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Apostila de materiais de construção.pdf
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Materiais de Construção 1
Sejam bem vindos ao 4º período do Curso de Engenharia Civil.
A disciplina de Materiais de Construção I tem o objetivo de lhes apresentar os materiais comumentemente utilizados em obras de construção civil, das mais simples as mais complexas. É uma matéria de fundamental importância para o futuro engenheiro, pois do perfeito conhecimento dos materiais utilizados na obra, decorrerá sua segurança; sua durabilidade e sua economia. Temos, pois, que o bom engenheiro é aquele que consegue fazer uma obra segura, durável e com o máximo de economia, respeitando as especificações e normas técnicas aplicáveis a obra em questão. O conhecimento dos materiais é predominantemente experimental; tecnológico. As qualidades dos materiais são estabelecidas por ensaios em laboratório especializados, onde são levados ao limite de suas resistências. Não é seguro, não é prático, não é justo, que cada novo engenheiro fosse adquirindo aos poucos, ao longo de sua carreira profissional, o conhecimento e a prática no uso dos materiais de construção. Temos então, que a finalidade desta disciplina é apresentar aos estudantes de Engenharia Civil, todo o conhecimento até então acumulado na tecnologia dos materiais, para que se faça o melhor uso no dia a dia das obras, representando muitas vezes, a resposta a problemas aparentemente insolúveis; ou uma grande economia na sua construção. Juntamente com a apresentação dos conteúdos deste período, serão apresentados relatórios de pesquisa, e de solução de problemas em grandes obras, onde o aluno poderá ter uma idéia da importância dos assuntos abordados nesta matéria. Neste período estudaremos a Normatização na Construção Civil, os agregados, aglomerantes e o concreto.
Capítulo I
Materiais de Construção 1
Há algumas décadas atrás, a sociedade consumidora era muito pequena, a produção para seu consumo, nas diversas áreas era predominantemente artesanal, com cada fornecedor produzindo o seu produto a seu modo. Com o advento da revolução industrial, com o desenvolvimento do mercado consumidor e, por conseguinte, do acirramento da concorrência entre os diversos fornecedores pela preferência no consumo, passou a existir um comercio selvagem com relação a preços e qualidades. E o consumidor como ficou? Como reclamar de um serviço prestado, como reclamar da qualidade de um produto comprado? E uma obra que apresentou problemas em sua funcionalidade, na sua durabilidade, como reclamar? Diante destes problemas, surgiu a necessidade de existirem especificações quanto à qualidade dos mais diversos serviços e produtos, para que os preços e qualidades pudessem ser comparados, e responsabilidades pudessem ser cobradas. Sem os padrões de qualidade pré-definidos, como comparar determinados produtos entre si e determinar qual o melhor custo beneficio de cada um. E na construção civil, como determinar se uma construção foi edificada dentro da melhor tecnologia, atendendo aos princípios de economia, resistência e durabilidade. Como reclamar diante de deficiências construtivas? Diante desta situação, foram criadas associações representativas dos consumidores, produtores e prestadores de serviços, as quais tiveram por finalidade criar especificações para produtos e serviços adquiridos no mercado, nas mais diversas áreas da economia de um país. Posteriormente, estas associações específicas de cada área, reuniram-se em uma única associação nacional, que passou a emitir normas específicas por elas produzidas com força em lei. Mede-se o grau de desenvolvimento de um país pela quantidade de normas emitidas pela sua entidade representativa, quanto mais desenvolvido um país, maior o grau de normatização de sua atividade econômica.
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Capítulo I
Materiais de Construção 1
Em cada país existem organismos cuja função é estabelecer normas que padronizem as especificações de materiais, de serviços, de projetos e de ensaios de laboratório. A ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas - é a entidade responsável pela normatização no Brasil., fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional de Normatização através da Resolução nº 07 do CONMETRO, de 24.08.1992. Sua sustentação econômica é viabilizada com contribuições de sócios e entidades a ela ligadas e vendas de normas, não recebendo verbas publicas. Ela congrega os seguintes tipos de sócios, espalhados por todo o país:
Sócios mantenedores - contribuem substancialmente Sócios coletivos - firmas ou entidades Sócios individuais - contribuem em pequena escala Entidades associadas - assessoram o trabalho da ABNT
A ABNT se dedica a elaboração de normas técnicas, sua difusão e incentivo. Isso não impede que, em campos mais restritos, outras entidades associadas, particulares ou oficiais, tenham o mesmo objetivo. Como exemplo, temos:
A ABNT possui hoje, 60 comitês técnicos, 40 comissões especiais de estudos que abrangem as mais variadas atividades econômicas, podendo a qualquer momento, serem desmembrados ou criados novos comitês, ou mesmo, renomeados. CB-01 - Mineração e Metalurgia CB-02 - Construção Civil CB-03 - Eletricidade (Eletrônica, Eletrotécnica e Iluminação) CB-04 – Máquinas e Equipamentos Mecânicos.
Capítulo I
Materiais de Construção 1
CB-38 – Gestão ambiental..........etc.
Estes comitês técnicos são permanentes, são os orientadores da parte técnica dos assuntos pertinentes, e os seus elementos (técnicos) que compõem os diversos comitês, são eleitos pelos sócios da ABNT.
De um modo geral, pode-se dizer que a Normatização pode ser vista como uma maneira de organizar as atividades por meio da criação e utilização de regras ou normas, visando sempre ao desenvolvimento econômico e social de um país. Elaboram-se normas com o objetivo de regulamentar a qualidade, a classificação, a produção, o emprego dos diversos materiais e a medição dos diversos serviços de engenharia. Utiliza-se de normas também, em outros setores da Engenharia Civil, como terão oportunidade de ver: nos cálculos estruturais, nos desenhos técnicos, nos projetos elétricos, hidráulicos, de fundações, de estradas, etc. Com a normalização temos facilitado a: Comunicação: Proporciona os meios necessários para a troca adequada de informações entre clientes e fornecedores, com vista a assegurar a confiança e um entendimento comum nas relações comerciais; SIMPLIFICAÇÃO: Reduz as variedades de produtos e de procedimentos, de modo a simplificar o relacionamento entre produtor e consumidor: PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR: Define os requisitos que permitam aferir a qualidade dos produtos e serviços; SEGURANÇA: Estabelece requisitos técnicos destinados a assegurar a proteção da vida humana, da saúde e do meio ambiente; ECONOMIA: Diminui o custo de produtos e serviços mediante a sistematização, racionalização e ordenação dos processos e das atividades produtivas, com a conseqüente economia para fornecedores e clientes; ELIMINAÇÃO DE BARREIRAS: Evita a existência de regulamentos conflitantes, sobre produtos e serviços, em diferentes países, de forma a facilitar o intercambio comercial.
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Capítulo I
Materiais de Construção 1
O processo de elaboração de normas técnicas está apoiado em princípios, que são fundamentais para que todos os objetivos da normatização sejam atendidos e para que ela seja eficaz na sua aplicação e reconhecida por todos. VOLUNTÁRIEDADE – A participação em processo de normatização não é obrigatória e depende de uma decisão voluntária dos interessados. Essa vontade de participar é imprescindível para que o processo de elaboração de normas ocorra. Outro aspecto que fundamenta a voluntariedade do processo de normatização é o fato de que o uso da norma também não é obrigatório, devendo ser resultado de uma decisão em que são percebidas mais vantagens no seu uso do que no não uso. REPRESENTATIVIDADE – É preciso que haja participação de especialistas cedidos por todos os setores – produtores, organizações de consumidores e neutros (outras partes interessadas tais como universidades, laboratórios, institutos de pesquisa, órgãos do governo), de modo que a opinião de todos seja considerada no estabelecimento da norma. Dessa forma, ela de fato reflete o real estágio de desenvolvimento de uma tecnologia em um determinado momento, e o entendimento comum vigente, baseado em experiências consolidadas e pertinentes. PARIDADE – Não basta apenas a representatividade, é preciso que as classes (produtor, consumidor e neutro) estejam equilibradas, evitando-se assim a imposição de uma delas sobre as demais por conta do maior número de representantes. Assim, deve-se buscar assegurar o equilíbrio das diferentes opiniões no processo de elaboração de normas. ATUALIZAÇÃO – A atualização do processo de desenvolvimento de normas, com a adoção de novos métodos de gestão e de novas ferramentas de tecnologia da informação, contribui para que o processo de normatização acompanhe evolução tecnológica. Esse princípio de atualização deve ser constantemente perseguido para que a normatização atenda à intensa demanda considerando que uma norma defasada tecnologicamente fatalmente cairá no desuso. TRANSPARÊNCIA – Todas as partes interessadas devem ter disponíveis, a qualquer tempo, as informações relativas ao controle, atividades e decisões sobre o processo de desenvolvimento de normas técnicas. SIMPLIFICAÇÃO – O processo de normatização deve ter regras e procedimentos simples e acessíveis, que garantam a coerência, a rapidez e a qualidade no desenvolvimento e implementação das normas. CONSENSO – Para que uma norma tenha seu conteúdo o mais próximo possível da realidade de aplicação, é necessário que haja consenso entre os participantes de sua
Capítulo I
Materiais de Construção 1
O processo de elaboração das normas brasileiras dentro da ABNT, é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (CB). Esses comitês são órgãos de coordenação, planejamento e execução das atividades de normatização técnica relacionadas a um setor específico. Para participar dos Comitês Técnicos (CB) é necessário ser associado da ABNT. Os associados individuais podem participar em até dois CBs, os coletivos podem participar de até 3 CBs e os Mantenedores podem participar de até 5 CBs. A instituição de uma norma é regulada pela DIRETIVA p. 03/95; Guia para Elaboração e Apresentação de Normas Técnicas. A pedido de interessados ou por iniciativa própria, os comitês criam comissões de estudo, com a finalidade de elaborar uma norma ou um grupo de normas técnicas sobre um determinado assunto de seu âmbito. Dessa comissão devem participar, especialmente convidados, produtores, comerciantes, consumidores, órgãos técnicos profissionais e entidades de pesquisas oficiais ou particulares que tratem da matéria. Haverá preferência pelos associados da ABNT. A comissão parte de um texto básico, que poderá ser preparado por um de seus membros ou encomendado a um técnico, ou poderá ser uma norma ou regulamento de entidade interessada, ou ainda uma norma estrangeira. A partir do texto básico ela elabora um anteprojeto, que é enviado ao comitê. Este o examina, para ver suas implicações com outras normas já em vigor, e o encaminha aos associados para votação. Sendo aprovado, passa a NORMA, não o sendo ou recebendo novas sugestões, volta a comissão para reestudo. Enquanto não for votado, será apenas um PROJETO DE NORMA. Eventualmente, uma norma aprovada pode não ser obrigatória, mas apenas NORMA RECOMENDADA. A NORMA, ou qualquer alteração dela, entra em vigor 60 dias após a publicação pela ABNT, não dependendo de ato governamental.
6.1 Normatização brasileira na construção civil
No âmbito da construção civil, existem seis Comitês Técnicos responsáveis pelo gerenciamento e pela administração das Comissões de Estudo, que passam a se reunir periodicamente a fim de que os seus textos sejam levados para discussão em nível nacional: os maiores são: BC-02 – Construção Civil e o CB-18 – Cimento, Concreto e Agregados. O CB-02 é responsável pela elaboração das normas técnicas de componentes, elementos, produtos ou serviços utilizados na construção civil, abrangendo seus aspectos
Capítulo I
Materiais de Construção 1
referentes a planejamento, projeto, execução, métodos de ensaio, armazenamento, transporte, operação, uso e manutenção e necessidades do usuário, subdivididas setorialmente. O CB-02 possui os seguintes subcomitês:
Área de interesse Nome do subcomitê
Materiais inorgânicos não metálicos
SC-101 – Cerâmica vermelha SC-102 – Argamassas e Pisos SC-103 – Gesso para construção civil SC-105 – Pedras Naturais SC-106 – Componentes de Fibrocimento SC-107 – Produtos de cimento SC-108 – Sistemas e Componentes Pré-fabricados de Concreto SC-109 – Cerâmica para Revestimento
Orgânicos e Metálicos
SC-110 – Aparelhos e Componentes Sanitários SC-111 – Plásticos para Construção Civil SC-114 – Madeiras SC-115 – Tintas e vernizes para a Construção Civil SC-116 – Plásticos reforçados para Construção Civil SC-118 – Componentes de Esquadrias de Ferro e Aço SC-119 – Componentes de Esquadrias de alumínio SC-120 – Fechaduras e Acessórios para Esquadrias Saneamento SC-143 – Componentes e Equipamentos
O CB – 18 através de seus sub-comitês trata da normatização no setor de cimento, adições, agregados, concreto, argamassas, aditivos, adesivos, água, elastômeros e adições, compreendendo dosagem de concreto, e tudo no que concerne à terminologia, requisitos, métodos de ensaio e generalidades. O CB-18 possui os seguintes subcomitês: Sub-comitê 18:01 Cimento e adições Sub-comitê 18:02 Agregados Sub-comitê 18:03 Concreto Sub-comitê 18:04 Argamassas Sub-comitê 18:05 Aditivos, Adesivos, Água e elastomêros Sub-comitê 18:06 Concreto dosado em Central
Capítulo I
Materiais de Construção 1
fabricante ou construtor fornecer um produto ou serviço de qualidade: se requisitos mínimos são estabelecidos por uma norma, essa norma é obrigatória; O conhecimento e a observância das prescrições técnicas constituem um dever ético- profissional para todos aqueles que lidam com produtos ou executam trabalhos já normatizados; E m se tratando de relação de consumo, o art. 39 CDC estabelece que é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas, “colocar no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO”; Algumas normas dizem respeito a procedimentos técnicos que podem sofrer evolução/alteração ao longo do tempo. A questão técnica é identificar que normas estabelecem procedimentos básicos, imperativos, que devem ser seguidos em qualquer circunstância, e quais normas ditam procedimentos ou resultados que podem ser atingidos por meios diferentes daqueles prescritos na norma, sem perda de qualidade. O avanço tecnológico e a criatividade humana desenvolvem procedimentos e técnicas diferentes daquelas recomendadas pelas normas expedidas e também atingem resultados satisfatórios, não raro melhores. No campo jurídico, entretanto, o respeito às normas técnicas, como fator de atendimento à qualidade, é uma presunção “júris tantum” - (admite prova em contrário), porém, as normas continuam valendo como padrões mínimos de referência.
A ABNT concede as indústrias interessadas o titulo de MARCA DE CONFORMIDADE , a determinados produtos, isto é, reconhece publicamente que determinado produto está de acordo com as especificações contidas nas normas a ele determinadas. Em alguns casos, essa conformidade pode ser indicada por um símbolo a ser fixado no material ou na embalagem do produto. “Marcas de conformidade” são concedidas após auditoria por empresa certificadora na empresa solicitante, se forem atendidas todas as exigências de organização, de produção e padrão de qualidade. Normalmente a certificação é válida por três anos, devendo a empresa certificada passar por nova auditoria para a continuidade no uso da marca de conformidade.
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Capítulo I
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Fluxograma de certificação de uma empresa Para a maioria dos produtos a certificação é voluntária; porém, muitas empresas a buscam por exigência de mercado ou por decisão estratégica. O INMETRO considera compulsória a certificação dos produtos cuja falha coloque em risco a vida humana (ex. os extintores de incêndio) ou o meio ambiente. O quadro a seguir, mostra os produtos da construção civil com Certificação Compulsória e Voluntária.
Certificação dos produtos na construção civil Certificação Compulsória Certificação Voluntária
Barras e fios de aço destinados a armadura para concreto armado; Disjuntores Fios e cabos elétricos Interruptores para instalação elétrica
Argamassa à base de Cimento Portland para rejuntamento de Placas Cerâmicas; Bloco cerâmico para Alvenaria; Bloco vazado de concreto simples para alvenaria estrutural; Cimento Portland resistente a sulfatos; Placas cerâmicas para revestimentos; Porta corta-fogo para saídas de emergência; Revestimentos cerâmicos; Telha cerâmica de capa e canal; Telha cerâmica tipo francesa; Telha cerâmica tipo romana; Telha de concreto; Vidro temperado para a construção.