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Aprendizagem pelas conseqüências: o controle ..., Notas de estudo de Probabilidade

mente quando a extinção segue ao reforçamento contínuo do comportamento ... Outra diferença entre punição e extinção refere-se ao processo: a punição.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Pipoqueiro
Pipoqueiro 🇧🇷

4.5

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~.éprTULO 4
Aprendizagem
pelas conseqüências:
ocontrole aversivo
:-.~. sabemos, CLcoillportamento operante é aquele que
~.·.~zmodificações no ambiente e que é afetado por elas.
c~~~amostais modificações no ambiente de conseqüências
~mportamento. Já...~~_<=.cmhecetambém um tipo dessas
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reforço positivo (reforçoporque aumenta a probabilidade
· ·:~'ortamento reforçadavoltar a ocorre.!;positivo porque a modificação produzida no
··,··:Te erasempre a adição de um estímulo). Por exemplo, quando o rato pressio-
· ~.?,rra,aparece uma gota de água em seu ambiente; quando a criança pede
. ~:ce, ela recebe um doce (ela não tinha o doce, agora tem). Nos exemplos de
~;Jpositivo vistos no Capítulo 3, o organismo comportava-se para que algo
..::'cesse, para que um estímulo fosse produzido .
.~ssecapítulo, veremos que existem outros tipos de conseqüências do compor-
· ::-.:0 que também aumentam sua freqüência (reforço negativo), e outras
::"llinuem sua freqüência (punição positiva e punição negativa). A esses
je conseqüências damos o nome de controle aversivo do comportamento.
~.''':r que "controle aversivo do comportamento"?
.:.:! todos os seres vivos agem buscando livrar·se de contatos prejudiciais ... Provavelmente, esse
. : .:'ecomportamento desenvolve·se devido ao seu valor de sobrevivência.
::':'1ner, 1983, p. 24).
c··.·'s que o reforço positivo é uma conseqüência controladora do comporta-
que a sua ocorrência torna o comportamento mais provável. Ou seja,
Gedac - Material para Iniciantes
Texto 03
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~.éprTULO 4 Aprendizagem pelas conseqüências: o controle aversivo

:-.~.já sabemos, CLcoillportamento operante é aquele que

~.·.~z modificações no ambiente e que é afetado por elas. c~~~amostais modificações no ambiente de conseqüências ~mportamento. Já...~~_<=.cmhecetambém um tipo dessas u' ~,.{üências:o reforço. Mais especificamente, foi aborda- reforço positivo (reforço porque aumenta a probabilidade

· ·:~'ortamento reforçadavoltar a ocorre.!;positivo porque a modificação produzida no

··,··:Te era sempre a adição de um estímulo). Por exemplo, quando o rato pressio-

· ~.?,rra, aparece uma gota de água em seu ambiente; quando a criança pede . ~:ce, ela recebe um doce (ela não tinha o doce, agora tem). Nos exemplos de

~;J positivo vistos no Capítulo 3, o organismo comportava-se para que algo

..::'cesse, para que um estímulo fosse produzido.

.~ssecapítulo, veremos que existem outros tipos de conseqüências do compor- · ::-.:0 que também aumentam sua freqüência (reforço negativo), e outras : :"llinuem sua freqüência (punição positiva e punição negativa). A esses je conseqüências damos o nome de controle aversivo do comportamento.

~.':r'' que "controle aversivo do comportamento"? .:.:! todos os seres vivos agem buscando livrar·se de contatos prejudiciais ... Provavelmente, esse

. : .:'e comportamento desenvolve·se devido ao seu valor de sobrevivência.

::':'1ner, 1983, p. 24).

c··.·'s que o reforço positivo é uma conseqüência controladora do comporta-

já que a sua ocorrência torna o comportamento mais provável. Ou seja,

Gedac - Material para Iniciantes Texto 03

  • Aprendizagem pelas conseqüências: o controle aversivo

se faço algo que produz uma conseqüênciareforçadora, continuo agindo assim, senão parQ. Reforço negativo e punição (positiva e negativa) também são conseql1êri- éias do comportamento que exercem controle sobre ele, pois interferem na probabilidade de sua ocorrência futu- ra: se faço algo que tem como conseqüência um reforço negativo, voltarei a fazê-Io; se faço algo que tem como conseqüência uma punição, seja positiva, seja negativa, não farei mais. Por esse motivo, dizemos qlle esses três tipos de conseqüência do comportamento também o controlam. Mas por que controle aversivo? Defende-se---------..~.. -.-.- qU_,e o controle exercido pelos trê~~ipos. -- de conseqüências é aversivo porque o indivíduo se

comporta para que algo não aconteça, ou seja, para

subtrair um estímulo do ambiente ou para fazer com que ele nem mesmo ocorra. Qs,organismos tendem.a evitar ou fugir daquilo que lhes é aversivQ. Muitas pes- soas respeitam o limite de velocidade para não serem multadas; muitos estudantes freqüentam as aulas para não ficarem com falta, muitas pessoas não expõem suas idéias para não serem criticadas; mentem para não serem punidas, e assim por diante. De fato, é possível que, em boa parte de seu dia-a-dia, o indivíduo passe emitindo comportamentos ou deixa de emiti-Ios para que algo não aconteça. <=) controle aversivo diz respeito à modificação na freqüência do comportamento utilizando-se o reforço negativo (aumento na freqüência) e punição positiva ou negativa (diminuição na freqüência), De certa forma, a extinção também se confi- gura como algo aversivo, sendo observadas fortes reações emocionais, principal- mente quando a extinção segue ao reforçamento contínuo do comportamento (isto é, todas as respostas eram seguidas de reforço). Contudo, não se considera a extinção como controle aversivo, principalmente ao envolver reforçamento diferencial.

.Estímulo Aversivo é um conceito relacional (envolve relações entre eventos)

e. funcionaL Não existem estímulos eminentemente aversivos que serão aversivos para todas as pessoas. Por exemplo, uma música do Bruno e Marrone pode ser um estímulo extremamente aversivo para algumas pessoas, mas um estímulo reforçador poderoso para outras. Sendo assim, Qs__estímulos aversivos serão defi- l1idos como aqueles que reduzem a freqüência do comportamento que os produ- .zem (estímulos punidores positivos), ou aumentam a freqüência do comporta- mento que os retiram (estímulos reforçadores negativos). Por conseguinte, so- mente faz sentido falar em estímulos aversivos no reforço negativo e na punição positiva. ~l!gas vezes, utiliza-se reforço negativo no lugar de estímulo aversivo, como se a punição positiva fosse a apresentação de um reforço negativo, o que é vm err9: Vale lembrar que o reforço negativo produz um aumento na freqüência do comportamento, não podendo participar da punição. Nesse caso, o correto seria dizer que, na punição positiva, o comportamento produz a apresentação de um estímulo aversivo, resultando na diminuição da probabilidade de emissão do mesmo comportamento no futuro.

11I Aprendizagem pelas conseqüências: o controle aversivo

Situação

Comportamento Conseqüência Tipo de operação

Natureza do estímulo Efeito sobre o comportamento Notação (representação)

Reforço positivo Animal na caixa de Skinner privado de água Pressionar a barra Apresentação de água Adicionar estímulo (água) ao ambiente Estimulo reforçador positivo (SR+) Aumenta a probabilidade de ocorrência

Reforço negativo Animal na caixa de Skinner recebendo choque elétrico Pressionar a barra Retirada do choque Retirar estimulo (choque elétrico) do ambiente Estímulo reforçador negativo (SR-) Aumenta a probabilidade de ocorrência

são do comportamento humano. Essa importância se deve ao fato de que vário,

de nossos comportamentos cotidianos produzem supressão, adiamento ou can-

celamento de estímulos aversivos do ambiente, e não a apresentação de estímulo'

reforçadores. Leis, normas, códigos de ética, todos estabelecem conseqüência'

para nossos comportamentos que queremos evitar: mentimos, inventamos histÓ-

rias, apresentamos "desculpas esfarrapadas" para os outros e para nós mesmc'

para evitar conseqüências aversivas. Via de regra, dois tipos de comportamenL

operante são mantidos por contingências de reforço negativo: comportame11tL-

de fuga e comportamento de esquiva.

Comportamento de fuga e comportamento de esquiva

])---ºis. tipo.s_clecoPlportamento são mantidos por reforço negati~. Consideramc;

que um comportamento é uma fuga no momento em que um determinado estÍm;-

Ia aversivo está presente no ambiente, e esse comportamento retira-o do ambiente

como no caso de um adolescente usar um creme para secar uma acne que já eSE

em seu rosto. Nesse caso, a resposta de usar o creme é uma fuga, mantida pele

retirada da espinha da face, que é um estímulo aversivo já presente. Jáa_e~u~:

é um comportamento que evita ou atrasa o contato com um esthnulo aversi\C

isto e, o comportamento de esquiva ocorre quando um determinado estÍmu:_

aversivo não está presente no ambiente, e emitir este comportamento (de esquiE

faz com que o estímulo não apareça, ou demore mais para aparecer:._PorexempL

se o adolescente faz uma di~ta menos calórica para evitar o aparecimento d~

espinhas, nesse caso, as espinhas ainda não estão presentes, e a resposta (compo~-

tamento) d~.!~zerdieta evitou a apresentação do estímulo aversivo, constituindc -

se em uma esquiva.

Moreira & Medeiros •

~lg-'-!l1§~~emplos comuns de f!1gª e esquiva

1) Ar_ru!l1:arogllarto logo que acordamos para evitar reclamações da mãe é

~~ exenJplo .~~é:.esquiva, pois a mãe ainda não está reclamando. Por outro

lado, se a mãe vê o quarto desarrumado e começa a brigar, nós o arrumamos

para que ela pare, o que é um exemplo de fuga. Nesse caso, a briga já está

presente.

2) Fazer uma revisão no carro antes de viajar é um exemplo de esquiva. O

carro está funcionando perfeitamente, mas a revisão é feita para que o

carro não apresente problemas no meio da viagem. Note que o carro ainda

não está com problemas e a revisão é feita para evitar sua apresentação.

Entretanto, se o carro começa a fazer um barulho atípico no meio da estra-

da, o comportamento de levá -10 a um mecânico é um exemplo de fuga,

pois o estímulo aversivo (ou seja, o barulho) já está presente.

3) Fazer a barba quando a namorada já está reclamando dos beijos que arra-

nham sua face é um exemplo de fuga, pois a reclamação já está presente.

Seria esquiva caso o namorado fizesse a barba antes de encontrá-Ia para

evitar a reclamação que ainda não está presente.

4) Alguém está lhe contando uma história muito chata e você diz: "Amigo,

me desculpe, mas estou atrasado para um compromisso, tenho que ir... ". Sair de

perto do "chato" é um exemplo de fuga; já se você "desconversa" e sai de

perto do sujeito antes de ele começar a contar histórias chatas, você está

se esquivando.

Portanto, ~rrls_ttégiainteressante de diferenciar os dois tipos de comporta-

mento consiste em considerar a esquiva comQ uma prevenção, e a fuga como

lima remedÍação ~,sonsiderando-se que "pre\ienir é melhor do que remediar",

~_IJJj.~n::osmais comportamentos de esquiva do que de fuga: Isto é, na esquiva,

prevenimos a apresentação de estímulo aversivo, enquanto na fuga remediamos

a situação de forma que o estímulo aversivo já presente seja suprimido.

~_i~portaIlt~l].otar que os cOI1]portamentos fuga e esquiva somente são esta-

J;lelecidose mantidos em contingências de reforço negativo. Logo, não observare-

mos fuga e esquiva em contingências de reforço positivo e de punição.

A fugiL~ sempre a primeira a ser aprendidª

De início, somos modelados a emitir respostas que retirem estímulos aversivosjá

gresentes, como fugir de um predador, por exemplo. Não temos como explicar o

comportamento que ocorre sob o controle de algo que não está ocorrendo ainda.

De fato,.certos estímulos, por terem precedido a apresentação de estímulos aver-

sivos nQpassado, tornam a resposta de esquiva mais provável. Como o sol forte

precedeu as queimaduras no passado, este se torna um estímulo que aumenta a

probabilidade de emissão de um comportamento que as previne (no caso, a emis-

são da resposta de passar protetor solar). Todavia, é importante notar que o sol

só adquiriu tal função comportamental por ter precedido queimaduras no pas-

sado. Ou seja, tivemos que fugir das queimaduras no passado para aprender a

função aversiva do sol, e só assim somos conduzidos a emitir uma resposta que

Moreira & Medeiros _

E'9ura 4, :omportamento de esquiva (procedimento esquiva de Sidman). O rato aprendeu, depois : ~ "gumas fugas, que, se passar de uma lado para outro antes de 30 segundos, ele evita o choque, o ~sso o que ele está fazendo.

Sendo assim, denominamos comportamento defuga aqueles em que um estí- -- .:10 aversivo está presente no ambiente no momento em que o comportamento _ :::-:Ütido e em que a conseqüência produzida por ele é a retirada do estímulo =:-sivo do ambiente. Chamamos comportamento de esquiva aqueles em que um c ::imulo aversivo não está presente no ambiente no momento em que o compor- ê..~,ento é emitido, e sua conseqüência é o atraso ou o cancelamento do con- .:' com o estímulo aversivo. Tanto o reforço positivo como o reforço negativo aumentam a probabilidade comportamento voltar a ocorrer: a diferença está apenas no fato de a conse- __~ncia ser a adição ou a retirada de um estímulo do ambiente:

  • Reforço positivo: aumenta a probabilidade de o comportamento voltar a ocorrer pela adição de um estímulo reforçador ao ambiente.
  • Reforço negativo: aumenta a probabilidade de o comportamento voltar a ocorrer pela retirada de um estímulo aversivo (punitivo) do ambiente (comportamentos de fuga e esquiva).

Punição

A punição destina-se a eliminar comportamentos inadequados, ameaçadores ou, por outro lado, indesejáveis de um dado repertório, com base no principio de que quem é punido apresenta menor

  • Aprendizagem pelas conseqüências: o controle aversivo

possibilidade de repetir seu comportamento. Infelizmente, o v.' blema não é tão simples como parece. A recompensa (reforçc a punição não diferem unicamente com relação aos efeitos c:: produzem. Uma criança castigada de modo severopor brincac:. ras sexuais não ficará necessariamente desestimulada de co;: nUa/; da mesma forma que um homem preso por assalto viole to não terá necessariamente diminuída sua tendência à violên,'. Comportamentos sujeitos a punições tendem a se repetir aS que as contingências punitivas forem removidas. (Skinne~ 1983, p. 50)

Algumas conseqüências do comportamento tornê.:-

sua ocorrência menos provável. São elas: puniç~

positiva e punição negativa. Punição, em outras palavras, é um tipo de conseqüé:-

cia do comportamento que toma sua ocorrência menos provável. A distin(

entre punição positiva e punição negativa incide na mesma distinção fe

com relação ao reforço (positivo ou negativo): se um estímulo é acrescentadc

subtraído do ambiente. Tanto a punição positiva como a punição negativa'

minuem a probabilidade de o comportamento ocorrer.

A punição foi o termo escolhido por Skinner para substituir os "maus efeil

da lei do efeito de Thorndike. O termo é definido funcionalmente com

conseqüência que reduz a freqüência do comportamento que a produz. Por exem::

se ingerirmos diferentes bebidas alcoólicas e tivermos ressaca no dia seguinte, e'

comportamento será menos provável no futuro. Dizemos, portanto, que tal com1=

tamento foi punido pela ressaca do dia seguinte. Outra vez, o termo punição refc.

se a uma relação de contingência entre um comportamento e uma conseqüên..::

só que, nesse caso, o efeito da contingência é a redução da freqüência ou da pre: '

bilidade de ocorrência desse comportamento no futuro. A conseqüência será:.

nominada de estímulo punidor ou punitivo, o qual, no exemplo! foi a "ressaca

É fundamental chamar a atenção para o fato de que a punição é definida L:-

cionalmente, ou seja, para dizermos que houve uma punição, é necessário que

observe uma diminuição na freqüência do comportamento. Por isso, não ex~

um estímulo que seja punidor por natureza, só podemos dizer que o estímu:'

punidor caso ele reduza a freqüência do comportamento do qual é conseqüente::

possível pensar que para homens heterossexuais terem de ficar rolando no (-,

com outro homem suado só de calção de banho puniria qualquer comportame:-..

Entretanto, muitos homens pagam caro para ter acesso a esse estímulo, faze

luta livre em uma academia. Nesse situação, o estímulo citado não pode ser c

siderado punidor, já que não reduz a freqüência do comportamento que o pro.~

Dois tipos de punição

De forma similar ao reforço, existem dois tipos de punição: a positiva e a nega:_

A punição positiva é uma contingência em que um comportamento proci..

apresentação de um estímulo que reduz sua probabilidade de ocorrência flL

  • Aprendizagem pelas conseqüências: o controleaversivo

Suspensão da contingência punitiva: recuperação da resposta

Um comportamento que outrora fora punido pode deixar de sê-Io e talvez tenhe

sua freqüência restabelecida. Uma menina que namora um rapaz que implicave

com suas minissaias pode parar de usá-Ias. Sendo assim, o comportamento de

usar minissaia era positivamente punido pelas brigas com o namorado. Caso elé

troque esse namorado por outro menos chato, que não implique com suas roupas

seu comportamento de usar minissaia talvez volte a ocorrer. Nesse caso, houve

uma suspensão da contingência de punição em que o comportamento de USéL

minissaia produzia brigas e agora não produz mais. Definidos nesse caso, que

houve recuperação da resposta.

Skinner (1938) tem um estudo clássico sobre a quebra da contingência de

punição, no qual dois grupos de ratos foram modelados a pressionar uma barré

para obterem alimento. O grupo experimental passou a receber um choque todG

vez que a pressionava. Tal procedimento fez com que os animais rapidamente

parassem de fazê-Io, enquanto o grupo controle, que não recebera choques, conti-

nuou pressionando a barra, mantendo uma taxa constante de respostas de pres-

são à barra. Então, o choque foi desligado para o grupo experimental (isto ~

quebra na contingência de punição-recuperação) e foi observado um aument

na freqüência de respostas de pressão à barra. Desse modo, a quebra da contingêe-

cia de punição produziu um restabelecimento na força do responder, o que conhe-

cemos por recuperação da respos ta (Figura 4.3).

Um ponto importante a ser considerado é: a fim de que o comportament_

volte a ocorrer com a quebra da contingência de punição, o reforço deve se:

Linha de base

./tIo V'IV'I <liV'I •...o c..V'I .•...^ /ti V'I o c..V'I o::<li

I II d:;~::e

Sessões ~

Extinção

Recuperação

Figura 4. Quebra da contingência. Quando há quebra da contingência, a freqüência do comportamE -- retorna a seu nível operante (linha de base).

Moreira. & Medeitos _

  • ,~,Lido,e, obviamente, o organismo deve se expor outra vez à contingência.

=.:::~outras palavras, se os animais do grupo experimental do estudo de Skinner

-, fossem reforçados ao pressionar a barra e não tentassem pressioná-Ia pelo

'_::~'cosuma vez, seu comportamento não voltaria a ocorrer. É fundamental que

•::ganismo se exponha outras vezes à contingência para que ele discrimine a

_~:iança, ou seja, o estÚilulo punidor não é mais contingente ao comportamento.

~~:ponto é fundamental para a clínica, uma vez que temos clientes que foram

-. Jdos no passado e, mesmo com a ausência da punição, não voltam a emitir o

_.=portamento previamente punido. Dessa forma, não têm como perceber a

  • -.:dançana contingência. Um dos objetivos terapêuticos é, portanto, criar condi-

:=5 para que o cliente se exponha novamente às contingências. Por exemplo,

  • rapaz que um dia se declarou para a namorada, e ela o deixou logo em

;:.~ida, teve o comportamento de se declarar negativamente punido. Sendo

~ ~~11, esse rapaz talvez nunca mais se declare para ninguém, o que também

;: ::-3. a perda de reforçadores. Portanto, a terapia poderia criar condições para

__ = ele tentasse de novo se declarar em uma situação com baixa probabilidade

--::punição, a fim de que o comportamento fosse restabelecido.

Punição negativa e extinção

.::-1 ponto que gera muita confusão entre aprendizes é a distinção entre a extin-

; ~- e a punição negativa. Os dois casos são similares, porque em ambos não se

:::=1 acesso a reforçadores outrora disponíveis. Entretanto, na extinção, um com-

~:::lamento produzia uma conseqüência reforçadora (telefonar para a namorada

c::::' reforçado por sua voz do outro lado quando ela atendia). Caso o namoro

:"be e a ex-namorada se recuse a atender os telefonemas, o comportamento de

_=:cfonar para ela estará em extinção. Ou seja, não produz mais a conseqüência

--::-:orçadoraque produzia.

Por outro lado, na punição negativa, um comportamento passa a ter uma

:_:,'a conseqüência, a qual é a perda de reforçadores. Retomando ao exemplo

:~,Terior,digamos que esse namorado era infiel pelo reforçamento social provido

: dos amigos, até que ele fora descoberto, ocasionando o fim da relação. Supondo

~_:e. em namoros futuros, esse rapaz deixe de ser infiel. Aqui temos um exemplo

_=punição negativa, pois o comportamento de ser infiel foi punido pela perda

~-s reforçadores associados ao namoro. Essa conseqüência reduziu a freqüência

: comportamento de ser infiel. Note que as conseqüências que mantinham o

:mportamento de ser infiel permaneceram intactas. Caso ele continue a ser

::,sim, seus amigos ainda reforçarão seu comportamento. Então, não podemos

.::lar em extinção. O que houve foi a apresentação de uma nova conseqüência:

-::Tirada dos reforçadores contingentes a outros comportamentos relacionados

=.:' namoro.

Outra diferença entre punição e extinção refere-se ao processo: a punição

:-,prime rapidamente a resposta, enquanto a extinção produz uma diminuição

;:radual na probabilidade de ocorrência da resposta. Imagine um rato em um

='quema de reforçamento contínuo (CRF: toda vez que pressiona a barra ele

:ecebe água). Nesse caso, o comportamento de pressionar a barra produz uma

Moreira & Medeiros _

  • A conseqüência foi a perda da "mesada" (retirada de um estímulo reforçador); portanto, trata-se de punição negativa.

No exemplo anterior, para que a freqüência do comportamento de dizer pala- .Tas inadequadas diminuísse utilizando extinção, o que deveria ser feito? Deveria ser feito exatamente isso: retirar (suspender) a consequência reforçadora, a qual, '10 caso, são as risadas dos amigos de Joãozinho, ou seja, a mãe de Joãozinho :=oderia falar com os amigos dele para não rirem mais quando seu filho dissesse ;;alavras de baixo nível.

Efeitos colaterais do controle aversivo

J controle aversivo, de acordo com o que vimos, é uma forma legítima e eficiente :le aumentar ou de diminuir a probabilidade de emissão do comportamento. ?Lmir comportamentos inadequados ou indesejados é muito mais fácil e tem ::feitos mais imediatos do que reforçar positivamente comportamentos adequa- ]os. Entretanto, o controle aversivo apresenta uma série de efeitos colaterais ~"uetornam seu uso desaconselhado por vários autores comportamentais.

Eliciação de respostas emocionais ~;o momento em que os organismos entram em contato com estímulos aversivos, ~ observada a eliciação de várias respostas emocionais, como tremores, taquicar- lia, palpitações, choro, etc. Existem algumas desvantagens na eliciação de respos- :3.5 emocionais. Uma desvantagem comum ocorre quando o administrador da :::unição observa as respostas emocionais do organismo punido. Essas respostas ::mocionais eliciam outras respostas emocionais no indivíduo que pune, comu- :::ente conhecidas por respostas emocionais de pena ou culpa. Elas são aversivas, = o indivíduo que pune, pode passar a liberar reforçadores ao organismo punido ~.Jmo forma de se esquivar dos sentimentos de pena ou cul- :::a. Um exemplo bem comum ocorre quando uma criança ~3Z birra na rua para ganhar um pirulito. Seus pais podem -'le dar uma palmada para punir a birra. Ao receber a pal- =ada, a criança começa a chorar, e seu choro elicia respos- :25 emocionais aversivas nos pais, as quais costumamos =llamar de pena ou culpa. Para se esquivar dessas respostas :emocionais aversivas, os pais podem dar o pirulito no fim ~"cS contas. Esse procedimento é prejudicial por duas razões ~=-'lllcipais: 1) Os pais treinam a relação entre o comporta- -.lento de chorar e ganhar o que se quer, aumentando a pro- ~abilidade do choro ocorrer no futuro. De fato, o choro dei- ":3 de ser exclusivamente um comportamento respondente, ::::rrdo controlado principalmente por suas conseqüências, .s:o é, torna-se primordialmente um operante. 2) A palmada '.I a punição vai preceder o reforço. Sendo assim, as crianças

- Aprendizagem^ pelas conseqüências:^ o controle^ aversivo

podem aprender a emitir respostas que levem a uma palmada, pois tal açãl adquire funções reforçadoras condicionadas. Em outras palavras, uma palmaae I deixa de ser punitiva, tornando-se reforçadora. Existem experimentos muit I interessantes, nos quais a resposta de pressão à barra de um rato produz águel apenas na presença de um leve choque. Quando o choque não está presente, & respostas de pressão à barra não são reforçadas. Se incluirmos uma nova bane I na caixa de Skinner e a sua pressão tiver como conseqüência a produção ai choque, os animais aumentarão a freqüência do comportamento de pressão I barra que produz o choque. Ou seja, o choque reforçará as respostas de pressã i à segunda barra. I Outro problema na eliciação de respostas emocionais ocorre com o condicion&-I mento respondente. Ora, quem pune ou reforça negativamente em excesso acabê· I rá tornando-se um estímulo condicionado que eliciará & mesmas respostas emocionais outrora eliciadas pelos est:·! mulos aversivos envolvidos. Trata-se do exemplo típico d: I criança que teme o pai severo. Esse pai dirá que seu filho I respeita. Na realidade, seu filho o teme, uma vez que a se I presença eliciará respostas emocionais aversivas. De fome· similar, uma namorada que controla o comportamento d I namorado com chantagens emocionais, isto é, usa o reforç _ I negativo e a punição, pode tornar-se um estímulo aversi, I condicionado. O namorado passará a se sentir mal na presele - ~ ça da namorada, pois ela se transformou em um estímu: I condicionado que elicia as mesmas respostas emociona: ~ provocadas por suas chantagens emocionais. I Um outro fenômeno observado é o paradoxo da apreL - I dizagem por reforço negativo. Conforme apresentado, I reforço negativo aumenta a probabilidade do comporte.· I mento que o suprime. Entretanto, a apresentação do esc- I mulo aversivo pode eliciar respostas reflexas que dificu:- ' tam a emissão do comportamento operante que retiraria o estímulo aversivc Em outras palavras, o único comportamento que retiraria o estímulo aversÍ: torna-se menos provável devido às respostas reflexas eliciadas por ele, o qUe certamente representa um paradoxo. Tomemos um gago como exemplo. Caso & criança gaga fale corretamente, seu pai não fala nada. Por outro lado, quana, essa criança gagueja, ouve a crítica do pai. Podemos dizer que falar corretamer:-

te é mantido por reforço negativo. Quando o pai critica a criança ao gaguejar, e:.

passa a emitir respostas reflexas que quase impedem a emissão do comportê- mento operante de falar corretamente. Nesse caso, gaguejar torna-se muito mê. provável do que falar sem gaguejar. Sendo assim, o estímulo que serviria pa:_ "motivar" é justamente o que impede que o falar corretamente ocorra.

Supressão de outros comportamentos além do punido

O efeito da punição não se restringe apenas ao comportamento que produziu - conseqüência punitiva. Outros comportamentos que estiverem ocorrendo temI'

_ Aprendizagem pelas conseqüências: o controle aversivo I

oportunidades de ser feliz com alguém que não a abandonaria. Como ela termina uma relação an- tes de começá-la, não tem meios de perceber que, dessa vez, a situação será diferente.

Contracontrole

Este talvez seja o efeito colateral do controle aver- sivo mais indesejado. No contra controle, o orga- nismo controlado emite uma nova resposta que impede que o agente controlador mantenha o controle sobre o seu comportamento. No caso da punição, garante-se que o comportamento punido continue a ocorrer sem entrar em contato com ela. Um exemplo banal ocorre quando freiamos o carro diante de um radar, colocando-o na velocidade permitida pela via e, assim, nos esquivamos da multa. Na realidade, a função punitiva do radar seria suprimir o fato de dirigir acima da velocidade permitida em toda a sua extensão, e não apenas na presença dos radares. A resposta de frear na presença apenas do radar é negativamente reforça- da (não levar multa). Entretanto, não foi esta a resposta esperada pelo controlador de trânsito, o qual programou essa contingência de punição. No caso do reforço negativo, a resposta de contra controle suprime ou evita o estímulo aversivo sem a emissão da resposta programada pelo controlador. Um professor de educação física que utiliza reforço negativo para fazer com que seus alunos se empenhem nos exercícios costuma gerar respostas de contracontrole. Os alunos fazem os exercícios determinados pelo professor, este não tece nenhum comentário. Entretanto, se ele vê algum aluno parado, dá-lhe uma bronca na frente dos colegas. Em outras palavras, os alunos somente fazem os exercícios para evitar a repreensão do professor (reforço negativo). Um contracontrole óbvio é fazer o exercício apenas no momento em que o professor está olhando; assim que vira as costas, os alunos ficam parados a enrolar. Nesse caso, a resposta de observação, que é agir discriminativamente ao comportamento do professor (atentar ao que o professor está fazendo), é de modo negativo reforçada pelas broncas. Outro exemplo ocorre quando a mãe obriga o filho a comer. Se ele está comendo, sua mãe não diz nada. Por outro lado, se o filho pára de comer, a mãe começa a brigar com ele. É provável que essa criança dê sua comida para o cachor- ro quando sua mãe não estiver por perto, e diga que já comeu tudo. Ligar o chuveiro, mas não se molhar, fingindo que está tomando banho, também é um exemplo de contracontrole comum emitido por crianças e adolescentes. Como diz o verso da antiga música "No mundo da lua", do Biquíni Cavadão: "Não quero mais ouvir a minha mãe reclamar, quando eu entrar no banheiro, ligar o chuveiro e não me molhar". A mentira como um contracontrole. A mentira, muitas vezes, funciona como uma resposta de contracontrole, como no caso do Bart Simpson dizendo para a Sra. Krabappel (sua professora) que o Ajudante de Papai Noel (seu cachorro) havia comido o dever de casa. Caso Bart chegasse à escola sem o dever feito, sua

Revoltas e rebeliões são frutos do abuso do controle aversivo.

Moreira& MecteirOS.

~::Jfessora administraria alguma punição, como uma bronca ou uma advertên-

::3.. A fim de evitar entrar em contato com o estímulo aversivo, Bart inventa a

~:'::stóriade que seu cachorro comeu o dever de casa, esquivando-se.

Um exemplo mais banal que esse é muito comum entre namorados. A namo-

::,"da,que está oito quilos acima do peso, emite aquela pergunta infeliz: "Benzinho,

:cê acha que eu engordei?".

O pobre do namorado está em uma situação desesperadora, pois, caso seja

'~lcero, sua namorada, mesmo chateada, pode começar uma dieta, ficando mais

,"::::aentepara ele. Entretanto, a conseqüência de longe mais provável é a de que

~,la resposta sincera leve a uma briga homérica, a qual certamente representa

~"a punição positiva, além da punição negativa pela perda dos reforçadores

~c'--,'11áriosaos quais teria acesso estando de bem com a namorada. A resposta

:.ce se torna provável, obviamente é: "O que é isso meu amor? Você está linda!"

Apesar de faltar com a verdade, o namorado será recompensado por isso,

,.-itando a punição administrada pela namorada caso falasse a verdade e ainda

=::~randoem contato com os reforçadores providos por ela. Sendo assim, a menti-

'", nesse caso, é uma resposta de contra controle, pois garante que nosso amigo

='-ite a punição.

Um ratinho esperto. Para finalizar a discussão acerca do contracontrole, deve-

::::5 saber que não se restringe a animais humanos. Um experimento de controle

:"ersivo ilustra esse ponto de maneira muito interessante. Trata-se de um experi-

':..ento simples em que um rato previamente modelado a obter comida com res-

:::stas de pressão à barra passa a receber um choque pela grade metálica no

:l'"ã.oda caixa quando a pressiona, continuando a receber comida como conse-

:..:.ênciadessa resposta (ou seja, punição sem extinção). O pêlo do animal é um

<lante elétrico e, mesmo sem ser um eletricista, nosso ratinho desenvolveu um

:::,~todomuito interessante de obter seus reforçadores, evitando o contato com o

-:<írrmlo aversivo. Ele simplesmente deitava de costas na grade do chão da caixa,

::locava a cabeça no comedouro e pressionava a barra cilíndrica com o rabo.

, ':.550 malandrinho, portanto, com essa resposta de contracontrole, obtinha ali-

::::ento e evitava o choque.

Por que punimos tanto?

-':..:observarmos todos esses efeitos colaterais indesejáveis do controle

:ersivo, uma questão permanece: por que esse é o método mais

:jlizado para controlar o comportamento? A resposta a essa pergun-

::.compreende três pontos:

1. Imediaticidade da conseqüência. Quem pune para supri-

mir um comportamento é negativamente reforçado de forma

quase imediata. Digamos que Homer esteja assistindo a um

jogo de futebol americano na TV enquanto Lisa pratica seu

saxofone. O som do instrumento o incomoda, isto é, represen-

ta um estímulo aversivo que reforçará negativamente o com-

Moreira& Medeiros _

~·:de sensibilizar pais e educadores para que ambos utilizem meios mais positivos ·.ira controlar o comportamento. O controle existe; negá-Io somente aumenta a :-ance de sermos controlados. Em concordância com Freud, a principal razão :.:e leva ao sofrimento psicológico é o histórico de controle aversivo do comporta- :-:,ento.

Quais as alternativas ao controle aversivo? -.:' desaconselharmos com tanta ênfase o uso do controle aversivo, temos que .:gerir algumas alternativas. Felizmente elas existem, tendo maior ou menor ::c:cácia, mas, na verdade, apresentam menos efeitos colaterais.

Reforço positivo em lugar de reforço negativo -=c"a opção é óbvia. Caso queiramos aumentar a probabilidade de emissão do :: mportamento, podemos fazê,lo por reforçamento positivo em vez de negativo. ',::'1 professor de boxe pode elogiar os golpes corretos de seus alunos em vez de :-:-'.Ücaros incorretos. Uma namorada pode ser mais carinhosa com seu namorado : .:ando ele consegue combinar o sapato com o cinto, em vez de ficar emburrada .: ja vez que ele usa pochete na cintura.

Extinção em vez de punição .:Tia alternativa muito comum é o _') da extinção para diminuir a fre- :..:éncia do comportamento em lugar

. c.punição. Na verdade, este é o mé- .io menos aversivo, mas também ,::e:-arespostas emocionais. Um expe- .:::lento com pombos ilustra esse ::nto muito bem. Um pombo previa- .,ente reforçado a bicar um disco , ':'l'a a obtenção de alimento é sub- -:eIido ao procedimento de extinção. =..:.rante a sessão de extinção, abre- ':- uma porta na caixa de Skinner ',::.ndo acesso a um novo comparti- :-:'.ento com outro pombo dentro. O ',:'ÜInal em extinção bica o outro c·:mbo até a morte. Caso coloquemos ::-:1 novo disco na caixa que sirva ccenas para abrir a porta do outro : :mpartimento, o'animál bica esse ::sco para ter acesso ao outro pombo. . C11 exemplo comum é o da criança

Caixa de condicionamento operante para pombos. Pombos são muito utilizados em pesquisas em Análise do Comportamento. Nos três discos (em frente ao pombo), cores e figuras são projetadas. Bicar um disco específico aciona o comedouro (dando milho ao pombo pri, vado de comida).

  • Aprendizagem pelas conseqüências: o controleaversivo

que joga seu carrinho de bombeiros na parede quando este deixa de funcionar. Uma outra desvantagem da extinção é que nem sempre podemos suprimir o reforçador que mantém o comportamento indesejado. A maconha não deixará de produzir seus efeitos, e caso sejam eles que mantenham o comportamento de consumi-Ia, não poderemos utilizar extinção, já que não podemos retirar o re- forçador. Por fim, a extinção apenas diminui a freqüência do comportamento em vez de treinar novas respostas desejáveis do ponto de vista do controlador. A ausência de reforçamento também pode agravar um quadro depressivo, por exem- plo. Digamos que um terapeuta opte por extinguir respostas queixosas de sua cliente deprimida. Sendo assim, quando a cliente começar a se queixar dos filhos. do marido, das amigas, etc., o terapeuta pode colocar em extinção tal relato,_ deixando de dar atenção. De fato, a cliente pode parar de falar sobre isso; entretan- to, não estará aprendendo novas formas de obter a atenção das pessoas. Uma outra conseqüência é a de abandonar a terapia, uma vez que não está recebendo reforçadores.

Reforçamento diferencial Mais uma vez iremos nos referir ao reforçamento diferencial. Sem dúvida, esse e um processo comportamental de fundamental importância para explicação, pre- dição e controle do comportamento. Relembrando: o reforçamento diferencial en- volve sempre reforço e extinção. Como alternativa à punição, poderíamos extin- guir a resposta indesejada e reforçar comportamentos alternativos. Nesse caso, o' efeitos emocionais da extinção seriam atenuados, uma vez que o organismo co- ntinuaria a entrar em contato com os reforçadores contingentes a outros compor- tamentos. Além disso, produziria o aumento da probabilidade de emissão dos com- portamentos desejáveis. No exemplo da cliente deprimida, descrito anteriormente o terapeuta poderia reforçá-Ia com atenção quando falasse de outros assuntos que não as queixas. Sendo assim, ela aprenderia a obter reforçadores d~ outras forma' que não pelas queixas, além de suprimi-Ias com menos efeitos emocionais.

Aumento da densidade de reforços para outras alternativas Goldiamond foi um analista do comportamento que se preocupou em construi:- repertórios em vez de extirpar comportamentos de um repertório comportamen- tal. Conforme já discutido, a extinção também traz fortes respostas emociona:' aversivas. Nesse sentido, Goldiamond desaconselha até o reforçamento diferen- cial, uma vez que é composto de extinção. A sugestão, portanto, é a de reforçc: com mais freqüência outros comportamentos do que os indesejáveis, mesm que se mantenha o reforçamento para os indesejáveis também. No caso da cliente deprimida, seria dar atenção a suas reclamações também, mas com freqüência e magnitude bem menores do que a dada para seus demais relatos verbais. Esse: alternativa também é útil para comportamentos que não podem ser extinto' como o do exemplo da maconha, ou mesmo o de Lisa. Uma vez que não podemc tirar os reforçadores dos efeitos da droga ou do próprio som do instrument podemos reforçar com muita freqüência outros comportamentos, para que oe:-