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Apostila de Padronagem Textil, Notas de aula de Engenharia Têxtil

Aulas e dicas sobre padronagem textil

Tipologia: Notas de aula

2011

Compartilhado em 16/10/2011

ricardo-brino-11
ricardo-brino-11 🇧🇷

4.6

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MARCO FUZIWARA 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PADRONAGEM
PADRONAGEM: A padronagem tem como objetivo o estudo da formação dos tecidos e
as normas necessárias para a sua construção
A denominação “ Padronagem “ vem do conceito que é atribuído a palavra padrão, que
e o entrelaçamento formado pelo menor número de fios de urdume e trama
necessários para a representação de um tecido que deverá se repetir pôr toda a sua
extensão.
Para que possamos estudar a padronagem dos tecidos é necessário que conheçamos
algumas definições:
Urdimento: Entende-se por urdimento os fios que estão dispostos no sentido
longitudinal do tecido, sendo composto de fundo e ourela.
Fios de urdume: São fios que ficam no sentido do comprimento do tecido e que
constituem com a trama, o tecido propriamente dito, também chamados de
fios de fundo.
Fios de ourela: São faixas estreitas de fios colocados paralelamente aos fios de fundo,
com uma densidade maior ( mais fios por unidade de medida ), tendo como
finalidade reforçar as laterais do tecido a fim de possibilitar a obtenção de
uma largura mais uniforme.
Fios de trama: São aqueles que vão de um lado a outro no sentido transversal,
cruzando com o urdimento.
Tecido: é o produto do entrelaçamento dos fio de urdume com os fios de trama
seguindo uma ordem pré determinada.
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PADRONAGEM

PADRONAGEM : A padronagem tem como objetivo o estudo da formação dos tecidos e as normas necessárias para a sua construção

A denominação “ Padronagem “ vem do conceito que é atribuído a palavra padrão, que e o entrelaçamento formado pelo menor número de fios de urdume e trama necessários para a representação de um tecido que deverá se repetir pôr toda a sua extensão.

Para que possamos estudar a padronagem dos tecidos é necessário que conheçamos algumas definições:

Urdimento: Entende-se por urdimento os fios que estão dispostos no sentido longitudinal do tecido, sendo composto de fundo e ourela.

Fios de urdume: São fios que ficam no sentido do comprimento do tecido e que constituem com a trama, o tecido propriamente dito, também chamados de fios de fundo.

Fios de ourela: São faixas estreitas de fios colocados paralelamente aos fios de fundo, com uma densidade maior ( mais fios por unidade de medida ), tendo como finalidade reforçar as laterais do tecido a fim de possibilitar a obtenção de uma largura mais uniforme.

Fios de trama: São aqueles que vão de um lado a outro no sentido transversal, cruzando com o urdimento.

Tecido: é o produto do entrelaçamento dos fio de urdume com os fios de trama seguindo uma ordem pré determinada.

Os tecidos são classificados em: tecidos planos e tecidos de malhas.

Tecidos de malha: constituído do entrelaçamento de um fio consigo mesmo.

Tecidos planos: também chamado de tecido de cala, pode ser definido como sendo qualquer produto têxtil , oriundo do entrelaçamento de dois conjuntos de fios em um angulo de 90 graus.

Ligamento tela Fundamental sarja cetim

reps tela canele Panamá

tecidos derivados sarja derivada simples diretos dos sarja sarja múltipla fundamentais sarja diagonal

fantasia cetim ampliado múltiplo

Tecidos planos

Derivados royal , gorgurão Indiretos epingline , gaufrê crepe

tecidos dupla face compostos múltiplos

piquê mistos brocado matelassê

veludos especiais felpa gaze

artísticos jacquard

3 – Numera – se os fios de urdume da esquerda para a direita e as tramas de baixo para cima. Exemplo:

4 – A leitura dos fios, ou seja a maneira pela qual os fios entrelaçados são lidos é indicada colocando – se os pontos de ligação que constituem uma repetição do padrão em ordem seguida, como se apresentam no tecido e separados por um traço horizontal. Os pontos tomados ficam na parte superior da linha e os pontos deixados na parte inferior.

2 1 pontos tomados 1 3 pontos deixados

observação: a leitura da evolução dos fios de urdume deverá obedecer à numeração da programação, assim como a evolução da trama.

5 – Deslocamento: chamamos de deslocamento o valor utilizado para distribuir os pontos de ligação de um tecido. O deslocamento pode ser:

Vertical: é o número de trama que separa o ponto de ligação de um fio de urdume do ponto de ligação de um fio adjacente, conta - se inclusive, a trama em que cai o segundo ponto. Convencionalmente conta – se os deslocamentos verticais sempre de baixo para cima, segundo a numeração de tramas.

8 7 6 5 4 3 2 1

1 2 3 4 5 6 7 8

entrlaçamento no tecido 8 x x x x 7 x x x x 6 x x x x 5 x x x x 4 x x x x 3 x x x x 2 x x x x 1 x x x x 1 3 5 7 2 4 6 8

representação no papel

Os deslocamentos verticais podem ser:

a- diretos: se o segundo ponto se encontrar a direita do fio tomado. Exemplo:

b- indireto: se o segundo ponto se encontrar a esquerda do fio tomado. Exemplo:

Horizontal: é o numero de fios de urdume que existe entre um ponto de ligação de uma trama e outro ponto de ligação da trama seguinte. Deve-se contar, inclusive, a trama a qual cai este ponto, obedecendo-se a ordem de numeração.

Os deslocamentos horizontais podem ser:

a- direto: se a contagem for efetuada para a direita. Exemplo:

b- indireto: se a contagem for efetuada para a esquerda. Exemplo:

Observação: os símbolos e as nomenclaturas dos deslocamentos veremos no ligamento cetim onde este é mais empregado.

LIGAMENTOS FUNDAMENTAIS

Os ligamentos fundamentais são: 1 – tela 2 – sarja 3 – cetim ou raso

2 X

1 X

X 2

1 X

X

X 1 2

X

2 1 X

A sarja de menor repetição é aquela formada por três fios de urdume e três de trama ( por essa razão é chamada de sarja de três ).

O deslocamento utilizado para a construção do ligamento é sempre igual a “ 1 “ , formando um ângulo de 45 graus. A sarja apresenta duas faces distintas, uma com efeito em urdume ( armação pesada ) outra com efeito em trama ( armação leve )

Exemplos:

Sarja de 3 leve , diagonal direita e esquerda.

Sarja de 3 pesada , diagonal direita e esquerda.

No exemplo há quatro situações diferentes com que se pode trabalhar:

  • sarja leve – diagonal direita
  • sarja pesada – diagonal direita
  • sarja leve – diagonal esquerda
  • sarja pesada – diagonal esquerda

Observação: podemos ainda nas armações pares termos a sarja equilibrada.

6 X X 6 X X

5 X X 5 X X

4 X X 1 4 X X 1

3 X X 2 3 X X 2

2 X X 2 X X

1 X X 1 X X

1 3 5 1 3 5 2 4 6 2 4 6

6 x x x x 6 x x x x 5 x x x x 5 x x x x 4 x x x x 2 4 x x x x 2 3 x x x x 1 3 x x x x 1 2 x^ x^ x^ x^ 2 x^ x^ x^ x 1 x x x x 1 x x x x 1 3 5 1 3 5 2 4 6 2 4 6

Diagonal é o sentido que deve tomar a nervura formada pelo ligamento. Portanto: diagonal direita, nervura no sentido da direita; diagonal esquerda nervura no sentido da esquerda.

O ligamento sarja geralmente é indicado com um traço horizontal, tendo em uma de suas extremidades o sentido da diagonal.

Exemplo:

Diagonal direita

Diagonal esquerda

Os números que aparecem no traço horizontal indicam a quantidade de quadros e o número de subida dos quadros.

Quando o número sobre o traço for menor que o de baixo, a sarja será considerada leve; caso contrário, pesada.

Geralmente, a sarja apresenta duas faces distintas: uma em efeito de urdume, armação pesada; outra em efeito de trama, armação leve.

Nestes ligamentos, a torção do fio exerce forte influência no aspecto do tecido, podendo realçar ou atenuar as diagonais.

Observações práticas demonstram que para destacar o aspecto da sarja, a direção da torção deve ser contrária á direção das diagonais, caso contrário, as nervuras se apresentarão mais apagadas.

É indispensável ao técnico de tecelagem, o conhecimento desses sistemas de torção, pois só assim poderá fazer a aplicação do fio corretamente.

Existem fios com torção “ S “ e torção “ Z “.

Torção “ S “ Torção “Z “

Ligamento cetim ou raso

Este ligamento caracteriza-se por fornecer um tecido de aspecto liso, ser suave ao tato e por Ter grande flexibilidade. Isto acontece porque os pontos de ligação dos dois elementos, urdume e trama, se apresentam separados uns dos outros, seguindo uma ordem constante.

O ligamento cetim é por natureza, um ligamento de “ dupla face “, pois enquanto um lado apresenta predominância de urdume, o outro apresenta completo efeito de trama. Esta diferença de efeitos torna-se tanto maior, quanto mais denso for o tecido.

Desta forma, quando um elemento predomina na face designada para esconder os pontos do outro elemento, emprega-se um material de melhor qualidade.

Os cetins caracterizam-se também por serem exclusivamente leves ou exclusivamente pesados. Os tecidos obtidos com estruturas de cetins apresentam linhas em duas direções opostas, formadas pela distribuição regular dos pontos tomados do urdume sobre a trama. Existem cetins regulares e cetins irregulares:

Cetim regular:

Os cetins regulares obedecem algumas regras fundamentais:

  • as armações são sempre quadradas
  • em cada fio dentro de uma repetição existe apenas um ponto de ligação
  • o deslocamento é sempre constante

cetim irregular:

os cetins irregulares não obedecem a uma ou mais regras acima.

Construção dos cetins regulares:

A menor armação de cetim regular que se pode construir é o cetim de R = 5, que é formado por 5 fios de urdume e 5 fios de trama.

Para cada “ raporte “ ( tamanho da repetição, símbolo R ),podemos construir cetins diferentes variando-se apenas os deslocamentos. A determinação dos deslocamentos segue as seguintes regras:

Dado um cetim qualquer de repetição R ( total de fios da repetição ) notaremos que para sua construção o valor do deslocamento deverá ser:

a) diferente de 1 b) diferente de R ( total de fios da repetição ) c) diferente de R – 1 ( total de fios menos a unidade ) d) número primo com o valor de R ( ou seja não devem possuir um divisor comum )

Para determinarmos então quais os deslocamentos possíveis de serem usados, escrevemos os números de 1 a R e eliminamos o 1 , R , R – 1 e os números não primos com R. os números restantes serão os deslocamentos aproveitáveis. Exemplo:

Cetim de R = 8

Conclusão: 3 e 5 são os deslocamentos possíveis para se fazer um cetim de R = 8.

Nomenclatura dos deslocamentos:

DVD – deslocamento vertical direto DHD – deslocamento horizontal direto DVI – deslocamento vertical indireto DHI – deslocamento horizontal indireto

Representação:

Cetim de R = 8 DVD 3 leve

8 1 x 7 3 x 6 2 x 5 1 x 4 3 x 3 2 x 2 1 3 x 1 x 2 1 3 5 5 2 4 6 8

  • Deslocamento R - 1 :

O deslocamento R - 1 fornece uma sarja simples de repetição igual a R com diagonal a esquerda.

Construção dos cetins irregulares

Verifica-se pela regra dos cetins regulares, que certos cetins não possuem deslocamentos possíveis, é o caso dos cetins de raporte igual a 4 e 6. Para estes cetins os deslocamentos encontrados são únicos e apenas um cetim é possível em cada caso, desta forma temos:

a) Cetim de R = 4 ( Raso Turco ) deslocamento 1 , 2 e 3.

b) Cetim de R = 6 ( Raso do Reino ) deslocamento 2 , 2 , 3 , 4 e 4

8 X

7 X

6 X

5 X

4 X

3 X

2 X

1 X

1 3 5 5 2 4 6 8

4 2 X

3 1 3 X

2 1 X 2

1 X 1

1 3 2 4

6 1 4 X

5 2 X 3

4 1 2 4 X

3 2 X 1 3

2 1 3 X 2

1 X 2 1

1 3 5 2 4 6

REMETEÇÃO OU PASSAMENTO

Dá-se o nome de remeteção ou passamento á operação que tem por finalidade dispor os fios de urdume nos liços e pentes para a fabricação dos tecidos. Os fios do urdimento são passados pelos olhais dos liços ( malhas ) seguindo uma ordem determinada, que se chama passamento.

1- Rolo de urdume 2- Fios de urdume 3- Quadro de liços 4- Liço 5- Pente 6- Lançadeira, pinça, bicos 7- Fios de trama 8- Tecido 9- Rolo de tecido

Passamento

O passamento tem por finalidade agrupar os fios de urdume para facilitar a abertura da cala e é determinado em função do ligamento que se deseja produzir.

Nos passamentos devemos observar as seguintes regras:

1 – Para produzir um tecido exige-se teoricamente tantos liços quantos forem os fios de urdume.

2 - Exige-se teoricamente tantos quadros quantos forem os fios com evoluções diferentes, isto é, cada fio com evolução diferente deve ser passado em um quadro diferente.

3 - Chamamos de primeiro quadro o quadro mais perto do batente.

4 - O passamento pode ser feito do último quadro para o primeiro ou vice-versa.

Exemplo:

1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8

4 4 3 3 2 2 1 1

Passamento aponta

É usado para construir desenhos simétricos e pode ser:

Aponta simples Aponta dupla

Aponta simples

Passa-se os fios de urdume de forma seguida até o último quadro, invertendo-se o rumo do passamento voltando até o primeiro. Exemplo:

Aponta dupla.

Procede-se como no aponta simples com a remissa que em determinado seguimento não se vai do primeiro ao último quadro. Exemplo:

Passamento interrompido.

Os fios são passados também da esquerda para a direita, porém na volta o passamento não terá inicio no penúltimo quadro e sim em quadros intermediários. Exemplo:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

5 4 3 2 1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

5 4 3 2 1

Passamento em grupo.

Ou á corpos, é usado quando o urdimento apresenta fios perfeitamente distinto em evolução ou qualidade. Os liços devem ser divididos em grupos ou partes sendo que a quantidade de liços de cada grupo dependerá do número de fios do ligamento. Exemplo:

Passamento fantasia.

Esta remeteção é composta geralmente de outras remeteções , isto é, das remeteções já citadas. Muito comum serem usadas em artigos maquinetados com fundo de tafetá. Exemplo:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

5 4 3 2 1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

8 7 6 5 4 3 2 1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

7 6 5 4 3 2 1

Passamento dos fios no pente.

O passamento dos fios pelo pente tem a finalidade de manter os fios desembaraçados dentro de uma determinada largura e fixar a densidade do tecido. É representado assinalando no passamento dos fios nos liços aqueles que serão remetidos numa mesma pua. Exemplo:

Determinação do número de fios por pua:

Não existem normas teóricas que permitam uma determinação segura, porem, devemos considerar alguns fatores:

Ligamento Matéria prima do urdume

De um modo geral deve-se separar por um dente do pente fios que tenham a mesma evolução.

Número do pente.

Os pentes são numerados pelo números de puas que apresentam em determinada unidade de comprimento ( cm, mm , polegada ). Este número vem marcado numa das extremidades, juntamente com a largura da primeira a última pua. Conforme mostra a ilustração a seguir:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

4 3 2 1

Representação no papel x x x x x x quadriculado x x x x x x

#^

20 190

Exemplo de como representar um passamento em papel quadriculado, que pode ser utilizado pela sala de liço, para executar o passamento dos fios de urdume nos quadros e pentes.

Tomemos como exemplo um raporte qualquer.

Total de fios = 5648 fios Passamento no pente 2 fios / pua Fios por liço = 1

Movimento dos quadros de liços

Após determinar o ligamento e o passamento, deve-se enviar a tecelagem uma ficha indicando como devem ser acionados os quadros de liços e como será liçado o rolo de urdume. Isto ocorre normalmente em tecelagens de pequeno porte, em tecelagens de médio e grande porte existe um setor próprio para executar estes trabalhos.

Com base nas fichas são construídas as cartelas que permitem ao mecanismo de acionamento dos quadros de liços, levantar ou abaixar os quadros, a medida que as tramas são inseridas.

azul 6 6 = 12 amarelo 2 = 2 branco 4 = 4 18 fios

Artigo # larg.= 165,6 cm T 4 4 4 4 = 4 x + 3 = 3 3 3 3 = 4 x + 3 = 2 2 2 2 2 =^5 x^ +^4 = 1 1 1 1 1 = 5 x + 4 = soma = fios

( 18 x 313 )+14 = 5648 fios

313

5648

20/

313 313 313

1255 1255 1569 1569