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Arché para os filósofos pré-socráticos, Notas de estudo de Teologia

Arché - Arché

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 19/08/2008

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vanessa-smaniotto-6 🇧🇷

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Arché
Para os filósofos pré-socráticos, a arché seria um princípio que deveria estar presente em
todos os momentos da existência de todas as coisas; no início, no desenvolvimento e no fim
de tudo. Princípio pelo qual tudo vem a ser. Segundo Rudini Sampaio, “A fonte ou origem,
foz ou termo último, e permanente sustento (ou substância) de todas as coisas”. Assim, é a
origem, mas não como algo que ficou no passado e sim como aquilo que, aqui e agora, dá
origem a tudo, perene e permanentemente.
Os princípios
Tales de Mileto : Água
Para Tales, a arché seria a água. Jostein Gaarder observa que provavelmente ao visitar o
Egito, Tales observou que os campos ficavam fecundos após serem inundados pelo Nilo.
Tales então viu que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida,
que os germens são úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de
tudo era a água. É preciso observar que Tales não considerava a arché água como nosso
pensamento de água líquida, e sim, na água em todos os seus estados físicos. Tudo, então,
seria a alteração dos diferentes graus desta. Aristóteles atribuiu a Tales a idéia de uma causa
material como origem de todo o universo.
“... a água é o princípio de todas as coisas...”
Anaximandro de Mileto : O apeíron
Rudini observa que Anaximandro tinha um argumento contra Tales: o ar é frio, a água é
úmida, e o fogo é quente, e essas coisas são antagônicas entre si, portanto um o elemento
primordial não poderia ser um dos elementos visíveis, teria que ser um elemento neutro,
que está presente em tudo, mas está invisível. Anaximandro foi um dos pré-socráticos que
mais se diferenciaram na sua concepção da arché por não a ver como um elemento
determinado, material. Considerava o infinito como o princípio das coisas, e o chamou de
apeíron, considerava então, que o limitado não poderia ser a origem das coisas limitadas.
Explica que as coisas nascem do infinito através de um processo de separação dos
contrários (seco-úmido). "Anaximandro ainda afirmaria que os primeiros animais nasceram
no elemento líquido e, pouco a pouco, vieram para o ambiente seco, mudando o seu modo
de viver por um processo de adaptação ao ambiente, extremamente coerente com as teorias
evolucionistas de Charles Darwin."
“... o ilimitado é imortal e indissolúvel...”
Anaxímenes de Mileto : O ar
Anaxímenes, discípulo de Anaximandro, discorda de que os contrários podem gerar várias
coisas. Colocou o ar como Arché, porque o ar, melhor que qualquer outra coisa, se presta a
variações, e também devido à necessidade vital deste para os seres vivos. A rarefação e
condensação do ar formam o mundo. A alma é ar, o fogo é ar rarefeito; quando acontece
uma condensação, o ar se transforma em água, se condensa ainda mais e se transforma em
terra, e por fim em pedra. Destacou-se por ser o primeiro a fornecer a causa dinâmica que
faz todas as coisas derivarem do princípio uno (condensação e rarefação).
“... do ar dizia que nascem todas as coisas existentes, as que foram e as que serão, os
deuses e as coisas divinas...”
Xenófanes de Cólofon : A terra
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Arché

Para os filósofos pré-socráticos, a arché seria um princípio que deveria estar presente em todos os momentos da existência de todas as coisas; no início, no desenvolvimento e no fim de tudo. Princípio pelo qual tudo vem a ser. Segundo Rudini Sampaio, “A fonte ou origem, foz ou termo último, e permanente sustento (ou substância) de todas as coisas”. Assim, é a origem, mas não como algo que ficou no passado e sim como aquilo que, aqui e agora, dá origem a tudo, perene e permanentemente.

Os princípios

Tales de Mileto : Água

Para Tales, a arché seria a água. Jostein Gaarder observa que provavelmente ao visitar o Egito, Tales observou que os campos ficavam fecundos após serem inundados pelo Nilo. Tales então viu que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida, que os germens são úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de tudo era a água. É preciso observar que Tales não considerava a arché água como nosso pensamento de água líquida, e sim, na água em todos os seus estados físicos. Tudo, então, seria a alteração dos diferentes graus desta. Aristóteles atribuiu a Tales a idéia de uma causa material como origem de todo o universo.

“... a água é o princípio de todas as coisas...”

Anaximandro de Mileto : O apeíron

Rudini observa que Anaximandro tinha um argumento contra Tales: o ar é frio, a água é úmida, e o fogo é quente, e essas coisas são antagônicas entre si, portanto um o elemento primordial não poderia ser um dos elementos visíveis, teria que ser um elemento neutro, que está presente em tudo, mas está invisível. Anaximandro foi um dos pré-socráticos que mais se diferenciaram na sua concepção da arché por não a ver como um elemento determinado, material. Considerava o infinito como o princípio das coisas, e o chamou de apeíron, considerava então, que o limitado não poderia ser a origem das coisas limitadas. Explica que as coisas nascem do infinito através de um processo de separação dos contrários (seco-úmido). "Anaximandro ainda afirmaria que os primeiros animais nasceram no elemento líquido e, pouco a pouco, vieram para o ambiente seco, mudando o seu modo de viver por um processo de adaptação ao ambiente, extremamente coerente com as teorias evolucionistas de Charles Darwin."

“... o ilimitado é imortal e indissolúvel...”

Anaxímenes de Mileto : O ar

Anaxímenes, discípulo de Anaximandro, discorda de que os contrários podem gerar várias coisas. Colocou o ar como Arché, porque o ar, melhor que qualquer outra coisa, se presta a variações, e também devido à necessidade vital deste para os seres vivos. A rarefação e condensação do ar formam o mundo. A alma é ar, o fogo é ar rarefeito; quando acontece uma condensação, o ar se transforma em água, se condensa ainda mais e se transforma em terra, e por fim em pedra. Destacou-se por ser o primeiro a fornecer a causa dinâmica que faz todas as coisas derivarem do princípio uno (condensação e rarefação).

“... do ar dizia que nascem todas as coisas existentes, as que foram e as que serão, os deuses e as coisas divinas...”

Xenófanes de Cólofon : A terra

O elemento primordial para Xenófanes é a terra, através do elemento terra desenvolve sua cosmologia. Sua filosofia tinha sua lógica, pois, afinal, tudo o que existe começa na terra e tudo volta para a terra, tanto animais quanto plantas. Apesar de tudo, ainda temos aqueles que acreditam que a água seja o começo e questionam o porquê da terra como justificativa, se a maior parte do planeta era feita de água. Tal questão era respondida com a justificação de que o fundo do oceano era feito de terra.

“... tudo sai da terra e tudo volta à terra...”

Heráclito de Éfeso : O fogo

Heráclito atribuiu o fogo como princípio de todas as coisas. "O fogo transforma-se em água, sendo que uma metade retorna ao céu como vapor e a outra metade transforma-se em terra. Sucessivamente, a terra transforma-se em água e a água, em fogo." Mas Heráclito era mobilista e afirmava que todas as coisas estão em movimento como um fluxo perpétuo. Ou seja, usa o fogo apenas como símbolo de todo este movimento. Heráclito imaginava a realidade dinâmica do mundo sob a forma de fogo, com chamas vivas e eternas, governando o constante movimento dos seres.

“... descemos e não descemos nos mesmos rios; somos e não somos...”

Pitágoras de Samos : O número

Os pitagóricos interessavam-se pelo estudo das propriedades dos números - para eles o

número (sinônimo de harmonia) era considerado como essência das coisas - é constituído então da soma de pares e ímpares, noções opostas (limitado e ilimitado) respectivamente números pares e ímpares expressando as relações que se encontram em permanente processo de mutação. Teriam chegado à concepção de que todas as coisas são números.

“... o princípio das matemáticas é o princípio de todas as coisas...”

Os pitagóricos se dispersam e passam a atuar amplamente no mundo helênico, levando a todos os setores da cultura o ideal de salvação do homem e da polis através da proporção e da medida.

Empédocles de Agrigento : Os quatro elementos

Empédocles acreditava que a natureza possuía quatro elementos básicos, ou raízes: a terra, o ar, o fogo e a água. Não é certo, portanto, afirmar que “tudo” muda. Basicamente, nada se altera. O que acontece é que esses quatro elementos diferentes simplesmente se combinam e depois voltam a se separar para então se combinarem novamente. O que unia e desunia os quatro elementos eram dois princípios: o amor e o ódio. Os quatro elementos e os dois princípios seriam eternos e imutáveis, mas as substâncias formadas por eles seriam pouco duradouras. Jostein Gaardner afirma que talvez Empédocles tenha visto uma madeira queimar, alguma coisa aí se desintegra. Alguma coisa na madeira estala, ferve, é a água, a fumaça é o ar, o responsável é o fogo, e as cinzas são a terra. As verdades não seriam mais absolutas, como nos eleatas, mas proporcionais à medida humana. As coisas são imóveis, mas o que percebemos com os sentidos não é falso. Então, as duas forças atuariam nas substâncias, o amor e o ódio. O amor agiria como força de atração e união, o ódio como força de dissolução. Em quatro fases, existe a alternância dos dois. Estabelece um ciclo, com a tensão da convivência dessas forças motrizes.

Anaxágoras de Clazomena : As homeomerias

Anaxágoras achava que a natureza era composta por uma infinidade de partículas

minúsculas, invisíveis a olho nu. Assim, em tudo existia um pouco de tudo. Segundo