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Apostila Supply Chain
Tipologia: Notas de estudo
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1. Introdução
No início de 1.991, o mundo presenciou um exemplo dramático da importância da logística. Como precedente para a Guerra do Golfo, os Estados Unidos e seus aliados tiveram que deslocar grandes quantidades de materiais a grandes distâncias, o que se pensava ser em um tempo impossivelmente curto. Meio milhão de pessoas e mais meio milhão de materiais e suprimentos tiveram que ser transportados através de 12.000 Km de distância por via aérea, mais 2, milhões de toneladas de equipamentos transportados por mar - tudo isto feito em questão de meses.
Ao longo da história do homem, as guerras tem sido ganhas e perdidas através do poder e da capacidade da logística - ou a falta deles. Argumenta-se que a derrota da Inglaterra na Guerra da Independência dos Estados Unidos pode ser, em grande parte, atribuída a uma falha logística. O exercito britânico na América dependia quase que totalmente da Inglaterra para os suprimentos. No auge da guerra, havia 12.000 soldados no ultramar e grande parte dos equipamentos e da alimentação partia da Inglaterra. Durante os primeiros 6 anos da guerra, a administração destes suprimentos vitais foi totalmente inadequada, afetando o curso das operações e a moral das tropas. Até 1.781 eles não tinham desenvolvido uma organização capaz de suprir o exército e, àquela altura dos acontecimentos, já era muito tarde.
Na Seguda Guerra Mundial, também a logística teve um papel preponderante. A invasão da Europa pelas Forças Aliadas foi um exercício de logística altamente proficiente, tal como foi a derrota de Rommel no deserto. O próprio Rommel disse uma vez que "...antes da luta em si, uma batalha é ganha ou perdida pelos serviços de intendência".
Entretanto, enquanto os generais e marechais dos tempos remotos compreenderam o papel crítico da logística, estranhamente, somente num passado recente é que as organizações empresariais reconheceram o impacto vital que o gerenciamento logístico pode ter na obtenção da vantagem competitiva. Em parte, deve-se esta falta de reconhecimento ao baixo nível de compreensão dos benefícios da logística integral. Enquanto Arch Shal, escrevendo em 1.915, mostrava que ::
"As relações entre as atividades de criação de demanda e o suprimento físico ... ilustram a existência dos princípios de interdependência e equilíbrio. Uma falta de coordenação de qualquer um destes princípios ou ênfase ou dispêndio indevido com qualquer um deles vai certamente perturbar o equilíbrio de forças que representa uma distribuição eficiente.
... A distribuição física das mercadorias é um problema distinto da criação da demanda ... Não são poucas as falhas nas operações de distribuição devido à falta de coordenação entre a criação da demanda e a fornecimento físico...
A figura a seguir demonstra esta integração :
A Gestão de Operações passou a ter elevada importância, e a Logística Integral da Empresa ganhou prioridade no Atendimento ao Cliente sendo encarada como uma vantagem diferencial no mercado competitivo.
Fornecer Insumos
Consumir Produtos
Lo gí s ti ca In te gra
l
Transformar Insumos em Produtos Acabados
2. Evolução da Logística Integral
Muitos autores já elaboraram a evolução do Conceito de Logística Integral. Todavia, analisando a posição de cada um, notamos que a evolução é feita em função do que cada autor considera como conceito pois, não existe uma harmonização conceitual entre os diferentes autores. Esta diferença é ainda maior e mais especializada quando analisamos os autores brasileiros e americanos.
Entretanto, consideramos essencial, mostrarmos a evolução da logística segundo alguns autores.
Evolução conforme os autores Thomas Wood Jr e Paulo Zuffo. RAE Jul/Set 98 :
Administração de Materiais
.Gestão de Estoques .Gestão de Compras .Manuseio de Materiais
Administração de Materiais E Distribuição
.Otimização de Transportes
SEGUNDA Logística Integral
.Visão Sistêmica da Empresa. .Integração por Sistemas de Informação
Supply Chain Management
.Visão Sistêmica da Empresa, incluindo fornecedores e canais de distribuição
Evolução conforme o Prof. Ferrante - 1998.
Nas últimas décadas, a economia mundial tem oscilado entre períodos de crise e prosperidade, numa velocidade cada vez maior. Estas constantes alterações obrigaram as empresas a rever os seus conceitos administrativos como forma de sobrevivência frente aos novos desafios.
No período de pós guerra até a década de 60, num mercado em franca expansão, as empresas voltaram-se totalmente para a sua própria produção tendo como prioridade básica o Volume de Produção, caracterizado pela variável Preço.
Na gestão de operações, a principal característica de um mercado em expansão, em termos de logística de produção é : "tudo que se produz se vende". Portanto, se tudo que se produz se vende, a logística da empresa se desenvolveu em função dessa característica.
Na década de 70, o mercado começa a indicar uma maior exigência fazendo com que tenhamos um início de competição entre as empresas. Nesse período, a prioridade básica da empresa, além do volume, passa a ser também a qualidade. Qualidade do ponto de vista do produto.
Na gestão de operações, a logística da empresa passa a considerar, além do volume, também a qualidade em termos técnicos.
Já na década de 80, as empresas começam a ter que atender as necessidades dos clientes cada vez mais exigentes, os quais, passam a determinar o nível de competição do mercado.
O aumento do grau de competição no mercado, gera uma constante necessidade de renovação do mix de produtos das empresa, diminuindo com isso, o ciclo de vida dos produtos no mercado.
Assim sendo, as prioridades básicas das empresas, em termos operacionais, além do preço e da qualidade, passa a ser também o prazo de entrega.
Na gestão de operações, a principal característica de um mercado competitivo, em termos de logística de produção é : "Nem tudo que se produz se vende". Portanto, a logística da empresa começa a considerar esta característica, ou seja, começa a repensar o modelo até então predominante.
Problema do tipo : Vendas vende o que não tem e produção produz o que não precisa, começa a aparecer.
Portanto, resumindo temos :
Mercado não Competitivo
. Característica Logística : Tudo que se produz se vende. . Prioridade Logística : Volume de Produção : Preço . Modelo Logístico : Produção Empurra a Venda : Push System
Mercado Competitivo
. Característica Logística : Nem tudo que se produz se vende . Prioridade Logística : Preço, Qualidade e Serviço ao Cliente . Modelo Logístico : Vendas Puxa a Produção : Pull System
Neste contexto, a logística passa a ser encarada como Logística Integral, considerando :
. A Logística do Processo Comprar . A Logística do Processo Produzir . A Logística do Processo Vender
Processo Comprar
Relação completa com os fornecedores
Processo Produzir
Relação completa com os fatores de produção
Processo Vender
Relação completa com os clientes
Resumindo a Logística e a Vantagem Competitiva
Em um mercado considerado competitivo, o sucesso da empresa está em caminhar do quadrante commodity para o quadrante líder em serviços e custos.
Neste contexto estratégico, um bom Gerenciamento da Logística Integral da Empresa, pode representar a vantagem competitiva no mercado.
A LOGÍSTICA INTEGRAL compreende todas as operações da empresa relacionadas com o fluxo de materiais e produtos. Administra o Fluxo de Informações ( Planos de Vendas, Produção, Materiais, Compras e Estoques ) e o Fluxo Físico ( Recebimento, Estocagem, Produção, Vendas, Transportes e Entregas ).
O nível dos estoques, a confiabilidade de entregas, a eficiência do processo produtivo e o nível de atendimento ao cliente, são produtos derivados destas atividades. O fluxo de caixa, o giro do capital e o lucro líquido, são os resultados finais de um bom gerenciamento da Logística Integral.
Ao longo dos anos, pouca atenção tem sido dada à Logística em função do enfoque departamental. Todavia, a maximização das partes não implica na maximização do todo. Hoje, no mercado extremamente competitivo que vivemos, há necessidade do enfoque global e sistêmico dos processos básicos da empresa e, a Logística Integral, está sendo vista como tarefa fundamental e todas as atenções estão sendo voltadas à Administração do Fluxo de Materiais e Produtos, do Fornecedor ao Cliente final.
Diferentes autores atribuem diferentes origens à palavra logística. Alguns afirmam que ela vem do verbo francês loger ( acomodar, alojar ). Outros dizem que ela é derivada da palavra grega logos ( razão ) e que significa "a arte de calcular" ou "a manipulação dos detalhes de uma operação".
O termo Logística é frequentemente associado às operações militares. Ele define o movimento de homens, máquinas e suprimentos durante a guerra. Dentro das empresas, este termo é aplicado para distribuição física, localização e etc. Não é normal usá-lo para outras atividades. O que encontramos dentro das empresas são termos, tais como :
.Gerenciamento de materiais
.Gerenciamento de estoques
.Planejamento de Vendas e de Produção
.Controle de estoques
. Distribuição e Transportes . Etc
Estes termos são limitantes, fazem parte da estrutura departamental na qual as empresas estão organizadas.
Esta forma de organização permite o controle dos resultados por departamento e a cobrança destes resultados gera a maximização das partes e, dessa forma, o todo fica comprometido.
Assim sendo, podemos definir a logística através de vários autores e várias maneiras :
1. J. C. Ferrante :
A Logística Integral é o Planejamento e o Controle Total do Fluxo de Informação e do Fluxo Físico, integrando Todas as Atividades, com o objetivo de aumentar o Nível de Atendimento ao Cliente com o menor Volume de Recursos Envolvidos na Cadeia Produtiva.
2. Ronald H. Ballou ( Logística Empresarial )
A Logística é a arte de Administrar o Fluxo de Materiais e Produtos desde a Fonte até o Usuário Final.
3. Martin Christopher ( Logística e o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos )
A Logística é o processo de gerenciar estratégicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados ( e os fluxos de informações correlatas ) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo.
4. Council of Logistics Management
A Logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de orígem ao ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos dos clientes.
A figura abaixo, visa demonstrar o volume de dinheiro envolvido no fluxo físico de materiais e produtos dentro das empresas.
Um dos objetivos da Ärea de Compras é aumentar o prazo médio de pagamento, normalmente difícil junto aos fornecedores.
Um dos objetivos da Área de Vendas é reduzir o prazo médio de recebimento, normalmente difícil junto aos clientes.
Todavia, independentemente do aumento de um e da redução do outro, quando os dois períodos, de pagamento e de recebimento, respectivamente, forem iguais, o Fluxo de Caixa é exatamente o Período Médio de Produção.
Considerando o Período Médio de Produção como sendo o Fluxo Físico do Fornecedor até o Cliente Final, toda e qualquer redução deste período significa redução no Fluxo de Caixa da Empresa. Portanto, melhorias na Logística Integral significam um grande retorno para a Empresa, para os seus Fornecedores e para seus Clientes.
Poucas empresas estão se beneficiando disto, principalmente para melhorar a sua posição competitiva no mercado. As que fizeram, estão encostando a concorrência contra a parede.
FLUXO FÍSICO x CICLO DE CAIXA
Período médio de produção (85 dias)
Período médio de cobrança (35 dias)
Compra de matéria prima a crédito Venda de produto acabado a crédito Cobrança de duplicatas
Desembolso^ CICLO DE CAIXA 95 dias Recebimento
Período médio de pagamento (25 dias)
(^0 25 85 )
Pagamento de duplicatas
3. O Modelo Logístico
Abaixo estamos propondo um típico modelo logístico :
3.1: O Modelo de Controle
O Modelo de Controle consiste num conjunto de Indicadores de Performance Financeiros e Operacionais para avaliar o Resultado da Empresa.
Portanto, a logística deve ser vista como o elo de ligação entre o mercado e a atividade operacional da empresa. O raio de ação da logística estende-se sobre toda a organização, do gerenciamento de matérias primas até a entrega do produto final.
5. O Conceito de Supply Chain Management
O conceito de Supply Chain Management evoluiu a partir do conceito de Logística Integral, que procurava integrar internamente à organização funções logísticas tais como compras, transportes, fabricação, gestão de materiais e distribuição. Tal evolução integra o fluxo de materiais e informações de todos os elos da cadeia logística, partindo do fornecedor do fornecedor, passando pelo fornecedor direto, pelo fabricante de bens de consumo, pelo distribuidor, pelo varejista e chegando ao consumidor final. A gestão da cadeia como um todo nos remete a uma séria de oportunidades de agregar mais valor ao consumidor final: seja por via de redução de custos (despesas operacionais, estoques), seja por via de melhoria de serviço (redução de falta de produto na prateleiras, pós-venda), por via de aumento da qualidade (substituição de matérias-primas) ou introdução de um novo benefício ao produto sem aumento de custo.
Tal fonte de oportunidades nos obriga e nos leva a pensar sobre a evolução do pensamento logístico através de outros autores. Os professores John L Kent Jr e Daniel J Flint estudaram a evolução do pensamento na área e apontaram cinco eras ou etapas principais.
A primeira era é denominada “do Campo ao Mercado” e refere-se à economia agrária predominante na época (início do século até década de 40). O grande foco era em questões de transporte para escoamento da produção agrícola.
De 1940 até 1960, a segunda era se fez vigente com o nome de “Funções Segmentadas”, sofrendo grande influência militar. O foco da logística estava ligada à identificação dos aspectos de eficiência no fluxo de materiais, em especial, as questões de armazenamento e transporte, tratadas de modo funcional ou segmentado.
Já na terceira era, chamada de “Funções Integradas”, de 1960 a 1970, surgia uma visão integrada nas questões de logística, explorando questões como custo total e abordagem de sistemas. É neste momento que a logística passa a ser vista como um conjunto integrado de disciplinas tais como transportes, distribuição, armazenagem, controle de estoque e manuseio de materiais.
De 1970 a meados de 1980, veio a era de “Foco ao Cliente”, com ênfase à aplicação de métodos quantitativos à questões logísticas. O foco principal era nas questões de produtividade e custos de estoques.
Finalmente, a quinta era, em vigor até os dias de hoje, recebe o título de “A Logística como Elemento Diferenciador”. Nesta era, a logística é identificada como a última fronteira empresarial em que se podem explorar novas vantagens competitivas, permitindo o surgimento do conceito de Supply Chain Management, como pano de fundo da globalização e da tecnologia da informação.
Neste ponto, entendemos ( J. C. Ferrante ), que a evolução da logística e da organização industrial tem como referência dois momentos: o mundo pós revolução industrial, inspirado nos modelos que levaram à especialização funcional e o mundo pós revolução da informação dos dias atuais, que nos levam ao trabalho de integração.
No mundo pós revolução industrial, a demanda por produtos industrializados era maior do que a oferta, de forma que houve um favorecimento natural à evolução de modelos de logística “Push”, na qual o fornecedor empurra mercadoria ao cliente. Neste contexto, fazia sentido construir sistemas que priorizam altos volumes de produção, a especialização da mão-de-obra e as organizações funcionais, pois com este modelo as empresas poderiam atingir resultados mais eficientes num contexto de mercado onde todo o volume de produção era vendido e o desenvolvimento de novos nichos de mercado não era uma prioridade.
Já, ao atingirmos a revolução da informação ( mercado competitivo ), o contexto de mercado é bem diferente. A oferta é maior que a procura, a concorrência é muito mais acirrada, novos nichos de mercado são desenvolvidos visando atender desejos dos consumidores anteriormente inexplorados. O novo paradigma da logística é baseado na construção de modelos “Pull”, nos quais o cliente puxa a mercadoria que necessita, quando necessita e da forma que necessita. Além disto, com a própria revolução da informação, novas forma de gestão orientadas por processos têm se tronado cada vez mais praticáveis, de modo que as organizações são desenhadas para gerar flexibilidade, com base em profissionais multi-skill inseridos em processos integrados de trabalho.
Com isto, o Supply Chain Management encontrou terreno fértil para ser desenvolvido, pois, ao falar em processo integrado e busca contínua de competitividade para fazer frente a uma concorrência mais aguda, não resta outra alternativa às empresas que não seja a de buscar a integração com os fornecedores e clientes ao longo de toda a cadeia, até por que, no fundo, o cliente é o consumidor final, e todos os envolvidos na cadeia de suprimentos deveriam trabalhar em torno do objetivo comum de atender ao mesmo.