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Apostila de Limpeza Urbana, Notas de estudo de Engenharia Ambiental

Apostila de limpeza urbana

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010
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LIMPEZA
PÚBLICA
Prof. Eng. FERNANDO ANTONIO WOLMER
AGOSTO/2002
RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES
1. INTRODUÇÃO
Consideramos como lixo tudo aquilo gerado por atividades humanas que não
possuam valor econômico, inúteis, indesejáveis e totalmente descartáveis.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, conceitua resíduos
sólidos domiciliares como sendo todos os produzidos em edificações
residenciais, em estabelecimentos públicos e do comércio em geral, assim
como aqueles resultantes das diversas atividades de limpeza urbana.
Excluem-se os resíduos industriais, de serviços de saúde, os de portos e
aeroportos que exigem cuidados especiais quanto ao manuseio,
acondicionamento, coleta e disposição final.
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LIMPEZA

PÚBLICA

Prof. Eng. FERNANDO ANTONIO WOLMER

AGOSTO/

RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES

1. INTRODUÇÃO

Consideramos como lixo tudo aquilo gerado por atividades humanas que não possuam valor econômico, inúteis, indesejáveis e totalmente descartáveis.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, conceitua resíduos sólidos domiciliares como sendo todos os produzidos em edificações residenciais, em estabelecimentos públicos e do comércio em geral, assim como aqueles resultantes das diversas atividades de limpeza urbana.

Excluem-se os resíduos industriais, de serviços de saúde, os de portos e aeroportos que exigem cuidados especiais quanto ao manuseio, acondicionamento, coleta e disposição final.

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Vale ressaltar que em qualquer dos estabelecimentos excluídos, acima mencionados, existem a geração de resíduos considerados domésticos, ou seja, nas indústrias além da atividade industrial propriamente dita há a geração de resíduos no refeitório, escritório e banheiros que são considerados resíduos domésticos. Nos serviços de saúde tais como: hospitais, postos de saúde, pronto socorros, centros de ortopedia, clínicas, laboratórios de análises clínicas, clínicas médico e odontológicas, clínicas veterinárias e farmácias, existem também a parte sem contato com o paciente como escritórios, lanchonetes que devem ser segregados e dispostos como resíduos domiciliares.

Nos portos e aeroportos todos os resíduos oriundos dos navios e aviões, e dos locais em que os passageiros tenham contato, devem ter tratamento especial.

2. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A ABNT editou um conjunto de normas para padronizar, a nível nacional, a classificação dos resíduos. Segundo a Norma NBR 10004 os resíduos são agrupados em três classes:

  • RESÍDUOS CLASSE I – PERIGOSOS: aqueles que apresentam periculosidade, conforme definição contida nessa norma, ou apresentarem características de: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
  • RESÍDUOS CLASSE II – NÃO INERTES: aqueles que não se enquadram nas especificações da Classe I – perigosos ou Classe III – inertes ou seja aqueles que podem apresentar propriedades como: combustibilidade, biodegradabilidade ou insolubilidade em água.
  • RESÍDUOS CLASSE III – INERTES : como exemplo podemos citar: entulho e restos de construção.

O Quadro a seguir mostra que o lixo pode ser classificado de acordo com a sua natureza, os riscos ao meio ambiente e sua origem.

NATUREZA FÍSICA QUÍMICA CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS

RISCOS AO MEIO AMBIENTE

CLASSE I CLASSE II CLASSE III

ORIGEM

DOMICILIAR COMERCIAL INDUSTRIAL PÚBLICOS(VARRIÇÃO, CAPINAÇÃO, RASPAGEM) FEIRAS LIVRES PARQUES E JARDINS SERVIÇOS DE SAÚDE PORTOS E AEROPORTOS AGRÍCOLAS ENTULHOS DEMOLIÇÕES

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veículos por dia, a forma de se obter um dado mais próximo do real é misturando o conteúdo dos diversos caminhões e “quartejando”, isto é, dividindo em quatro essa massa de lixo para posterior separação e pesagem.

De uma forma ou de outra, essa tarefa deverá ser repetida por diversos dias, nunca esquecendo as segundas-feiras que é um dia que mostra o lixo gerado nos finais de semana onde normalmente não há coleta.

2.2 – Características Químicas

As características químicas dos resíduos é determinada por análises realizadas em laboratórios especializados e seguem métodos recomendados pelo Institute of Solid Wastes e pelo American Public Works Association.

A tabela a seguir mostra as características químicas dos resíduos coletados nos municípios de Santo André e São Bernardo do Campo.

CARACTERÍSTICAS SANTO ANDRÉ SÃO BERNARDO DO CAMPO Nº DE ANÁLISES 25 19 PODER CALORÍFERO SUPERIOR ( KCAL/KG)

2.644 3.

SÓLIDOS VOLÁTEIS 57,32 74, MATERIAL FIXO 20,55 10, UMIDADE 53,13 62, N 1,13 1, P 0,23 0, K 0,71 0, C 29,38 38, S 0,18 0, H 3,35 3, O 44,87 45, FONTE: Serete Engenharia

2.3 – Características Físico-químicas

A tabela a seguir mostra os parâmetros físico-químicos dos resíduos nos municípios de Santo André e São Bernardo do Campo.

MUNICÍPIOS PARÃMETROS SANTO ANDRÉ SÃO BERNARDO DO CAMPO PH 6,6 6, Fosfato total ( g/g ) 3.380 9. Potássio ( g/g ) 4.400 6. Nitrogênio total ( g/g ) 8.250 9. Enxofre ( % ) 0,3 0, Carbono ( % ) 29,0 25, Umidade ( % ) 61,0 58, Resíduo volátil ( % ) 67,0 59, Cinzas ( % ) 33,0 40, Poder calorífero superior ( cal/g ) 2.783 3. Poder calorífero inferior (cal/g ) 637 834 FONTE: Proema

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2.4 – Características por Nível Social

A tabela a seguir mostra a composição físico-química dos resíduos domiciliares do município de São Paulo por classe de renda familiar – 1998.

Classe Parâmetros ALTA ALTA MÈDIA MÉDIA BAIXA BAIXA Moema Pinheiros Butantã Ipiranga S. Miguel Campo Limpo Umidade (%) 49,1 61,8 59,7 67,4 33,9 48, Mat. Orgânico (%) 37,0 35,8 35,7 30,1 60,6 57, Mat. Inorgânico (%) 50,0 54,1 40,9 44,3 28,1 30, Outros (%) 13,0 10,9 23,4 25,6 11,3 12, FONTE: Ecolabor Ltda.

3. GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A produção de resíduos sólidos domiciliares de uma cidade está relacionada com a condição socioeconômica da mesma. As cidades com rendas “per capita” maior produziram mais lixo que outras cidades com população semelhante mas com renda “per capita” menor. Outras variáveis como clima e costumes, também pode alterar a geração de lixo.

Para se obter um valor correto da geração de resíduos de um município deve- se utilizar da pesagem diária dos caminhões da coleta, em balanças tipo rodoviárias.

O critério indicado para a execução dessa pesagem é de 7 (sete) dias corridos, de segunda a segunda. Em municípios com atividades sazonais, como por exemplo cidades do litoral no verão e climáticas no inverno, a pesagem deve ser efetuada na época considerada comum e em períodos de temporada.

Quando não houver possibilidade da pesagem e existindo a necessidade de estimar a quantidade de lixo originado nos domicílios, considera-se a produção de lixo por nº de habitante. A tabela a seguir mostra a produção domiciliar de resíduos e a quantidade recebida nos locais de disposição final.

POPULAÇÃO RESÍDUO PRODUZIDO (Kg/dia) RESÍDUO DISPOSTO (Kg/dia) Até 100.000 0,40 0, 100.001 a 500.000 0,60 0, 500.001 a 1.000.000 0,70 0,

  • 1.000.000 0,80 1, FONTE: CETESB

A diferença entre resíduo domiciliar produzido e resíduo disposto é geralmente a quantidade a maior gerada nos estabelecimentos comerciais e nas áreas domésticas das indústrias, coletados pelo serviço de coleta regular.

Geralmente em grandes municípios, de 5 a 10% do lixo produzido não é coletado, devido aos acessos difíceis, favelas, costumes inadequados da população que queimam ou despejam em córregos e terrenos baldios.

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Mosquito Picada da fêmea Dengue, malária, febre amarela e leishmaniose Escorpião e aranha Picada Doenças cardíacas, coma e morte Urubus, gaivotas Patas, piolho Pestes, Porcos Carne Salmoneloses FONTE: CETESB

Não podemos esquecer que os seres humanos são grandes “AMIGOS” desses vetores pois:

  • Escolhemos lugares afastados dos grandes centros para esse tipo de vazadouro, portanto sem perturbação.
  • Diariamente despejamos grande quantidade de matéria orgânica coletada nos centros urbanos, portanto saciamos sua fome.
  • Os resíduos coletados são constituídos de vasilhames plásticos ou metal que acumulam água de chuva, portanto saciamos sua sede.
  • Esses mesmos resíduos de plásticos ou metal que acumulam água de chuva servem também para a sua proliferação e desenvolvimento.
  • Os resíduos coletados são constituídos de vasilhames de madeira e papelão que servem como abrigo contra chuva, ventos e outros animais, portanto damos proteção.

ATIVIDADES DA LIMPEZA PÚBLICA

Limpeza Pública ou Urbana é um conjunto de atividades atribuída ao poder público, a fim de preservar a saúde local e fornecer um meio ambiente agradável para o bem estar comum da população.

1. ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS

Até pouco tempo atrás, o serviço de limpeza pública era efetuado exclusivamente com administração direta, ou seja, pela Prefeitura Municipal. De uns tempos para cá, esse serviço foi sendo terceirizado, administrado indiretamente. Surgirão empresas especializadas no ramo que iniciaram suas atividades em cidades de grande porte, passando para as de médio e agora até as pequenas comunidades repassam esses trabalhos.

Na administração indireta cabe a empreiteira executar as tarefas e a municipalidade fiscalizar e efetuar a medição (comprovar a realização) dos serviços contratados.

O quadro abaixo mostra algumas vantagens de um ou outro tipo de administração.

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ADMINISTRAÇÃO DIRETA VANTAGENS DESVANTAGENS Não visa lucro Não forma bom quadro de pessoal Aquisição de equipamentos com menor custo Dificuldade de premiar ou punir o quadro funcional Integração mais perfeita com outros serviços públicos

Demora no conserto e recuperação de equipamentos Cooperação dos munícipes com mais rapidez Redução da vida útil dos equipamentos Dependência de transferência de recursos Interferência política Descontinuidade administrativa

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA VANTAGENS DESVANTAGENS Obtenção de mão de obra eficaz Abuso por falta de fiscalização Aquisição de equipamentos e peças com rapidez

Interferências políticas nos serviços

Melhor rendimento com incentivos ao pessoal Subornos a fiscalização Modificações com rapidez Difícil retorno para a administração direta Continuidade administrativa Maior possibilidade de greves e paralisações Melhor fiscalização

Em resumo, com um bom edital de concorrência e um contrato bem preparado é possível servir melhor a população, utilizando-se o serviço empreitado, à vista do desembaraço que o mesmo dispõe para a execução dos serviços.

Na redação do edital, não é suficiente que funcionários e advogados se concentrem procurando cercear o futuro contratado. É necessário que chefes e encarregados com experiência na execução dos serviços, participem sendo que eventuais interessados sejam consultados, examinando todas as possibilidades e alternativas para evitar concorrências não correspondidas, ou contratos dando origens a situações imprevistas, controvérsias e impasses que acabam condenando o sistema.

2. ATRIBUIÇÕES DA LIMPEZA PÚBLICA OU URBANA

As principais atividades atribuídas à limpeza pública de um município são:

  • Coleta de lixo;
  • Varrição de vias públicas;
  • Capinação;
  • Raspagem;
  • Pintura de guias e sarjetas;
  • Limpeza de locais de feiras livres;
  • Limpeza de bocas de lobo;
  • Coleta seletiva;
  • Coleta de resíduos de serviços de saúde;
  • Coletas especiais (bota-fora);
  • Apreensão de animais;
  • Limpeza de praias; 8

médio de 200 kg/m^3 , teremos: 5 X 0,7 : 200 = 0,0175 m 3 ou 17,5 litros de lixo

por residência/dia. Como comprovadamente não se justifica a coleta diária na grande maioria dos municípios e sim em dias alternados, temos que 17,5 x 2 = 30,0 litros.

Na prática, devido a excessos por festividades, grande número de embalagens descartáveis, recomenda-se o uso de sacos plásticos de 50,0 litros. Muitos códigos de postura municipais permitem um volume de até 100,0 litros que é a capacidade máxima que pode ser manuseada sem maiores esforços pelos coletores.

A maioria dos códigos de postura municipais, para efeito de coleta regular de resíduos sólidos, determina que cada residência ou estabelecimento comercial deposite para coleta até 100 litros diariamente. Muitas vezes isto não é cumprido devido a falta de fiscalização e interesse dos coletores, sempre acabam sendo compensados com gorjetas ou brindes.

3.2 – Contêineres

É um recipiente utilizado nas fontes com elevada geração de resíduos para o acondicionamento, como é o caso de estabelecimentos comerciais, prestação de serviços, supermercados, shopping centers, edifícios, indústrias, condomínios e outros. O lixo pode ser acondicionado utilizando-se dispositivo compactador descarregado nos veículos coletores por equipamento basculador, acoplado ao chassis.

Há duas classes de contêineres, os basculáveis e os intercambiáveis. Os basculáveis, dotados geralmente de rodízios são deslocados até o veículo coletor que através de um dispositivo acoplado, realiza o basculamento da carga para dentro da caçamba. As suas capacidades variam de 1,0 a 3,0 m 3. Os intercambiáveis ou estacionários são removidos por caminhões dotados de guincho ou guindaste, devendo deixar um vazio enquanto leva o carregado (intercâmbio). As capacidades destes últimos são maiores variando de 3 a 30 m^3.

3.3- Recipientes Herméticos Basculáveis

Esses recipientes caracterizam-se pela estanqueidade, pelo formato retangular, bonito visual e poder ser basculável no caminhão coletor. Possuem rodízios e são fabricados em polietileno e a sua capacidade varia de 25 a 700 litros. São conhecidos pela sigla RECHE, recipientes herméticos.

É muito difundida sua utilização nos programas de coleta seletiva onde são juntados Reches com as cores padronizadas para armazenamento de materiais recicláveis.

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3.4- Contêineres Estacionários Compactadores

São caixas metálicas retangulares, constituídas por duas partes: uma parte motora, que é a prensa elétrica e uma parte passiva onde há armazenagem dos resíduos. A parte do contêiner de armazenagem é removido por caminhão com dispositivo “roll on roll off”. Também existem alguns tipos onde o compactador é monobloco formando um só corpo que é removido por inteiro para esvaziamento.

Esses contêineres são muito utilizados nos grandes centros geradores de resíduos.

4. COLETA REGULAR DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A coleta regular de resíduos é a atividade da limpeza pública de maior preocupação do dirigente municipal ou de empresa privada em virtude do 11

A coleta noturna é a solução ideal, deveria ser implantada em todos os lugares. É a que apresenta um rendimento muito maior pois encontra as vias e passeios mais desimpedidos, o serviço passa mais desapercebido, melhora a eficiência dos coletores devido ao clima mais ameno.

Em lugares onde não são obrigados o uso de sacos plásticos a coleta noturna pode trazer a desvantagem do ruído e da exposição dos vasilhames até o início do dia seguinte.

A implantação do sistema misto ou seja parte do município no horário noturno e parte no diurno é a forma correta pois reduz o número de veículos necessários, pela metade.

4.3- Equipe de Coleta

A velocidade com que se efetua a coleta é um elemento básico para o dimensionamento da frota, e esse fator depende em muito da equipe coletora que usualmente é denominada de guarnição. Normalmente essa equipe de coleta é composta de um motorista e três ajudantes. Em cidades onde não há caçamba compactadora de lixo nem a obrigatoriedade do uso de sacos plástico com recipiente, o número de ajudantes chega a quatro, pois um fica em cima da carroçaria recebendo os vazilhames cheios e devolvendo-os vazios.

4.4- Projeto de Coleta Regular

Um bom planejamento dos serviços de coleta regular de resíduos sólidos domiciliares trará economia ao erário público, elogios da população atendida e satisfação da mão-de-obra envolvida, dividendos políticos aos dirigentes municipais e lucro aos empresários do ramo.

Para a elaboração de um projeto de coleta regular deverão ser levantados os seguintes dados:

  • Pesagem do lixo coletado diariamente;
  • Tempo e quilometragem para a carga completa da caçamba em uso;
  • Tempo despendido na coleta, na circulação na viagem e na descarga;
  • Quilometragem de coleta circulação e viagem;
  • Topografia local;
  • Sistema viário demarcando ruas, avenidas, mão de direção, obstáculos e outros;
  • Tipo de calçamento das ruas, avenidas e acesso a descarga;
  • Tipo de ocupação territorial;
  • Localização de grandes centros geradores de resíduos.

Com base nos resultados da análise dos dados levantados, o município deverá ser dividido em setores que individualmente forneçam carga de resíduo suficiente para completar a viagem do caminhão coletor, considerando-se todos os parâmetros de influência.

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A coleta a ser realizada em cada setor será de responsabilidade de uma única equipe que ira operar o veículo coletor. Após a divisão do município em setores de coleta, deverá ser elaborado os roteiros de trajetos com mapas e vias a serem percorridas. Esse traçado deve:

  • Ser contínuo para evitar interrupções e entrelaçamentos dos trajetos;
  • Ter seu início o mais próximo da garagem ou pátio de guarda dos veículos;
  • Ser concluído de possível o mais próximo do acesso para a disposição final;
  • Ter sentido descendente nas vias íngremes para poupar a guarnição e veículo coletor.

4.5 – Dimensionamento da Frota de Caminhões

Antes de falarmos em dimensionamento da frota de caminhões temos que mencionar que em muitos lugares do Brasil, principalmente em municípios de pequeno porte, a coleta ainda é efetuada com carroças e carretas metálicas ou de madeira acoplada a um trator tipo agrícola. Nestas regiões o não existe planejamento e sim, a prática por parte do carroceiro ou tratorista que define os setores e a periodicidade do serviço.

Nas cidades maiores quando a geração de lixo comporta a aquisição de um ou mais caminhões munidos de caçambas coletoras e compactadoras de lixo, vários são os cuidados que devem ser tomados para o dimensionamento da frota de caminhões. Dentre esses cuidados podemos destacar :

  • Sempre que possível adquirir caminhões equipados com caçambas coletora e compactadoras de lixo pois:
    • O volume de armazenagem é muito maior, evitando várias viagens ao local de disposição do lixo;
    • A estanqueidade do lixo é total evitando sua visualização, queda e espalhamento;
    • Possui um compartimento para armazenagem de chorume ou líquidos percolados da massa de lixo e com isso evita o derramamento dos mesmos nas vias públicas;
    • Compartimento de carga é grande, o que permite a descarga de vários recipientes ao mesmo tempo. Esse compartimento é traseiro, proporcionando maior segurança à guarnição evitando atropelamento;
    • A borda de carga é na cintura do coletor o que trás facilidade para descarga.
  • Tomar como base a demanda de lixo em dias normais. É mais econômico dimensionar os circuitos de forma que a capacidade de carga dos veículos coletores se complete durante a jornada de 08 horas de serviço. Quando houver excesso de lixo ele será coletado pela prestação de horas extra.
  • Adotar como capacidade de coleta dos vários modelos de caçamba existente, somente 80% do valor nominal expresso nos catálogos do fabricante.
  • Manter 10% da frota em reserva para que a frota sofra as manutenções periódicas e para casos de colisão ou quebra dos veículos titulares.

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C = capacidade de carga da caçamba. Adotado a média de 5 toneladas por viagem TV = tempo de viagem que cada veículo executa para descarga do lixo. Calculado no item b-) em 0,9999.

d-) Cálculo da frota

Onde: NV = É o número de viagens possível de cada caminhão realizar dentro de uma jornada de trabalho. Foi calculado no item c-) como sendo 2,2. Q = É a quantidade de lixo coletado. Foi calculado no item a-) como sendo 38 t/dia. C = É a capacidade de carga de uma caçamba> foi adotado a média de 5 ton/viagem. Y = É o número de viagens necessárias, por veículo, por setor em uma jornada de trabalho no período noturno. K = número de veículos de reserva. Foi adotado a quantidade de 1 caminhão.

Se um caminhão efetua 2,2 viagens por jornada normal de trabalho de 8 horas e o veículo tem capacidade de carga de 5 t de lixo por viagem temos que um caminhão transporta 11 t de lixo por jornada de trabalho.

Se o município produz 38 toneladas por dia e um caminhão transporta 11 t de lixo por jornada de trabalho temos: 38 : 11 = 3,45 = 4 veículos na ativa.

Porém, e propusermos um setor no período noturno temos que serão recolhidas diariamente 11 toneladas à noite, utilizando-se um dos caminhões que fazem a coleta no período diurno sobraram 27 toneladas para recolhimento e portanto temos: 27 : 11 = 2,45 = 3 veículos.

Para segurança do andamento adequado do sistema implantado será necessário mais 1 veículo de reserva.

Portanto, a frota necessária para esse município, tomado como exemplo, será de 4 veículos com capacidade para transportar 5 t/viagem, com caçamba para 8 a 10 m^3.

Se conseguirmos dois setores no período noturno, e dois no período diurno poderemos economizar na aquisição de um veículo, pois teríamos dois caminhões coletando diuturnamente.

Na prática, devido a falta de recursos, não se adquire um veículo para a reserva e quando por qualquer motivo houver necessidade da substituição temporária de um veículo da coleta regular, a administração desloca um caminhão basculante do departamento de obras da prefeitura. Essa regra não se aplica ao serviço terceirizado onde o contrato reza que a coleta deverá ser

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efetuada com veículos compactadores e neste caso normalmente o empreiteiro alugará esse veículo, quando necessário.

4.6 – Uniformização da Equipe de Coleta

O uso de uniformes é um fator primordial não só para a manutenção da higiene e segurança dos coletores como também para a boa apresentação dos servidores da limpeza pública que estão em contato muito próximos com os munícipes.

Esses uniformes devem apresentar algumas características, tais como:

  • Coloração facilmente identificável pela população;
  • Resistência que garanta a proteção do servidor;
  • Leveza, conforto, mobilidade e boa absorção do suor;
  • Luvas para proteção de materiais cortantes;
  • Calçados leves com solado antiderrapante;
  • Capa de proteção contra chuvas;
  • Coletes refletores.

4.7- Implantação do Projeto

Para implantação de um projeto de coleta regular de resíduos sólidos domiciliares, deverão ser programadas as seguintes fases:

1ª - Divulgação do plano internamente.

2ª - Treinamento do pessoal envolvido.

3ª - Divulgação externa do sistema a ser implantado, junto à população, através de faixas, panfletos, imprensa, mostrando os dias da semana e horário em que a coleta será efetuada naquele bairro/setor.

4ª - Implantação propriamente dita em toda a região preestabelecida no projeto.

5ª - Análise do desempenho das equipes por meio de inspeções de fiscais e informações prestadas pela população.

6ª - Avaliação do sistema implantado, através de entrevistas com a equipe, vistoria nos setores e dados registrados em planilhas pelos motoristas dos veículos coletores.

7ª - Reajustes necessários através do compilamento dos dados corrigindo algumas distorções existentes. Esse ajustamento deve ser sistemático e contínuo devido a expansão municipal, construção de fontes com grande geração de resíduos e outros.

Exemplos:

a-) Desenho de um setor e trajeto de coleta

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SAIDA DO LOCAL DE DESCARGA COLETA DO PRIMEIRO RECIPIENTE 3ª VIAGEM COLETA DO ÚLTIMO RECIPIENTE CHEGADA AO LOCAL DE DESCARGA SAIDA DO LOCAL DE DESCARGA CHEGADA À GARAGEM

PRIMEIRA VIAGEM SEGUNDA VIAGEM TERCEIRA VIAGEM PESO BRUTO DO CAMINHÃO

c-) Folheto de orientação à população

PERÍODO DIURNO

SEGUNDA, QUARTA E SEXTA-FEIRA.

PASSA O CAMINHÃO DE LIXO

1- SOMENTE PONHA O LIXO NA CALÇADA NOS

DIAS INDICADOS NESTE FOLHETO.

2- OBSERVE O HORÁRIO QUE O COLETOR

PASSA EM SUA RUA. ASSIM VOCÊ SABERÁ

O PERÍODO DE COLETA: MANHÃ OU TARDE. d-) Fotos de caminhões munidos com caçambas coletoras/compactadores

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