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Guias e Dicas
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Sequências e Séries: Exercícios e Teoremas, Resumos de Matemática Elementar

Uma coleção de exercícios e teoremas relacionados a sequências e séries, abrangendo conceitos como limites, convergência, subsequências, pontos de acumulação, funções contínuas e diferenciáveis. Os exercícios exploram diferentes aspectos da teoria das sequências e séries, proporcionando uma base sólida para o estudo de cálculo e análise matemática.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/03/2025

elisangela-pavanelo-3
elisangela-pavanelo-3 🇧🇷

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Uma rápida introdução a Análise Real
Prof. George Lucas
Sequências e Séries
Definição (o famoso Limite): Dada uma sequência de números reais (𝑎1, 𝑎2, 𝑎3,) , dizemos que
𝐿 = lim𝑎𝑛 se para qualquer 𝜖 > 0 existe um inteiro positivo 𝑁(𝜖) tal que para todo 𝑛 𝑁(𝜖)
temos que |𝑎𝑛𝐿|< 𝜖.
Vejamos alguns exemplos:
Se tivermos a sequência (1
1,1
2, 1
3,1
4,), veja que 0 seria o limite, uma vez que para qualquer
distância 𝜖 > 0 que escolhamos, a partir de um momento sua trajetória será 1
𝑀1
𝑀+1 1
𝑀+2
onde 𝑀 é um inteiro tal que 1
𝑀<𝜖 e portanto todos os pontos da trajetória a partir daí ficarão a
uma distância menor que 𝜖 do 0 . Assim, dizemos que lim 1
𝑛=0.
Observe nessa situação que a sequência, apesar de ser aproximar muito do 0 , ela nunca o alcançará.
Assim, o limite de uma sequência não precisa ser um termo da sequência.
Um exemplo um pouco diferente é a sequência (𝜋, 𝜋, 𝜋, 𝜋,) cujo limite é exatamente 𝜋,
escrevemos então lim𝜋 = 𝜋.
Já a sequência (1,1, 1,1,) não admite limite.
E se a sequência for dada por 𝑎𝑛=1
𝑛 se 𝑛 é ímpar e 𝑎𝑛=1
𝑛2 se 𝑛 é par, o gafanhoto consegue um
abrigo? (Pense sobre!)
Bem, aposto que quando estávamos definindo limite acima, muitos de vocês devem ter se
perguntado: “uma sequência pode admitir dois ou mais limites?” Bem, a resposta é NÃO. Vamos
provar isso!
Suponha que 𝐿1 e 𝐿2 sejam limites da sequência, sem perda de generalidade 𝐿1> 𝐿2. Tome então
𝜖 = 𝐿1−𝐿2
3. Isso significa que a partir de um momento o gafanhoto irá se encontrar num ponto 𝑥 da
sequência tal que |𝑥𝐿1|< 𝜖 e |𝑥 𝐿2|< 𝜖, mas pela desigualdade triangular:
2𝜖 > |𝑥𝐿1|+|𝐿2𝑥||𝐿2𝐿1|=3𝜖, uma contradição.
Desigualdade triangular: Dados reais quaisquer 𝑥, 𝑦 temos que |𝑥||𝑦||𝑥 + 𝑦||𝑥|+|𝑦|
Assim, caso o limite de uma sequência exista, esse limite é único!
Quando uma sequência admite limite chamamos essa sequência de convergente. Caso uma
sequência não seja convergente, a chamamos de divergente.
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pfe
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Uma rápida introdução a Análise Real

Prof. George Lucas

∙ Sequências e Séries

Definição (o famoso Limite ) : Dada uma sequência de números reais

1

2

3

, dizemos que

𝐿 = lim 𝑎

𝑛

se para qualquer 𝜖 > 0 existe um inteiro positivo 𝑁(𝜖) tal que para todo 𝑛 ≥ 𝑁(𝜖)

temos que

𝑛

Vejamos alguns exemplos:

Se tivermos a sequência (

1

1

1

2

1

3

1

4

, … ), veja que 0 seria o limite, uma vez que para qualquer

distância 𝜖 > 0 que escolhamos, a partir de um momento sua trajetória será

1

𝑀

1

𝑀+ 1

1

𝑀+ 2

onde 𝑀 é um inteiro tal que

1

𝑀

< 𝜖 e portanto todos os pontos da trajetória a partir daí ficarão a

uma distância menor que 𝜖 do 0. Assim, dizemos que lim

1

𝑛

Observe nessa situação que a sequência, apesar de ser aproximar muito do 0 , ela nunca o alcançará.

Assim, o limite de uma sequência não precisa ser um termo da sequência.

Um exemplo um pouco diferente é a sequência (𝜋, 𝜋, 𝜋, 𝜋, … ) cujo limite é exatamente 𝜋,

escrevemos então lim 𝜋 = 𝜋.

Já a sequência ( 1 , − 1 , 1 , − 1 , … ) não admite limite.

E se a sequência for dada por 𝑎

𝑛

1

𝑛

se 𝑛 é ímpar e 𝑎

𝑛

1

𝑛

2

se 𝑛 é par, o gafanhoto consegue um

abrigo? (Pense sobre!)

Bem, aposto que quando estávamos definindo limite acima, muitos de vocês devem ter se

perguntado: “uma sequência pode admitir dois ou mais limites?” Bem, a resposta é NÃO. Vamos

provar isso!

Suponha que 𝐿

1

e 𝐿

2

sejam limites da sequência, sem perda de generalidade 𝐿

1

2

. Tome então

𝐿 1

−𝐿 2

3

. Isso significa que a partir de um momento o gafanhoto irá se encontrar num ponto 𝑥 da

sequência tal que |𝑥 − 𝐿

1

| < 𝜖 e |𝑥 − 𝐿

2

| < 𝜖, mas pela desigualdade triangular:

1

2

2

1

= 3 𝜖, uma contradição.

Desigualdade triangular: Dados reais quaisquer 𝑥, 𝑦 temos que |𝑥| − |𝑦| ≤ |𝑥 + 𝑦| ≤ |𝑥| + |𝑦|

Assim, caso o limite de uma sequência exista, esse limite é único!

Quando uma sequência admite limite chamamos essa sequência de convergente. Caso uma

sequência não seja convergente, a chamamos de divergente.

Definição: Dada uma sequência de números reais infinita (𝑎

1

2

, … ), definimos uma subsequência

dela, uma sequência infinita da forma (𝑎

𝑗

1

𝑗

2

𝑗

3

, … ) onde 1 ≤ 𝑗

1

2

3

< ⋯ são números

inteiros.

Exemplos:

é uma subsequência de

(− 1 , − 1 , − 1 , … ) é uma subsequência de ( 1 , − 1 , 1 , − 1 , … );

é uma subsequência de (−√ 1 , √ 2 , − √ 3 , √ 4 , − √ 5 , … ),

Mas

não é subsequência de

Nem (√ 6 , √ 6 , √ 6 , … ) é subsequência de (√ 2 , √ 4 , √ 6 , √ 8 , √ 10 , √ 12 , … ).

Teorema 1: Seja {𝑎

𝑛

𝑛≥ 1

uma sequência convergente de números reais e seja 𝐿 = lim 𝑎

𝑛

. Seja

𝑛

𝑗

𝑗≥ 1

uma subsequência de

𝑛

𝑛≥ 1

. Então lim 𝑎

𝑛

𝑗

Prova: Indutivamente obtemos 𝑛

𝑗

≥ 𝑗, além disso, dado 𝜖 > 0 existe 𝑁

tal que para todo 𝑗 ≥

𝑁(𝜖) temos |𝑎

𝑗

− 𝐿| < 𝜖, e assim, |𝑎

𝑛 𝑗

− 𝐿| < 𝜖, como queríamos.

Definição: Dizemos que uma sequência {𝑎

𝑛

𝑛≥ 1

é limitada superiormente se existe um número real

𝑀 tal que 𝑎

𝑛

≤ 𝑀 para todo inteiro positivo 𝑛. De maneira análoga, dizemos que

𝑛

𝑛≥ 1

é

limitada inferiormente se existe um número real 𝑚 tal que 𝑎

𝑛

≥ 𝑚 para todo inteiro positivo 𝑛.

Se uma sequência dor simultaneamente limitada superiormente e inferiormente dizemos

simplesmente que ela é limitada. Note que isso implica a existência de um número real 𝑇 tal que

𝑛

< 𝑇 para todo inteiro positivo 𝑛 , pois basta tomar 𝑇 = max

Exemplos:

A sequência (− 3 , − 2 , − 1 , 0 , 1 , 2 , 3 , 4 , 5 , … ) é limitada inferiormente, mas não é limitada, uma vez que

não é limitada superiormente.

A sequência

𝑛

𝑛≥ 1

definida por 𝑎

𝑛

= −𝑛 se 𝑛 é par e 𝑎

𝑛

1

𝑛

2

se 𝑛 é ímpar é limitada

superiormente, mas não é limitada.

A sequência {

( − 1

)

𝑛

𝑛

𝑛≥ 1

é limitada.

Bem, tais 𝑀 e 𝑚 da definição acima são chamados cota superior e cota inferior , respectivamente.

Ora, mas é claro que se 𝑀 é uma cota superior, 𝑀 + 1 também é, e se 𝑚 é uma cota inferior, 𝑚 −

1 também é. E aí vamos para mais uma definição!

Suponha agora que para todo 𝑘 ≥ 1 existe 𝑛

𝑘

≥ 𝑘 tal que 𝑎

𝑛

𝑘

𝑘

Bem, como {𝑀

𝑘

𝑘≥ 1

é decrescente e limitada, ela é convergente, pelo corolário acima. Seja 𝐿 =

lim 𝑀

𝑘

Considere veja que se existe uma sequência {𝑀

𝑘 𝑗

𝑗≥ 1

tal que 𝑘

1

2

3

< ⋯ e 𝑛

𝑘 1

𝑘 2

𝑘

3

< ⋯ então tal sequência é subsequência de {𝑀

𝑘

} o que nos garante que ela é convergente, e é

uma subsequência de

𝑛

pois {𝑀

𝑘

𝑗

𝑛

𝑘

𝑗

Mas isso é fácil. Construa indutivamente! 𝑘

1

= 1 e dados 𝑘

1

2

𝑗

tome 𝑘

𝑗+ 1

max {𝑘

𝑗 ,

𝑘

𝑗

} pois assim 𝑛

𝑘

𝑗+ 1

𝑗+ 1

𝑘

𝑗

Definição: Dizemos que uma sequência {𝑥

𝑛

} é uma sequência de Cauchy quando para todo 𝜖 >

0 existe 𝑁

tal que para todo 𝑚, 𝑛 ≥ 𝑁

temos

𝑚

𝑛

É claro que toda sequência convergente é de Cauchy, pois sendo 𝐿 = lim 𝑥

𝑛

, então dado 𝜖 >

0 existe 𝑁 (

𝜖

2

) satisfazendo 𝑛 ≥ 𝑁 (

𝜖

2

𝑛

𝜖

2

. Daí, para 𝑚, 𝑛 ≥ 𝑁 (

𝜖

2

𝑚

𝑛

𝑚

𝑛

𝜖

2

𝜖

2

Por outro lado, mostremos que toda sequência real de Cauchy é convergente.

Teorema 3: Toda sequência real de Cauchy é convergente.

Prova: Tomando 𝜖 = 1 obtemos que existe 𝑡 tal que para todo 𝑚, 𝑛 ≥ 𝑡 temos que

𝑚

𝑛

em particular, 𝑥

𝑡

𝑛

𝑡

  • 1 para todo 𝑛 ≥ 𝑡 o que nos dá {𝑥

𝑛

𝑛≥𝑡

é limitado e portanto

possui uma subsequência convergente pelo teorema de Bolzano-Weierstrass. Seja {𝑥

𝑖

𝑖≥ 1

tal

subsequência convergente, com ℎ

1

2

3

< ⋯. Seja 𝐿 = lim 𝑥

𝑖

. Bem, sabemos que dado 𝜖 >

0 existe 𝑁 (

𝜖

2

) tal que para 𝑖 ≥ 𝑁 (

𝜖

2

𝑖

𝜖

2

, além disso, existe 𝑀 (

𝜖

2

) tal que 𝑚, 𝑛 ≥

𝜖

2

𝑛

𝑚

𝜖

2

. Finalmente, tomando 𝑛 ≥ 𝑀 (

𝜖

2

)obtemos:

Escolha 𝑖 tal que 𝑖 ≥ 𝑁 (

𝜖

2

𝑖

𝜖

2

) e assim: |𝑥

𝑛

𝑛

ℎ 𝑖

ℎ 𝑖

𝜖

2

𝜖

2

= 𝜖, o

que nos dá lim 𝑥

𝑛

Observação ao aluno curioso: Ué, nos parece meio desnecessário nomear sequência de Cauchy e

sequência convergente os mesmos tipos de sequência, né? Bem, vamos esclarecer um pouco isso...

Esse teorema não vale para todos os conjuntos munidos de uma métrica. Por exemplo, imagine o

conjunto dos números racionais. Agora tome uma sequência de racionais que converge para √ 2 nos

reais, por exemplo considerando a representação decimal de √ 2 = 1 , 4142135623731 … e construa

a sequência 𝑥

1

2

3

4

5

= 1 , 41421 ; … então temos que

𝑛

−𝑛

e em particular, {𝑥

𝑛

𝑛≥ 1

é de Cauchy tanto nos reais quanto nos racionais.

Entretanto,

𝑛

𝑛≥ 1

não converge nos racionais, apesar de ser de Cauchy.

Dizemos que um conjunto munido de uma métrica é completo se toda sequência de Cauchy

converge.

Veja que ℝ é completo, mas ℚ não é.

Definição (Limites infinitos): Dizemos que uma sequência

𝑛

𝑛≥ 1

satisfaz lim 𝑡

𝑛

= ∞ quando para

todo número real 𝑀 temos que 𝑡

𝑛

𝑀 para todo 𝑛 ≥ 𝑁(𝑀), sendo 𝑁(𝑀) um inteiro.

Analogamente, dizemos que lim 𝑡

𝑛

= −∞ quando para todo número real 𝑚 temos que 𝑡

𝑛

< 𝑚 para

todo 𝑛 ≥ 𝑁(𝑚), sendo 𝑁(𝑚) um inteiro.

Exemplos: 𝑙𝑖𝑚 − 𝑛 = −∞ e lim 1

2

2

2

= ∞, apesar de ambas as sequências serem

divergentes. Enquanto que a sequência divergente

𝑛

𝑛≥ 0

NÃO satisfaz lim

𝑛

NEM lim(− 1 )

𝑛

Definição: Dada uma sequência {𝑎

𝑛

𝑛≥ 1

definimos a série ∑ 𝑎

𝑘

𝑘= 1

por ∑ 𝑎

𝑘

𝑘= 1

= lim ∑ 𝑎

𝑘

𝑛

𝑘= 1

caso

esse limite exista, chamando-a assim de série convergente. Caso o limite lim

𝑘

𝑛

𝑘= 1

não exista,

dizemos que a série ∑ 𝑎

𝑘

𝑘= 1

é divergente.

Definição: Chamamos uma série

𝑘

𝑘= 1

de absolutamente convergente se a série

𝑘

𝑘= 1

é

convergente.

Bem, é claro que a sequência

𝑛

𝑛≥ 1

dada por 𝑠

𝑛

𝑘

𝑛

𝑘= 1

é crescente e, caso seja limitada, pelo

corolário do teorema 2, obtemos que a mesma é convergente. Assim, para qualquer sequência {𝑎

𝑛

ou

𝑘

𝑘= 1

é convergente ou lim

𝑘

𝑛

𝑘= 1

= ∞ e portanto escrevemos

𝑘

𝑘= 1

Se uma série convergente não é absolutamente convergente, dizemos que ela é condicionalmente

convergente.

Teorema 4: Toda série absolutamente convergente é convergente.

Prova: Defina 𝑝

𝑛

𝑛

𝑛

= 0 se 𝑎

𝑛

≥ 0 e 𝑝

𝑛

𝑛

𝑛

se 𝑎

𝑛

< 0. Daí,

𝑛

𝑛

𝑛

e

𝑛

𝑛

𝑛

. Seja 𝑆 = ∑ |𝑎

𝑘

𝑘= 1

. Assim, 𝑆 ≥ ∑ |𝑎

𝑘

𝑛

𝑘= 1

𝑘

𝑛

𝑘= 1

. Assim, como a sequência

𝑘

𝑛

𝑘= 1

𝑛≥ 1

é crescente e limitada, então é convergente. Analogamente,

𝑘

𝑛

𝑘= 1

𝑛≥ 1

é

convergente. Assim, {∑ 𝑝

𝑘

𝑛

𝑘= 1

𝑘

𝑛

𝑘= 1

𝑘

𝑛

𝑘= 1

𝑛≥ 1

é convergente (exercício 1). E portanto a

série

𝑘

𝑘= 1

é convergente.

Exercícios

  1. Sejam {𝑥

𝑛

𝑛≥ 1

e {𝑦

𝑛

𝑛≥ 1

sequências convergentes com 𝑎 = lim 𝑥

𝑛

e 𝑏 = lim 𝑦

𝑛

(a) Seja 𝑘 um número real. Prove que lim 𝑘 𝑥

𝑛

(b) Prove que lim 𝑥

𝑛

𝑛

(c) Prove que lim 𝑥

𝑛

𝑛

(d) Se 𝑏 ≠ 0 , prove que lim

𝑥

𝑛

𝑦

𝑛

𝑎

𝑏

  1. Se lim 𝑥

𝑛

= 𝑎 ∈ ℝ e

𝑛

uma sequência de reais positivos tais que lim 𝑡

1

2

𝑛

Prove que lim

𝑡

1

𝑥

1

+𝑡

2

𝑥

2

+⋯+𝑡

𝑛

𝑥

𝑛

𝑡

1

+𝑡

2

+⋯+𝑡

𝑛

  1. Resolva os itens abaixo:

(a) Prove que ∑

1

𝑛

𝑛= 1

é divergente.

(b) Determine todos os 𝑝 > 0 tais que

1

𝑛

𝑝

𝑛= 1

é convergente.

(c) Sejam 𝑑

e 𝜎

a quantidade de divisores positivos e a soma dos divisores positivos de 𝑛 ,

respectivamente. A série

(− 1 )

𝜎(𝑛)

𝑑(𝑛)

𝑛

2

𝑛= 1

é convergente ou divergente?

(d) A série

(− 1 )

𝑛

𝑛

𝑛= 1

é convergente ou divergente?

  1. Seja ∑ 𝑎

𝑛

𝑛= 1

uma série convergente, e seja 𝐿 = ∑ 𝑎

𝑛

𝑛= 1

(a) Suponha que

𝑛

𝑛= 1

é absolutamente convergente. Prove que para qualquer permutação

𝜎: ℕ → ℕ , onde ℕ denota o conjunto dos inteiros positivos, temos que ∑ 𝑎

𝜎

( 𝑛

)

𝑛= 1

é convergente e

𝜎(𝑛)

𝑛= 1

(b) Suponha que

𝑛

𝑛= 1

é condicionalmente convergente. Prove que dado qualquer 𝐻 ∈ ℝ existe

permutação 𝜎: ℕ → ℕ tal que 𝐻 = ∑ 𝑎

𝜎(𝑛)

𝑛= 1

. Prove ainda que existem permutações 𝜋: ℕ → ℕ tais

que ∑ 𝑎

𝜋

( 𝑛

)

𝑛= 1

diverge.

  1. Seja {𝑎

𝑛

𝑛≥ 1

uma sequência decrescente tal que lim 𝑎

𝑛

= 0. Prove que ∑ (− 1 )

∞ 𝑛

𝑛= 1

𝑛

é

convergente.

∙ Conjuntos e Funções

Definição: Dizemos que um conjunto 𝑋 é limitado inferiormente se existe real 𝑚 tal que para todo

𝑥 ∈ 𝑋 → 𝑥 ≥ 𝑚. Nesse caso, 𝑚 é chamado cota inferior de 𝑋. Chamamos a maior das cotas

inferiores de inf 𝑋. Analogamente, dizemos que um conjunto 𝑋 é limitado superiormente se existe

real 𝑀 tal que para todo 𝑥 ∈ 𝑋 → 𝑥 ≤ 𝑀. Nesse caso, 𝑀 é chamado cota superior de 𝑋. Chamamos

a menor das cotas superiores de sup 𝑋.

Dizemos que um conjunto é limitado quando ele é limitado superiormente e inferiormente.

Teorema 5: Se 𝑋 é limitado superiormente, então existe uma sequência {𝑎

𝑛

𝑛≥ 1

tal que 𝑎

𝑛

∈ 𝑋 para

todo 𝑛 e lim 𝑎

𝑛

= sup 𝑋.

Prova: Ora, se sup 𝑋 ∈ 𝑋, tome a sequência constante 𝑎

𝑛

≡ sup 𝑋. Suponha então sup 𝑋 não é um

elemento de 𝑋. Então sabemos que existe um elemento 𝑎

𝑛

∈ 𝑋 tal que 𝑎

𝑛

sup 𝑋 −

1

𝑛

, pois se isso

fosse falso para algum 𝑛 , então 𝑥 ∈ 𝑋 → 𝑥 ≤ sup 𝑋 −

1

𝑛

para tal 𝑛 , o que nos daria uma cota

superior de 𝑋 menor do que sup 𝑋, uma contradição. Daí, podemos escolher 𝑎

𝑛

tal que sup 𝑋 −

1

𝑛

𝑛

< sup 𝑋. Pelo teorema do confronto (exercício 6), lim 𝑎

𝑛

= sup 𝑋.

Teorema 5’: Se 𝑋 é limitado inferiormente, então existe uma sequência

𝑛

𝑛≥ 1

tal que 𝑎

𝑛

∈ 𝑋 e

lim 𝑎

𝑛

= inf 𝑋.

Prova: Análoga a prova do teorema 5.

Definição: Dizemos que um conjunto 𝑋 é aberto se para todo 𝑥 ∈ 𝑋 existe 𝜖

0 tal que

[𝑥 − 𝜖, 𝑥 + 𝜖] ⊂ 𝑋. Dizemos que um conjunto 𝑌 é fechado se para toda sequência convergente

𝑛

𝑛≥ 1

de elementos de 𝑌 temos que lim 𝑎

𝑛

Exemplos:

O conjunto

é aberto, enquanto que o conjunto

[

]

∪ ℤ é fechado.

Observe que o conjunto [ 2 , 3 ) não é nem aberto nem fechado, enquanto que ℝ e 𝜙 (conjunto vazio),

são ambos abertos e fechados.

Um fato interessante e que encorajamos o aluno a provar é: “Os únicos conjuntos que são

simultaneamente abertos e fechados são ℝ e 𝜙 “ (exercício 25).

Definição: Dizemos que um ponto 𝑎 é um ponto de acumulação de um conjunto 𝑋 se existe uma

sequência

𝑛

𝑛≥ 0

de pontos em 𝑋 −

tal que lim 𝑎

𝑛

= 𝑎. Denotaremos por 𝑋

o conjunto dos

pontos de acumulação de 𝑋.

Exemplos:

Se 𝑋 = ( 1 , 2 ) → 𝑋

= [ 1 , 2 ]

Se 𝑋 = ℤ → 𝑋

Se 𝑋 = {

1

𝑛

Dizemos que um ponto 𝑏 ∈ 𝑋 − 𝑋

é um ponto isolado de 𝑋.

Observe que 𝑥 é um ponto isolado de 𝑋 se, e somente se, existe 𝜖 > 0 tal que

[

]

Definição: Seja 𝑋 ⊂ ℝ , 𝑓: 𝑋 → ℝ uma função e 𝑎 ∈ 𝑋

. Dizemos que 𝐿 = lim

𝑥→𝑎

𝑓(𝑥) quando para

todo 𝜖 > 0 existe 𝛿(𝜖) > 0 tal que 𝑥 ∈ 𝑋 − {𝑎}, |𝑥 − 𝑎| < 𝛿 → |𝑓(𝑥) − 𝐿| < 𝜖, em outras palavras,

para qualquer erro 𝜖 > 0 todo ponto suficientemente próximo de 𝑎 (possivelmente excetuando o 𝑎 )

tem a imagem a uma distância menor que 𝜖 de 𝐿. (Note que isso NÃO implica que 𝑓(𝑎) = 𝐿, nem

mesmo que 𝑎 ∈ 𝑋 ).

Exemplos:

Se 𝑓:

→ ℝ dada por 𝑓

= 2 𝑥, então lim

𝑥→ 2

  1. Sejam 𝑓, 𝑔: 𝑋 → ℝ e 𝑎 ∈ 𝑋

. Suponha que existam os limites lim

𝑥→𝑎

= 𝐿 e lim

𝑥→𝑎

𝑀. Prove que:

(a) Sendo 𝑘 ∈ ℝ , lim

𝑥→𝑎

(b) lim

𝑥→𝑎

(c) lim

𝑥→𝑎

(d) Se 𝑀 ≠ 0 , lim

𝑥→𝑎

𝑓(𝑥)

𝑔(𝑥)

𝐿

𝑀

  1. Sejam 𝑓, 𝑔: ℝ → ℝ definidas por 𝑓

= 0 se 𝑥 é irracional, 𝑓

= 𝑥 se 𝑥 ∈ ℚ ; 𝑔

= 1 e

𝑔(𝑥) = 0 se 𝑥 ≠ 0. Mostre que lim

𝑥→ 0

𝑓(𝑥) = lim

𝑦→ 0

𝑔(𝑦) = 0 , porém não existe lim

𝑥→ 0

  1. Considere uma circunferência de centro 𝑂 e raio unitário e 𝑃 um ponto sobre tal circunferência.

Seja 𝑇 um ponto do plano tal que 𝑇𝑃 é tangente à circunferência. Seja 𝑅 a intersecção do segmento

𝑂𝑇 com a circunferência. Seja 𝑥 = ∠𝑇𝑂𝑃.

(a) Através das áreas dos triângulos △ 𝑇𝑂𝑃, △ 𝑅𝑂𝑃 e do setor circular 𝑂𝑅𝑃 prove que 𝑠𝑒𝑛(𝑥) ≤

𝑥 ≤ tan 𝑥, para todo 𝑥 ∈ ( 0 ,

𝜋

2

(b) Utilizando o item (a) e o fato de 𝑠𝑒𝑛(𝑥) ser uma função ímpar e cos(𝑥) ser uma função par,

prove que existe o limite lim

𝑥→ 0

𝑠𝑒𝑛(𝑥)

𝑥

e calcule-o.

Definição (Continuidade de uma função) : Seja 𝑓: 𝑋 → ℝ e 𝑎 ∈ 𝑋. Então as duas proposições abaixo

são equivalentes.

(i) Para todo 𝜖 > 0 existe 𝛿(𝜖) > 0 tal que 𝑥 ∈ 𝑋, |𝑥 − 𝑎| < 𝛿 → |𝑓(𝑥) − 𝑓(𝑎)| < 𝜖.

(ii) Para qualquer sequência

𝑛

𝑛≥ 1

de elementos de 𝑋 com lim 𝑎

𝑛

= 𝑎 temos lim 𝑓

𝑛

Se um par

satisfaz uma, e então ambas, proposições acima, dizemos que 𝑓 é contínua em 𝑎.

Note que não precisa necessariamente que 𝑎 ∈ 𝑋

, na verdade, se 𝑎 é um ponto isolado, então 𝑓 é

contínua em 𝑎 para qualquer 𝑓.

Exercício 21: Provar a equivalência acima.

Definição: Dizemos que 𝑓: 𝑋 → ℝ é contínua se 𝑓 é contínua em 𝑥 para todo 𝑥 ∈ 𝑋.

Quando estamos no Ensino Fundamental, geralmente vemos a definição vulgar de função contínua

como “uma função que podemos desenhar o gráfico sem tirar o lápis do papel”. Bem, tal definição é

de certa forma verdade quando o domínio é um intervalo, mas quando não é... a coisa fica um

pouco mais complexa. Por exemplo, se tomarmos 𝑋 um conjunto de pontos isolados, nunca

conseguiremos desenhar 𝑓: 𝑋 → ℝ sem tirar o lápis do papel, apesar de qualquer uma dessas

funções ser contínua.

Teorema do valor intermediário: Seja 𝑓: [𝑎, 𝑏] → ℝ uma função contínua e 𝑑 ∈ ℝ tais que 𝑓(𝑎) <

, então existe 𝑐 ∈

tal que 𝑓

Prova: Considere o conjunto 𝑋 = {𝑥 ∈ [𝑎, 𝑏]: 𝑓(𝑥) < 𝑑}. Como tal conjunto é limitado, então pelo

teorema 5 ele possui uma sequência de elementos, digamos

𝑛

que converge para sup 𝑋. Como

𝑛

∈ [𝑎, 𝑏] para todo 𝑛 , e [𝑎, 𝑏] é fechado, segue que sup 𝑋 ∈ [𝑎, 𝑏]. Como lim 𝑎

𝑛

= sup 𝑋 e 𝑓 é

contínua, lim 𝑓

𝑛

sup 𝑋

. Como 𝑓

𝑛

< 𝑑 para todo 𝑛 segue que 𝑓

sup 𝑋

Bem, se 𝑓(sup 𝑋) = 𝑑, tá resolvido. Caso contrário, sup 𝑋 ∈ 𝑋 e portanto sup 𝑋 < 𝑏. Considere

agora a sequência 𝑏 𝑛

= sup 𝑋 +

𝑏−sup 𝑋

𝑛

. Bem, lim 𝑏

𝑛

= sup 𝑋 o que nos dá lim 𝑓

𝑛

sup 𝑋

Mas como 𝑏

𝑛

sup 𝑋, 𝑓

𝑛

≥ 𝑑 o que nos dá sup 𝑋 ≥ 𝑑, uma contradição. Logo 𝑓

sup 𝑋

Teorema 6: Se 𝑋 é um conjunto compacto (limitado e fechado) e 𝑓: 𝑋 → ℝ é contínua, então

{𝑓(𝑥): 𝑥 ∈ 𝑋} é compacto.

Prova: Bem, suponha que

não seja limitado. Então existe uma sequência

𝑛

tal

que |𝑓(𝑥

𝑛

)| > 𝑛 para todo 𝑛. Como {𝑥

𝑛

} é limitado, então pelo teorema de Bolzano-Weierstrass,

𝑛

} possui uma subsequência convergente, digamos {𝑥

𝑛 𝑘

}. Como 𝑛

𝑘

≥ 𝑘 , definindo 𝑦

𝑘

𝑛

𝑘

temos

𝑘

𝑛

𝑘

𝑘

≥ 𝑘 e

𝑘

convergente. Seja 𝐿 = lim 𝑦

𝑘

. Pela continuidade de

𝑓 : 𝑓(𝐿) = lim 𝑓 (𝑦

𝑘

), em particular, existe lim 𝑓 (𝑦

𝑘

) e portanto pelo exercício 1, existe

lim 𝑓 (𝑦

𝑘

2

2

, uma contradição pois lim 𝑓 (𝑦

𝑘

2

Suponha agora que

não seja fechado. Então existe uma sequência

𝑛

convergente tal que 𝐿 = lim 𝑓 (𝑥

𝑛

) não está em {𝑓(𝑥): 𝑥 ∈ 𝑋}. Como {𝑥

𝑛

} é limitado, {𝑥

𝑛

} possui

subsequência convergente, digamos {𝑥

𝑛 𝑘

}. Como {𝑓(𝑥

𝑛 𝑘

)} é subsequência de {𝑓(𝑥

𝑛

lim 𝑓 (𝑥

𝑛

𝑘

) = 𝐿. Seja 𝑀 = lim 𝑥

𝑛

𝑘

, então pela definição de limite, 𝑓

= 𝐿 contradizendo o fato

de 𝐿 não ser elemento de {𝑓(𝑥): 𝑥 ∈ 𝑋}.

Portanto,

é compacto.

Corolário (Weierstrass): Se 𝑋 é compacto e 𝑓: 𝑋 → ℝ é contínua, então {𝑓(𝑥): 𝑥 ∈ 𝑋} admite

máximo e mínimo.

Tal corolário segue do teorema 6 do exercício abaixo.

Exercício 22: Prove que todo conjunto compacto admite máximo e mínimo.

Bem, vamos agora pensar em bijeções. Se 𝑓: 𝑋 → 𝑌 é uma bijeção contínua, então 𝑓

− 1

: 𝑌 → 𝑋é

contínua? Bem, na verdade isso nem sempre acontece. Vejamos um exemplo:

𝑓: [− 1 , 0 ] ∪ ( 1 , 2 ] → [ 0 , 4 ] dada por 𝑓(𝑥) = 𝑥

2

, o que acontece com 𝑓

− 1

Teorema 7: Se 𝑋 é compacto e 𝑓: 𝑋 → 𝑌 é uma bijeção contínua, então 𝑓

− 1

: 𝑌 → 𝑋 é contínua.

Note, que tal função não precisa ter mínimo. Um exemplo é a função 𝑓: [− 1 , 1 ] − { 0 } → ℝ dada por

2

Definição (derivada de uma função): Seja 𝑓: 𝑋 → ℝ uma função e 𝑎 ∈ 𝑋 ∩ 𝑋

. As duas proposições

abaixo são equivalentes:

(i) Existe o limite lim

𝑥→𝑎

𝑓(𝑥)−𝑓(𝑎)

𝑥−𝑎

(ii) Existe um real 𝑐

e uma função 𝑟

𝑎

: 𝑋 → ℝ tais que 𝑓

, sempre

que 𝑎 + ℎ ∈ 𝑋 , onde lim

𝑥→ 0

𝑟(ℎ)

A prova dessa equivalência é bem simples e deixamos como exercício ao leitor.

Dizemos que se um par (𝑓, 𝑎) satisfaz uma, e portanto as duas, das proposições acima, dizemos que

𝑓 é diferenciável em 𝑎. Denotemos tal limite em (i) por 𝑓

que, adivinha só, em (ii) 𝑐 = 𝑓

Definição: Seja 𝑋 um conjunto tal que 𝑋 ⊂ 𝑋

, então dizemos que 𝑓: 𝑋 → ℝ é diferenciável , se ela é

diferenciável para todo 𝑥 ∈ 𝑋.

Exercício 23:Se uma função 𝑓: 𝑋 → ℝ é diferenciável em 𝑎 ∈ 𝑋 ∩ 𝑋

, então ela é contínua em 𝑎.

Teorema 10: Seja 𝑓: 𝑋 → ℝ diferenciável em 𝑎 ∈ 𝑋 ∩ 𝑋

tal que 𝑓

(𝑎) > 0 , então existe 𝛿 > 0 tal

que se 𝑎 − 𝛿 < 𝑥 < 𝑎 < 𝑦 < 𝑎 + 𝛿 então 𝑓

Prova: Ora, como lim

𝑥→𝑎

𝑓(𝑥)−𝑓(𝑎)

𝑥−𝑎

0 , então existe 𝛿 > 0 tal que

𝑓(𝑥)−𝑓(𝑎)

𝑥−𝑎

0 para todo

|𝑥 − 𝑎| < 𝛿. O resultado segue.

Teorema 10’: Seja 𝑓: 𝑋 → ℝ diferenciável em 𝑎 ∈ 𝑋 ∩ 𝑋

tal que 𝑓

(𝑎) < 0 , então existe 𝛿 > 0 tal

que se 𝑎 − 𝛿 < 𝑥 < 𝑎 < 𝑦 < 𝑎 + 𝛿 então 𝑓

Prova: Análoga ao teorema 10.

Cuidado: Muitos alunos cometem o erro de dizer que se 𝑓: 𝑋 → ℝ é diferenciável em 𝑎 com 𝑓

0 , então ela é estritamente crescente em um intervalo

[

]

∩ 𝑋. Isso é falso!! Um bom

exemplo é: Tome 𝑋 = {

1

𝑛

: 𝑛 ∈ ℕ} ∪ { 0 } e 𝑓: 𝑋 → ℝ dada por 𝑓( 0 ) = 0 , 𝑓 (

1

𝑛

1

𝑛

se 𝑛 ímpar e

1

𝑛

𝑛+ 2022 √

𝑛

𝑛

2

se 𝑛 par.

Veja que 𝑋

𝑓(

1

𝑛

)

1

𝑛

= 1 se 𝑛 ímpar e

𝑓(

1

𝑛

)

1

𝑛

2022

√𝑛

se 𝑛 é par. Daí, existe lim

𝑥→ 0

𝑓

( 𝑥

)

𝑥

= 1 o que

nos dá 𝑓

( 0 ) = 1. Mas observe que para 𝑛 ímpar 𝑓 (

1

𝑛

1

𝑛+ 1

1

𝑛

𝑛+ 1 + 2022 √𝑛+ 1

( 𝑛+ 1

)

2

1

𝑛

𝑛 + 1 que é verdade, apesar de

1

𝑛

1

𝑛+ 1

Definição: Dizemos que 𝑎 é um ponto de acumulação à direita de 𝑋 (𝑎 ∈ 𝑋

) se 𝑎 é ponto de

acumulação de 𝑋 ∩ (𝑎, ∞). Analogamente, 𝑎 é um ponto de acumulação à esquerda de 𝑋 (𝑎 ∈ 𝑋

se 𝑎 é ponto de acumulação de 𝑋 ∩

Teorema 11: Seja 𝑓: 𝑋 → ℝ e 𝑎 ∈ 𝑋 ∩ 𝑋

tal que existe 𝑓

e 𝑎 é um ponto de mínimo local

ou de máximo local, isto é, existe 𝛿 > 0 tal que min{𝑓(𝑥): 𝑥 ∈ [𝑎 − 𝛿, 𝑎 + 𝛿]} = 𝑓(𝑎) ou

max

[

]}

. Então 𝑓

Prova: Façamos o caso em que 𝑎 é ponto de mínimo local (o outro é análogo), isto é,

min

[

]}

. Bem, como existe 𝑓

, vejamos cada situação:

(i) Se 𝑓

(𝑎) > 0 , pelo teorema 10, existe 𝑙 ∈ [𝑎 − 𝛿, 𝑎) tal que 𝑓(𝑙) < 𝑓(𝑎).

(ii) Se 𝑓

< 0 , pelo teorema 10’, existe 𝑙 ∈

]

tal que 𝑓

Ambos geram uma contradição. Portanto, 𝑓

Observações:

(1) Observe a função 𝑓: ℝ → ℝ dada por 𝑓(𝑥) = |𝑥|. Apesar de 0 ∈ ℝ ∩ ℝ

e 0 ser

mínimo local, 𝑓

não existe.

(2) Observe a função da parte “Cuidado” acima. Apesar de 0 ser mínimo local e 0 ∈ 𝑋 ∩ 𝑋

e

existir 𝑓

, 0 não é elemento de 𝑋

e daí o teorema não é aplicado.

(3) A volta do teorema não é verdade. Tome a função 𝑓: ℝ → ℝ dada por 𝑓

3

. Bem,

temos que 0 ∈ 𝑋 ∩ 𝑋

e

𝑓(𝑥)−𝑓( 0 )

𝑥− 0

2

para todo 𝑥 ≠ 0 e como lim

𝑥→ 0

2

= 0 segue

que 𝑓

( 0 ) = 0 , mas 0 não é nem máximo nem mínimo local.

Teorema de Rolle: Seja 𝑓: [𝑎, 𝑏] → ℝ contínua com 𝑓 diferenciável em (𝑎, 𝑏) e 𝑓(𝑎) = 𝑓(𝑏). Então

existe 𝑐 ∈ (𝑎, 𝑏) tal que 𝑓

Prova: Pelo teorema de Weierstrass (corolário do teorema 6), como

[

]

é compacto e 𝑓 contínua,

𝐼𝑚(𝑓) é compacto e portanto admite mínimo e máximo.

(i) Se 𝑀 = 𝑚 então a função é constante, cuja derivada em todo ponto de

vai ser nula.

De fato, para 𝑥 ∈ (𝑎, 𝑏),

𝑓

( 𝑦

) −𝑓

( 𝑥

)

𝑦−𝑥

= 0 para todo 𝑦 ≠ 𝑥 e daí 𝑓

(ii) Se 𝑚 < 𝑀 então ou 𝑓

𝑚 ou 𝑓

< 𝑀. Vejamos o caso em que 𝑓

Assim existe 𝑐 ∈ (𝑎, 𝑏) com 𝑓(𝑐) = 𝑚, o que torna 𝑐 mínimo local. Logo, 𝑓

(iii) O caso em que 𝑓

< 𝑀 é análogo.

Ora, muito de vocês que conhecem o Teorema de Valor Médio devem achar o Teorema de Rolle

meio “fraquinho”. Bem, de o Teorema de Valor Médio é mais forte, mas iremos usar o teorema de

Rolle na prova dele.

Teorema do Valor Médio: Seja 𝑓: [𝑎, 𝑏] → ℝ contínua com 𝑓 diferenciável em (𝑎, 𝑏). Então existe

𝑐 ∈ (𝑎, 𝑏) tal que 𝑓

𝑓(𝑏)−𝑓(𝑎)

𝑏−𝑎

  1. Seja 𝐼 um intervalo aberto tal que 𝑓: 𝐼 → ℝ é diferenciável e existe 𝑘 > 0 tal que

para todo 𝑥 ∈ 𝑋. Prove que 𝑓 é 𝑘 - Lipschitz.

  1. (Derivada de polinômios) Resolva os itens:

(a) Seja 𝑛 um inteiro positivo. Prove que 𝑓: ℝ → ℝ dada por 𝑓

𝑛

é diferenciável e calcule

(b) Prove que todo polinômio 𝑃: ℝ → ℝ de uma variável e coeficientes reais é diferenciável. Em

particular, ele é contínuo.

(c) Prove que sendo 𝑃 o polinômio do item anterior, então 𝑃

é um polinômio com deg 𝑃

deg 𝑃 − 1 se deg 𝑃 ≥ 1 ou 𝑃

≡ 0 se 𝑃 é constante.

  1. Seja 𝑓: 𝐼 → ℝ , onde 𝐼 é um intervalo, uma função 2 vezes diferenciável, isto é, 𝑓

: 𝐼 → ℝ existe e

é diferenciável. Prove que 𝑓 é convexa se, e somente se, 𝑓

′′

≥ 0 para todo 𝑥 ∈ 𝐼.

  1. (Desigualdade de Jensen) Seja 𝑓: 𝑋 → ℝ uma função convexa. Prove que para quaisquer 𝑛 ∈ ℕ ,

1

2

𝑛

∈ 𝑋 e 𝑡

1

2

𝑛

0

com

𝑖

𝑛

𝑖= 1

= 1 e

𝑖

𝑛

𝑖= 1

𝑖

∈ 𝑋 temos que

𝑖

𝑛

𝑖= 1

𝑖

𝑖

𝑛

𝑖= 1

𝑖

). Como ficaria a desigualdade se 𝑓 fosse côncava em vez de convexa?

Problemas

  1. (OBM 2021) Um conjunto 𝐴 de números reais é enquadrado quando é limitado, e para todos

𝑎, 𝑏 ∈ 𝐴 não necessariamente distintos, (𝑎 − 𝑏)

2

∈ 𝐴. Qual é o menor número real que

pertence a algum conjunto enquadrado.

  1. (OBM 2003) Seja 𝑓: ℝ

0

→ ℝ tal que:

(i) Se 𝑥 < 𝑦 , então 𝑓(𝑥) < 𝑓(𝑦).

(ii) Para todos 𝑥, 𝑦 ∈ ℝ

0

temos que 𝑓 (

2 𝑥𝑦

𝑥+𝑦

𝑓(𝑥)+𝑓(𝑦)

2

Prove que existe 𝑥 ∈ ℝ

0

tal que 𝑓

OBS: ℝ

0

denota o conjunto dos reais positivos.

  1. (IMC 2018) Sejam {𝑎

𝑛

𝑛≥ 1

e {𝑏

𝑛

𝑛≥ 1

sequências de reais positivos. Prove que as duas

proposições abaixo são equivalentes:

(i) Existe uma sequência

𝑛

𝑛≥ 1

de reais positivos tal que

𝑎

𝑛

𝑐

𝑛

𝑛= 1

e

𝑐

𝑛

𝑏

𝑛

𝑛= 1

convergem.

(ii) ∑

𝑛= 1

𝑎 𝑛

𝑏 𝑛

converge.

  1. (IMC 2018) Seja {𝑎

𝑛

𝑛≥ 0

uma sequência de números reais tal que 𝑎

𝑛+ 1

3

𝑛

2

− 8 para todo

Prove que a série ∑ |𝑎

𝑛+ 1

𝑛

𝑛= 0

é convergente.

  1. (IMC 2018) Considere a seguinte sequência (𝑎

𝑛

𝑛≥ 1

Encontre todos os pares

de reais positivos tais que

lim

𝑛→∞

𝑘

𝑛

𝑘= 1

𝛼

  1. Defina a sequência 𝑎

0

1

, … por 𝑎

0

1

1

2

, e 𝑎

𝑛+ 1

𝑛𝑎

𝑛

2

1 +(𝑛+ 1 )𝑎

𝑛

, para todo 𝑛 ≥ 1.

Prove que a série ∑

𝑎 𝑘+ 1

𝑎 𝑘

𝑘= 0

converge e determine seu valor.

  1. Seja 𝑓: ℝ → ℝ uma função contínua. Um ponto 𝑥 é chamado shadow point se existe 𝑦 ∈

ℝ com 𝑦 > 𝑥 tal que 𝑓

. Sejam 𝑎 < 𝑏 números reais e suponha que

∙ Todos os pontos no intervalo aberto 𝐼 = (𝑎, 𝑏) são shadow points;

∙ 𝑎 e 𝑏 não são shadow points.

Prove que:

(a) 𝑓

para todos 𝑎 < 𝑥 < 𝑏.

(b) 𝑓(𝑎) = 𝑓(𝑏).

  1. Para 𝑅 > 0 inteiro, denote por 𝑛

a quantidade de pares

∈ ℤ tais que 𝑥

2

2

= 𝑅. Qual

o valor de

lim

𝑅→∞

𝑛( 1 )+𝑛( 2 )+⋯+𝑛(𝑅)

𝑅

  1. (China) Dado um inteiro 𝑛 ≥ 2 e números reais 0 < 𝑎 < 𝑏. Sejam 𝑥

1

2

𝑛

[

]

Encontre (em função de 𝑛, 𝑎, 𝑏 ) o valor máximo de

1

2

2

2

2

3

𝑛− 1

2

𝑛

𝑛

2

1

1

2

𝑛

  1. Seja 𝑃(𝑥) um polinômio não-nulo ímpar de grau 𝑛 > 1 com coeficientes reais não-

negativos. Seja Γ = {(𝑥, 𝑃

): 𝑥 ∈ ℝ} o gráfico desse polinômio no plano coordenado.

Existem pontos 𝐴

1

2

𝑛

∈ Γ, distintos 2 a 2, tais que a reta tangente a Γ em 𝐴

𝑖

também passa por 𝐴

𝑖+ 1

para todo 𝑖 = 1 , 2 , … , 𝑛 , onde 𝐴

𝑛+ 1

1