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Arquitetura e clima - resumo da aula bem detalhado. Material para estudo
Tipologia: Esquemas
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Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as influências do clima na arquitetura. Explicar formas de adequar a arquitetura ao clima. Descrever, por meio de exemplos, projetos arquitetônicos adequados ao clima.
Introdução
Certamente você já ouviu falar das grandes alterações que o clima tem gerado na vida das pessoas, seja no modo de agir, de viver, de se relacionar ou de morar. Em regiões quentes, a tendência dos arquitetos é projetar as edificações e os espaços utilizando a luz natural, com grandes aberturas, para que seja explorado o uso desse recurso de forma a proporcionar uma iluminação natural e garantir a ventilação, visando ao conforto dos usuários. Ao projetar em regiões frias, o arquiteto também deve observar alguns aspectos importantes para garantir o conforto, como o aquecimento interno dos ambientes, que deve ser mantido. Assim, os vidros duplos, as janelas com vãos menores e os telhados com uma maior inclinação são alguns dos recursos que podem ser utilizados pelos profissionais para gerar conforto aos futuros usuários desses espaços, conforme leciona Ayoade (1996). Nesse sentido, o conhecimento do clima da região é de grande rele- vância para o desenvolvimento dos projetos, pois somente desse modo será possível criar ambientes e espaços ideais para o uso e a ocupação desejada pelos clientes, de acordo com as necessidades de cada um, segundo Ayoade (1996).
Neste capítulo, você vai estudar as influências do clima na arquitetura e de que forma a arquitetura se adéqua a ele. Por fim, você vai verificar alguns exemplos e recursos de projetos que levam em consideração o clima local.
Influências do clima na arquitetura
Ao iniciar um projeto, o arquiteto deve sempre observar o clima, a região, a orientação solar e os ventos, pois a composição desses elementos, le- vando em consideração as características de cada local, poderá aumentar a eficiência energética das edificações e diminuir o seu impacto ambiental. Por outro lado, quando executada de forma incorreta, a arquitetura pode gerar desconforto aos seus usuários, provocando um aumento no consumo de energia. Ao analisarmos a história das civilizações e da arquitetura, podemos perceber que sempre houve a influência do clima nos projetos. O arquiteto romano Vitrúvio, em De Architectura , composto por 10 volumes e datando de aproximadamente 27 a 16 a.C., já afirmava que as edificações estariam bem adequadas se, desde o princípio, fosse levado em conta o clima do local de construção (AYOADE, 1996). Com esse registro, fica evidenciado que sempre houve a consciência do que deve ser observado e analisado ao realizar um projeto. No entanto, nem todos seguem essas informações, e acabam re- alizando projetos que, depois de executados, precisam de sistemas artificiais para garantir a climatização e a iluminação necessárias para que seus usuários possam permanecer de forma confortável nos ambientes, conforme leciona Ayoade (1996). As construções variam conforme a época e o local em que estão inseridas. O conforto térmico é um dos principais pontos a serem observados, pois ele gera sensação de bem-estar e qualidade de vida nas pessoas; porém, quando desconsiderado ou avaliado da maneira errada, pode criar o efeito contrário. As soluções de conforto térmico em um projeto arquitetônico dependem do clima local, dos materiais aplicados e dos sistemas construtivos que serão utilizados em cada projeto, conforme afirma Ayoade (1996). Ainda conforme Ayoade (1996), entre os fatores que devem ser ob- servados na elaboração de um projeto, estão as temperaturas, a umidade do ar, os ventos e a orientação solar. O estudo detalhado do local vai
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regiões extremamente quentes, é preciso ter cuidado para manter a alta umi- dade, para não aparentar um clima de deserto, conforme leciona Ayoade (1996).
Veja, por meio de realidade aumentada, um exemplo de edificação localizada em região de clima quente cujas arquitetura (pelos grandes vão de abertura) e decoração (pelo uso de cores claras, por exemplo) aproveitam a iluminação e o clima naturais.
Aponte para o QR code ou acesse o link https://goo.gl/RtwuxK para ver o recurso..
Quando for a situação inversa, isto é, projetos em lugares extremamente frios , há pontos distintos a serem observados para proporcionar o conforto térmico. Existe a necessidade de isolamento térmico para manter os ambien- tes aquecidos; os telhados devem ter uma inclinação mais acentuada, para proporcionar uma área maior de captação de calor e evitar o acúmulo de neve; as janelas podem apresentar vidro duplo, que também funciona como um isolante térmico e acústico, conforme aponta Ayoade (1996).
Veja, por meio de realidade aumentada, exemplos de edificações que, por serem localizadas em região de clima extremamente frio, apresentam poucas aberturas e telhados com inclinação.
Aponte para o QR code ou acesse o link https://goo.gl/RtwuxK para ver o recurso.
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Devido à sua grande extensão de área e localização, o Brasil possui grande variação climática , apresentando diferentes climas em seu território (DOLCE, [2018]). Veja, a eguir, os principais climas no Brasil.
Equatorial: é o clima predominante na Região Amazônica (Região Norte) e em parte dos estados do Maranhão e do Mato Grosso. As temperaturas médias são elevadas, com grande quantidade de chuva e muita umidade. Tropical: clima presente nos estados das Regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste, onde encontramos duas estações bem definidas — in- verno (seco) e verão (chuvoso). A temperatura média varia entre 18°C e 28°C, com presença de umidade e índice de chuvas de médio a elevado. Semiárido: clima presente no interior nordestino. A temperatura é elevada, com chuvas escassas e irregulares e umidade do ar muito baixa. Subtropical: esse clima está presente na região sul dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, e no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. O verão é quente e o inverno é bem frio. No inverno há muita incidência das frentes frias vindas da Antártida. Tropical de altitude: clima predominante nas regiões mais altas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. As temperaturas médias variam de 15°C a 22°C. O verão apresenta muitas chuvas; o inverno sofre a influência das massas de ar frias vindas do Oceano Atlântico. Tropical Atlântico: clima das regiões litorâneas, indo do Paraná até o Rio Grande do Norte. As temperaturas são elevadas, as chuvas são regulares e bem distribuídas, sendo mais intensas no Sul e no Sudeste, durante o verão, e no Nordeste, durante o inverno.
Projetos arquitetônicos adequados ao clima
A arquitetura sempre esteve muito presente ao longo de toda a história das civilizações. As formas de construções e as técnicas construtivas utilizadas nos permitem conhecer como surgiram as cidades e como ocorreu a evolução urbana dos espaços. Podemos perceber que, com o crescimento das cidades, houveram diversas alterações provocadas pelas interferências do homem na natureza. O clima nos grandes centros urbanos mudou completamente
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Os projetos arquitetônicos devem seguir as normas de cada local, em especial o COE da cidade onde se situam. Porém, muitas dessas normas são antigas e não estabelecem exigências relacionadas à observância do clima do local do projeto (DOLCE, [2018]). Analisando o clima, a região, a localização do terreno, entre outros aspectos, o arquiteto poderá tirar o melhor proveito das características locais para apresentar soluções em seu projeto. Essa análise vai determinar o que será apresentado em relação ao conforto térmico e o tipo de ventilação que será utilizada. A ventilação natural é uma boa estratégia para grande parte das cidades brasileiras. Esse recurso reduz significativamente a carga térmica gerada e absorvida dentro pelos ambientes. Para que funcione, é necessário que os ventos circulem por diferenças de pressão ou por torres de ventilação (DOLCE, [2018]). Outro recurso é o uso do resfriamento evaporativo , que ocorre por meio de espelhos de água e é indicado para locais quentes e secos (Figura 2).
Figura 2. O resfriamento evaporativo é gerado por meio de espelhos de água. Fonte: Adaptada de Lisboa (2018).
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É recomendado unir o uso de soluções como ventilação cruzada, pé-direito duplo, beirais e brises a outras tecnologias. Em algumas regiões, também é indicado o sombreamento das aberturas , principalmente no verão, quando a radiação solar é mais intensa. Estudos simples de geometria da insolação nos indicam a melhor posição de brises — horizontal, vertical ou ambos — para determinada orientação e local (DOLCE, [2018]). Para regiões mais frias, o aquecimento solar passivo , que acontece por meio de aberturas translúcidas voltadas para o sol (Figura 3), pode ser uma solução para garantir o aquecimento do ambiente durante o dia, pois gera um efeito estufa.
Figura 3. Abertura translúcida voltada para o sol, garantindo o aquecimento solar passivo. Fonte: Adaptada de mitry Zimin/Shutterstock.com.
O uso de paredes e telhados verdes é outra opção de conforto térmico (Figura 4). Esse tipo de estratégia fornece resistência térmica à cobertura, onde a radiação solar é mais intensa no período de verão (DOLCE, [2018]).
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AYOADE, J. O. Introdução a climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. DOLCE, M. Conforto ambiental: veja soluções arquitetônicas que oferecem bem- -estar. AECweb, [2018]. Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/ conforto-ambiental-veja-solucoes-arquitetonicas-que-oferecem-bemestar_10668_0>. Acesso em: 26 out. 2018. LISBOA. Câmara Municipal de Lisboa. Jardim Amália Rodrigues. Lisboa, PT, 2018. Dis- ponível em: <http://www.cm-lisboa.pt/equipamentos/equipamento/info/jardim- -amalia-rodrigues>. Acesso em: 26 out. 2018. SÃO PAULO. Prefeitura de São Paulo. Lei nº. 11.228, de 25 de junho de 1992. Código de obras e edificações (COE). Diário Oficial Executivo, São Paulo, SP, 26 jun. 1992. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/upload/ pinheiros/arquivos/COE_1253646799.pdf>. Acesso em: 26 out. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220: Desempenho térmico de edificações. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: <http://sinop.unemat.br/site_antigo/ prof/foto_p_downloads/fot_9080nby_15220_pdf.pdf>. Acesso em: 26 out. 2018. CHING, F. D. K.: ECKLER, J. F. Introdução a arquitetura [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Bookman, 2014. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº. 307, de 5 de julho de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 jul. 2002. Disponível em: <http://www2.mma. gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=307>. Acesso em: 26 out. 2018. CORNETET, B. C.; PIRES, D. G. M. (Org.). Arquitetura [recurso eletrônico]. Porto Alegre: SAGAH, 2016.
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