Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

arquitetura e paisagismo, Resumos de Arquitetura

livro do iphan sobre são luis kgvur

Tipologia: Resumos

2024

Compartilhado em 14/05/2025

lorenna-isabelle
lorenna-isabelle 🇧🇷

1 documento

1 / 238

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
pf49
pf4a
pf4b
pf4c
pf4d
pf4e
pf4f
pf50
pf51
pf52
pf53
pf54
pf55
pf56
pf57
pf58
pf59
pf5a
pf5b
pf5c
pf5d
pf5e
pf5f
pf60
pf61
pf62
pf63
pf64

Pré-visualização parcial do texto

Baixe arquitetura e paisagismo e outras Resumos em PDF para Arquitetura, somente na Docsity!

SAO LUÍS-SEVILLA 2008

MARANHÃO  BRASIL

SAN LUIS, ISLA DE MARANON Y ALCANTARA

 São Luís: história urbana

 Arquitetura tradicional luso-brasileira em São Luís do Maranhão

 Arquiteturas do século XX

 Breve histórico da habitação popular em São Luís

ROTEIROS

 Roteiro 1: São Luís. O Centro Antigo

 Roteiro 2: São Luís. O Caminho Grande

 Roteiro 3: São Luís. A Cidade Nova

 Roteiro 4: Cidades da Ilha

 Roteiro 5: Alcântara

TEMAS MARANHENSES

ANEXOS

MAPAS DE ROTEIROS

ÍNDICE DO PDF / ÍNDICE DEL PDF

Alcântara

São Luís

Paço do Lumiar

Raposa

São José de Ribamar

Ilha do Maranhão

Baía do Arraial

Baía de São Marcos

Baía de São José

Oceano Atlântico

Brasil

Maranhão

São Luís

Oceano Atlântico

Oceano Pacífico

1500-1615: A CIDADELA FRANCESA NA UPAON-AÇU

A Ocupação do Sítio

1615-1755: OCUPAÇAO URBANA SOB AS ORDENAÇOES FILIPINAS

O Urbanismo Militar Ibérico: o desenho da cidade

As Condições Geográficas do Assentamento Urbano

O Papel das Ordens Religiosas no Desenvolvimento da Cidade

Os Holandeses no Maranhão

1755-1889: A CIDADE PORTUARIA

São Luís, Atenas Brasileira

1889-1936: A CIDADE REPUBLICANA, MANCHESTER DO NORTE

A Cidade segue o Bonde

O Urbanismo Sanitarista em São Luís

1936-1945: A CIDADE REMODELADA

O Plano de Remodelação da Cidade

O Urbanismo Moderno em São Luís

Os Subúrbios e a Desvalorização do Centro

1950-1970: AVENIDAS E PONTES PARA A CIDADE NOVA

A Expansão da Mancha Urbana

1980-1990: DA CIDADE INDUSTRIAL A JAMAICA BRASILEIRA

1990-2007: A CIDADE ILHA, METROPOLE CULTURAL

São Luís, Patrimônio Mundial

1500-1615: LA CIUDADELA FRANCESA EN UPAON-AÇU

La ocupación del sitio

1615-1755: OCUPACION URBANA BAJO LAS INSTRUCCIONES FILIPINAS

El urbanismo militar ibérico: el diseño de la ciudad

Las condiciones geográficas del asentamiento urbano

Las órdenes religiosas y el desarrollo de la ciudad

Los holandeses en Marañón

1755-1889: LA CIUDAD PORTUARIA

San Luis, Atenas brasileña

1889-1936: LA CIUDAD REPUBLICANA, MANCHESTER DEL NORTE

La cuidad sigue al tranvía

El urbanismo higienista en San Luis

1936-1945: LA CIUDAD REMODELADA

El Plan de Remodelación de la ciudad de San Luis

El urbanismo moderno en San Luis

La ciudad nueva y la pérdida de valor del centro

1950-1970: AVENIDAS Y PUENTES PARA LA CIUDAD NUEVA

Expansión de la mancha urbana

1980-1990: DE LA CIUDAD INDUSTRIAL A LA JAMAICA BRASILENA

1990-2007: LA CIUDAD ISLA, METROPOLIS CULTURAL

San Luis, Patrimonio Mundial

São Luís: história urbana

SAN LUIS: HISTORIA URBANA

Tupinambás tiveram contato com a religião e a noção de trabalho ocidental. Em 1614 o Governador Geral do Brasil ordenou o en- vio de uma expedição militar saída de Pernambuco sob o comando do português Jerônimo de Albuquerque, com o objetivo de expulsar os franceses do Forte. Assim, somente três anos e quatro meses depois, em 1615, se deu a reconquista do Maranhão pelos portugueses. Foi na Batalha de Guaxenduba que as Coroas Ibéricas lutaram contra franceses e seus aliados indígenas pela restauração do domínio português. A batalha foi ven- cida pela União das Coroas em 4 de novembro de

  1. Vitoriosos, os portugueses mantiveram o nome de São Luís para o núcleo urbano e rebatizaram o Forte de São Felipe, em homenagem ao Rei de Ea- nha e Portugal, Felipe IV.

1615-1755: OCUPAÇAO URBANA

SOB AS ORDENAÇOES FILIPINAS

Para garantir e formalizar o domínio português, Jerô- nimo de Albuquerque, primeiro governador do Mara- nhão, determinou a organização administrativa de São Luís, quando, entre outras medidas, o engenheiro-mor do Estado do Brasil, Francisco Frias de Mesquita execu- tou, para o desenvolvimento da futura cidade, um plano de arruamento que deveria orientar o seu crescimento e que foi deixado na colônia como norma. Da colônia francesa os portugueses conservaram o agenciamento eacial do núcleo primitivo da cidade, em torno do Forte Saint Louis, e o próprio uso do Forte, além de manterem a localização dos edifícios religiosos cons- truídos pelos gauleses: a Capela de São Francisco e a re- sidência dos padres, onde os jesuítas construíram a Igreja e o Seminário de Santo Antônio.

franceses, los indios Tupinambás tuvieron contacto con la religión y el concepto de trabajo occidental. En 1614 el Gobernador General de Brasil envió una expedición militar para expulsar a los franceses, que partió de Pernambuco bajo el mando del portugués Jerónimo de Albuquerque. Así, tres años y cuatro meses después, en 1615, se produjo la reconquista de Marañón por los portugueses. En la batalla de Guaxenduba las Coronas Ibéricas lucharon contra los franceses y sus aliados indígenas para restaurar el dominio portugués. Venció la Unión de las Coronas el 4 de noviembre de 1615. Los portugueses mantuvieron el nombre de San Luis al núcleo urbano y rebautizaron el Fuerte, llamándolo de San Felipe en homenaje a Felipe IV, rey de España y Portugal.

1615-1755: OCUPACION URBANA

BAJO LAS INSTRUCCIONES FILIPINAS

Jerónimo de Albuquerque, primer gobernador del Marañón, determinó la organización administrativa de San Luis para garantizar y formalizar el dominio portugués; entre otras medidas, el ingeniero mayor del Estado de Brasil, Francisco Frias de Mesquita, trazó un plan para orientar el crecimiento futuro de la ciudad, dejado en la colonia como norma. De la colonia francesa los portugueses conservaron la ordenación espacial del núcleo primitivo de la ciudad, alrededor del fuerte San Luis, y la propia utilización del fuerte, y mantuvieron la localización de los edificios religiosos construidos por los galos: la capilla de San Francisco y la residencia de los padres, donde los jesuitas construirían la iglesia y el seminario de San Antonio.

Andes. Como uma porta de entrada para a exploração da América, este ponto do litoral norte foi visitado pelo eanhol Vicente Yanez Pinzon em 1500; pelos portugueses Ayres da Cunha, Fernão Álvares de An- drade e João de Barros, primeiro donatário da Capita- nia, que naufragaram na costa em 1535; Luís de Melo da Silva, em 1554 e depois em 1573, já como donatá- rio; pelos filhos de João de Barros, Jerônimo e João, em 1556; e por Jacques Rifault, armador de Dieppe, que de- sembarcou na ilha em 1594, em expedições de explo- ração ou colonização. Em 26 de julho de 1612, uma expedição francesa composta por três navios e quinhentos homens, vindo do porto de Cancale sob o comando dos tenentes-ge- nerais Daniel de la Touche, Sieur de La Ravardière, François de Rasily, Sieur de Rasily e Aunelles, e Nico- lau de Harlay, Sieur de Sancy e Barão de Molle e Gros-Bois, desembarca no porto Jevirée (ponta de São Francisco), com o intuito de fundar aqui uma co- lônia, reforçando a povoação originada por Rifault.

A Ocupação do Sítio

A ocupação da cidade resultou desta tentativa francesa de criar a França Equinocial, estabelecendo-se em torno do Forte de Saint Louis, homenagem ao Rei-Menino Luís XIII, que foi a principal construção francesa deste período e o embrião da principal praça da cidade, hoje denominada D. Pedro II. Nesta homenagem está a ori- gem do epíteto ludovicence –de Ludovicus, Luís em la- tim– para os filhos da cidade. Os rituais políticos e re- ligiosos de fundação da colônia ocorreram em 1612. A primeira missa foi realizada em 12 de agosto daquele ano, celebrada pelos padres capuchinhos que integra- vam a expedição. Em 8 de setembro, consolidou-se o fim da construção do Forte de Saint Louis. A cerca de mil e duzentos passos do Forte, franceses e indígenas levantaram a igreja e o Seminário dos Moços Franceses e Índios, mantido por doações do Cardeal de la Joyence e da própria Rainha Regente, Maria de Médicis. Algumas aldeias Tupinambás, como a Pedra Verde, Juniparã, Timbó, Janovarem e Igapó, localizavam-se próximas ao forte erguido pe- los franceses. Sob a influência dos franceses, os índios

En el siglo XVI, exploradores europeos buscaban en el Marañón el legendario Eldorado o el camino de la plata que los llevaría hasta las minas de Potosí, en los Andes. Puerta de entrada a la exploración de América, este punto del litoral norte fue visitado por diversas expediciones de exploración o colonización: por el español Vicente Yánez Pinzón en 1500, por los portugueses Ayres da Cunha, Fernão Álvares de Andrade y João de Barros, primer donatario de la Capitanía, que naufragaron en la costa en 1535; Luis de Melo da Silva en 1554 y en 1573, ya como donatario; por los hijos de João de Barros, Jerónimo e João, en 1556; y por Jacques Rifault, armador de Dieppe, que desembarcó en la isla en 1594. El 26 de julio de 1612 una expedición francesa procedente del puerto de Cancale, compuesta por tres navíos y quinientos hombres bajo el mando de los tenientes generales Daniel de la Touche, señor de La Ravardière, François de Rasily, señor de Rasily e Aunelles, y Nicolau de Harlay, señor de Sancy y barón de Molle y Gros-Bois, desembarca en el puerto Jevirée (punta de San Francisco), con la idea de fundar aquí una colonia, reforzando la población creada por Rifault.

La ocupación del sitio

La fundación de la ciudad se debió a esta tentativa de crear la Francia Equinoccial, estableciéndose alrededor del fuerte de San Luis , la principal construcción francesa de este período y el embrión de la primera plaza de la ciudad, hoy D. Pedro II. El nombre del fuerte, homenaje al «rey niño» Luis XIII , dio origen al epíteto ludovicence –de Ludovicus, Luis en latín– aplicado a los hijos de la ciudad. Los rituales políticos y religiosos de fundación de la colonia se produjeron en 1612. La primera misa fue celebrada el 12 de agosto de aquel año por los padres capuchinos de la expedición. El 8 de septiembre se acabó de construir el fuerte de San Luis. A unos mil doscientos pasos del fuerte, franceses e indígenas levantaron la iglesia y el seminario de los Jóvenes Franceses e Indios, mantenido por donaciones del cardenal de la Joyence y de la propia reina regente, Maria de Médicis. Cerca del fuerte había varias aldeas Tupinambás, como la Piedra Verde, Juniparã, Timbó, Janovarem e Igapó. Bajo la influencia de los

Demonstração do Maranhão. João Teixeira Albernas. 1666. Mapoteca do Itamaraty (Rio de Janeiro). MAPA DE LA ISLA Y COSTA DE MARANON.

Província do Maranhão. João Teixeira Albernas. 1631. Mapoteca do Itamaraty (Rio de Janeiro). PROVINCIA DEL MARANON.

Costa do Brasil com a Ilha do Maranhão. José de Trindade. 1784-1786. COSTA DE BRASIL CON LA ISLA DE MARANON.

As Condições Geográficas do Assentamento Urbano

A própria localização da cidade obedeceu a critérios que consideravam, prioritariamente, o relevo e a hidrografia, assentada em uma área que fica sobre o extremo de uma elevação que varia de vinte a trinta metros de altura em relação ao nível do mar, formando uma península entre os Rios Anil e Bacanga, que banham a cidade. Além disso, a posição geográfica, entre duas baías, a de São Marcos e de São José, na convergência das mais impor- tantes vias fluviais navegáveis da região, os Rios Pindaré, Mearim e Itapecuru, facilitou os movimentos demográ- ficos e o comércio com o interior e a metrópole. A loca- lização geográfica também contribuiu para um contato mais direto com a metrópole, no século XVII, uma vez que as correntes marinhas e os ventos dificultavam a navega- ção entre São Luís e Salvador na Bahia. Para superar esta dificuldade e facilitar o controle da região amazônica, criou-se o Estado do Maranhão e Grão-Pará em 1621, in- dependente do Estado do Brasil e subordinado a Lisboa. Também a criação da Diocese do Maranhão com eleva- ção de São Luís à condição de cidade, em 1677, deveu-se, em parte, às dificuldades de comunicação com o Biado da Bahia. Descrevendo o processo de urbanização de São Luís, a partir de 1640, percebe-se o papel determinante do relevo na ocupação do eaço:

“Tendo ocupado, a princípio, apenas a extremidade da

chapada, a cidade progrediu depois pela lombada princi-

pal, subindo por três longas ruas (bairro central). Expan-

diu-se, em seguida, para os vales e apicuns vizinhos estes

gradualmente conquistados ao mar. [...] Atingindo o cimo

da chapada, a edificação transbordou sobre as duas alas

que dela aí se destacam, formando os dois bairros mais

recentes (Remédios, São Pantaleão). O progresso da pro-

víncia na primeira fase do Segundo Império facilitou a

criação desses bairros” (LOPES: 1970, 105).

Las condiciones geográficas

del asentamiento urbano

El relieve y la geografía determinaron la localización de la ciudad, asentada en el extremo de un espolón que varía de veinte a treinta metros de altura sobre el nivel del mar, formando una península entre los ríos Añil y Bacanga, que bañan la ciudad. La posición geográfica entre las dos bahías, San Marcos y San José, en la confluencia de los más importantes ríos navegables de la región –PIndaré, Mearim e Itapecuru– facilitó los movimientos demográficos y el comercio con el interior y con la metrópoli, con la que hubo un estecho contacto en el XVII, ya que las corrientes y los vientos dificultaban la navegación entre San Luis y Salvador de Bahía. Para superar esta dificultad y facilitar el control de la Amazonia se creó el Estado de Marañón y Gran-Pará en 1621, independiente del Estado de Brasil y subordinado a Lisboa. También la creación de la diócesis de Marañón con la elevación de San Luis a ciudad, en 1677, se debió, en parte, a las dificultades de comunicación con el obispado de Bahía. Al describir el proceso de urbanización de San Luis a partir de 1640, se percibe el papel determinante del relieve en la ocupación del espacio: «Habiendo ocupado, en un principio, solamente el extremo de la explanada, la ciudad avanzó después por la loma principal, subiendo por tres largas calles (barrio central). Se expandió, rápidamente, por los valles y marismas cercanas conquistadas progresivamente al mar. […] Alcanzada la cima de la explanada, la edificación se trasladó hacía las dos lomas que de ella se derivan, formando los dos barrios más recientes (Remedios, San Pantaleón). El progreso

O Urbanismo Militar Ibérico: o desenho da cidade

Frias de Mesquita adotou na traça de São Luís as Or- denanzas de Descumbrimiento, Nueva Población y Pacificación de las Indias, de 1573, incluídas nas Or- denações (ou Instruções) Filipinas, que no campo ur- banístico refletiram as expeativas renascentistas de beleza, simetria e ordenação racional dos eaços pú- blicos, surgidas com a descoberta do desenho em pereiva. A União Ibérica (entre 1580 e 1640), quando a Coroa Portuguesa esteve sob domínio ea- nhol, determinou este desenho próprio e particular ao desenvolvimento do núcleo urbano. A partir desse código urbanístico, São Luís se desenvolveu por um ar- ruamento organizado em uma malha ortogonal, sem hierarquização ou distinção funcional das ruas, com a orientação pelos pontos cardeais favorecendo a inso- lação e ventilação uniformes de todas as edificações, cujas fachadas apresentam regularidade na extensão da rua, ocupando toda a testada principal do lote sem recuos frontais. Este traçado está registrado no que é considerada a mais antiga planta da cidade (1640), já revelando o atual desenho urbano do Centro. São Luís apresenta em seu centro antigo o modelo da plaza mayor, contendo os principais edifícios adminis- trativos: o Palácio dos Leões (antigo Palácio dos Go- vernadores), a Arquidiocese e a Catedral da Sé, prin- cipais edif ícios religiosos da cidade, o Palácio La Ravardière, sede da Prefeitura Municipal (antiga Casa de Câmara e Cadeia) e já no século XX, mantendo o ca- ráter de eaço centralizador dos poderes, recebeu o Palácio da Justiça e a sede do Banco do Brasil. Somente após a consolidação desta forma urbanística, deixada por Frias de Mesquita junto com um modelo de edificação a ser construída pelos novos moradores, é que foram tomadas medidas para integrar o Maranhão à Coroa Portuguesa, como a criação do Estado do Ma- ranhão –compreendendo as Capitanias do Grão-Pará, Ceará e Maranhão– em maio de 1617 e a instalação da Câmara Municipal de São Luís, elevada a categoria de Vila, em 1619. Nesse ano, chegaram as primeiras duzen- tas famílias de colonos açorianos, que além de fundar a primeira Câmara Municipal, presidida por Simão Está- cio da Silveira, dedicaram-se a culturas de açúcar e al- godão. Entre 1670 a 1680, por conta de uma erupção vulcânica no ilha do Faial, nos Açores, vieram mais du- zentos e dezenove casais para o Maranhão. O desenvolvimento da cidade manteve este modelo urbano nos séculos XVIII e XIX, à medida que se ex- pandiu em direção ao interior da ilha. O Caminho Grande, via de ligação deste núcleo urbano com os al- deamentos e vilas do interior, foi consolidado em

  1. Para além da “traça” original de Frias, a ocupa- ção do território também foi orientada pelas condi- ções geográficas, morfológicas, do sítio.

El urbanismo militar ibérico:

el diseño de la ciudad

Frias de Mesquita adoptó en el trazado de San Luis las Ordenanzas de Descubrimiento, Nueva Población y Pacificación de las Indias, de 1573, incluidas en las Instrucciones Filipinas, que reflejaron en el urbanismo las expectativas renacentistas de belleza, simetría y ordenación racional de los espacios públicos, surgidas con el descubrimiento del dibujo en perspectiva. La Unión Ibérica (1580- 1640), con la corona portuguesa bajo dominio español, determinó este diseño propio y particular para el desarrollo del núcleo urbano. A partir de ese código urbanístico, San Luis se organizó en una malla ortogonal, sin jerarquización ni distinción funcional de las calles, con la orientación de los puntos cardinales favoreciendo la insolación y ventilación uniforme de todas las edificaciones, cuyas fachadas presentan regularidad a la calle, ocupando todo el frente principal de la parcela sin retranqueos. Este trazado aparece en la que se considera más antigua planta de la ciudad (1640), que ya revela el actual diseño urbano del Centro. San Luis presenta en su casco antiguo el modelo de la plaza mayor con los principales edificios administrativos: el palacio de los Leones (antiguo palacio de los Gobernadores), la Archidiócesis y la Catedral, primos edificios religiosos de la ciudad, el palacio La Ravardière, sede de la Prefectura Municipal (antigua Casa Consistorial y Cárcel) y, ya en el siglo XX, el Palacio de Justicia y la sede del Banco de Brasil, manteniendo ese carácter de espacio público del poder. Sólo tras la consolidación de esta forma urbanística, dejada por Frias de Mesquita junto a un modelo de edificación para los nuevos habitantes, se tomaron medidas para incorporar Marañón a la Corona Portuguesa, como la creación del Estado de Marañón en mayo de 1617, con las capitanías de Gran-Pará, Ceará y Marañón, y la del Ayuntamiento de San Luis, elevada a categoría de Villa, en 1619, año en que llegaron las primeras doscientas familias de colonos de las Azores, que además de fundar el primer Ayuntamiento, presidido por Simão Estácio da Silveira, se dedicaron al cultivo del azúcar y del algodón. Entre 1670 a 1680, tras una erupción volcánica en la isla de Faial, en las Azores, vinieron otros doscientos diecinueve matrimonios a Marañón. El desarrollo de la ciudad mantuvo este modelo urbano durante los siglos XVIII y XIX , a medida que se expandió hacia el interior de la isla. El Camino Grande, vía de unión del núcleo urbano con las aldeas y villas del interior, se consolidó en 1665. Además de la «traza» original de Frias, la geografía y la morfología también condicionaron la ocupación del territorio.

Urbs S(ani) Ludovici in Maragnon, mapa do núcleo fundacional de São Luís. 1647. Livro de Gaar Barleus. Estampa 52, Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro). MAPA DEL NUCLEO FUNDACIONAL DE SAN LUIS.

854 habitantes em 1718 para 16.580 em 1788, com im- paos positivos na produção e com a concentração de atividades econômicas em São Luís. Ocorre, neste pe- ríodo, a valorização do solo urbano e se verifica uma maior diversidade nos tamanhos dos lotes. Com a vinda da Família Real para o Rio de Janeiro (1808) e a permissão para a instalação das primeiras in- dústrias têxteis no país, se desenvolvem em São Luís os curtumes, a indústria do anil (ou índigo, produto para dar o tom azul aos tecidos, retirado de leguminosas) e o soque do arroz. A Companhia Geral do Comércio ca- nalizava para São Luís e Alcântara a riqueza gerada pela agro-exportação de arroz e algodão e pela comercializa- ção de couros, impulsionando o processo de urbaniza- ção. Desta forma os aldeamentos foram se tornando vi- las e sendo incorporados ao tecido urbano. Assim, em 1835, uma parte do termo da Vila dos Vinhais, antiga missão jesuíta, foi incorporado ao termo da cidade de São Luís. Em 1819, os naturalistas bávaros Johann Bap- tiste von Spix (1781-1826, zoólogo) e Karl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868, botânico) constata- ram ser São Luís merecedora do “quarto lugar entre as cidades brasileiras”, atrás apenas do Rio de Janeiro, Sal- vador e Recife, considerando sua população e riqueza. A cidade passou por diversas melhorias na infra-estru- tura urbana. Deste primeiro ciclo econômico surgiu uma série de melhoramentos urbanos executados ao longo do século XIX: calçamento em diversas ruas, im- plantação do Cais da Sagração (antigo Passeio Público, hoje Avenida Beira Mar) e reurbanização das principais praças da cidade. No ano de 1825 recebeu sua primeira iluminação pública abastecida com azeite. Com o sur- gimento de novos combustíveis a iluminação passou a servir-se do álcool terebentinado. Somente em 1861, a Companhia de Iluminação e Gás do Maranhão instalou a iluminação a gás de hidrogênio.

Con la venida de la familia Real a Río de Janeiro (1808) y el permiso para la instalación de las primeras industrias textiles en el país, se desarrollan los curtidos, la industria del añil (o índigo, producto para dar un tono azul a los tejidos, extraído de leguminosas) y la molienda del arroz. La Compañía General de Comercio canalizaba hacía San Luis y Alcántara la riqueza generada por la exportación de arroz y algodón y por el comercio de cueros, impulsando el proceso de urbanización. De esta forma las aldeas fueron convirtiéndose en villas, sumándose al tejido urbano. En 1835 una parte del término de la villa de Viñales, antigua misión jesuita, fue incorporado al de la ciudad de San Luis. En 1819, los naturalistas bávaros Johann Baptiste von Spix (1781-1826, zoólogo) y Karl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868, botánico) consideraron a San Luis merecedora del «cuarto lugar entre las ciudades brasileñas» por su población y riqueza, tras Río de Janeiro, Salvador y Recife. Al impulso de este primer ciclo la ciudad mejoró su infraestructura a lo largo del XIX: pavimentación de calles, construcción del muelle de la Consagración (antiguo Paseo Público, hoy avenida Beira-Mar). En 1825 recibió su primer alumbrado público, de aceite. Pasó después al alcohol con trementina. En 1861, la Compañía de Iluminación y Gas de Marañón instaló el hidrógeno. Los cambios en la coyuntura internacional –la recuperación de la producción norteamericana de algodón y las presiones inglesas para abolir la esclavitud– y una situación interna de inestabilidad política y económica –escasez de tierras y mano de obra para la plantación de algodón, falta de capitales, endeudamiento de los productores y gravamen de los productos,

Assim, após a ocupação holandesa, durante o século XVIII São Luís passa por alguns melhoramentos urba- nos. No governo de Melo e Póvoas faz-se a renovação do Largo do Palácio, com a demolição de duas igrejas e casebres vizinhos; a construção de uma estrada per- pendicular ao fim da atual Rua Grande levando até ao atual conjunto da Praça Gonçalves Dias, Largo dos Amores e Igreja de Nossa Senhora dos Remédios; e em 1787 foi erguido o pelourinho no Largo dos Amores.

1755-1889: A CIDADE PORTUARIA

A literatura histórica regional aponta dois importan- tes ciclos econômicos, reonsáveis pelo rápido de- senvolvimento da província. O primeiro deles, entre 1780 e 1820, foi baseado na monocultura algodoeira, voltada para o abastecimento das fábricas inglesas nos tempos febris da Revolução Industrial. O segundo é localizado entre os anos de 1850 a 1870, quando o Governo Provincial estimulou a produção açucareira, com a expansão das culturas de cana e a implantação de diversos engenhos. Na segunda metade do século XVIII o Rei D. José I, através de seu Primeiro Ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, para garantir o fornecimento de matéria-prima para a nascente indús- tria manufatureira da Metrópole, criou uma série de Companhias de Comércio em diferentes regiões de suas colônias, como a Companhia da Ásia (1753), a Companhia da Pesca da Baleia e a da Agricultura dos Vinhos do Alto Douro (1756) e a Companhia de Per- nambuco e Paraíba (1759). Em particular, a Compan- hia Geral de Comércio do Grão Pará e Maranhão, em 1755, introduziu no Maranhão o cultivo do algodão em larga escala, através da mão-de-obra escrava de ori- gem africana. O bairro da Praia Grande, em São Luís, foi o principal ponto de recepção de escravos africanos que daqui eram vendidos para o restante da província. A migração de famílias do arquipélago dos Açores para São Luís e, sobretudo, a introdução do trabalho escravo africano colaborou para o crescimento populacional. Deste modo, na segunda metade do século XVIII ocorre o incremento da população da cidade que passa de

cercanas; se construyó una carretera perpendicular desde el final de la calle Grande hasta el actual conjunto de la plaza Gonçalves Dias, largo de los Amores e iglesia de Nuestra Señora de los Remedios; y en 1787 se levantó la picota en el largo de los Amores.

1755-1889: LA CIUDAD PORTUARIA

Los historiadores de la región apuntan dos importantes ciclos económicos en el rápido desarrollo de la provincia. El primero, entre 1780 y 1820, se basó en el monocultivo algodonero para abastecer las fábricas inglesas en los tiempos febriles de la Revolución Industrial. El segundo, entre 1850 y 1870, en el estímulo por el Gobierno Provincial de la producción azucarera, con la expansión de los cultivos de caña y la implantación de diversos ingenios. En la segunda mitad del XVIII , el rey D. José I, a través de su primer ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, marqués de Pombal, creó una serie de compañías de comercio en diferentes regiones de sus colonias para garantizar el suministro de materia prima a la naciente industria manufacturera de la metrópoli: la Compañía de Asia (1753), la Compañía de Pesca de la Ballena y la de la Agricultura de los Vinos del Alto Duero (1756) y la Compañía de Pernambuco y Paraíba (1759). En particular, la Compañía General de Comercio del Gran Pará y Marañón, en 1755, introdujo en Marañón el cultivo de algodón a gran escala con mano de obra esclava de origen africano. El barrio de Playa Grande, en San Luis, fue el principal punto de recepción de esclavos africanos, que desde aquí eran vendidos al resto de la provincia. La población creció por la migración de familias del archipiélago de las Azores y, sobre todo, por la introducción del trabajo esclavo africano. Así, en la segunda mitad del XVIII San Luis pasa de 854 habitantes en 1718 a 16.580 en 1788, con impactos positivos en la producción y en la concentración de actividades económicas. Se produce en este período la valoración del suelo urbano y se observa una mayor diversidad en el tamaño de las parcelas. Cena atual no Portinho, no rio Bacanga. EL PORTINO, EN EL BACANGA.

Detalhe do núcleo fundacional da cidade, com a Igreja da Sé e os palacio do governo. Ao funda, o bairro de Praia Grande. DETALLE DEL NUCLEO FUNDACIONAL DE LA CIUDAD, CON LA CATEDRAL Y LOS PALACIOS DE GOBIERNO. AL FONDO, EL BARRIO DE PLAYA GRANDE.

Com a adesão do Maranhão à Independência do Brasil, São Luís foi confirmada como capital da província. No ano de 1840 há seis fábricas de pilar arroz, três fábricas de sabão e de velas, duas prensas de algodão, vinte e duas de cal, oito olarias e seis tipografias instaladas na cidade. Em 1854, foi criada a Companhia Confiança Mara- nhense com a finalidade de construir um edifício com várias lojas comerciais para serem alugadas, no lugar an- tes ocupado pela Casa das Tulhas, que era um aglo- merado de barracas que não apresentavam na época condições de salubridade. É em torno deste empreen- dimento que por volta de 1861 a Praia Grande passa a ser uma área de comerciantes abastados. Multiplicavam- se as atividades comerciais: armazéns, lojas de fazendas, tipografias, quitandas, barracas, boticas, lojas de ferra- gens, livros, botequins e bilhares, açougues, casa de pasto, padarias, alfaiates, chapeleiros, sapateiros, ourives, relojoeiros, marceneiros, funileiros, armeiros, caldeiros, charuteiros e picheleiros. Entre 1850 e 1880, instala- ram-se as lojas de moda, farmácias, agências de leilões, fábricas de chocolate, de licores, de fogos e foguetes.

potable (las fuentes de la Compañía del Río Añil, en 1874), reflejan el desarrollo de la ciudad, con la diversificación del capital acumulado en la exportación del algodón y del azúcar. Así, a mediados del XIX la ciudad tenía un teatro, varias iglesias, un hospital militar, tipografía, grandes sobrados de hasta cuatro plantas y riquísimos solares, manifestando su importancia en el contexto económico nacional. Las sucesivas legislaciones del XIX –los Códigos de Posturas u Ordenanzas de 1832, 1842, 1866 e 1893– regularon la expansión del modelo urbanístico en malla ortogonal, con dimensiones y anchuras preestablecidas, hasta al menos el período republicano. En esta época, los barrios presentan características diferenciadas. Entre las avenidas Pedro II y 5 de Julio, o Beira-Mar, quedaba el centro administrativo de la capital. En el barrio de Playa Grande se localizaba el comercio portuario y las actividades mercantiles, mientras que el comercio minorista quedaba en la plaza João Lisboa y el mayorista se instalaba en la calle Cándido Mendes hasta el Bacanga. Desde la plaza Gonçalves Dias y la quinta del Barón hasta el barrio de San Pantaleón se localizaban los sobrados y otras tipologías residenciales. Algunas fábricas de tejidos y pequeños talleres estaban al sur, en un área industrial. Durante la segunda mitad del XIX San Luis se expande hacia la periferia a través del Camino Grande, que unió el barrio de Playa Grande con el de João Paulo. A finales del XIX, con la liberación de los esclavos (1888) y la pérdida de valor de las propiedades rurales, se desorganiza la economía agroexportadora y el capital acumulado por los grandes propietarios de tierras converge hacia las industrias instaladas en la ciudad.

A crise do sistema agro-exportador algodoeiro resul- tou de mudanças na conjuntura internacional, com a recuperação da produção americana de algodão e as pressões inglesas pelo fim da escravidão, e uma situa- ção interna de instabilidade política e econômica, com a escassez de terras e de mão-de-obra para o plantio de algodão, falta de capitais para investimento, endivida- mento dos produtores e tributação dos produtos, além da eclosão de revoltas como a Balaiada (1838). Na segunda metade do século XIX, a atividade comer- cial foi estimulada pelos institutos de créditos, como o Banco Comercial do Maranhão (1847), o Banco Comer- cial (1869) e o Banco Hipotecário, que chegaram a mo- vimentar no período de suas existências cerca de 3. contos. Essas agências localizavam-se na Rua do Giz, sendo então conhecida como Rua dos Bancos. Devido ao sucesso desses empreendimentos, surgiram as “Cai- xas Econômicas” e “Monte Socorro”, criadas pelo Go- verno Geral, em 1874 e instaladas somente em 1877. É esse capital mercantil, sediado na cidade, que investirá nos serviços urbanos que surgem neste período.

además de revueltas como la «Balaiada» (1838)– provocaron la crisis del sistema de cultivo y exportación del algodón. En la segunda mitad del XIX la actividad comercial fue estimulada por instituciones de crédito como el Banco Comercial de Marañón (1847), el Banco Comercial (1869) y el Banco Hipotecario, que llegaron a mover durante su existencia cerca de 3.000.000 de escudos. Se localizaban en la calle de la Tiza, conocida entonces como calle de los Bancos. Del éxito de esas iniciativas surgieron las «Cajas Económicas» y «Monte de Piedad», creadas por el Gobierno General en 1874 e instaladas en 1877. Fue ese capital mercantil con sede en la ciudad el que invirtió en los servicios urbanos. Con la adhesión de Marañón a la Independencia de Brasil, San Luis fue confirmada como capital de la provincia. En 1840 la ciudad tiene seis fábricas de moler arroz, tres de jabón y velas, dos prensas de algodón, veintidós de cal, ocho alfarerías y seis tipografías. En 1854 se creó la Compañía Confianza Marañense para construir un edificio con varias tiendas en alquiler en el solar de la Casa de las Tulhas o graneros, un aglomerado de barracones insalubres. En torno a esta empresa, hacia 1861 Playa Grande pasa a ser un área de ricos comerciantes. Se multiplicaban las actividades: almacenes, tiendas de tejidos, tipografías, tenderetes, barracas, tiendas de comestibles, ferreterías, libros, cafeterías y billares, carnicerías, casa de comida, panaderías, sastres, sombrereros, zapateros, joyeros, relojeros, ebanistas, latoneros, armeros, caldereros, tabaqueros y restañadores. Entre 1850 y 1880 se instalaron tiendas de moda, farmacias, agencias de subastas, fábricas de chocolate, de licores, de fuegos y cohetes. La implantación de tranvías tirados por burros (1871) y del servicio de agua

São Luís vista da ponta de São Francisco. Desenho de Manoel Ricardo Cauto. 1864. Vista aérea do Centro Antigo com os bairros do Desterro e Praia Grande em primeiro plano. A direita, a Avenida Magalhães de Almeida, desde a Praça João Lisboa. Ao fundo, o rio Anil, e à esquerda, o núcleo fundacional da cidade. VISTA DE SAN LUIS DESDE LA PUNTA DE SAN FRANCISCO. DIBUJO DE MANOEL RICARDO CAUTO. 1864. VISTA AEREA DEL CENTRO HISTORICO, CON LOS BARRIOS DEL DESTIERRO Y PLAYA GRANDE EN PRIMER PLANO. A LA DERECHA, LA AVENIDA MAGALHAES DE ALMEIDA DESDE LA PLAZA JOAO LISBOA. AL FONDO EL RIO ANIL, Y A LA IZQUIERDA EL NUCLEO FUNDACIONAL.

O porto no Bacanga. Guadêncio Cunha.

  1. EL PUERTO EN EL BACANGA.

Entre 1872 e 1900, instalaram-se em São Luís, vinte e quatro estabelecimentos fabris –principalmente têx- teis, mas também de fósforos, cerâmicas, chumbo, sa- bões, prego, calçados e outras– financiadas com o ca- pital das vendas de fazendas desvalorizadas pela abolição da escravatura e com empréstimos que se tornaram pesados fardos com a crise cambial e a des- valorização da moeda em 1897. De fato, a instalação deste parque fabril teve pouco impao sobre o cres- cimento demográfico, mas contribuiu para a descon- centração dos serviços e da malha viária, até o Anil. A crise econômica do início do século é a crise de uma burguesia rural que precisou abandonar o campo e adaptar-se a novas condições de vida e trabalho em uma cidade que queria ser, naquele momento, a Man- chester do Norte. Mas as condições de vida na São Luís da virada do século precisavam melhorar:

“Algumas administrações da República operaram traba-

lhos de embelezamento no começo do século: foram

ajardinadas praças e avenidas; sem falar na melhoria

parcial –ou na remodelação– da edificação pública e pri-

vada. Infelizmente o sistema de esgotos não foi pôsto em

estado de funcionar. Foi tardia a eletrificação da luz e da

viação urbanas, melhoramento tão necessário à expan-

são e movimento interno da cidade.” (LOPES: 1970).

A cidade lutava contra as epidemias e moléstias que ainda faziam muitas vítimas. A “Comissão Godinho”, composta pelos médicos paulistas Vior Godinho e Adolpho Lindengerg que vieram combater a peste em 1904, representou um primeiro esforço dos gesto- res locais em combater as epidemias que assolavam a cidade. Na gestão de Urbano Santos, em 1918, estru- turou-se um sistema de saúde local, com a criação do serviço de profilaxia urbana e rural e a instalação da sede local do Instituto Oswaldo Cruz, além da assina- tura de um contrato com a Rockefeller Foundation para o ataque ao impaludismo e ao amarelão. Pouco depois, a gripe eanhola atingiu o Estado, fazendo em São Luís grande número de vítimas. Neste pe- ríodo, “começou-se a construção de um grande lepro- sário no sítio Sá Viana, o projeto de um hoital de as- sistência aos enfermos, e um para tuberculosos.” (FERNANDES, 2003). A medicina erguia as suas insti- tuições na cidade. A população de São Luís cresceria em ritmo lento na primeira metade do século passado. A cidade cobria

1889-1936: LA CIUDAD REPUBLICANA,

MANCHESTER DEL NORTE

A principios del XX, de la ciudad colonial portuguesa de las primeras décadas del XVII quedan el trazado urbano del núcleo original y la permanencia de algunos usos, el mercado, las plazas, viviendas. A esos elementos se agrega la arquitectura barroca pombalina del XIX, con su patrón de ocupación de las parcelas y sus tipologías, como elemento característico del paisaje urbano ludovicense. Entre 1872 y 1900 se instalaron en San Luis veinticuatro fábricas, textiles principalmente, pero también de fósforos, cerámica, plomo, jabón, clavo, calzado y otras, financiadas con el capital de la venta de unas haciendas depreciadas por la abolición de la esclavitud y con préstamos que se hicieron gravosos con la crisis del cambio y la devaluación de la moneda en 1897. La instalación de este parque fabril tuvo poco impacto demográfico, pero ayudó a desconcentrar los servicios y la red viaria hasta Añil. La crisis económica de principios de siglo es la de una burguesía rural que abandonó el campo y se adaptó a nuevas condiciones de vida y trabajo en una ciudad que quería ser la Manchester del Norte. Pero las condiciones de vida en el San Luis del cambio de siglo necesitaban mejorar: «Algunas administraciones de la República realizaron trabajos de embellecimiento a principios de siglo: se ajardinaron plazas y avenidas; sin hablar de la mejora parcial –o remodelación– de la edificación pública y privada. Desgraciadamente el sistema de alcantarillado no se arregló. Fue tardía la electrificación, mejora tan necesaria para la expansión y movimiento interno de la ciudad.» (LOPES: 1970). La ciudad luchaba contra las epidemias y molestias que aún causaban muchas víctimas. La «Comisión Godinho», en 1904, representó un primer esfuerzo de los gestores locales por combatir las epidemias. En la gestión de Urbano

do teatrólogo maranhense Artur Azevedo, e nele se apresentariam eetáculos como a ópera Gema de Verdi, de Donizzete, em 1856, e a Tomada da Bas- tilha, de Alexandre Dumas. No ciclo econômico da cana-de-açúcar floresce uma segunda geração de inteleuais maranhenses (1868-

  1. que se destacam no cenário nacional, entre eles estavam Artur e Aluísio Azevedo, Coelho Neto, Graça Aranha, Celso Magalhães, Nina Rodrigues e Dunshee de Abranches. Valorizando o homem mara- nhense, essa geração de inteleuais irá reconhecer o valor dos antepassados letrados, construindo o mito da Atenas Brasileira. Assim, na república, o Mara- nhão se integrou ao esforço de construção de uma unidade nacional,

“[...] aceitando o brasileiro, na condição de Atenas, isto é,

concedendo-se um estatuto de Atenas Brasileira, colo-

cou-se na selvagem América, protegida pela cultura

clássica da Europa.” (CORREA: 1993).

Pela primeira vez, São Luís orgulhava-se de ser brasileira.

1889-1936: A CIDADE REPUBLICANA,

MANCHESTER DO NORTE

No início do século XX, da cidade colonial portuguesa das primeiras décadas do século XVII restam o traçado urbano do núcleo original e a permanência de alguns usos: o mercado, as praças, habitações. A esses ele- mentos agrega-se a arquitetura em estilo barroco pombalino, construída no século XIX, com seu pa- drão de ocupação dos lotes e suas tipologias, como ele- mento caraerístico da paisagem urbana ludovicense.

marañense Artur Azevedo. Los ludovicenses asisten a espectáculos como la ópera Gema de Verdi, de Donizetti, en 1856, la Compagnie Française de Bouffes Parisiens, dirigida por Monseir Hurbain, en 1870, o de La Toma de la Bastilla, de Alejandro Dumas. En el ciclo económico del azúcar florece una segunda generación de intelectuales marañenses (1868-1894) que destacan en el escenario nacional, entre ellos estaban Artur y Aluísio Azevedo, Coelho Neto, Graça Aranha, Celso Magalhães, Nina Rodrigues y Dunshee de Abranches. Valorando al hombre marañense, esta segunda generación de intelectuales reconocerá el valor de la primera, construyendo el mito de la «Atenas Brasileña». Así, en la república, Marañón se integra en el esfuerzo de construcción de una unidad nacional, «aceptando el brasileño la condición de Atenas, es decir, concediéndose un estatuto de Atenas Brasileña, se colocó en la salvaje América protegida por la cultura clásica de Europa» (CORRÊA, 1993). San Luis, por primera vez, se enorgullecía de ser brasileña.

A Praça João Lisboa, com o prédio do Teatro Artur Azevedo nos arredores. LA PLAZA JOAO LISBOA, CON EL TEATRO ARTUR AZEVEDO EN SUS ALREDEDORES.

Rótulo da Companhia Fabril Maranhense. Abaixo, produto de tabacaria. ESTAMPILLA DE LA COMPANIA FABRIL MARANENSE. ABAJO, MARCA DE TABACO.

Busto de Artur Azevedo. BUSTO DE ARTUR AZEVEDO.

© MARCONE PINHEIRO

rescisão do contrato com o governo estadual, em 1946. Com o processo de expansão urbana, que seguia a li- nha do bonde até o bairro do Anil e também pelas es- tradas que ligavam os principais núcleos habitacionais da ilha, e com as pressões da legislação e da fiscaliza- ção sanitarista sobre a população pobre que habitava os baixos dos sobrados, iam surgindo novos bairros. O Anil se estrutura em torno da Companhia de Fia- ção e Tecidos Rio Anil; a Camboa, próximo à Compa- nhia de Fiação e Tecidos Maranhenses; o Fabril, em torno da Companhia Fabril Maranhense; o Madre Deus, em torno da Companhia de Fiação e Tecidos Cânhamo e Cândido Ribeiro e o bairro São Pantaleão se localizava nas imediações da Fábrica Santa Amélia. Às tipologias arquitetônicas tradicionais –meia-mo- rada, morada inteira, porta-e-janela...– no cambio do se- culo são acrescidas novas tipologias de iniração eclé- tica e multiplicam-se as vilas operárias e as habitações precárias em barracos de taipa. Chalés à moda inglesa, geminados ou não, foram construídos para os funcioná- rios da Ullen, próximos a um dos logradouros públicos mais importantes da cidade, a Praça Gonçalves Dias. Nos anos 30, o núcleo primitivo da cidade, com seu porto co- mercial, já não é um lugar “saudável” para as famílias abastadas, que se transferem, com a substituição de an- tigos casarões por edificações novas, para os bangalôs, as quintas e chácaras, residências que cumpriam as exi- gências da legislação sanitarista em vigor.

O Urbanismo Sanitarista em São Luís

O período imediatamente anterior à Revolução de 30, é caraerizado pela qualificação dos serviços públi- cos, o que estava fundamentado na Lei Orgânica dos Municípios, aprovada em 1927, nas operações de remo- delação de prédios públicos e na política de melhora- mentos urbanos. O objetivo dos melhoramentos urba- nos era dotar a cidade de infra-estrutura viária e de eaços públicos adequados às novas tecnologias de

Management Company, operadora americana responsable del transporte colectivo urbano de tranvías eléctricos, de la distribución de agua, del alcantarillado, de la energía eléctrica y del prensado de algodón, que mantendría la concesión de esos servicios hasta la rescisión del contrato con el gobierno estatal en 1946. Con el proceso de expansión urbana, que seguía la línea del tranvía hasta el barrio del Añil y también las carreteras que unían los principales núcleos habitacionales de la isla, y con las presiones de la legislación y de la fiscalización sanitaria sobre la población pobre que vivía en los bajos de los caserones, iban surgiendo nuevos barrios. El de Añil se estructura en torno a la Compañía de Hilatura y Tejidos Río Añil; el de la Camboa, próximo a la Compañía de Hilatura y Tejidos Marañense; el de Fabril, en torno a la Compañía Fabril Marañense; el de Madre de Dios, en torno a la Compañía de Hilatura y Tejidos Cáñamo y Cándido Ribeiro; y el de San Pantaleón en las inmediaciones de la Fábrica Santa Amelia. A las tipologías arquitectónicas tradicionales –media casa, casa entera, puerta y ventana…–, se añaden, en el cambio de siglo nuevas tipologías de inspiración ecléctica y, por otro lado, se multiplican las villas obreras y las viviendas precarias en los barrancos. Chalets a la moda inglesa, pareados o no, se construyeron para los funcionarios de Ullen próximos a uno de los paseos públicos más importantes de la ciudad, la plaza Gonçalves Dias. En los años 30, el núcleo primitivo de la ciudad, con su puerto comercial, ya no es un lugar «saludable» para las familias adineradas, que se trasladan de los viejos caserones a nuevas residencias – bungalows, quintas y estancias– que cumplían las exigencias de la legislación sanitaria en vigor.

El urbanismo higienista

en San Luis

El periodo inmediatamente anterior a la Revolución del 30 se caracteriza por el cuidado de los servicios públicos, al amparo de la Ley Orgánica de los Municipios de 1927, por la remodelación de edificios públicos y por una política de mejoras urbanas. El objetivo era dotar a

então “uma área de cerca de 350 heares, com várias praças arborizadas e jardins públicos” (CANTANHEDE, 1902). Em 1916, indicava-se 50.000 habitantes, em 1920, o recenseamento aponta 52.929 habitantes, pouco menos que os 55.000 apontados pelo recensea- mento de 1922. Em 1940, a população da cidade era de 58.735 habitantes. Só a partir de 1940, São Luís co- nheceria um incremento nas taxas de crescimento de- mográfico devido, principalmente, à migração da po- pulação do campo para a capital. Refletindo uma profunda dependência ao mercado externo, o crescimento das exportações e a valorização do algodão, dos tecidos e do babaçu, durante a Pri- meira Guerra Mundial, propiciaram certa proeri- dade econômica. Além de estruturar o serviço de hi- giene estadual Urbano Santos, governador do Estado, investe em um sistema de abastecimento de água para a cidade de São Luís a partir do Rio Anil. Neste pe- ríodo, além das obras na Penitenciária do Estado e no Aprendizado Agrícola Cristino Cruz, o Estado adqui- riu, em São Luís, a Igreja e o Convento das Mercês, onde instalou o quartel da Força Militar do Estado, e o sobrado conhecido como Palácio das Lágrimas,

“[...] cujas paredes de resistente construção, enegrecidas

pelos anos, foram derrubadas e, no terreno dele, levanta-

do o belo edifício onde funciona a Escola-Modelo Bene-

dito Leite.” (FERNANDES, 2003).

No mesmo prédio funcionaria a Faculdade de Farmá- cia e Odontologia, na década de 50. Urbano Santos iniciou um processo de melhoramentos que seria continuado a partir de 1922 pelo seu sucessor, Godo- fredo Viana, com a modernização dos serviços de iluminação pública e tranortes e com a inauguração do bonde elétrico em 1924.

A Cidade segue o Bonde

Se desde o início do século as administrações locais re- correram a empréstimos externos para financiar a insta- lação de infra-estrutura, nos anos 20, a estratégia ado- tada foi a concessão dos serviços urbanos para uma empresa estrangeira. A Ullen Management Company, operadora americana reonsável pelo tranorte cole- tivo urbano através de bondes elétricos, pela distribui- ção de água, esgoto, energia elétrica e pela prensagem de algodão, manteria a concessão desses serviços até a

Santos, en 1918, se estructuró un sistema local de salud, con la creación del servicio de profilaxis urbana y rural y la instalación de la sede local del Instituto Oswaldo Cruz, además de la firma de un contrato con la Fundación Rockefeller para la lucha contra el paludismo y la fiebre amarilla. Poco después la gripe española alcanzó el Estado, produciendo en San Luis un gran número de víctimas. En este período, «se comenzó la construcción de una gran leprosería en el lugar de Sá Viana, el proyecto de un hospital de asistencia a los enfermos, y uno para tuberculosos.» (FERNANDES, 2003). La medicina erigía sus instituciones en la ciudad. La población de San Luis crecería a ritmo lento en la primera mitad del siglo XX. La ciudad ocupaba entonces «un área de cerca de 350 hectáreas, con varias plazas arboladas y jardines públicos…» (CANTANHEDE, 1902). En 1916 tenía 50.000 habitantes; en 1920, el censo recoge 52.929, poco menos que los 55.000 recogidos en el censo de 1922. En 1940 eran 58.735. Sólo a partir de 1940, San Luis conocería un incremento en las tasas de crecimiento demográfico debido, principalmente, a la migración de la población del campo a la capital. Reflejando una profunda dependencia del mercado externo, el crecimiento de las exportaciones y el alza del algodón, de los tejidos y del babaçu (tipo de palmera, Orbignya phalerata martius ) durante la Primera Guerra Mundial propició cierta prosperidad económica. Además de estructurar el servicio de higiene estatal, Urbano Santos, gobernador del Estado, invierte en un sistema de abastecimiento de agua a partir del río Añil. En este período, además de las obras en la Penitenciaria del Estado y en el Aprendizaje Agrícola Cristino Cruz, el Estado adquirió en San Luis la iglesia de la Merced, en ruinas, donde se hicieron obras para el citado cuartel de la Fuerza Militar del Estado, y la casa o sobrado conocido como Palacio de las Lágrimas, «cuyas paredes de recia construcción, ennegrecidas por los años, fueron derrumbadas y, en su terreno, levantado el bello edificio en el que ejerce la Escuela Modelo Benedito Leite.» ( FERNANDES , 2003). En el mismo edificio funcionaría la Facultad de Farmacia y Odontología en la década de los 50. Urbano Santos inició un proceso de mejoras que sería continuado a partir de 1922 por su sucesor, Godofredo Viana, con la modernización de los servicios de iluminación pública y transportes y con la inauguración del tranvía eléctrico en 1924.

La cuidad sigue al tranvía

Si desde el inicio del siglo las administraciones locales recurrieron a préstamos externos para financiar la instalación de infraestructuras, en los años 20 la estrategia adoptada fue la concesión de los servicios urbanos a una empresa extranjera, la Ullen

Prédio da Faculdade de Farmácia e Odontologia no Centro. Álbum de 1950. EDIFICIO DE LA FACULTAD DE FARMACIA Y ODONTOLOGIA EN EL CENTRO.

Largo de Santo Antonio e prédio da Estação Ferroviária, em meados do século xx. Abaixo, um bonde. LARGO DE SAN ANTONIO Y ESTACION DE FERROCARRIL A MEDIADOS DEL SIGLO XX. ABAJO, UN TRANVIA.

Cruz, principal via comercial da cidade, que ganhou novo piso e alinhamento, com a demolição, inclusive, da Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Mulatos, em

  1. A demolição da igreja deveu-se aos constantes acidentes com pessoas que utilizavam o serviço de bon- des elétricos, que passavam muito próximos à igreja, em determinado trecho do trajeto. “A decisão de arrasar a igreja comoveu a cidade, que protestou com a veemên- cia permitida pelos rigores policialescos do Estado Novo” registra Moraes (1995). Entre as medidas de caráter higienista, podemos citar a reforma do Hoital Geral e do Instituto Oswaldo Cruz, a taxação aos cortiços e casas populares –as porta-e-janela– na área central da cidade, as exigências da legislação no que se refere à ventilação e iluminação dos ambientes internos das edificações –o que classifi- cava qualquer sobrado colonial como insalubre– e o próprio investimento em arborização nas vias e praças da cidade. Entre as substituições de estruturas tradicio- nais por novos edifícios, realizadas no início da década de 40, tivemos a demolição do antigo mercado, que funcionava no terreno da antiga Companhia de Ilumi- nação a Gás, o gazômetro, para a construção de um novo e moderno Mercado Central. Neiva de Santana promove a abertura da Avenida Maga- lhães de Almeida no início da década de 40 que, segundo o interventor Paulo Ramos em relatório ao presidente Getúlio Vargas, referente ao exercício de 1940, seria “ou- tro melhoramento de grande vulto e destinado a modi- ficar por completo a feição colonial de São Luiz” (RAMOS: 1941). De uma só vez dezenas de exemplares da arquite- tura tradicional luso-brasileira foram demolidos, em uma obra que cortava todo o centro da cidade, praticamente ligando o Rio Anil ao Bacanga. Para tanto, além da aber- tura de uma avenida que cortasse na diagonal várias quadras existentes (Av. Magalhães de Almeida), fez-se o alargamento e alinhamento da Rua do Egito, ou Tarquí- nio Lopes. Na esteira da abertura da Avenida Magalhães de Almeida, em 1941, a prefeitura promove a reurbani- zação do Largo do Carmo e da Praça João Lisboa, há al- gum tempo reclamada pelos formadores de opinião. Tal reforma, no entanto, torna-se polêmica ao cortar as ár- vores existentes, sob as quais as pessoas reuniam-se para conversar, ou seja, onde “funcionava um poderoso me- canismo de censura social” (VIEIRA: 1971), que ameaçava a autoridade do Estado Novo. Esta seria a motivação –em versão extra-oficial– para a referida reforma.

constantes accidentes de personas que utilizaban el tranvía eléctrico, que pasaba muy próximos a la iglesia en determinado tramo del trayecto. «La decisión de demoler la iglesia conmovió a la ciudad, que protestó con la vehemencia permitida por los rigores policiales del Estado Nuevo», escribe Moraes (1995). Entre las medidas de carácter higiénico podemos citar la reforma del Hospital General y del Instituto Oswaldo Cruz, la tasa impuesta a los cortiços, chabolas y casas populares –de puerta y ventana– en el área central de la ciudad, la exigencia del cumplimiento legal en lo que se refiere a la ventilación e iluminación del interior de los edificios –lo que clasificaba cualquier casona colonial como insalubre– y la propia inversión en arbolado de las vías y plazas de la ciudad. Entre las sustituciones de estructuras tradicionales por nuevos edificios, realizadas al principio de la década de los 40, tuvimos la demolición del antiguo mercado, que funcionaba en el terreno de la antigua Compañía de Iluminación de Gas, el gasómetro, para la construcción de un nuevo y moderno Mercado Central. Neiva de Santana promovió la apertura de la avenida Magalhães de Almeida al inicio de la década del 40 que, según el interventor Paulo Ramos en informe al presidente Getúlio Vargas, referente al ejercicio de 1940, sería «otra mejora de gran importancia y destinada a modificar por completo el aspecto colonial de San Luis». (RAMOS: 1941). De un golpe decenas de ejemplares de la arquitectura tradicional luso brasileña fueron demolidos, en una obra que cortaba todo el centro de la ciudad, uniendo prácticamente el río Añil con el Bacanga. Para ello, además de la apertura de una avenida que cortase en diagonal varias manzanas existentes (Magalhães de Almeida), se realizó la prolongación y alineamiento de la calle de Egipto. En la estela de la apertura de la avenida Magalhães de Almeida, en 1941 la prefectura promueve la reurbanización del largo del Carmen y de la plaza João Lisboa, reclamada hace algún tiempo por la opinión pública. Dicha reforma, no obstante, se vuelve polémica al talar los árboles existentes, bajo los que la gente se reunía para conversar, o sea, donde «funcionaba un poderoso mecanismo de censura social» (VIEIRA: 1971), que amenazaba la autoridad del Estado Nuevo. Éste sería el pretexto –en versión extraoficial– de la citada reforma.

A partir de 1936 a administração municipal deu ênfase às práticas higienistas voltadas para as condições de salubridade das unidades habitacionais, através do Serviço de Salubridade das Habitações, que teve como alvos preferenciais os cortiços da cidade, casarões que foram transformados em habitações multifamiliares para locação. Outra prática higienista adotada regular- mente era a demolição de ruínas, consideradas focos de proliferação de doenças. Foi o caso do chamado “palácio dos holandezes”, casarão onde se acreditava que os invasores holandeses alojaram-se no período de sua dominação, no século XVII. Demoliu-se o palácio dos holandezes, liberando o local onde seria construído o prédio do Hotel Central, edifício de linhas Art Déco que seria cedido à Associação Comercial do Mara- nhão. A preocupação com a conservação da cidade in- cluía os jardins e a arborização urbana. O impao das primeiras obras previstas no plano de remodelação da cidade, com a demolição de ruínas e sobrados, e a tributação criada para financiar estas obras, através da criação das taxas estipuladas no Re- gime Tributário e do aumento de outros impostos, suscitaram críticas e a insatisfação de setores da so- ciedade, principalmente daqueles ligados à Associa- ção Comercial, tornando a situação política de Ota- cílio Saboya insustentável.

O Urbanismo Moderno em São Luís

Pedro Neiva de Santana, médico conceituado na ci- dade, iria implementar à sua maneira o plano elabo- rado na administração do engenheiro carioca Otacílio Saboya e efetivamente promoveria mudanças signifi- cativas no eaço urbano de São Luís. Neste período, a prefeitura reformou as praças da Saudade, Antônio Lobo, Gonçalves Dias, Benedito Leite e da Alegria, e criou o horto municipal, além de incentivar a jardina- gem e arborização das ruas e avenidas da cidade. As obras executadas incluíram a reforma da Rua Oswaldo

Neiva de Santana, para ejecutar un ambicioso Plan de Remodelación de la Ciudad. No por casualidad, el discurso y las iniciativas del poder público estarían orientadas a la construcción de la moderna sede del Estado. A partir de 1936 la municipalidad puso énfasis en mejorar las condiciones de higiene de las viviendas, a través del Servicio de Salubridad de las Viviendas, que tuvo como objetivo preferente los cortiços de la ciudad, los caserones transformados en viviendas multifamiliares de alquiler. Otra práctica higiénica adoptada fue la demolición de ruinas, consideradas focos de enfermedades. Fue el caso del llamado «palacio de los holandeses», caserón donde se creía que los invasores se habían alojado en el XVII. Se demolió, liberando el solar para construir el hotel Central, edificio de líneas art déco que sería cedido a la Asociación Comercial de Marañón. La preocupación por la ciudad incluía los jardines y los árboles. El impacto de las primeras obras previstas en el plan de remodelación de la ciudad, con la demolición de ruinas y caserones, y la tributación para financiar estas obras, con la creación de las tasas estipuladas en el Régimen Tributario y el aumento de otros impuestos, provocaron la crítica y la insatisfacción de algunos sectores de la sociedad, principalmente los vinculados a la Asociación Comercial, tornándose insostenible la posición política de Otacílio Saboya.

El urbanismo moderno

en San Luis

Pedro Neiva de Santana, prestigioso médico de la ciudad, implementó a su manera el plan de la administración del ingeniero carioca Otacílio Saboya y promovió cambios significativos en el espacio urbano de San Luis. En su período la prefectura reformó las plazas de la Saudade, Antonio Lobo, Gonçalves Dias, Benedito Leite y de la Alegría, y creó el huerto municipal, además de incentivar la jardinería y arbolado de las calles y avenidas de la ciudad. Las obras incluyeron la reforma de la calle Oswaldo Cruz, principal vía comercial de la ciudad, que ganó pavimento y alineación, con la demolición, incluso, de la iglesia de Nuestra Señora de la Concepción de los Mulatos, en 1939, debido a los

Palácio dos Holandeses. Gaudêncio Cunha, Álbum de 1908. Palácio do Comércio e, abaixo, prédio do Mercado Central. Álbum de 1950. PALACIO DE LOS HOLANDESES Y PALACIO DEL COMERCIO. ABAJO, MERCADO CENTRAL.

Avenida Magalhães de Almeida. Abaixo, Avenida Getúlio Vargas. Álbum de 1950. AVENIDA MAGALHAES DE ALMEIDA. ABAJO, AVENIDA GETULIO VARGAS.

concentração do meretrício, em uma zona de prosti- tuição legalizada, o que incentivou o afastamento das famílias que ali residiam e a desvalorização dos sobra- dos, gradualmente transformados de boates e bares em cortiços ou pensões para pessoas de baixa renda che- gadas do interior maranhense e de outros estados. Algumas das obras concluídas no início da década de 40 –o Palácio da Justiça, o Palácio do Comércio e a agên- cia do Banco do Brasil– situam-se no platô de origem da cidade, então avenida D. Pedro II, coroando os esfor- ços de modernização da cidade, a deeito de iniciati- vas federais como a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1937. Por outro lado, apesar de dividir a cidade em zonas com ocupação e funções distintas, as intervenções que buscavam cons- truir a cidade moderna ainda não conseguiram separar, no eaço, as diferentes classes sociais. A partir de 1958, intensifica-se o processo de declínio da Praia Grande, quando São Luís liga-se a Teresina, às

Durante el Estado Nuevo, el gobierno concentró el meretricio en una parte de Playa Grande y del Destierro, lo que incentivó la marcha de las familias que residían allí y la baja del valor de las casonas, transformadas en casas populares, pensiones, alojamientos para personas de renta baja llegadas del interior marañense y de otros estados. Algunas de las obras concluidas al inicio de la década del 40 –el Palacio de Justicia, el de Comercio y la agencia del Banco de Brasil– se sitúan en el llano en que se fundó la ciudad, entonces avenida D. Pedro II , coronando su modernización pese a iniciativas federales como la creación del Servicio del Patrimonio Histórico y Artístico Nacional en 1937. Aunque la ciudad se dividió en zonas con ocupación y funciones distintas, las intervenciones que buscaron construir la ciudad moderna no consiguieron separar en el espacio las diferentes clases sociales. A

Os Subúrbios e a Desvalorização do Centro

Outra intervenção de grande impao na dinâmica da cidade, coerente com as diretrizes de um plano mo- derno, foi a abertura da Avenida Getúlio Vargas, uma verdadeira avenida moderna, com “duas superfícies de rolamento de sete metros cada uma, separadas por uma serie de abrigos centrais de quatro metros de lar- gura, gramados e ajardinados, medindo os passeios três metros de cada lado” (RAMOS: 1940). A nova ave- nida avançava para os subúrbios da cidade. Com a abertura da Avenida Getúlio Vargas e a trans- ferência para seus arredores de uma parcela da popu- lação de alta renda antes instalada na Praia Grande, in- tensifica-se o processo de desvalorização da área central da cidade, com o aumento do número de cor- tiços, ocupados pela população pobre, trabalhadores assalariados, servidores públicos ou desempregados. Durante o Estado Novo, uma parte da Praia Grande e do bairro do Desterro foi destinada pelo governo à

La ciudad nueva y la pérdida

de valor del centro

Otra intervención de gran impacto en la dinámica de la ciudad, coherente con las directrices de un plan moderno, fue la apertura de la avenida Getúlio Vargas, una verdadera avenida moderna, con «dos carriles de circulación de siete metros cada uno, separados por una serie de medianas de cuatro metros de ancho, con césped y canteros, midiendo los paseos tres metros a ambos lados» (RAMOS: 1940). La nueva avenida avanzaba hacía los suburbios. Con la apertura de la avenida y el traslado a sus alrededores de una parte de la población de renta alta, antes en Playa Grande, se acelera el proceso de desvaloración del centro de la ciudad, con el aumento del número de cortiços o casas populares, ocupadas por la población pobre, asalariados, empleados públicos o desempleados.

Vista do centro, com a cabeceira da Ponte Bandeira Tribuzzi e o Parque do Diamante à esquerda, e o Hoital Universitário e a Praça Gonçalves Dias à direita.

VISTA DEL CENTRO; A LA IZQUIERDA, EL ARRANQUE DEL PUENTE BANDEIRA TRIBUZZI Y LA PLAZA DEL DIAMANTE; A LA DERECHA EL HOSPITAL UNIVERSITARIO Y LA PLAZA GON²ALVES DIAS.

disso, a construção da barragem do Bacanga e a cons- trução do Porto do Itaqui contribuíram para retirar da Praia Grande todo o trabalho de estiva, ficando so- mente o movimento ribeirinho com as embarcações que fazem o trajeto interiorano.

1980-1990: DA CIDADE INDUSTRIAL

A JAMAICA BRASILEIRA

A criação do Distrito Industrial (1980) e a implantação dos grandes enclaves industriais da ALUMAR, consór- cio que reúne Alcoa e BHPBilinton, e Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) no município desencadearam um processo de reconcentração industrial e comercial no contexto maranhense, com a modernização das ativi- dades de serviços e comércio da capital. O investi- mento em portos e comunicação, nesse período, signi- ficou aumento do capital social básico e propiciou, indiretamente, avanços dos serviços eecializados em geral. Com a implantação do complexo portuário ludo- vicense, conformado pelos portos do Itaqui, Terminal da ALUMAR e Terminal da Ponta da Madeira, a movi- mentação de cargas passou de 448 mil toneladas, em 1980, para mais de 38 milhões de toneladas em 1993,

aguas del mar por el terraplenado del caño de Jansen. Esta expansión trajo un nuevo proceso de abandono del centro. Además, la construcción de la presa del Bacanga y del Puerto de Itaqui contribuirían a retirar de Playa Grande todo el trabajo de estiba, dejándole sólo el movimiento de los barcos que hacen la travesía interior.

1980-1990: DE LA CIUDAD INDUSTRIAL A LA JAMAICA BRASILENA La creación del Distrito Industrial (1980) y la implantación en el municipio de los grandes enclaves industriales de ALUMAR, consorcio que reúne Alcoa y BHPBilinton y la Compañía Valle del Río Dulce (CVRD), desencadenaron la concentración industrial y comercial en Marañón, con la modernización de los servicios y el comercio de la capital. La inversión en puertos y comunicaciones significó un aumento del capital social básico y propició, indirectamente, avances de los servicios especializados en general. Con la creación del complejo portuario ludovicense, formado por los puertos del Itaqui, terminal de ALUMAR y terminal de la Punta de la Madera, el movimiento de cargas pasó de 448 mil toneladas, en

litando o crescimento a sudoeste e ao norte, com a construção reeivamente da Barragem do Bacanga (1970), fazendo a ligação entre a área central de São Luís e o Porto do Itaqui e construção da segunda ponte so- bre o Anil, Ponte Governador José Sarney (1971). Se até os anos 70 a cidade cresceu seguindo o Caminho Grande até o Anil, ocupando a porção central do terri- tório, em um processo cumulativo de agregação ao te- cido urbano tradicional, com a construção da ponte e da barragem a cidade passa a ocupar novos territórios, com novas formas de habitar, trabalhar e conviver, ex- pressas no traçado urbano de grandes avenidas e na ar- quitetura moderna dos conjuntos habitacionais e pré- dios comerciais. A construção da barragem propiciou a ocupação do bairro Anjo da Guarda, loteamento implantado para abrigar a população palafitada do Goiabal que havia sido desabrigada na época por ocasião de um incên- dio. Em 1988 a área estava inteiramente ocupada. Já a ponte sobre o Anil possibilitou a formação do bairro São Francisco na década seguinte, além de alimentar novamente a eerança de encontrar o caminho para a modernidade:

Ponte pronta / Ida e / Vinda / VIDA / as ruas /o rio / os pés

/o peso / as sementes / o cimento / os barcos / o arco /

ponte ponte / fluvial pluvial / colunas colinas / abóbada

abóbora / flor e cimento / ponte ponte ponto (CHAGAS: 1950)

Assim, nos anos setenta, a capital maranhense vive uma nova expansão urbana, agora em direção ao norte da ilha. Com a construção da ponte do São Francisco, o centro liga-se à orla marítima. Esta inter- venção foi complementada pela construção da Av. Maestro João Nunes, que ligou os bairros do São Francisco e Ponta d’Areia, criando a Lagoa da Jansen, com um eelho d’água de 3,5 km^2 resultado do repre- samento das águas da maré pelo aterro sobre o Iga- rapé da Jansen. Este vetor de expansão proporcio- nou um novo processo de abandono do centro. Além

implementación del sistema viario urbano a finales de la década de los 60, específicamente de 1967 a 1970, posibilitando la expansión hacia el sudoeste y el norte, con la construcción de la presa del Bacanga (1970), que conectó el centro de San Luis con el Puerto de Itaqui, y del segundo puente sobre el Añil, el José Sarney (1971). Si hasta los años 70 la ciudad creció siguiendo el Camino Grande hasta el Añil, ocupando la parte central del territorio, en un proceso acumulativo de añadido al tejido urbano tradicional, con la construcción del puente y de la presa, la ciudad ocupa nuevos territorios, con nuevas formas de vivir, trabajar y convivir, expresas en el trazado de grandes avenidas y en la arquitectura moderna de los conjuntos residenciales y edificios comerciales. La construcción de la presa propició la ocupación del barrio Ángel de la Guarda, urbanización implantada para acoger a la población de los palafitos de Goiabal que había sido desalojada por un incendio. El proyecto preveía infraestructuras de saneamiento, pero no se terminó. En 1988 el área estaba enteramente ocupada. El puente sobre el Añil posibilitó la formación del barrio de San Francisco en la década siguiente, y alimentó nuevamente la esperanza de encontrar el camino a la modernidad: «Puente pronto / Ida y / Vuelta / VIDA / las calles / el río / los pies / el peso / las simientes / el cemento / los barcos / el arco / puente puente / fluvial pluvial / columnas colinas / bóveda calabaza / flor y cemento / puente puente punto» (CHAGAS: 1950). En los setenta, la capital marañense vive una nueva expansión, ahora en dirección al norte de la Isla. El puente de San Francisco unió el centro a la franja marítima. Esta intervención fue completada por la construcción de la avenida Maestro João Nunes, que unió los barrios de San Francisco y Punta de Arena, creando la Laguna de Jansen, de 3,5 km^2 , resultado del embalse de las

A Ponte Bandeira Tribuzzi, inaugurada em 1979. PUENTE BANDEIRA TRIBUZZI, INAUGURADO EN 1979. A Barragem do Bacanga, ligando o centro antigo ao setor industrial e portuário. LA PRESA DEL BACANGA, QUE UNE EL CENTRO HISTORICO CON EL SECTOR INDUSTRIAL Y PORTUARIO.

O Porto do Itaqui e as novas estruturas viárias e de habitação. PUERTO DE ITAQUI Y NUEVAS ESTRUCTURAS VIARIAS Y RESIDENCIALES.

1990-2007: A CIDADE ILHA, METROPOLE CULTURAL

Desde a Upaon-Açú dos índios Tupinambás, a condição de ilha caraeriza a cidade de São Luís. São os rios, a la- goa, as praias e áreas de preservação ambiental que conferem sentido e coesão aos fragmentos da cidade. Grandes avenidas em anéis unem os bairros residenciais que por sua vez guardam as qualidades da vida coti- diana. Também a expansão da cidade neste território se dá a partir dos eigões para as várzeas, em direção ao mangue. Na cidade contemporânea cresce o dinamismo e as potencialidades econômicas do território, assim como a diversidade das situações de exclusão social. No- vos empreendimentos comerciais, com centros de co- mercialização de materiais de construção e hipermer- cados, instalam-se em áreas com pouca ou nenhuma densidade comercial, com presença de habitações de classe média ou assentamentos residenciais de baixa renda. Os conjuntos habitacionais dos 70/80, consoli- dam-se em sub-centros, com residências de classe mé- dia, comércio e serviços. Por outro lado, intensifica-se a verticalização da arquitetura residencial e comercial de alguns bairros da cidade como a Ponta d’Areia e Re- nascença, com o aparecimento de edifícios modernos de iniração funcionalista, e surgem novas modalida- des de parcelamento do solo, como os condomínios horizontais que colaboraram para o crescimento do número de construções formais na cidade. Além da demanda local, a malha viária e o sistema de tranortes sofrem os impaos dos fluxos populacio- nais intermunicipais, pois as outras cidades da Ilha fun- cionam como “cidades-satélites” da capital, que é o pólo concentrador de oportunidades de trabalho e dos vín- culos sociais e políticos. Atualmente, a cidade se ex- pande em direção a leste, aos municípios de São José de

1990-2007: LA CIUDAD ISLA,

METROPOLIS CULTURAL

Desde la Upaon-Açú de los Tupinambás, la condición de isla caracteriza a San Luis. Son los ríos, la laguna, las playas y áreas de preservación medioambiental las que dan sentido y cohesión a los fragmentos de ciudad. Grandes avenidas anulares unen los barrios residenciales que conservan calidad de vida. La expansión urbana en este territorio va de los espigones a las vegas, hacia el manglar. La ciudad contemporánea dinamiza la potencia económica del territorio, y la diversidad de situaciones de exclusión social. Nuevas iniciativas comerciales, con centros de comercio de materiales de construcción e hipermercados se instalan en áreas con poca o nula densidad comercial, con presencia de residencias de clase media o asentamientos de baja renta. Los conjuntos habitacionales de los 70 y 80 se consolidan en subcentros, con casas de clase media, comercio y servicios. Por otro lado se intensifica la verticalización de la arquitectura residencial y comercial en barrios como Punta de Arena y Renacimiento, con la aparición de edificios modernos de inspiración funcionalista, y surgen nuevas modalidades de parcelación del suelo, como las comunidades de vecinos o condominios horizontales. La red viaria y el sistema de transportes sufren los impactos de los flujos de población intermunicipales, pues las otras ciudades de la Isla funcionan como «ciudades-satélites» de la capital, que concentra las oportunidades de trabajo y los vínculos sociales y políticos que atraen a la populación insular.

chegando a 65 milhões de toneladas em 2002. São Luís passou a ser também um importante entreposto de de- rivados de petróleo. Assim, na primeira metade da dé- cada de 80, os canteiros de obras dos empreendimen- tos industriais e portuários impulsionaram o setor da construção civil local, gerando postos de trabalho tem- porários para os fluxos de migração de curta distância (intra-regional) que se dirigiram à capital. O adensamento decorrente dos fluxos migratórios para a capital teve impaos positivos no comércio local, com a instalação de lojas de departamentos, shopping center’s e o incremento da rede hoteleira, com em- preendimentos de médio e alto padrão, além da ex- pansão de uma rede privada de serviços clínicos e hoi- talares eecializados (concentrados, de início, nas proximidades do Centro Histórico). Também pode- mos citar a verticalização da arquitetura comercial, com a construção de edifícios de escritórios, em alguns casos conjugados com shopping center’s. De 1971 a 1999 foram construídos 55 conjuntos ha- bitacionais, entre os quais o Angelim, Vinhais, Maio- bão, Cidade Operária, São Raimundo, Jardim Amé- rica I e II, e os conjuntos IPASE, COHAMA, COHAJAP, COHATRAC, COHAPAM e Cohab-Anil I, II, III e IV, configurando uma mancha urbana descontínua. A consolidação de conjuntos habitacionais homogê- neos (habitações populares no sul –Anjo da Guarda– e classes média e alta nas áreas litorâneas –São Fran- cisco, Renascença, Calhau– propiciou o aparecimento de novas centralidades. Neste período ocorre o deslo- camento do centro de consumo das elites para os bair- ros novos do São Francisco e Renascença. Este processo culminou com a transferência da sede do poder estadual para a área de expansão no Calhau, instalando-se no Pa- lácio Henrique de la Roque. Esse modelo de expansão possibilitou também a permanência de vazios urbanos infra-estruturados, com a retenção eeculativa do solo e, por outro lado, o aumento da situação de informali- dade da ocupação do solo urbano, com a favelização. Surgem assentamentos eontâneos como João de Deus, São Bernardo, Vila Brasil, Divinéia, Vila Fecury, Vila Janaína e Vila Luisão, consolidando um padrão de segregação do tipo centro-periferia, no qual se estabe- lecem regiões para os diferentes grupos sociais, com as elites próximas ao centro e ao litoral e as classes popu- lares na periferia, ouvindo o reggae. Pelas ondas curtas das rádios ou chegando a bordo dos navios que aportavam na cidade e, mais tarde, através dos DJs que viajavam até a Jamaica em busca de novas melodias, o reggae anima as festas de bair- ros do centro como Liberdade e Camboa, ealhando- se pela periferia da cidade a partir da década de 70. Nas radiolas e paredões de caixas de auto-falante, as músicas de ícones jamaicanos como Bob Marley e Pe- ter Tosh embalam os passos dos casais na pista de dança e, pouco a pouco, começam a ocupar novos es- paços e deertar o interesse de toda a população, fa- zendo de São Luís a Jamaica Brasileira.

1980, a más de 38 millones en 1993, y 65 millones en 2002. San Luis pasó a ser un importante centro aduanero de derivados del petróleo. Así, en la primera mitad de la década de los 80, los albañiles de las obras industriales y portuarias impulsarán el sector de la construcción civil , generando puestos de trabajo temporales para los flujos de migración intraregional. La densidad de los flujos migratorios a la capital tuvo un impacto positivo en el comercio local, con la instalación de grandes tiendas, centros comerciales y el incremento de la red hostelera, con iniciativas de tipo medio y alto, además de la expansión de una red privada de servicios clínicos y hospitalarios especializados (concentrados, de inicio, en las proximidades del Centro Histórico). La arquitectura comercial se verticalizó, con la construcción de edificios de oficinas, en algunos casos combinados con centros comerciales. De 1971 a 1999 se construyeron 55 conjuntos habitacionales, entre ellos Angelim, Viñales, Maiobão, Ciudad Obrera, San Raimundo, Jardín América I y II, y los conjuntos IPASE, COHAMA, COHAJAP, COHATRAC, COHAPAM e Cohab- Anil (I, II, III y IV), configurando una mancha urbana discontinúa. La consolidación de conjuntos homogéneos (bloques populares en el sur, Ángel de la Guarda, y clases media y alta en el litoral, San Francisco, Renacimiento, Callao) acentuó el declive del centro y de la estructura monocéntrica jerárquica, propiciando la aparición de nuevos «centros». El centro de consumo de las élites se desplaza del casco antiguo a los barrios nuevos de San Francisco y Renacimiento. Este proceso culminó con el traslado de la sede del poder estatal al área de Callao, instalándose en el Palacio Henrique de la Roque. El modelo de expansión posibilitó una cierta desarticulación urbana, con la retención especulativa del suelo por un lado y, por otro, con el aumento del chabolismo. Surgen asentamientos espontáneos (João de Deus, San Bernardo, Villa Brasil, Divinéia, Villa Fecury, Villa Janaína e Villa Luisão) y se consolida una segregación del tipo centro-periferia, con zonas para los diferentes grupos sociales: las élitespróximas al centro y al litoral y las clases populares en la periferia, oyendo música reggae. Saliendo de la radio de onda corta o llegando en los barcos, y más tarde a través de los DJ’s que viajaban a Jamaica en busca de nuevas melodías, el reggae anima las fiestas de los barrios del centro como Libertad y Cambôa, esparciéndose por la periferia a partir de los 70. En radiolas y gramolas, la música de iconos jamaicanos como Bob Marley y Peter Tosh acuna los pasos de las parejas en la pista de baile y, poco a poco, empieza a ocupar nuevos espacios despertando el interés de otras clases sociales, haciendo de San Luis la Jamaica Brasileña.

Bar no centro de São Luís. BAR EN EL CENTRO DE SAN LUIS. © NAVIA