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TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE NO FILME
FRAGMENTADO
Flavia Melo, Gabriela Martins, Marcela Cesnique, Maria Gabriela,
Thayne Fernandes, Yasmin Dickel.
Discentes do 1° Semestre do Curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Vale do São Lourenço-Eduvale Este artigo foi produzido através da Disciplina de Língua Portuguesa oferecida pela Prof°: Ms. Eloísa A.C.R. Lima.
RESUMO
Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) Pode-se definir o transtorno como uma condição psicológica severa em que aspectos importantes como memórias, comportamentos, sentimentos e a própria identidade são afetados. O filme Fragmento chegou aos cinemas no dia 17 de março de 2017 com o gênero de suspense, esse filme conta história de Kelvin Crumb que sofre de um transtorno de personalidade (TDI), mas ainda não é reconhecido pelos médicos. Kevin possui 23 personalidades diferentes dentro de seu cérebro – algumas clamam pela bondade e ajuda ao próximo, outras pela maldade e tortura, mas todas esperam pela chegada da personalidade mais forte – a fera. O conceito utilizado no filme é o mesmo utilizado por Freud, que utilizados por simbolismos da luz para explicar a diferença entre consciente e inconsciente.
INTRODUÇÃO
O Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) ou Transtorno de Personalidade múltipla é a patologia que vamos abordar neste artigo com base no filme Fragmentado (2016). O personagem principal do filme Kevin Wendell Crumb, interpretado pelo ator James McAvoy possui TDI. É um transtorno mental que afeta a memória do indivíduo e se caracteriza pela existência de duas ou mais personalidades onde o individuo não se recorda das informações pessoais importantes. No Filme Kevin já revelou vinte e três personalidades e ainda há uma personalidade a ser revelada que é capaz de dominar todas as outras e cada uma surge em um momento crítico com o objetivo de protegê-lo do perigo, são partes de
um Ego fragmentado que nunca conseguiu se unificar. Kevin é acompanhado por uma psiquiatra, a Dr. Fletcher que procura conhecer cada personalidade e estuda-la pois é uma dissociação de personalidade rara. Assim como todo filme muitos detalhes são cinematográficos e não acontece da mesma forma com quem possuí o TDI, porém o interesse ao utilizar o filme como base para este artigo parte da motivação de levar para sociedade as possíveis causas inicias e como deve ser tratada essa patologia. Ao que conseguimos notar ainda no filme o TDI se origina de traumas ocorridos na infância como abusos sexuais, físicos e psíquicos que afetam drasticamente o desenvolvimento da criança. Pouco se tem publicado sobre esta patologia no Brasil, pois a maioria das pesquisas cientificas e teses são em línguas estrangeiras, desta forma temos como objetivo levantar questões importantes sobre um tema que ainda é desconhecido por alguns e confundido por outros.
DISCUSSÃO
1. Dissociação: de Personalidades Múltiplas ao Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), Etiologia e Tratamento Psicológico. Nos últimos tempos o Transtorno Dissociativo de identidade tem sido alvo de vários estudos científicos após ocorrer um número alto de negligencias, por tais motivos como a negação dos possíveis efeitos de experiências traumáticas da vida real e que são as possíveis causas da psicopatologia do transtorno. Pelo fato de ser uma condição mental causada por um trauma, o TDI se difere de outras condições mentais justamente por ter a dissociação como modo de fuga. Essa dissociação funciona como uma maneira escolhida pela pessoa de lidar com tal problema. A hipótese dada por estudos é que “o transtorno se origina através de traumas ocorridos na infância”. Segundo Faria (2017), a partir de 1970 ocorreu uma volta ao interesse para o reconhecimento da dualidade abuso-trauma como fator predisponente, o que seria explicativo e casual para a dissociação na personalidade múltipla. O TDI está ligado a experiências devastadoras como, por exemplo, traumas ou abusos sofridos durante a infância. A maioria dos estudos sobre o transtorno revela que a
complicada quando percebe que existe uma outra personalidade. Que são 24. E as teorias da psicóloga estavam certas. Essa personalidade possui uma força extraordinária capaz de não deixar passar facas e até tiros pelo corpo. Quase como superpoderes. Toda a contextualização do filme te faz entender essa nova personalidade como possível. A própria pesquisa da psicóloga já te faz abrir os olhos em relação à isso. Mas até essa nova personalidade aparecer, demora. E fica revezando as personalidades dele durante todo o filme. É fato que pouquíssimas dessas personalidades são perceptíveis ao longo do filme. Mas, mesmo assim, já fazem uma reviravolta em nossa mente. Ele só é o Kevin em um único momento do filme e tem dúvidas em que ano está e pergunta se é 2014 ainda. Ele não está mais dominando o corpo, são outras pessoas que estão ali, outras personalidades. O filme vai além do Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) e entra também no abuso infantil, onde uma das jovens, era abusada sexualmente pelo tio, ainda criança. Depois que o pai morre, ela é encaminhada para viver na casa do tio. Ela tem marcas pelo corpo que remetem à esse abuso. Ao longo do filme entende-se o que a garota passou, principalmente porque ela começa a ter flashbacks de quando criança. São pontos do filme, que devem ser notados e levados à sério. Mas são situações que terminam sem um fim. E principalmente, não apontam uma solução para a patologia de Kevin e nem para o caso do sequestro. Pode até ser que essa seja a intenção, falar que ainda não exista uma cura para isso.
3. Decomposição do filme Fragmentado: Análise das personalidades presentes em Kevin Wendell Crumb Kevin Wendell Crumb traduz apresenta no filme vinte e três personalidades diferentes, presentes na mente e corpo de Kevin: 1- Barry, 2-Jade, 3- Orwell, 4- Kevin, 5- Heinrich, 6- Norma, 7- Goddard, 8- Dennis, 9- Hedwing, 10-Bernice, 11- Patrícia, 12- Polly, 13- Luke, 14- Rakel, 15- Felida, 16- Ansel, 17- Jalin, 18- Kat, 19- B.T, 20- Samuel, 21- Mary Reynolds, 22- Ian, 23- Mr. Pritchard, 24- A Besta, que é a vigésima quarta e que pode aparecer a qualquer momento.
Kevin passa por tratamento com a Drª. Fletcher, médica psiquiatra que o acompanha há um tempo e tem o conhecimento de todas as personalidades que vivem em Kevin, menos a Besta, que vai surgir no decorrer da trama Kevin mora sozinho, mas nunca está verdadeiramente só: no mesmo dia ele pode ser Hedwing, Barry, Miss Patrícia e Dennis. Hedwing é a criança interna de Kevin, tem nove anos de idade, adora dançar e tem características puras, dignas de uma criança, apesar de ser uma criança, sabe do plano do sequestro das garotas e ajuda as outras personalidades à por o plano em prática. Aparentemente, ele aceita fazer isso por temer as personalidades de Miss Patricia e Dennis. Hedwing vem mostrar a infância perdida de Kevin, a infância que Kevin não viveu por conta dos possíveis traumas ocorridos. Barry é um chamativo designer de moda. É uma personalidade bastante criativa e que em alguns momentos, nos dá a entender ser homossexual, ou seja, pode ter sido uma parte da vida de Kevin que foi contida e preservada, uma parte que talvez não pudesse ter sido aceita, uma parte mal elaborada, que talvez ele tenha tentado esquecer, mas que ressurge através de Barry. Além de ser um grande designer de moda/estilista, Barry é uma das personalidades mais acessíveis de Kevin e é a personalidade a qual a Drª. Fletcher resolve trabalhar nas sessões por possuir um controle maior de si e, portanto, ser mais estável. Miss Patrícia vem representando a feminilidade de Kevin. Talvez sua maior característica seja o seu descontrole, aja vista que em algumas cenas ela parece se irritar fácil e perder o controle de situações aparentemente simples com muita facilidade. É impaciente e agressiva, porém, gosta de cozinhar e ouvir música asiática durante suas refeições.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O transtorno dissociativo de identidade apresentado no filme Fragmentado e vivido pelo personagem Kevin Wendell Crumb, levanta questionamentos importantes acerca da temática apresentada. Ele tenta a todo custo no início, romantizar a questão do transtorno dissociativo de personalidade, o que não foi de bom grado, mas se recompensou com o final trágico, já que esse assunto deve ser levado muito a sério.
