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Artigo de saúde mental sobre experiências grupais no CAPS
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Experiências Grupais – Usuários Portadores de Transtornos Mentais do CAPS II de São Mateus/ES Silvana Almeida, Steffany Barroso Carrilho, Dayane de Souza Fávaro, Iagor Brum Leitão, Jéssica Pirola Resumo: O presente artigo visa compartilhar as experiências com o grupo de usuários com transtornos mentais severos e persistentes do CAPS II da região de São Mateus, Espírito Santo. Com a proposta de, através de um dispositivo grupal, auxiliar esses usuários nessas experiências dentro do CAPS, bem como promover melhor relacionamento interpessoal entre eles, para que possam utilizarem essas experiências como modelo nas relações externas à instituição. Foram realizados quatro encontros, uma vez por semana, onde em cada dia realizou-se dinâmicas diferentes. Verificou-se uma evolução em cada encontro, tanto no sentido de interação como também de participação da parte dos usuários, bem como o fortalecimento do grupo. Palavras-chave: Dispositivo Grupal, Transtornos Mentais, CAPS, Grupo de Apoio.
indivíduos e fazer com que se sintam livres de ir e vir, o Centro de Atenção Psicossocial tem como, entre outras, a missão de: (...) dar um atendimento diuturno às pessoas que sofrem com transtornos mentais severos e persistentes, num dado território, oferecendo cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial, com o objetivo de substituir o modelo hospitalocêntrico, evitando as internações e favorecendo o exercício da cidadania e da inclusão social dos usuários e suas famílias (BRASIL, 2004). Dessa forma, com um trabalho paralelo aos atendimentos individuais, as ditas oficinas terapêuticas vêm a somar nos atendimentos e tratamentos, fazendo uso de um dispositivo grupal. Um grupo é uma micro sociedade, representada, dessa forma, a sociedade como um todo, o que permite a cada pessoa se instrumentar para a construção de projetos dentro de um contexto relacional, possibilitando que esse processo tenha características e formas semelhantes ao que poderá acontecer em suas relações sociais concretas (FOLADORI, 1987). O grupo seria, então, uma área de experimentação ou espaço transicional, no qual emerge um espaço potencial, que é a área intermediária situada entre o que é subjetivo e o que é objetivamente (RIBEIRO, Afonso. 2009). Ou seja, o grupo se constituiria como um espaço intermediário através do qual o sujeito primeiramente tem suporte para seus déficits narcísicos, para num segundo momento se autonomizar através da realização de uma tarefa grupal (FERNANDES et al., 2003; KÄES, 2005).
não se ouviu a palavra “família” quando falavam sobre amor , carinho e afeto – relatavam que não eram bem tratados por seus familiares, foi o que relatou um deles: Usuário – Moro com minha tia, ela é de idade... mas ela nunca me deixa sair, só deixa se for pro CAPS. Integrante do Grupo – Mas você não acha que talvez é porque ela quer te proteger? Talvez por ela ser de idade ela queira você perto dela também... Usuário – Não. É só por causa do dinheiro... Só fico lá por causa do dinheiro. Mas um dia eu vou ter condições de sair, de arrumar um lugar só pra mim. Percebeu-se que muitos não possuem mais pai ou mãe, e moram com algum outro tipo de parente, como tios e avós, e carecem de afetividade. Dessa forma, a maioria prefere ficar no CAPS, pois é lá que podem interagir e relacionarem-se entre si, enfatizando a necessidade de auxiliá-los nessa interação e utilizá- la como experiência para relações externas. 4.4 Descontração e Espontaneidade No quarto e último encontro, na dinâmica “ Desenho do Outro ”, observou-se novamente o entusiasmo e clima de descontração, e neste ponto, cabe ressaltar o fortalecimento dos laços entre os usuários, formando um grupo forte e mais unido. A respeito dessa dinâmica, identificamos que dessa vez os desenhos estavam mais organizados e detalhados, como no desenho de um usuário ( ver em anexo 4 ), o qual representou o braço engessado e os dentes a mostra que o outro usuário possuía. Os corações em volta do desenho mostram a afetividade e o carinho que este usuário possui pelo o outro, como o mesmo explicou. Nota-se mais uma vez um crescimento nas relações entre o grupo, com um clima bastante descontraído, onde um brincava com o desenho do outro. Como este foi o último encontro, buscou-se uma atividade mais descontraída e ativa, algo desejado por eles. Dessa forma, a dinâmica “ Dança das Cadeiras ” mostrou-se bastante apropriada, onde pode-se estimular a psicomotricidade e atenção dos usuários, criando um jogo o qual havia regras a serem seguidas e objetivos a serem atingidos fazendo assim com que executassem uma atividade em grupo harmoniosa e descontraída. Apesar de ser uma brincadeira simples, notou-se alegria e bastante entusiasmo, tanto por parte dos usuários como pelo grupo. A dinâmica de “ Roda de Conversa ” mostrou-se bem espontânea, onde os participantes se sentiram, novamente, à vontade para falar e discutir sobre seu cotidiano. Como no encontro anterior, pôde-se perceber uma demanda de maior necessidade de interação fora do CAPS por parte dos usuários, percebida na fala de um deles: “ Em casa não me deixam sair... Se eu sair minha mãe me dá um pau ”. Observou-se uma tristeza muito grande na fala deste sujeito, e, para ele desabafar isso perante a um dos componentes do grupo, mostra que foi adquirida confiança e quebrada parte da resistência. Outro usuário, que estava vendo televisão – que segundo os colegas sempre fica recluso – ao ser convidado para participar da roda de conversa, aceitou prontamente e com muito entusiasmo e vontade de falar sobre sua vida, suas aventuras e seus filhos, e enquanto falava, todos prestavam atenção, mostrando interesse e empatia pelo colega, algo que de início não era tão forte. Dessa forma, nota-se uma necessidade de comunicação não só lá dentro do CAPS, mas com pessoas de fora, que neste caso, fomos nós do grupo.
aprendizado, visto que usaria a força e entusiasmo do grupo, onde cada um ajudaria o outro na mesma caminhada, como seria em uma sala de aula. Sobre os Autores: Silvana Almeida - Graduanda em Psicologia pela Faculdade Multivix – Nova Venécia/ES. Steffany Barroso Carrilho - Graduanda em Psicologia pela Faculdade Multivix – Nova Venécia/ES. Dayane de Souza Fávaro - Graduanda em Psicologia pela Faculdade Multivix – Nova Venécia/ES. Iagor Brum Leitão - Graduando em Psicologia pela Faculdade Multivix – Nova Venécia/ES. Jéssica Pirola - Graduanda em Psicologia pela Faculdade Multivix – Nova Venécia/ES. Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde mental no SUS: os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília, 2004; FADIMAN, James. FRAGES, Robert. “ Personalidade e Crescimento Pessoal ”. 5ª Edição. Editora ARTMED, 2004; FERNANDES, W. J. Os diferentes objetivos do trabalho grupal. In: FERNANDES, W. J.; SVARTMAN, B.; FERNANDES, S. B. Grupos e configurações vinculares. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 185-193; FOLADORI, H. C. Contribuciones al análisis vocacional grupal. Cuernavaca: Morelos, 1987, p.142; Instituto Carl Rogers, Disponível em: http://www.carlrogers.org.br/gterapeutico.htm Acesso em 27 de Abril de 2014; KAËS, R.. O grupo e o sujeito do grupo: elementos para uma teoria psicanalítica do grupo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997, p. 333; KAËS, R. Os espaços psíquicos comuns e partilhados: transmissão e negatividade. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005; PLACCO, Vera Maria N.S. Um estudo teórico do conceito de congruência em Carl R. Rogers. São Paulo, 1978, p. 84 (Dissertação de Mestrado – PUCSP); RIBEIRO, Marcelo Afonso. O dispositivo grupal como estratégia de orientação profissional para pessoas em situação psicótica. Vínculo, São Paulo , v. 6, n. 1, jun. 2009. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1806-24902009000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 16 de Junho de 2014. Anexo 1:
Anexo 2:
Anexo 3: Anexo 4: