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CADERNO PEDAGÓGICO DA DISCIPLINA DE ARQUITETURA EM PROJETOS COMPLEMENTARES
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
ARQUITETURA EM PROJETOS
COMPLEMENTARES
Copyright © 2023 by Editora Faculdade Avantis Direitos de publicação reservados à Editora Faculdade Avantis e ao Centro Universitário Avantis – UNIAVAN Av. Marginal Leste, 3600, Bloco 1 CEP 88339-125 – Balneário Camboriú – SC editora@avantis.edu.br
Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme Lei nº 10.994, de 14 de dezembro de 2010.
Nenhuma parte pode ser reproduzida, transmitida ou duplicada sem o consentimento da Editora, por escrito. O Código Penal Brasileiro determina, no art. 184, “dos crimes contra a propriedade intelectual”.
Equipe de Revisão: Brenda Talissa Pires Eduarda Hauch Marlene Toledo Sisnandes
Projeto gráfico e diagramação: Ana Lucia Dal Pizzol
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca do Centro Universitário Avantis - UNIAVAN Aline Medeiros d’Oliveira. CRB 14 – 1063 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca do Centro Universitário Avantis - UNIAVAN Aline Medeiros d’Oliveira. CRB 14 – 1063
CDD 21ª ed. 729 – Arquitetura - Projeto
Mozzato Junior, Wilson M939a Arquitetura em projetos complementares. /EAD/ [Caderno pedagógico]. Wilson Mozzato Junior. Balneário Camboriú: Faculdade Avantis, 2023. 101 p. il. Inclui Índice ISBNe: 978-65-5901-465-
PLANO DE ESTUDOS
Seja bem-vindo à disciplina de Arquitetura em Projetos Complementares. Sei que esse termo não lhe é estranho, afinal, para chegar até aqui, você precisou passar por disciplinas como: Teoria das Estruturas I, Instalações Hidráulicas e Sanitárias, entre outras que são abordam tal expressão. Nesta disciplina, na primeira Unidade, você aprenderá mais afundo sobre os projetos complementares, compreendendo seus conceitos, suas abrangências e como eles interferem no projeto arquitetônico. Na segunda Unidade, você estudará a compatibilização dos projetos complementares, quais são os principais softwares para o desenvolvimento da compatibilização e como detalhá-los e especificá-los. Para melhor fixação, na terceira Unidade, será apresentado um estudo de caso de uma edificação real, passando pelos projetos arquitetônico e complementares, e também serão expostos esses projetos compatibilizados. Por fim, na quarta e última Unidade, você aprenderá a realizar a gestão de todo esse processo de projeto, entenderá os benefícios da engenharia simultânea e será apresentado à NBR 15575, a qual estabelece e indica o desempenho de uma edificação durante sua utilização. Bons estudos!
O PAPEL DA DISCIPLINA PARA
A FORMAÇÃO DO ACADÊMICO
Ao longo de sua formação, o acadêmico de Arquitetura e Urbanismo aprende diversas diretrizes e condicionantes projetuais para a elaboração de um bom projeto arquitetônico, seja ele residencial, comercial ou até mesmo industrial. Entretanto, para que seu projeto saia do papel, outros projetos fazem-se necessários, a fim de que a execução do edifício ocorra de maneira eficiente, como os projetos estruturais, elétrico, hidráulico, entre outros. Sabe-se que, geralmente, os projetos complementares são elaborados por outros profissionais, como o engenheiro civil ou o eletricista, e produzidos após a definição do estudo preliminar. Porém, os projetos complementares podem influenciar diretamente no projeto arquitetônico, e, quando os projetos são concebidos em conjunto, é possível detectar erros durante a fase projetual, evitando retrabalho e outros problemas durante a fase de execução da obra. A disciplina de Arquitetura em Projetos Complementares tem um papel fundamental para o futuro arquiteto, pois, através dela, será possível compreender como os projetos complementares influenciam em seu projeto arquitetônico. Com o estudo desta disciplina, você estará apto a pensar não somente em seu projeto, mas na edificação como um todo, sendo possível a diminuição de erros e prejuízos durante a execução do edifício. Assim, no exercício de sua carreira profissional, você estará preparado para gerir um projeto com compatibilização.
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Para que um projeto arquitetônico se concretize em uma edificação construída, são necessárias a colaboração de diversos profissionais e a execução de vários processos. O projeto de uma edificação é elaborado em partes; no início, o projetista realiza um briefing com o cliente para entender suas reais necessidades. Entretanto, para que um edifício possa oferecer um bom desempenho a seus usuários, não basta somente um bom projeto arquitetônico, mas também a combinação com uma série de disciplinas, conhecidas como projetos complementares, sendo o estrutural, elétrico, hidráulico, entre outros. Conforme aponta o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR, 2022), das 50 milhões de pessoas que fizeram obras ou construções no ano de 2022, 82% delas não contrataram profissionais habilitados, como arquitetos e engenheiros. Tal número nos leva a pensar nos riscos que esses habitantes estão assumindo, ao habitar uma residência que foi concebida sem o auxílio de um profissional qualificado. Os projetos complementares, além de proporcionarem um bom funcionamento da edificação, garantem segurança para quem utiliza o espaço, pois eles devem seguir as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Além disso, esses projetos contribuem, complementam e demonstram as diretrizes para o projeto arquitetônico, bem como influenciam na concepção do espaço. Desta maneira, é possível compreender o conceito “projeto complementar”, pois tal nomenclatura é dada justamente pelo fato de complementar todo o processo necessário para a construção de um edifício, possibilitando uma obra de forma acertada e com a prevenção das possíveis intercorrências que possam aparecer durante a etapa de obra.
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Figura 1: Projetos complementares Fonte: Borges, 2019
Podemos comparar um edifício com o corpo humano, ambos combinam uma série de elementos que, em conjunto, proporcionam um funcionamento correto de seu sistema. É possível associar o esqueleto humano à estrutura de um edifício, os órgãos aos cômodos, o sistema circulatório às instalações hidráulicas e o sistema neurológico às instalações elétricas. Você já imaginou o corpo humano sem um esqueleto? Pois bem, da mesma maneira, não é possível imaginar uma casa sem uma estrutura. Para tornar-se uma edificação, o projeto arquitetônico exige a colaboração de uma série de disciplinas, as quais, ao se unirem ao projeto de arquitetura, garantem conforto, funcionabilidade, segurança e eficiência ao edifício. Essas disciplinas são conhecidas como projetos complementares. O projeto arquitetônico é um documento de extrema importância, pois através dele são concebidos todos os projetos complementares. Pode-se definir como complementares os projetos de estrutura, fundações, instalações elétricas, instalações hidráulicas e sanitárias, ar condicionado, telefonia, bombeiros, entre outros. Esses projetos também podem variar de acordo com a localização geográfica; em países mais frios, por exemplo, é necessário a elaboração de um projeto de climatização, visando ao conforto térmico dos ocupantes do edifício. Pelo fato de os projetos complementares serem exigidos geralmente em obras mais complexas e de grande porte, acabam contribuindo para a ausência desses documentos.
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Figura 2: Projeto Estrutural Fonte: Cardoso, 2022
O projeto estrutural tem como função principal realizar o dimensionamento de toda a estrutura do edifício, atendendo às demandas para as quais foi projetado. Conforme apontado por Martha (2010), o projeto deverá atender às condicionantes de segurança; condições de utilização, econômicas, estéticas e construtivas; restrições legais e também ambientais. Durante a elaboração do projeto estrutural, o projetista trabalha com as possibilidades máximas que a estrutura pode suportar, como intempéries, carga máxima de suporte dos pavimentos, entre outros parâmetros, gerando mais segurança ao edifício. O autor ainda aponta que a análise estrutural é a parte do projeto na qual é realizada uma verificação no comportamento da estrutura, em que se observam parâmetros como as tensões, deformações e deslocamentos na estrutura. O projeto deve conter todos os dados referentes ao dimensionamento total da estrutura, como vigas, pilares, lajes e fundações. Os projetos são concebidos por um profissional habilitado e quem realiza esse tipo de documento são engenheiros civis, popularmente chamados de engenheiros calistas. Tais profissionais elaboram seus projetos com base nas normas da NBR – 6118/2014 e NBR
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para observar as necessidades. Entretanto, somente o projeto arquitetônico não basta para realizar o dimensionamento da estrutura, para a realização do projeto é necessária a combinação com outros projetos, como o projeto sondagem do solo, por exemplo. O projeto estrutural, conforme exposto por Martha (2010), parte da concepção da estrutura como um todo e termina com toda a documentação necessária para realizar a construção do edifício. A estrutura de um edifício tem a função de receber as cargas dos elementos estruturais e as distribuir até a fundação, que, por fim, transmite ao solo. É importante salientar que a estrutura é um dos principais elementos que compõem um edifício. O mal dimensionamento, a execução de maneira irregular e também a retirada irregular de alguns elementos estruturais podem comprometer a estrutura e, até mesmo, causar acidentes fatais.
Figura 3: Projeto elétrico Fonte: Adaptado de Beltrão, 2015
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Figura 4: Projeto hidrossanitário Fonte: Cardoso, 2022
Os sistemas prediais hidráulicos e sanitários são definidos como um conjunto de componentes pertencentes a uma edificação. Eles têm a finalidade de conduzir, armazenar e distribuir a água, além de coletar os efluentes produzidos e também transportar e dispor de maneira adequada. Partindo desse conceito, Silva (2021) expõe que os componentes das instalações hidrossanitárias (dispositivos, tubos e conexões) representam uma grande parte de elementos integrantes em uma edificação. O autor ainda complementa que um projeto é composto pelas redes hidráulicas, de água fria e água quente, abastecimento dos reservatórios, redes de esgoto, ventilação e pluvial. Todo esse sistema é o responsável diretamente pelas condições de saúde e higiene dos usuários da edificação, além de servir de aliado em tarefas como alimentação, higiene pessoal, entre outros (NÓBREGA, 2017). O projeto hidráulico é regido pela NBR 5626/1998 e consiste no dimensionamento das tubulações que recebem a água potável, percorrendo desde o hidrômetro até sua destinação final, passando pelo abastecimento de chuveiros, torneiras e reservatórios de água. Nele é previsto todo o sistema de água fria, quente e fluvial. Já o projeto sanitário é regulamentado pela NBR 8160/1999 e abrange todo o sistema de coleta da rede de esgoto e água poluída da edificação. O processo de descarte dos resíduos pode ocorrer de maneira distintas: podem ser despejados na rede de tratamento de esgoto do município; e também, caso a localidade do imóvel não possua tratamento de esgoto, os dejetos são descartados
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na residência, através de uma fossa séptica, por exemplo. Seja qual for a maneira adotada para a destinação final, ambos necessitam de projeto executivo, memorial descritivo, especificações técnicas, bem como os quantitativos. Além disso, deve-se verificar as regulamentações da companhia de saneamento local, do plano diretor do município e outras legislações, conforme a necessidade. A elaboração do projeto hidrossanitário pode ser realizada pelo engenheiro civil, engenheiros ambientais e sanitaristas e, também, por arquitetos, e nele deverá conter: planta baixa, cortes e detalhamento dos sistemas, memorial descritivo, lista de materiais a serem utilizados, bem como a anotação de responsabilidade técnica (ART). A ausência de projetos hidrossanitários não coloca diretamente a vida do ocupante em risco; entretanto, gera desconfortos aos usuários, tais como o mau cheiro e refluxo, baixa pressão nas pias, chuveiros e aparelhos sanitários, vazamentos em tubulações e também a obstrução da tubulação de esgoto.
Figura 5: Imagem 3D projeto preventivo contra incêndio Fonte: Schaab, 2022
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O projeto arquitetônico é o primeiro documento a ser elaborado quando pretende- se construir um edifício, entretanto, conforme já mencionado, outras disciplinas são necessárias para que a concepção inicial se concretize em uma edificação pronta. Porém, esses projetos podem entrar em confronto com o projeto arquitetônico e podem alterar a estética ou até mesmo acabar inviabilizando a ideia inicial. Durante o processo de construção de um edifício, é possível encontrar diversos acontecimentos incomuns, que poderiam ser claramente evitados adotando-se medidas lá nas fases projetuais. A seguir, seguem dados apresentados por Ávila (2011). O autor apresenta um estudo de caso para a verificação das interferências dos projetos complementares com o arquitetônico de um edifício residencial. O projeto contém 07 (sete) pavimentos, com 08 (oito) unidades residenciais duplex, 01 loja comercial e área de lazer na cobertura, totalizando uma área de 1.921,79m² (conforme projeto arquitetônico aprovado pela Prefeitura Municipal de Ipiranga).
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Figura 6: Perspectiva 3D do empreendimento em estudo Fonte: Adaptado de Ávila, 2011
A concepção espacial dos apartamentos no edifício obedece a uma configuração diferente de empilhamento das unidades autônomas, possibilitando as salas com pé direito duplo, jardins internos e uma relação ampliada da vista. Observe abaixo a imagem do corte esquemático das unidades autônomas.