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Arbusto ou, mais raramente, pequena árvore até 5 m, típica das regiões de solos derivados de rochas básicas. Possui interesse ornamental, usando-se para a.
Tipologia: Notas de aula
Compartilhado em 07/11/2022
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Índice
Anexo
1
2
17
26
2. IDENTIFICAÇÃO DAS ÁRVORES INDÍGENAS
A identificação das espécies de árvores na natureza atende, em primeiro lugar, ao local onde ocorrem e, em seguida,
ao aspeto e variação fisionómicos e às características morfológicas. É especialmente importante atender aos seguintes
fatores:
solarengo ou umbria), ocorrência de algum tipo especial de solo e característica do sítio face às disponibilidades
de água no solo;
Para identificar as árvores mais comuns não são necessários profundos conhecimentos de botânica ou ecologia. Hoje em
dia, existem já diversos guias e manuais de campo e páginas da internet com imagens que facilitam a identificação (no
capítulo 4, sugerem-se alguns dos mais úteis para as espécies nacionais), bem como aplicações para telemóveis com um
grau de acerto razoável. Se a identificação não for conseguida in loco , é importante guardar folhas, frutos ou outras
partes (sem danificar desnecessariamente as plantas) para posterior observação e análise ou, ainda, fotografar as partes
mais relevantes.
Há contudo que ter em atenção que muitas das árvores com que nos cruzamos podem não ser autóctones do Continente:
é o caso das nogueiras, dos plátanos, das tílias, dos eucaliptos, das acácias, das olaias, do cipreste-do-buçaco e de muitas
outras, incluindo as espécies características da laurissilva da Madeira e dos Açores (como o vinhático ou o til).
Nas páginas seguintes são apresentadas imagens e informação sucinta sobre as espécies florestais indígenas do
Continente, sendo os mapas retirados sobretudo de Bingre et al. (2007) e da Carta Ecológica de Portugal (Pina Manique
e Albuquerque, 1982), com ligeiras atualizações, e as imagens de técnicos do ICNF, de botânicos investigadores, da base
Flora-On (FO) e do site Árvores e Arbustos de Portugal (AAP), nestes casos com indicação dos respetivos autores.
É importante notar que os mapas reproduzem a área de distribuição natural , com os dados hoje conhecidos, e não os
locais onde as espécies efetivamente ocorrem, muitas sendo cultivadas para além da área demarcada.
Espécies resinosas
Juniperus communis
Quase sempre de porte arbustivo, é característico das maiores altitudes das serras do Gerês e da Estrela. Distribui-se pelas regiões mais frias de todo o hemisfério Norte. Com as suas “bagas” produz-se a aguardente de zimbro e condimentam-se pratos regionais.
Juniperus navicularis
Normalmente um arbusto, podendo no entanto ultrapassar os 6 m ou mais de altura, com tronco bem diferenciado. Muito ornamental, é uma espécie arborescente exclusiva das areias litorais do Centro e Sudoeste, suportando o ensombramento dos pinhais
Juniperus oxycedrus
Árvore muito ornamental, adapta-se bem às regiões quentes e secas do interior, por vezes em afloramentos rochosos. Com crescimento lento, pode atingir médio porte (até 15 m de altura) e as suas folhas e “bagas” têm larga aplicação cosmética e medicinal. 2.ª fotografia: Sebastião Maia
Juniperus turbinata
Espécie de vasta distribuição mediterrânica e macaronésia, no Continente ocorre espontânea para sul do Cabo Mondego. Arbusto ou pequena árvore até 8m de altura, na Mata Nacional dos Medos associa-se ao pinheiro-manso para formar uma das mais belas paisagens florestais portuguesas.
Pinus pinaster
A mais abundante resinosa no nosso país, pode atingir 40 m de altura. Desempenha um importante papel económico e ecológico e foi determinante na história de Portugal. O Pinhal de Leiria (séc. XII) é considerado o mais antigo exemplo mundial de reflorestação.
Pinus pinea
É uma árvore de copa ampla, com uma silhueta inconfundível, até 30 m de altura. Espécie com crescente valor económico, foi muito importante para a construção naval pelo menos desde o tempo dos árabes. O pinhão português tem uma elevada cotação nos mercados internacionais.
Pinus sylvestris
Com uma dilatada expansão até à época romana, a pressão antrópica extinguiu-o em todas as montanhas do Norte e Centro, com excepção do Gerês. De grande porte (até 40 m) e com madeira valiosa, foi muito utilizado na reflorestação das serras, sobretudo para proteção e reconstituição dos solos.
Taxus baccata
Outrora muito abundante por toda a Europa, hoje constitui uma das mais ameaçadas árvores no meio natural. Pode atingir os 20 m de altura. Espécie com grande simbolismo para os povos galaico-lusitanos, surgindo com frequência na toponímia antiga e na religiosidade pagã.
Buxus sempervirens
É uma espécie arborescente, utilizada muito frequentemente em jardinagem (para formar sebes e esculturas arbustivas), mas que em crescimento livre pode atingir os 10 m de altura. Característica dos vales dos rios da bacia do Douro.
Castanea sativa
Árvore hoje mais vulgar nas regiões frias do interior, teve no passado um papel relevante nas sociedades rurais um pouco por todo o país. Pode atingir 30 m de altura e viver muitos séculos, fornecendo inúmeros produtos (castanha, madeira, lenhas, tiras para cestaria, etc.).
Celtis australis
Espécie de distribuição mediterrânica e centro-europeia, é frequentemente utilizada em arborizações em meios urbanos. Pode chegar aos 25 m e os seus frutos (pequenas drupas) são comestíveis, sendo muito apreciados pelas aves.
Ceratonia siliqua
Espécie até há pouco cultivada sobretudo do Barrocal algarvio, está hoje muito expandida para produção de fruto (a alfarroba) nas regiões de inverno não muito frio e com solos argilosos. É uma árvore de pequeno porte, não ultrapassando os 10-15 m.
Chamaerops humilis
É a única espécie de palmeira nativa da Europa continental, podendo em condições favoráveis ultrapassar os 5 m de altura, embora normalmente apresente porte arbustivo. Muito ornamental e resistente à secura, tem também interesse alimentar.
Cornus sanguinea
Espécie normalmente arbustiva, mas por vezes atingindo os 6 m, com tronco único. Exibe bela floração. Uma pequena árvore com interesse ornamental e, sobretudo, medicinal e culinário.
Corylus avellana
Pequena árvore característica dos fundos de vales húmidos e com solos desenvolvidos das regiões Norte e Centro. Podendo atingir 10 m de altura, é muito cultivada para produção de fruto, sobretudo nas regiões de clima frio e seco.
Crataegus monogyna
Normalmente com porte arbustivo ou de pequena árvore, pode contudo atingir os 15m de altura e ter troncos de até 1 m de diâmetro. Espécie muito comum por todo o país, mas com um potencial ornamental pouco aproveitado.
Erica arborea
Espécie de ampla distribuição europeia, asiática e africana, em Portugal apresenta um porte sobretudo arbustivo (até 6 m). Produz uma lenha muito apreciada e da madeira das suas raízes e toiças fabricam-se cachimbos de elevada qualidade.
Euonimus europaeus
Pequena árvore rara, ocorrendo naturalmente apenas em Trás-os- Montes. Porte até 8 m, surgindo sobretudo em matas ribeirinhas e sebes. Apresenta inúmeras utilizações, desde a tinturaria até à produção de madeira. Fot. 1: Carlos Aguiar; fot. 3: O.M., AAP
Fagus sylvatica
Árvore de grande porte, típica das regiões europeias mais húmidas e de verões frescos. De altura até 40 m metros, foi no séc. XIX reintroduzida no Gerês e noutras serras do Norte e do Centro, formando hoje extensos maciços espontâneos nos vales e umbrias.
Frangula alnus
Pequena árvore ou, mais frequentemente, arbusto, característico das matas e bosques mais húmidos do Noroeste do Continente. Alcança os 10 m, tendo a sua casca, raminhos e frutos propriedades medicinais e corantes.
Myrica gale
Árvore de pequeno porte ou, mais frequentemente, arbusto, ocorrendo em raros locais muito húmidos do litoral, sobretudo arenoso (turfeiras e galerias ribeirinhas). Porte até 3 m de altura. Fot.: 1.ª Carlos Neto; 2.ª e 3.ª AJ Pereira/FO
Myrtus communis
Arbusto ou pequena árvore (até 5 m), típica dos ecossistemas florestais mediterrânicos. É utilizada amiúde para fins ornamentais, possuindo folhas muito aromáticas. Tem igualmente interesse medicinal.
Nerium oleander
Arbusto multicaule ou pequena árvore até 6 m, com distribuição natural nas margens de cursos de água temporários do sul. Utilização ornamental muito frequente, com variedades de flor branca a vermelha (floresce no verão). É planta muito tóxica.
Olea europaea sylvestris
Árvore de médio porte (até 15 m), típica das regiões mediterrânicas muito térmicas ou de solos básicos. É a parente espontânea da oliveira cultivada, tendo interesse ornamental e produzindo uma excelente madeira. Pode viver mais de 2000 anos.
Phillyrea angustifolia
Espécie arbustiva raramente apresentando porte arbóreo (até 4 m), é uma das mais características das florestas mediterrânicas mais termófilas, suportando grande secura do solo. Planta de interesse apícola.
Phillyrea latifolia
Árvore até 15 m, podendo por vezes reduzir-se a porte arbustivo. Teme os frios intensos, distribuindo-se sobretudo nas regiões mais soalheiras e de inverno ameno. Com utilização ornamental e medicinal.
Pistacia lentiscus
Arbusto ou, raramente, com porte arbóreo até 6 m de altura. Ocorre em matos e florestas esclerófilas, em regiões de clima não demasiado frio. É produtora de taninos e de uma resina (mástique) muito utilizada para fins medicinais, alimentares e religiosos.
Pistacia terebinthus
Arbusto ou pequena árvore até 8 m, que ocorre sobretudo nas bacias do Douro e do Tejo e no Sotavento Algarvio. Produtora de terebentina, obtida a partir de incisões no tronco, e de madeira de boa qualidade. Fot. 3: O.M., AAP
Populus alba
Árvore típica das margens de cursos de água temporários e de outros locais com alguma humidade, porém em regiões de verão quente. Pode atingir 30 m de altura e a sua área de distribuição natural é hoje difícil de avaliar, dado o seu cultivo antigo. Possui variedades ornamentais.
Populus nigra
Árvore até 30 m de altura, característica das margens dos cursos de água permanentes (sobretudo dos rios principais). Certas variedades são utilizadas para fins ornamentais, em meio urbano e em infraestruturas, desde a antiguidade.
Prunus avium
Espécie com uma larga área de distribuição nas regiões de clima mais frio e continental, pode atingir um porte relativamente elevado (25 m). Muito utilizada florestalmente, sobretudo em arborizações de terras agrícolas, dada a qualidade da madeira.
Prunus insititia
Árvore até 6 m, ocorrendo sobretudo em matas e sebes frescas numa grande parte do Continente, sendo afim da ameixieira cultivada. Os seus frutos podem ser utilizados em compotas e licores. Fot.: Carlos Aguiar/FO
Pyrus cordata
Espécie muito vulgar nas regiões mais húmidas do Norte e Centro, em pinhais, carvalhais e até eucaliptais. Até 8 m de altura. Os frutos são comestíveis (quando bem maduros) e a sua madeira é de grande resistência. Cultivada com pouca frequência.
Quercus canariensis
Um dos carvalhos mais raros do nosso país, ocorre apenas no Sudoeste (alguns autores defendem que não existe Q. canariensis em Portugal, mas apenas uma espécie afim, a Q. marianica ). Pode apresentar um porte muito elevado (até 30 m) e tem valor ornamental.
Quercus coccifera
Carvalho abundante nas regiões de clima mediterrânico mais acentuado. Apresenta-se por vezes em extensas formações arbustivas (carrascais), em solos degradados ou calcários, mas pode atingir o porte de pequena árvore (até 4 m).
Quercus faginea
São várias as subespécies deste carvalho, incluindo as ssp. alpestris (Barrocal algarvio), broteroi (Centro e Sudoeste) e faginea (bacia do Douro). Árvore marcescente, pode atingir 25 m de altura, surgindo sobretudo isolada ou associada a outros carvalhos e espécies mediterrânicas.
Quercus pyrenaica
O mais abundante carvalho caducifólio em Portugal, forma extensas áreas florestais sobretudo em Trás-os-Montes e Beira Interior. Apresenta um porte diversificado, constituindo desde moitas com 1-2 m de altura até bosques com árvores de 25 m ou, ainda, montados.
Quercus rivas-martinezii
Espécie recentemente descrita, é exclusiva do território de Portugal continental (desde o Pinhal de Leiria até Sines). Atinge 17 m de altura, associando-se ao carvalho-português em solos calcários, arenosos ou xistentos, com alguma fertilidade.
Quercus robur
Carvalho muito frequente nas regiões de clima oceânico, é o carvalho mais abundante na Europa e no noroeste do Continente, surgindo em enclaves no sul (até ao Algarve). Por vezes tem porte majestoso (até 45 m), distinguindo-se bem pelas suas folhas glabras e pelos frutos com longo pedúnculo.
Quercus rotundifolia
A azinheira distribui-se por uma vasta área, apenas evitando as regiões litorais com clima húmido. Ocorre sob a forma quer de pequeno arbusto, em afloramentos rochosos, quer de grande árvore em formações boscosas (até 20 m) ou, mais vulgarmente, em montados abertos.
Quercus suber
Carvalho de características singulares (é a única árvore que recompõe a casca depois desta ser extraída), tem no nosso país o seu solar. Pode atingir 20 m de altura e, pelo seu valor económico e ecológico, foi instituída “Árvore Nacional de Portugal”.
Retama monosperma
Espécie arbustiva ou, por vezes, pequena árvore até 4 m de altura, característica das areias litorais do Algarve e da costa sudoeste. Muito utilizada para fins ornamentais, seja ao longo da rede viária, seja em espaços urbanos.
Rhamnus alaternus
Arbusto ou pequena árvore (até 4 m), comum nas regiões dominadas por matas de folhas persistentes ou marcescentes. Tem muitas propriedades medicinais e pode ser conduzida como sebe.
Rhamnus cathartica
Arbusto ou pequena árvore (até 6 m), pouco vulgar em Portugal, ocorrendo naturalmente apenas em Trás-os- Montes. Os seus frutos têm propriedades medicinais e corantes, possuindo também algum interesse ornamental.
Salix repens
Arbusto que raramente se converte numa pequena árvore (até 4 m, em locais abrigados), sendo representado por 2 subespécies: a ssp. argentea (= S. arenaria ), das dunas costeiras, e a ssp. repens , das maiores altitudes da serra do Gerês. Tem interesse ornamental.
Salix salviifolia
É uma árvore característica das margens dos cursos de água torrenciais, um pouco por todo o país. A subespécie australis é muito rara e tem um estatuto especial de proteção, ocorrendo apenas no sul do Continente.
Salix triandra
Espécie que ocorre naturalmente apenas em Trás-os-Montes, quase sempre sob a forma de arbusto ou pequena árvore até 6 m. Tem importância para a fixação de margens de cursos de água instáveis e na produção de vimes.
Sambucus nigra
O sabugueiro é um arbusto que frequentemente toma o porte arbóreo (até 6m, raramente até 10 m) e que ocorre um pouco por todo o país em sítios frescos, espontânea ou cultivada. Apresenta uma bela floração primaveril e tem grande interesse medicinal.
Sorbus aria
A sorveira-branca é uma árvore até 25 m, característica das regiões mais frias e de maior altitude. É uma espécie de grande valor ecológico e ornamental, muito pouco cultivada no nosso país. A sua madeira é muito clara, o que determinou o nome vulgar.
Sorbus aucuparia
Árvore até 15 m de altura, por vezes com porte arbustivo nos solos mais delgados ou nos sítios expostos. É comum nas maiores altitudes das serras do Norte e Centro. Cultivada florestalmente, os frutos têm valor alimentar (compotas e bebidas) e para a conservação da fauna.
Sorbus domestica
Árvore rara, cultivada antigamente pelos seus frutos, que são comestíveis quando muito maduros (sorvados). Altura até 10 m. Típica de sítios com solos profundos nas regiões calcárias mais húmidas, (Arrábida, Maciço Calcário Estremenho), podemos encontra-la também em grandes jardins e parques florestais.
Sorbus latifolia
É uma árvore localmente abundante na Beira Interior planáltica (região da Guarda e do Sabugal) onde, devido aos incêndios, apresenta um porte amoitado. Pode, contudo, crescer até aos 10 m de altura e tem interesse ornamental.
Sorbus torminalis
Árvore rara, normalmente de pequeno a médio porte (até 25 m). Típica das zonas mais frias do Continente, em zonas abertas de florestas de espécies caducifólias. Os frutos são comestíveis depois de sorvados e tem elevado valor decorativo.
Tamarix africana
Espécie arbustiva ou pequena árvore, até 8 m de altura. Ocorre frequentemente em áreas ribeirinhas de regime fortemente torrencial ou, nas regiões litorais, nas margens de cursos de água salobra (rias, lagunas litorais e estuários) e áreas salgadas.
Tamarix canariensis
Espécie muito similar à anterior, da qual se distingue por pormenores morfológicos das flores. Distribui-se sobretudo pelo litoral ao norte de Aveiro.
Ulmus glabra
É uma árvore de grande porte (até 40 m), relativamente rara em Portugal continental, mas que tem visto a sua área de distribuição natural aumentar após estudos de caracterização botânica de algumas regiões serranas. Tem interesse ecológico e ornamental, apesar da grafiose.