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Apostila enfermagem clínica, Notas de estudo de Enfermagem

Apostila de estudos clínico e prático

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 15/05/2025

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Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem em Tratamento de Feridas
e Curativos" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É
proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem
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Enfermagem em
Tratamento de Feridas e
Curativos
Luis Felipe Teixeira Macedo
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Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Com certificado online 12 0 horas

Enfermagem em

Tratamento de Feridas e

Curativos

Luis Felipe Teixeira Macedo

SUMÁRIO

1.1.1 População Queratocítica ...................................... Erro! Indicador não definido. 1.1.2 População Não-queratocítica ............................... Erro! Indicador não definido.

  • CURATIVOS E COBERTURAS
    • 1.1 EPIDERME
    • 1.2 DERME 1.1.3 Junção Dermoepidérmica Erro! Indicador não definido.
      • 1.2.1 Vascularização
    • 1.3 HIPODERME
      • 1.3.1 Inervação
    • 1.4 ANEXOS CUTÂNEOS
    • 1.5 FISIOLOGIA DA PELE
  • PELE E FERIDAS.............................................................................................................
    • 2.1 CARACTERIZAÇÃO DAS FERIDAS DE PELE
  • PRINCIPAIS FERIDAS CRÔNICAS
    • 3.1 PÉ DIABÉTICO
    • 3.2 ÚLCERAS VASCULOGÊNICAS
    • 3.3 LESÃO POR PRESSÃO
  • PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO
    • 4.1 FASES DA CICATRIZAÇÃO
      • 4.1.1 Fase inflamatória
      • 4.1.2 Fase proliferativa
      • 4.1.3 Fase de maturação
    • 4.2 TIPOS DE CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS
  • CURATIVOS E COBERTURAS
    • 1.1 PRÁTICA DO CURATIVO
    • 1.2 CARACTERIZAÇÃO DOS CURATIVOS
      • 1.2.1 Tipos de curativos...............................................................................................
    • 1.2.2 Aspectos gerais na realização de curativos.............................................................
  • PRINCIPAIS COBERTURAS
    • 2.1 CARACTERIZAÇÃO PRINCIPAIS COBERTURAS.............................................
  • FITOTERÁPICOS
    • 3.1 USO DOS FITOTERÁPICOS EM CURATIVOS
  • AVALIAÇÃO.....................................................................................................................
  • REFERÊNCIAS.................................................................................................................

Unidade 1 – Curativos e Coberturas Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). encontram-se intercalados com projeções digitiformes da derme denominadas papilas. Essa disposição confere grande adesão da epiderme com a derme e maior superfície de contato entre elas, permitindo uma área eficaz de troca entre esses dois componentes, já que a epiderme é avascular e sua nutrição deriva dos capilares dérmicos.

1.2 DERME

A derme é a camada situada logo abaixo da epiderme, formada por denso estroma fibroelástico de tecido conectivo em meio a uma substância fundamental, que serve de suporte para extensas redes vasculares e nervosas, e anexos cutâneos que derivam da epiderme. Os principais componentes da derme incluem o colágeno (70 a 80%) para resistência, a elastina (1 a 3%) para elasticidade e os proteoglicanos, que constituem a substância amorfa em torno das fibras colágenas e elásticas. A derme divide-se em papilar (mais externa), reticular (mais interna) e derme perianexial. A derme papilar é mais delgada, altamente vascularizada e preenche as concavidades entre as cristas epidérmicas, dando origem às papilas ou cristas dérmicas. É formada por feixes delicados de fibras colágenas (principalmente do tipo III) e elásticas, dispostas em uma rede frouxa, circundada por abundante gel de mucopolissacarídeos. A derme reticular compõe a maior parte da espessura da derme, está abaixo do nível das cristas epidérmicas e é constituída de fibras colágenas (principalmente do tipo I) entrelaçadas, além de fibras elásticas que estão dispostas paralelamente à superfície da pele. A derme perianexial tem a mesma estrutura da derme papilar, mas localiza-se em torno dos anexos cutâneos. O sistema elástico, que permeia as fibras colágenas das dermes papilar e reticular, é responsável pela elasticidade cutânea, ou seja, capacidade da pele de retornar à posição original quando submetida ao estiramento. A derme contém população mista de células, incluindo fibroblastos, fibrócitos, macrófagos teciduais, melanófagos, mastócitos e leucócitos sanguíneos (como neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, monócitos e plasmócitos). 1.2.1 Vascularização O suprimento vascular da pele é limitado à derme e constitui-se de um plexo profundo em conexão com um plexo superficial. Estes plexos correm paralelos à superfície cutânea e estão ligados por vasos comunicantes dispostos perpendicularmente. O plexo superficial situa-se na porção superficial da derme reticular, com arteríolas pequenas das quais partem alças capilares que ascendem até o topo de cada papila dérmica e retornam como capilares venosos.

Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos Este material é parte integrante do curso online “Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos” do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). O plexo profundo situa-se na base da derme reticular e é composto por arteríolas e vênulas de paredes mais espessas. Há ligação íntima entre os plexos por meio dos vasos comunicantes, e o controle do fluxo sanguíneo dérmico por esses vasos contribui para o controle da temperatura corpórea.

1.3 HIPODERME

A hipoderme ou panículo adiposo é a camada mais profunda da pele e está organizada em lóbulos de gordura divididos por septos fibrosos compostos de colágeno, por onde correm vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Une a derme à fáscia profunda subjacente, absorve choques e funciona como isolante térmico. 1.3.1 Inervação A inervação da pele é abundante e constituída por nervos motores autonômicos e por nervos sensoriais somáticos. O sistema autonômico é composto por fibras simpáticas e é responsável pela piloereção, constrição da vasculatura cutânea e secreção do suor. As fibras que inervam as glândulas écrinas são simpáticas, mas têm como neurotransmissor a acetilcolina. O sistema somático é responsável pelas sensações de dor, prurido, tato suave, tato discriminativo, pressão, vibração, propriocepção e térmica. Os nervos sensitivos têm receptores especializados divididos funcionalmente em mecanorreceptores, termorreceptores e nociceptores.

Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos Este material é parte integrante do curso online “Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos” do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Estão localizadas em toda a superfície cutânea, exceto nas áreas de pele modificada, como os lábios, os leitos ungueais e a glande. Participam da termorregulação, produzindo suor hipotônico que evapora durante o calor ou estresse emocional. Glândulas Sudoríparas Apócrinas As glândulas sudoríparas apócrinas derivam da epiderme e fazem parte da unidade pilossebácea, desembocando, em geral, nos folículos pilosos. Localizam-se nas axilas, escroto, prepúcio, pequenos lábios, mamilos e região perineal, além de, modificadamente, nas pálpebras (glândulas de Moll), mamas (glândulas mamárias) e conduto auditivo externo (glândulas ceruminosas). Produzem secreção viscosa e leitosa constituída de proteínas, açúcares, amônio e ácidos graxos; é inodora quando atinge a superfície, mas as bactérias a decompõem, causando odor desagradável. São inervadas por fibras nervosas simpáticas e estão sob controle dos hormônios sexuais. Sua função provavelmente representa vestígios de espécies inferiores, cuja comunicação sexual se dá por meio de substâncias químicas. Unhas São placas córneas localizadas no dorso das falanges distais dos quirodáctilos e pododáctilos. São compostas por 4 partes: a raiz, parte proximal recoberta por uma prega de pele chamada de prega ungueal proximal; a lâmina, que está aderida sobre o leito ungueal; as dobras laterais, que cobrem as bordas laterais da lâmina ungueal; e a borda livre. No leito ungueal, a epiderme apresenta somente a camada basal, que se torna opaca na sua parte proximal, formando a lúnula. Aí encontra-se a matriz, que tem intensa atividade proliferativa e é responsável pelo crescimento da unha.

Unidade 1 – Curativos e Coberturas Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29).

1.5 FISIOLOGIA DA PELE

As várias estruturas da pele exercem funções primordiais para a sobrevivência do organismo. São elas:

  • O estrato córneo atua como barreira para a perda de água das camadas epidérmicas internas e para lesão proveniente do ambiente externo, como a entrada de agentes tóxicos e micro-organismos.
  • Os melanócitos exercem proteção contra os efeitos indesejáveis da radiação solar ultravioleta por meio da melanina, que a absorve amplamente.
  • Os nervos dérmicos têm a importante função de percepção do meio.
  • As fibras colágenas e elásticas da derme e sua substância fundamental conferem à pele propriedades viscoelásticas e de resistência que a protegem contra as forças de cisalhamento.
  • A termorregulação se dá pela extensa rede vascular cutânea, através do controle do fluxo sanguíneo, e pelas glândulas sudoríparas écrinas, cuja secreção proporciona o resfriamento por evaporação a partir da superfície da pele.
  • O papel da pele na proteção imunológica do organismo se deve principalmente à célula de Langerhans, que participa de várias reações imunológicas, inclusive na interação macrófago-célula T e nas interações entre linfócitos T e B.
  • A pele desempenha uma função endócrina, pois a ação da radiação ultravioleta sobre o 7-deidrocolesterol nos ceratinócitos forma a vitamina D3, que estimula a absorção de cálcio e fosfato no intestino.

Unidade 2 – Pele e Feridas Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29).

  1. Corto-contusa - o agente não tem corte tão acentuado, sendo que a força do traumatismo é que causa a penetração do instrumento, tendo como exemplo o machado.
  2. Perfurante - são ocasionadas por agentes longos e pontiagudos como prego, alfinete. Pode ser transfixante quando atravessa um órgão, estando sua gravidade na importância deste órgão.
  3. Pérfuro-contusas - são as ocasionadas por arma de fogo, podendo existir dois orifícios, o de entrada e o de saída.

Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos Este material é parte integrante do curso online “Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos” do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29).

  1. Lácero-contusas - Os mecanismos mais frequentes são a compressão: a pele é esmagada de encontro ao plano subjacente, ou por tração: por rasgo ou arrancamento tecidual. As bordas são irregulares, com mais de um ângulo; constituem exemplo clássico as mordidas de cão.
  2. Perfuro-incisas - provocadas por instrumentos pérfuro-cortantes que possuem gume e ponta, por exemplo, um punhal. Deve-se sempre lembrar, que externamente, poderemos ter uma pequena marca na pele, porém profundamente podemos ter comprometimento de órgãos importantes.
  3. Escoriações - a lesão surge tangencialmente à superfície cutânea, com arrancamento da pele.
  4. Equimoses e hematomas - na equimose há rompimento dos capilares, porém sem perda da continuidade da pele, sendo que no hematoma, o sangue extravasado forma uma cavidade.

Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos Este material é parte integrante do curso online “Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos” do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29).

  1. Infectadas - apresentam sinais nítidos de infecção (edema, rubor, calor, dor, secreção purulenta, odor fétido e tecido necrótico) Dentro desse cenário as feridas podem ainda ser classificadas em feridas agudas e crônicas. A primeira, originária de cirurgias ou traumas, tem sua reparação no tempo adequado, sem complicações. Já a segunda são aquelas que não são reparadas no prazo esperado, se estendem a periodo superior a seis meses e apresentam agravos. Quanto às feridas agudas, a principal causa no nosso meio são os traumatismos, seguido de feridas térmicas, infecciosas, químicas, vasculares, alérgicas e radioativas. As feridas crônicas têm um processo de cicatrização complicado por processos infecciosos ou em decorrência de outras doenças existentes. Uma ferida aguda pode ser tornar crônica, por exemplo, desde que algum mecanismo interfira em seu processo de cicatrização fisiológico. Neste grupo se enquadram as lesões por pressão, as úlceras varicosas e o pé diabético.

Unidade 3 – Principais Feridas Crônicas Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29).

PRINCIPAIS FERIDAS CRÔNICAS

As feridas crônicas são lesões de difícil cicatrização, quase sempre acontecem em função da realização do curativo inadequado (escolha errada do curativo) bem como o não tratamento da etiologia (causa da ferida). As feridas crônicas representam um grande problema de saúde pública, em função dos gastos elevados para o tratamento, bem como um problema social, pois exclui as pessoas que convivem com a ferida, já que normalmente essas feridas produzem incapacidades e problemas com a autoimagem do paciente.

3.1 PÉ DIABÉTICO

O diabetes mellitus (DM) é uma das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) mais frequentes no mundo sendo a quarta principal causa de morte. Junto à doença renal crônica, causa um impacto crescente nos sistemas de saúde mundial e brasileiro. Em 2014 estimou- se que 120 milhões de pessoas eram portadoras de DM no mundo e até 2025 a expectativa é de que sejam 300 milhões. Esta doença caracteriza-se como um complexo conjunto de distúrbios metabólicos que têm em comum a hiperglicemia causada por defeitos na ação e/ou na secreção de insulina. Embora sejam muitas as complicações sérias e dispendiosas que afetam os indivíduos com diabetes, tais como doenças do coração, problemas renais e cegueira, as complicações com os pés representam a maior parte: 40 a 70% de todas as amputações das extremidades inferiores estão relacionadas ao diabetes mellitus. As neuropatias diabéticas (NDs) constituem as complicações crônicas mais prevalentes entre indivíduos com diabetes mellitus, afetando mais de 50% dos pacientes.

Unidade 3 – Principais Feridas Crônicas Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29).

  • História de ulceração ou amputação prévia;
  • Neuropatia periférica;
  • Deformidade dos pés;
  • Doença vascular periférica;
  • Baixa acuidade visual;
  • Nefropatia diabética (especialmente nos pacientes em diálise);
  • Controle glicêmico insatisfatório;
  • Tabagismo. Dentro desse contexto vamos enfatizar os episódios prévios de ulceração, de necessidade de by-pass em membros e/ou de amputações indicam igualmente doença mais avançada. A história pregressa positiva para uma dessas condições classifica o Pé Diabético em grau 3 (alto risco). A classificação de uma ferida no Pé Diabético é útil para orientar o tratamento, fornecer uma base de comparação da evolução e definir o risco de complicações, em especial a amputação de membro. Algumas condições de pele são frequentemente encontradas durante a avaliação do Pé Diabético, predispondo ao surgimento de feridas e outras complicações. São elas: Xerodermia (pele seca); Calosidades; Alterações ungueais. O objetivo primário da avaliação periódica dos pés das pessoas com DM é a prevenção da úlcera. Apesar disso, a evolução para o desenvolvimento de feridas nos pés é comum.

Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos Este material é parte integrante do curso online “Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos” do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29).

3.2 ÚLCERAS VASCULOGÊNICAS

São alterações crônicas apresentadas ao nível de pele e subcutâneo em pacientes portadores de hipertensão venosa de longa duração, decorrentes, na maior parte dos casos, de refluxo e/ou obstrução ao nível do sistema venoso profundo, geralmente consequência de um episódio de trombose venosa profunda prévia ou, em reduzido número de casos, de varizes primárias de vários anos de evolução. A Insuficiência Venosa Crônica (IVC) é um quadro clínico comum as várias causas, que é resultado do comprometimento funcional no retorno venoso, e não é obrigatório a presença de dano estrutural no sistema venoso. A IVC é a falha do retorno venoso nos membros inferiores. Esta não é sinônimo somente de varizes, de trombose venosa, de angiodisplasia, ou de qualquer anomalia venosa. Qualquer elemento componente do sistema funcional que faz parte do retorno venoso e que venha a falhar pode levar à estase venosa. As úlceras vasculares, mais conhecidas como úlceras de perna, podem ser definidas como sendo a perda da continuidade da pele nos membros inferiores, abaixo dos joelhos, e cujo processo de cicatrização se prolonga por mais de seis semanas. Elas são altamente redicivantes, acometem principalmente pessoas idosas e estão frequentemente associadas a outras doenças, tais como: diabetes mellitus, artrite, hipertensão arterial, hanseníase, entre outras. Estas feridas são uma das principais causas pelas quais as pessoas procuram as unidades de saúde, pois cerca de 80% delas podem ser tratadas ambulatoriamente. Elas podem causar dor, depressão, redução da movimentação, incapacidade para o trabalho, perda da autoestima e isolamento social, ou seja, graves transtornos tanto individuais quanto coletivos. As úlceras vasculares apresentam etiologia de origem venosa, arterial ou mista. As úlceras de origem venosa (maioria) são basicamente resultantes da hipertensão venosa crônica, que produz a estase venosa e edema. As úlceras de origem arterial são produzidas quando o fluxo sanguíneo para os membros inferiores está diminuído, resultando em isquemia e necrose. As úlceras de origem mista resultam da combinação da hipertensão venosa crônica com patologias arteriais periféricas. Uma maneira fácil de proceder a elevação dos membros, sem dobrar a perna na altura da cabeça do fêmur, é colocando tijolos ou blocos de madeira sob os pés da cama, é importante a continuidade do uso das meias compressoras após a cicatrização da úlcera venosa, para evitar as recidivas. Os exercícios também são indicados, com a finalidade de melhorar o retorno venoso, que está prejudicado na presença de patologias vasculares venosas. Importante lembrar que usar adequadamente meias e bandagens, aliando-se esta prática ao tratamento tópico adequado, existe a possibilidade de 97% de cicatrização nas úlceras venosas. Mesmo após a cicatrização, as orientações quanto à prevenção de recidivas devem ser meticulosas e o acompanhamento do paciente deverá ser constante.