte não midiática que é o desporto para pessoas com deficiências. Miranda (2011) comenta que “o esporte adaptado certamente ainda carece de divulgação (...)
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impossibilitando que muitos indivíduos com algum tipo de deficiência tenham acesso à prática esportiva e que usufruam de seus benefícios”.
Segundo Gorgatti (2005) o esporte adaptado pode ser definido como um esporte criado especificamente ou modificado para adaptar as necessidades únicas do indivíduo com deficiência, sendo que por meio deste ele poderá ser integrado participando e competindo junto com quem tem ou não deficiência, ou de forma segregada em uma situação que este compete e participa só com pessoas com deficiências.
De acordo com Winckler (2012) a década de 80 foi marcada como a era do “justo e não igual”, uma época que se obteve mais investimento nas paraolimpíadas que por consequência ganhou mais visibilidade, além de dar uma voz política aos seus representantes. Foi um prelúdio para os crescentes avanços no paradesporto, e ganhos em politicas que favoreceram melhor qualidade de vida aos praticantes.
Segundo Marques alt.et. (2009, p.369) O principio da inclusão consiste na incorporação de corpos que encontram fora dos padrões de normalidade (física, fisiológica, comportamental, social) estipulados por determinado grupo social, e que necessitam de superação e compreensão daqueles inseridos nos padrões de normalidade para serem aceitos. Atividade física adaptada tem o objetivo de integrar e aplicar fundamentos teórico-práticos das várias disciplinas da motricidade humana, destinado a todos os indivíduos e idades (CASTRO, 2011).
Em se tratando de esporte adaptado, Rosadas (2000) afirma que é preciso considerar fatores tais como, qual a deficiência e o grau; “faixa etária a que se destina; desenvolvimento cognitivo e motor das pessoas “portadoras” de deficiência; motivações; e condições sócias – econômicas e culturais”.
Conforme Winckler (2012, p.6): O termo paraolímpico é uma associação entre o prefixo grego “para’, que significa paralelo, e o termo “olímpico”, que segundo IPC (2010b), representa a condição paralela entre os jogos olímpicos e paraolímpicos”. E embora, muitas vezes, a palavra “paralimpicos” tenha sido usado para representar o movimento olímpico das pessoas paraplégicas, essa nunca foi considerada a versão oficial.
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O esporte paradesportivo é dividido por modalidades e classificação segundo sua deficiência e cada esporte define o sistema de classificação, com base nas habilidades funcionais, identificando as áreas chaves que afetam o desempenho à perfórmance básica do esporte escolhido. (WINCKLER, 2012).
Nas paralimpiadas para esta classificação é formado um comitê com três profissionais da área da saúde: médico, fisioterapeuta e profissional de Educação Física. E faz parte das regras dos jogos esta classificação, com objetivo de tentar garantir justiça nas disputas.
Conforme esta disposto no (CPB) a avalição feita pelo medico consiste em averiguar qual é a patologia do atleta, e também como sua inabilidade pode afetar a função muscular necessária para determinado movimento, essas informações são passadas em forma de fichas apropriadas que posteriormente é arquivadas junto a CPB no banco de dados.
De acordo com (CPB) a avalição funcional é feita pelo fisioterapeuta, sendo que são realizados “teste de força muscular, amplitude do movimento articular, também a mensuração de membros e de coordenação motora, destacando resíduos musculares utilizados para performance na prova.”
Segundo o (CPB) a parte de avalição técnica é do profissional de educação física, em que consiste na demonstração da prova utilizando as adaptações necessárias, e neste caso são observados os grupos musculares para realizar os movimentos, e também a técnica e a prótese e a órtese utilizada.
De acordo com Castellano (2001), a fim de buscar o equilíbrio entre as equipes, os jogadores têm classificações diferentes e por isso foi necessário criar um sistema de classificação para cada modalidade esportiva.
E essa forma de classificação serve para definir se o atleta e elegível para a modalidade pretendida. A exemplo o jogo de bocha, conforme o (CPB) os jogadores com paralisia cerebral são classificados como CP1 ou CP2 e são elegíveis para essa esse esporte com outras deficiências severas (como distrofia muscular), e a depender da classificação funcional:
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BC1: para CP1 e CP2. Podendo os atletas competirem com auxilio de ajudantes, que devem permanecer fora da área de jogo. Neste caso os assistentes apenas podem estabilizar ou ajustar a cadeira de rodas do jogador e entregar a bola. BC2 para atletas CP2. Neste os atletas não rebem ajuda do assistente. BC3 para os jogadores com deficiências muito severas. Os competidores usam dispositivos dos auxiliares, esses podem ser ajudados por uma pessoa, esta deve permanecer na área de jogo do atleta, mas se mantendo de costas para os juízes e evitar olhar para o jogo. BC4 neste jogadores com outras deficiências severas, mas não pode receber auxílio.
Basquetebol de cadeiras de rodas:
Como citado anteriormente o basquete em cadeira de rodas é uma adaptação do basquete convencional. Os primeiros registros relatam que o início na Inglaterra aconteceu por volta de 1944, este era usado como forma de tratamento no Hospital de Stoke Mandeville. (WINCKEL, 2012). Porém no manual do professor de Educação Física “paraolímpicos do futuro” do CPB é possível verificar que o basquete em cadeiras de rodas teve seu início nos Estados Unidos da América no ano de 1945.
Como afirma Castellano (2001) o basquete sobre cadeira de rodas surgiu com jogadores que possuíam lesões na medula e se encontravam internados no Estados Unidos da América no hospital Veteranos Adiministration em processo de reabilitação. E quando pessoas com outras deficiências começaram a se interessar pela participação desse esporte, inicia-se a fórmula de classificação. No ano de 1947, nos EUA, esta classificação se concretiza com o surgimento dos times.
Como já foi citado anteriormente os percursores da modalidade do basquete em cadeiras de rodas foram os atletas Sérgio Del Grande e Robson Sampaio de Almeida quando retornam ao Brasil após fazerem tratamento de reabilitação nos Estados Unidos da América.