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Aprendizagem Significativa: A Teoria de David Ausubel - Uma Análise Crítica, Trabalhos de Psicologia da Aprendizagem

Este artigo acadêmico apresenta uma análise crítica da teoria da aprendizagem significativa de david ausubel, explorando seus principais conceitos, como subsunçores, aprendizagem mecânica e significativa, e as condições para a sua ocorrência. O texto destaca a importância da interação entre conhecimentos prévios e novos, bem como a utilização de organizadores prévios para facilitar a aprendizagem significativa. Além disso, o artigo discute a aplicação da teoria em diferentes áreas do conhecimento, como ciências, literatura e línguas.

Tipologia: Trabalhos

2022

Compartilhado em 18/12/2024

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riquelmi-francisco-da-rocha 🇧🇷

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ESPAÇO

PEDAGÓGICO

RESENHA

v. 25, n. 2, Passo Fundo, p. 577-580, maio/ago. 2018 | Disponível em www.upf.br/seer/index.php/rep ESPAÇO PEDAGÓGICO 577

Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel

Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel

Luiz Marcelo Darroz*

O ensino de ciências tem assumido um espaço importante no processo de for- mação de cidadãos críticos, éticos e com capacidade de interpretar o mundo à sua volta. Tal fato evidencia a necessidade do desenvolvimento de novas metodologias que possibilitem aos estudantes fazer a associação dos assuntos estudados nos bancos escolares com a sua vivência cotidiana. Nessa direção, buscando estratégias de ensino que proporcionem a interação dos assuntos escolares com os conhecimentos contidos na mente dos estudantes, a teoria da aprendizagem significativa, proposta por David Paul Ausubel em 1963, tem sido muito utilizada por pesquisadores e especialistas da área, para funda- mentar suas propostas. Por esse motivo, muitas obras vêm sendo publicadas com vista a difundir os princípios que estruturam essa teoria. O livro de Marco Antônio Moreira e Elcie Aparecida Fortes Salzano Masini, intitulado Aprendizagem significativa : a teoria de David Ausubel, é um exemplo que se destaca, por apresentar os elementos da teoria da aprendizagem significati- va de forma simples, objetiva e de fácil compreensão. A obra inicia com a constata- ção dos autores de que a aprendizagem é muito mais do que uma simples execução de comandos, e é necessário colocar o aprendiz como sujeito ativo nesse processo. A partir dessas concepções, bem como da compreensão de que cada indivíduo apresenta conhecimentos sobre diversos aspectos, e os simples fatos de nascer e viver são suficientes para inserir elementos na mente de uma pessoa, o primeiro capítulo, “A Teoria Cognitiva da Aprendizagem”, discute os elementos estruturan- tes da teoria da aprendizagem significativa. Ainda na abertura do capítulo, evi- dencia-se que a teoria prioriza a aprendizagem cognitiva, e a aprendizagem signi- ficativa é o processo pelo qual o novo conhecimento se articula a uma determinada estrutura cognitiva prévia, denominada subsunçor. No decorrer da obra, os autores revelam que Ausubel defende a ideia de que a nova informação se vincula a aspectos relevantes preexistentes na estrutura cog- nitiva, e, nesse processo, ambas se modificam. Tal estrutura é concebida como o

  • (^) Doutor em Educação em Ciências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor de Física na Universida- de de Passo Fundo e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática na mesma instituição. E-mail: ldarroz@upf.br

Recebido em 29/09/2017 – Aprovado em 04/02/ http://dx.doi.org/10.5335/rep.v25i2.

v. 25, n. 2, Passo Fundo, p. 577-580, maio/ago. 2018 | Disponível em www.upf.br/seer/index.php/rep ESPAÇO PEDAGÓGICO 579

Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel

A aprendizagem em que a nova informação, mais geral que os subsunçores preexistentes, é adquirida e assimilada pela estrutura cognitiva do estudante cha- ma-se de “aprendizagem superordenada”. Quando os novos conceitos não estabele- cem relação de subordinação ou de superordenação com um subsunçor específico, mas com um conteúdo geral presente na estrutura cognitiva do estudante, a apren- dizagem é conhecida como “combinatória”. Por fim, no primeiro capítulo, os autores ressaltam, ainda, dois importantes processos que, segundo Ausubel, surgem durante a aprendizagem significativa: a “diferenciação progressiva” e a “reconciliação integrativa”. A primeira ocorre quando se observa que o subsunçor se modificou a partir da introdução de uma nova informação, que também se alterou e recebeu novo significado. Já, a segunda, que acontece na aprendizagem significativa superordenada ou na combinatória, concretiza-se quando se estabelecem relações entre os conceitos já existentes na estrutura cognitiva, ou seja, quando há uma relação entre os subsunçores, que se organizam e adquirem novos significados. Os capítulos dois, três e quatro, embora menos extensos, apresentam elemen- tos importantes ao processo de ensino de ciências. No segundo capítulo, são dis- cutidos a aquisição e o uso de conceitos na perspectiva da teoria da aprendizagem significativa. A obra expressa claramente que cada pessoa constrói uma base de conhecimentos, ou seja, que os conhecimentos são formados e assimilados. Quando criança, o ser humano classifica os conhecimentos utilizando-se da experiência. Posteriormente, pode assimilar conceitos mais abstratos, sem a necessidade de experimentar. Assim, os conceitos têm aspecto conotativo, e os seus significados, para Ausubel, tornam-se fenomenológicos, quando se levam em consideração os aspectos particulares da pessoa que os formulou. A obra evidencia a importância do professor em criar e desenvolver métodos que permitam uma melhor organização da forma de ensino, auxiliando o aprendiz a explorar seu conhecimento e localizar o meio mais adequado de assimilação. Nes- se sentido, o terceiro capítulo, denominado “Um modelo para planejar a instrução”, discute a utilização de mapas conceituais no processo de ensino. Os mapas conceituais são compreendidos como representações ou diagramas que indicam relações entre conceitos, ou, ainda, podem ser interpretados como diagramas hierárquicos que buscam apresentar, de forma reflexiva, a organização conceitual de um corpo de conhecimentos ou de parte dele. Os autores salientam que os mapas podem ser usados para mostrar as relações hierárquicas entre os conceitos que estão sendo ensinados numa única aula, numa unidade de estudo ou num curso inteiro.

580 ESPAÇO PEDAGÓGICO v. 25, n. 2, Passo Fundo, p. 577-580, maio/ago. 2018 | Disponível em www.upf.br/seer/index.php/rep

Luiz Marcelo Darroz

A obra indica que, entre as possíveis vantagens da utilização de mapas con- ceituais, destacam-se a possibilidade de enfatizar a estrutura conceitual de uma disciplina e o papel dos sistemas conceituais no seu desenvolvimento; a de mostrar que os conceitos de uma certa disciplina diferenciam-se quanto aos graus de inclu- sividade e generalidade, ao apresentar esses conceitos numa ordem hierárquica de inclusividade que facilite a sua aprendizagem e a sua retenção; e a de promover uma visão integrada do assunto em uma espécie de “listagem” daquilo que foi abor- dado nos materiais instrucionais. Isto é, os mapas conceituais possibilitam a iden- tificação: da estrutura de significados aceita no contexto da matéria de ensino; dos conceitos subsunçores (significados) necessários para a aprendizagem significativa na matéria de ensino; e dos significados preexistentes na estrutura cognitiva do aprendiz. Ainda, permitem a organização sequencial do conteúdo e da seleção dos materiais curriculares, usando as ideias de diferenciação progressiva e de reconci- liação integrativa como princípios programáticos; e do ensinar, usando organiza- dores prévios, para fazer pontes entre os significados que o aluno já tem e os que ele precisaria ter para aprender significativamente a matéria de ensino, bem como para o estabelecimento de relações explícitas entre o novo conhecimento e aquele já existente e adequado para dar significados aos novos materiais de aprendizagem. Por fim, o quarto capítulo, intitulado “Exemplos de utilização da teoria”, des- creve algumas propostas de sequências de ensino de Física, de Literatura, de Lín- gua Estrangeira e de Biologia, estruturadas com base nos pressupostos da teoria da aprendizagem significativa. Sendo assim, a obra tem como foco a forma cognitiva de aprendizagem, e a discussão central está na ideia de que a aprendizagem será significativa ao se efetivar a interação não literal e não arbitrária entre conhecimentos prévios e co- nhecimentos novos. Nesse processo, os novos conhecimentos adquirem significado para o sujeito, e os conhecimentos prévios, novos significados ou maior estabilidade cognitiva.

Referência

MOREIRA, M. A.; MASINI, E. F. S. Aprendizagem significativa : a teoria de David Ausubel. São Paulo: Centauro, 2006.