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APOSTILA DE CAPACITAÇÃO BASICA
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Este treinamento tem o objetivo de reciclar e atualizar os profissionais de enfermagem acerca das técnicas higiene, proteção individual e enfermagem em centro cirúrgico, de acordo com as publicações científicas aceitas e adotadas como padrões em todo o mundo. A equipe de enfermagem constitui o maior contingente hospitalar, representando cerca de 60% do quadro de funcionários. Isto atribui uma grande responsabilidade aos profissionais, necessitando assim da utilização de técnicas e procedimentos eficazes para a terapêutica dos pacientes de forma humanizada e responsável. Os procedimentos de higiene são de fundamental importância para a prevenção de infecções e agravamento de enfermidades nos ambientes hospitalares. Junto às técnicas higiene, deve-se também dar atenção à proteção individual, prevenindo acidentes de trabalho com danos importantes aos profissionais, o que muitas vezes resulta na descontinuidade da assistência, prejudicando o paciente. A enfermagem em centro cirúrgico é uma especialidade complexa e de grande importância para o funcionamento das unidades cirúrgicas, logo, a equipe tem funções primordiais que vêm desde o recebimento do paciente até a alta hospitalar. Daremos atenção à questão da instrumentação cirúrgica e todos os procedimentos que a acompanham. A seguinte apostila será dividida em dois capítulos, para auxiliar na didática e compreensão do conteúdo abordado. Serão estes: I- Higiene e proteção individual em ambientes hospitalares; II- Enfermagem em centro cirúrgico.
I- Higiene e proteção individual em ambientes hospitalares
Os procedimentos fundamentais de higiene devem ser realizados por toda a equipe presente no ambiente hospitalar. Estes, realizados de forma correta, proporcionam maior segurança e prevenção de infecções decorrentes do processo saúde-doença. A higiene inicia-se como processo individual, que parte do profissional de saúde desde o momento em que sai de seu ambiente domiciliar. É importante portar-se de forma adequada, com boa aparência, vestimentas adequadas ao ambiente e, claro, bom estado psicológico. São procedimentos básicos e imprescindíveis para a higiene e apresentação pessoal para ambientes hospitalares: Banho antes e depois do contato hospitalar; Lavagem e assepsia das mãos antes e depois de procedimentos; Retirar adornos (brincos, anéis, colares); Corte de cabelo/barba (Homens) – Gorro (Mulheres); Maquiagem fraca, discreta; Corte das unhas, esmalte claro (se); Roupas claras, confortáveis, adequadas; Jaleco SOMENTE em ambiente hospitalar; Roupas privativas SOMENTE no bloco cirúrgico; Calçado fechado, confortável, lavável facilmente; Se perfume: fraco, suave. Manter postura profissional, sem envolvimento com problemas pessoais que possam alterar o julgamento profissional.
O procedimento de lavagem das mãos é fundamental antes de calçar luvas de procedimento ou estéreis, este deve ser feito com água e sabão neutro. O enxugamento deve ser feito com toalhas de papel ou compressas limpas. Deve se lavar palmas, dorso, interdigitais, unhas e punho.
DIARIAMENTE, ou em casos excepcionais como, por exemplo, se for contaminado acidentalmente com sangue ou secreções.
Qualquer procedimento em que haja contato físico direto com o paciente, seja ele invasivo ou não, requer a utilização de luvas e máscaras. As luvas de procedimento são utilizadas em aferição de sinais vitais, punções venosas, exames físicos, curativos não infectados, sondagem nasogastrica, limpeza e assepsia de pele e tricotomias; já as estéreis, são utilizadas em suturas, cirurgias, instrumentação, passagem de cateteres vesicais, curativos infectados, entre outros.
Obs: Para contato direto com pacientes portadores de tuberculose, hanseníase e HIV, recomenda-se a utilização de máscaras do tipo N-95.
Os óculos de proteção devem ser utilizados em cirurgias, suturas e curativos com potencial para extravasamento de secreções (Abscesso).
Recomenda-se que mulheres utilizem gorros durante toda a permanência no ambiente hospitalar, visto que o cabelo é um potencial mecanismo de transporte de microorganismos.
Utilizando de todos esses procedimentos, é esperado que se diminua consideravelmente o índice de infecção hospitalar. Os itens obrigatórios devem ser preconizados e fiscalizados pela comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH) e todos os procedimentos devem ser incluídos nas normas da unidade e expostos em murais de fácil visualização pelos funcionários.
A eficácia desse processo é observada na diminuição dos acidentes de trabalho, dos indicadores de infecção hospitalar e na maior satisfação dos clientes, afinal, quando se é bem atendido por um profissional com boa apresentação, boas formas de tratamento e atenção dedicada, o paciente se sente seguro e tem mais possibilidades de uma rápida recuperação, o que se torna gratificante para toda a equipe.
II – Enfermagem em centro cirúrgico O bloco cirúrgico é todo o espaço físico do hospital que fica destinado à realização de cirurgias, sejam eletivas ou de urgência. No contexto hospitalar é o setor mais importante devido à decisiva ação curativa da cirurgia. A manutenção do centro cirúrgico é feita basicamente pela equipe de enfermagem, seguindo sempre os critérios técnicos preconizados pelas normas internacionais. O que se quer é que os profissionais estejam sempre atualizados e embasados sobre os procedimentos utilizados nos centros cirúrgicos.
O bloco cirúrgico é dividido em sub-áreas que funcionam sistematicamente com o intuito de facilitar os procedimentos cirúrgicos e prevenir complicações decorrentes de infecções.
Área Irrestrita: é de livre circulação de pessoas e materiais, constitui- se no corredor de acesso ao C.C e no vestiário, que funciona como barreira de controle de infecções. Este faz a conexão entre a área irrestrita e a semi-restrita. Área Semi-Restrita: é de circulação dos profissionais exclusivos do centro cirúrgico, requer a utilização de roupas privativas, gorros e mascaras. Nesta área circulam os materiais necessários para as cirurgias. Também é este que dá acesso ao expurgo, CME, lavabos, copa e sala de cirurgia. Área Restrita: É a sala de cirurgia. É de uso obrigatório: Pro-pé, mascara, gorro, luvas e roupas privativas. Circulam somente funcionários envolvidos com o procedimento cirúrgico, sendo que os profissionais que estão em contato direto com materiais estéreis e com o ato cirúrgico, devem usar obrigatoriamente capote/avental, luvas estéreis e óculos, além de mascara, gorro e pro-pé. É a equipe de enfermagem que acompanha o paciente desde a indicação da cirurgia até o pós-operatório. Tem como função orientar o
-Escovar a palma da mão, começando pela face lateral do dedo mínimo, os demais dedos e espaços interdigitais, desde as pontas dos dedos até a região do pulso;
-Segurá-lo pela parte interna do ombro, afastando do corpo e, com ligeiro movimento para cima, introduzir, ao mesmo tempo, os dois braços nas mangas, conservando-as em extensão para cima; -Colocar-se de costas para o circulante de sala e solicitar-lhe ajuda para acertar as mangas. Desta feita, o circulante introduz as mãos nas mangas pela parte interna do avental, puxando-as até que os punhos cheguem à região dos pulsos; -Permanecer de costas ao circulante, para que este amarre as tiras ou fitas do decote do avental; -Distanciar da cintura os cintos, para que o circulante possa pegá-los e amarrá-los.
Calçar luvas esterilizadas: é da responsabilidade do circulante prover a sala cirúrgica de embalagens de luvas de diferentes tamanhos, para não prejudicar o desenvolvimento do ato operatório. Deve estar ainda, atento para o momento exato de abri-las e oferecê-las, diretamente, aos componentes da
Reconhecimento dos instrumentais: Os instrumentais cirúrgicos são classificados de acordo com sua função ou uso principal (pois a maioria deles possui mais de uma utilidade) e também quanto ao tempo de utilização no ato operatório. Dessa forma, distribuem-se em categorias de acordo com os tempos operatórios em que são utilizados, que têm início a partir da diérese , que apresenta como objetivo criar vias de acesso através dos tecidos por meio de bisturis e tesouras. Criadas essas vias, faz-se necessária a manipulação de algumas estruturas, o que é desempenhado durante a preensão, com as pinças de preensão. Segue- se, então, com a hemostasia , que visa conter ou prevenir os sangramentos durante o ato operatório, tendo como instrumentais principais as pinças hemostáticas. Concluídos os tempos de diérese, preensão e hemostasia, o campo operatório encontra-se ideal para o afastamento de estruturas, a fim de se possibilitar uma melhor visualização do mesmo, o que ocorre durante a exposição com o auxílio dos afastadores. Então, o cirurgião encontra-se apto para desempenhar os procedimentos peculiares da cirurgia, durante o tempo especial, no qual se utiliza instrumentais específicos de acordo com a especialidade cirúrgica. Concluídos esses procedimentos, é necessário que seja realizada a síntese , que visa unir os tecidos seccionados durante a cirurgia, utilizando para isso os porta-agulha. A seguir apresenta-se uma tabela que contempla de forma sistemática e didática os tempos cirúrgicos relacionando-os com suas respectivas funções e instrumentais utilizados, individualmente. TEPMPO FUNÇÃO INSTRUMENTAL Diérese Criar via de acesso/ Bisturis e tesouras Hemostasia Conter ou prevenir sangramentos Kelly, Crile, Kocher. Preensão Manipular estruturas, prender campos.
Allis, Backauss, Duval.
Exposição Expor o campo operatório Farabeuf, Gosset Especial De acordo com a especialidade cirúrgica
Especiais
Síntese Unir tecidos seccionados Fios, porta-agulha, pinças anatômicas auxiliares.
Grupo I - Diérese: São instrumentais utilizados para criar solução de continuidade nos tecidos, seccionar. Exemplos: Bisturis (elétrico, mecânico), Tesouras (Mayo, Metezenbaum).
Grupo II – Hemostasia: São representadas pelas pinças hemostáticas, cuja finalidade é controlar o fluxo sanguíneo. Têm como característica ranhuras horizontais feitas para pinçar extremidades seccionadas de um vaso. Exemplos: Kelly, Kocher, Crile, Halsted(mosquito), rochester, etc..
Grupo III – Preensão: São instrumentais utilizados para prender tecidos e, portanto, são desenhados com essa finalidade. Exemplos: Allis, Foerster, Duval e Dissecção.
Grupo IV – Exposição: São os afastadores, usados para retração dos tecidos longe do campo operatório, tem desenho especifico baseado na sua finalidade e permitem a visualização do campo operatório. Os afastadores podem ser divididos em manuais e auto-fixantes. Exemplos: MANUAIS – Farabeuf, Válvulas Doyen, Maleáveis de Oschner; AUTO-FIXANTES: Gosset, Balfour, Finochietto.
Grupo V – Especiais: Representado pelo instrumental que possibilitará a execução do tempo principal de determinado ato cirúrgico, estes são específicos para cada cirurgia. Exemplos: Clamps Satinsky, Buldog, Pinças Babcock.
Grupo VI – Síntese: São os instrumentais utilizados para reconstituição dos tecidos. Exemplos: Portas-agulha, agulhas cirúrgicas, fios de sutura e pinças de dissecção.
A seguir, ilustrações dos instrumentais utilizados com maior frequência:
Pinça Kocher – Possui ranhuras horizontais e um dente na ponta.
Pinça Allis – Preensão de tecidos.
Pinça Kelly – Pode ser reta ou curva e possui ranhuras horizontais que vão até a metade da garra.
Afastador de Doyen.
Afastadores mecânicos – da esquerda para direita: Farabeuf, Doyen, Deaver, Maleável.
Fio de sutura com agulha e porta-agulha.
Organização da mesa de instrumentais: A organização da mesa de instrumentais deve ser feita de modo a facilitar a manipulação e entrega dos instrumentos aos médicos que estão realizando o ato cirúrgico. A organização da mesa parte de cada instrumentador e da maneira como prefere dispor este material, porém, existem algumas formas pré-estabelecidas e que podem ser seguidas como modelo.
Ato cirúrgico: O ato cirúrgico constitui a etapa mais importante do processo, pois é nele que se dá a cirurgia com a real intenção de cura do paciente. Para que o ato cirúrgico ocorra bem, todas as etapas anteriores devem ter sido cumpridas criteriosamente.
Na sala de cirurgia deve estar presentes a equipe médica, que é constituída pelo cirurgião-chefe, cirurgiões auxiliares e anestesiologista; A equipe de enfermagem que é constituída pelo enfermeiro chefe, circulante de sala e instrumentador cirúrgico. O instrumentador, já estando devidamente paramentado e com a mesa de instrumentais organizados, irá auxiliar e prover todos os instrumentais solicitados pela equipe cirúrgica. A técnica para a entrega dos materiais dá-se da seguinte forma: O instrumentador deve estar atento aos tempos cirúrgicos para poder antecipar-se na disposição do
material. No momento em que o cirurgião solicitar o instrumental, o profissional vai entrega-lo de maneira firme, empunhando-o pela ponta, de modo que o cabo sempre “bata” na mão do médico para que ele sinta o toque do material, visto que a luva confere uma perda de sensibilidade – isto irá evitar a queda e consequente contaminação do instrumental. Depois de utilizado, o instrumentador deve receber o instrumental da mesma forma que o entregou e organizá-lo de modo que não contamine os demais que ainda não foram utilizados. No tempo de síntese, deve-se instalar o fio agulhado no porta- agulha, de modo que o cirurgião possa empunhá-lo com segurança. Terminado o ato cirúrgico, o instrumentador deve encaminhar todo o material utilizado ao expurgo, onde será feita a lavagem para posterior reesterilização.
Esta apostila tem a finalidade didática de fornecer embasamento para a realização das atividades pertinentes a enfermeiros e técnicos de enfermagem em centro cirúrgico e em todo o ambiente hospitalar.
O profissional que realiza suas atividades de forma correta, ética e responsável, contribui significativamente para a eficiência da instituição e da terapêutica e cura dos pacientes, que é o foco principal dos profissionais de saúde.