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ARTIGO - ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA (1945 -1984), Resumos de Economia Política

ARTIGO - ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA (1945 -1984).

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 29/10/2021

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gustavo-pitaluga 🇧🇷

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GUSTAVO G. PITALUGA CUNHA
ARTIGO ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA (1945-1984)
A economia brasileira tem uma história ampla e muita expressiva desde o período de 1945,
que foi marcado pelo fim da Segunda Guerra Mundial, até os dias atuais, passando por
diferentes governos, regimes políticos, políticas públicas, além de ter passado por diversas
crises geradas internamente ou importadas da economia mundial. Neste período vimos
também variados enfoques de políticas econômicas e sociais adotas pelos governos, que
moldaram historicamente o que hoje constituem a economia e sociedade brasileiras.
Muitos problemas crônicos foram gerados com tentativas errôneas do desenvolvimento
econômico e social do país, sendo eles: inflação, dívida publica, dependência e restrição
externa ao crescimento, além de ineficiência distributiva e estagnação. Podemos entender
melhor como estes problemas foram gerados, ao analisar em ordem cronológica os principais
aspectos econômicos e políticos dos governos desde o fim da Segunda Guerra.
O PÓS GUERRA (1945-1955) ANÁLISE DA ECONOMIA
O período Pós-Guerra (1945-1955), década que separa o fim da Segunda Guerra (1945) e a
eleição de Juscelino Kubitschek a Presidência da República (1955), trouxe diversas mudanças
na economia mundial e brasileira. No Brasil, havia uma ênfase nas virtudes do liberalismo
econômico e político que seguia a economia mundial daquele momento. Porém o governo
Dutra (1946-1951) que tinha em seu início princípios liberais, se deparou com problemas
derivados do início da Guerra Fria e do período da economia internacional conhecido como
“escassez de dólares”. A junção do Pós-Guerra com o início da Guerra Fria e fatores
econômicos internacionais, trouxeram ao Brasil crises de balanços de pagamentos, que
ocasionou o abandono do modelo liberal e deu lugar a um modelo de desenvolvimento
industrial com grande participação do Estado, o que contraria o pensamento liberal, através da
adoção de controles cambiais e de importação e regulamentação de diversas áreas
econômicas.
O governo Vargas (1951-1954) em seu retorno à Presidência da República, também foi
marcado por um planejamento da intervenção do Estado para o desenvolvimento econômico,
que se chamava Plano Salte, que previa coordenação de gastos do governo em saúde,
alimentação, transporte e energia. Seu governo foi caracterizado pelo retorno da inflação e
descontrole financeiro. Portanto a política econômica era voltada para comprimir as despesas
governamentais e aumentar sua arrecadação. Já no setor externo, as perspectivas do governo
eram favoráveis e decorriam da elevação de preços de café e bom relacionamento com
Estados Unidos. Além disso o governo Vargas, destacou-se pela criação do BNDE e da
Petrobras. A partir de 1954, houve diversas dificuldades em seu governo, no que diz respeito a
várias tentativas econômicas de aumentar liberalização das importações; dificuldades na
exportação do café que trouxe à tona a preocupação com colapso cambial; além de propostas
de um aumento salarial com reajuste de 100% que ocasionou intensa polêmica e tensão
política. Todos estes problemas e tensões políticas conduziram ao trágico desfecho de suicídio
de Vargas, que vinha sendo pressionado principalmente pela UDN, Fiesp, oficiais do exército, o
Conselho Nacional de Economia e o ministro Osvaldo Aranha.
O gesto de suicídio de Vargas teve profundas repercussões históricas que impulsionou a
recomposição da frente de centro-esquerda que seriam responsáveis mais a frente pela
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GUSTAVO G. PITALUGA CUNHA

ARTIGO – ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA (1945-1984)

A economia brasileira tem uma história ampla e muita expressiva desde o período de 1945, que foi marcado pelo fim da Segunda Guerra Mundial, até os dias atuais, passando por diferentes governos, regimes políticos, políticas públicas, além de ter passado por diversas crises geradas internamente ou importadas da economia mundial. Neste período vimos também variados enfoques de políticas econômicas e sociais adotas pelos governos, que moldaram historicamente o que hoje constituem a economia e sociedade brasileiras. Muitos problemas crônicos foram gerados com tentativas errôneas do desenvolvimento econômico e social do país, sendo eles: inflação, dívida publica, dependência e restrição externa ao crescimento, além de ineficiência distributiva e estagnação. Podemos entender melhor como estes problemas foram gerados, ao analisar em ordem cronológica os principais aspectos econômicos e políticos dos governos desde o fim da Segunda Guerra. O PÓS GUERRA (1945-1955) – ANÁLISE DA ECONOMIA O período Pós-Guerra (1945-1955), década que separa o fim da Segunda Guerra (1945) e a eleição de Juscelino Kubitschek a Presidência da República (1955), trouxe diversas mudanças na economia mundial e brasileira. No Brasil, havia uma ênfase nas virtudes do liberalismo econômico e político que seguia a economia mundial daquele momento. Porém o governo Dutra (1946-1951) que tinha em seu início princípios liberais, se deparou com problemas derivados do início da Guerra Fria e do período da economia internacional conhecido como “escassez de dólares”. A junção do Pós-Guerra com o início da Guerra Fria e fatores econômicos internacionais, trouxeram ao Brasil crises de balanços de pagamentos, que ocasionou o abandono do modelo liberal e deu lugar a um modelo de desenvolvimento industrial com grande participação do Estado, o que contraria o pensamento liberal, através da adoção de controles cambiais e de importação e regulamentação de diversas áreas econômicas. O governo Vargas (1951-1954) em seu retorno à Presidência da República, também foi marcado por um planejamento da intervenção do Estado para o desenvolvimento econômico, que se chamava Plano Salte, que previa coordenação de gastos do governo em saúde, alimentação, transporte e energia. Seu governo foi caracterizado pelo retorno da inflação e descontrole financeiro. Portanto a política econômica era voltada para comprimir as despesas governamentais e aumentar sua arrecadação. Já no setor externo, as perspectivas do governo eram favoráveis e decorriam da elevação de preços de café e bom relacionamento com Estados Unidos. Além disso o governo Vargas, destacou-se pela criação do BNDE e da Petrobras. A partir de 1954, houve diversas dificuldades em seu governo, no que diz respeito a várias tentativas econômicas de aumentar liberalização das importações; dificuldades na exportação do café que trouxe à tona a preocupação com colapso cambial; além de propostas de um aumento salarial com reajuste de 100% que ocasionou intensa polêmica e tensão política. Todos estes problemas e tensões políticas conduziram ao trágico desfecho de suicídio de Vargas, que vinha sendo pressionado principalmente pela UDN, Fiesp, oficiais do exército, o Conselho Nacional de Economia e o ministro Osvaldo Aranha. O gesto de suicídio de Vargas teve profundas repercussões históricas que impulsionou a recomposição da frente de centro-esquerda que seriam responsáveis mais a frente pela

eleição de JK mais a frente. Com seu suicídio houve a posse, meses depois, de seu vice- presidente, Café Filho. Com Café Filho (1954-1955) a conjuntura econômica do país era dominada pelo colapso cambial, fruto da queda de receitas de exportações de café. Desta forma foram criadas taxas múltiplas de cambio com objetivo de aumentar as exportações e desestimular as importações não essenciais. Tendo atravessado o segundo governo Vargas sem grandes resultados concretos, foi finalmente extinto na administração de Café Filho. DOS “ANOS DOURADOS” DE JK À CRISE NÃO RESOLVIDA (1956-1963) Após o período Pós-Guerra, com os governos Dutra, Vargas e Café Filho, o período de JK (1956-

  1. teve traços de continuidade com o período anterior do ponto de vista político, sendo democrático-populista, como os anteriores, porém com mudanças importantes também. Do ponto de vista da economia, este período da seguimento também a um longo ciclo de expansão. O Plano de Metas de Juscelino Kubitschek (JK), foi de responsabilidade do Conselho de Desenvolvimento e identificou os setores devidamente estimulados, poderiam apresentar crescimento e retirar os possíveis pontos negativos no que diz respeito a infraestrutura. Foram 30 metas específicas, distribuídas em cinco setores, sendo eles: energia, transporte, indústria de base, alimentação e educação. O Plano foi financiado principalmente pela expansão monetária para o gasto público e crédito ao investimento privado. Ou seja, uma política de financiamento, subordinadas as reformas estruturais econômicas. Além disso, havia em seu plano, algo a parte, que era a construção de Brasília. JK deixou um legado na economia que passou a crescer 5,5% per capita, ao ano. A negativa em colocar em prática o Plano de Estabilização Monetária, fez com que o financiamento inflacionário do déficit levasse o IGP a crescer 24,4%; 39,4% e 30,5%, sucessivamente entre 1958 e 1960. Teve como objetivo em seu plano, fazer o PIB crescer; reduzir a inflação; ter crescimento real dos salários; promover a reforma agrária e renegociar dívidas externas. A renegociação das dívidas externas foi inviabilizada devido a alguns fatores, entre eles a conspiração militar contra João Goulart o que acabou acarretando também no golpe civil-militar de 1964, que derrubou o presidente Além disso entre 1963 até 1964, a economia brasileira teve uma estagnação econômica, acompanhada pelo aumento da inflação. O PIB, que anteriormente (1957-1962) no início do governo JK crescia em média 8,8% a.a., passou a crescer apenas 0,6%. A inflação elevou-se devido aos déficits governamentais e à continua pressão salarial. Basicamente o forte crescimento que vinha acontecendo, foi abalado em 1961, com uma clara descontinuidade. Ou seja, os anos JK (1956 a 1960) as principais metas no Programa de Metas de JK foram alcançadas, no que tange a infraestrutura econômica, sendo considerado os “anos dourados”. Porém os anos seguintes, foram marcados pelos conturbados governos de Jânio Quadros e João Goulart (1961-1964), que não souberam solucionar os efeitos econômicos perversos que naturalmente aconteceriam após os anos dourados. O quadro político que passava então a ser bastante instável, culminaria com o golpe civil-militar de 1964. REFORMAS, ENDIVIDAMENTO EXTERNO E O “MILAGRE ECONÔMICO (1964-1973)

Já o período de 1979-84 (governo Delfim Netto), foi marcado por fases distintas em relação ao PIB. 1979-80, houve elevadas taxas de crescimento; 1981-83 houve recessão; e 1984, recuperação puxada pelas exportações. Isso devido as mudanças ocorridas no cenário internacional e nas estratégias de ajuste externo adotadas.