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Baseada em um resumo do Professor Marco Antonio, com exercícios resolvidos
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
Diariamente vimos nos jornais, revistas, rádios e televisão, inúmeras questões econômicas:
Aumento de preços Desemprego Setores que crescem mais que outros Crise no balanço de pagamentos. Valorização ou desvalorização da moeda Diferenças de rendas em várias regiões do país Taxas de juros Elevação de impostos e tarifas
Uma família comumente se depara com muitas decisões. Deve decidir quais tarefas cabem a cada membro e o que cada um desses membros recebe em troca:
Quem lava a louça? Quem faz o jantar? Quem estuda em escola pública? Quem estuda em escola privada? Quem come o último pedaço da sobremesa? Quem escolhe o programa de televisão que será assistido?
Enfim, a família deve alocar os recursos escassos entre os vários membros, levando em conta a capacidade, esforços e desejo de cada um. Como uma família, a sociedade se depara com muitas decisões. Deve decidir quais tarefas serão executadas e por quem.
A sociedade precisa de gente para produzir alimentos, fabricar e criar carteiras, quadros, software. Uma vez que a sociedade tenha alocado as pessoas (aqui incluímos terra, prédios, máquinas e capital) entre as várias tarefas, deve alocar também os bens e serviços que elas produziram. Deve decidir quem comerá o caviar e quem comerá as batatas. Quem andará de Rolls Royce e quem andará de ônibus.
A administração dos recursos da sociedade é importante porque os recursos são escassos. Escassez significa que a sociedade tem menos a oferecer do que aquilo que as pessoas desejam ter.
Wessels: “ é o estudo de como as pessoas alocam seus recursos escassos.” Troster e Mochón: “a economia estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los para seu consumo entre os membros da sociedade.” Vasconcellos e Garcia: “é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar (alocar) recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade a fim de satisfazer as necessidades humanas.”
O problema econômico por excelência é a escassez. Surge porque as necessidades humanas são virtualmente ilimitadas e os recursos econômicos escassos. Este não é um problema tecnológico e sim de disparidade entre os desejos humanos e os meios disponíveis para satisfazê-los. A escassez é um conceito relativo, pois existe o desejo de adquirir uma quantidade de bens e serviços maior que a disponibilidade.
Existem países em que a população possui níveis de vida mais elevados do que em outros. Nesses países, há alimentos e bens materiais abundantes, enquanto em outros países atrasados existem milhões de pessoas vivendo na mais absoluta pobreza onde muitos chegam a morrer de fome.
Tendo em conta essa situação, parece estranho à economia abordar a escassez como um problema universal. Isto é, como um problema que afeta todas as sociedades. Isso se deve em razão de a economia considerar o problema como de escassez relativa, uma vez que os bens e serviços são escassos em relação ao desejo dos indivíduos.
O conceito de necessidade humana é a sensação de carência de algo unida ao desejo de satisfazê-la. O ditado popular “quanto mais se tem, mais se quer” parece refletir fielmente a atitude dos indivíduos em relação aos bens materiais. Assim, o fato real que enfrenta a economia é que em todas as sociedades (tanto ricas como pobres) os desejos dos indivíduos não podem ser completamente satisfeitos. Nesse sentido, bens escassos são aqueles que nunca tem em quantidade suficiente para satisfazer os desejos dos indivíduos.
Bem é tudo aquilo que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e necessidades dos seres humanos. Os bens podem ser classificados^1 :
Segundo seu caráter : Livres: são ilimitados em quantidade ou muito abundantes e não são apropriáveis. Econômicos: são escassos em quantidade, dada sua procura, e apropriáveis. Ë o objeto de estudo da economia.
Segundo sua natureza : De capital: não atendem diretamente às necessidades. De consumo: destinam-se à satisfação direta de necessidades. Duradouros/duráveis: permitem um uso prolongado. Não-duradouros/Não duráveis: acabam com o tempo.
Segundo sua função. Intermediários: devem sofrer novas transformações antes de se converterem em bens de consumo ou de capital Finais: Já sofreram as transformações necessárias para seu uso ou consumo.
Os bens econômicos caracterizam-se pela utilidade, escassez e por serem transferíveis. Já os bens livres , por sua vez, são aqueles cuja quantidade é suficiente para satisfazer a todo mundo. Ex. o ar.
Quando buscam satisfazer suas necessidades, os indivíduos, normalmente, fixam preferências. Assim, os primeiros bens desejados são os que satisfazem as necessidades básicas ou primárias, como a alimentação, o vestuário e a saúde.
(^1) Fonte: Troster e Mochón. Introdução à Economia. P.8. 2.edição.1994.
Capital: compreende as edificações, as fábricas, a maquinaria e os equipamentos, a existências de meios elaborados e demais meios utilizados no processo produtivo. Tipo de remuneração: Juros.
Alguns autores também considerem como fatores de produção :
Tecnologia: É a transmissão constante de conhecimentos entre as pessoas e/ou empresas. Normalmente, quando falamos em tecnologia, o primeiro pensamento nos leva a computadores, máquinas robotizadas, etc., porém, esses equipamentos modernos representam apenas inovações tecnológicas aplicadas a alguma coisa já existente ou já inventadas anteriormente. Tipo de remuneração: royalties (Direitos autorais). Capacidade empresarial: Trata-se de DOM natural, que algumas pessoas possuem, mesmo sem o desenvolvimento cultural. Observamos casosde pessoas que não tiveram a oportunidade do estudo científico, que se sobressaem nas atribuições normalmente desenvolvidas por grandes empreendedores. Tipo de remuneração: lucro.
Existe consenso de que a Teoria Econômica, de forma sistematizada, iniciou-se quando foi publicada a obra de Adam Smith, “A riqueza das nações”, em 1776. Em períodos anteriores, a atividade econômica do homem era tratada e estudada como parte integrante da Filosofia Social, da Moral e da Ética.
econômico, bem como os autores mais significativos:
Século XVI-XVII-XVIII (^) Mercantilistas Fisiocratas Século XVIII
Adam Smith 1723 - 1790
Malthus 1766 - 1834
Ricardo 1772 - 1823
Stuart Mill 1806 - 1873
Marx 1818 - 1883
Neoclássicos e marginalistas
Marshall 1842 - 1924
Walras 1834 - 1910
Fisher 1867 - 1947
Keynes 1883 - 1943 Sraffa 1898 - 1983
O novo Cambridge
Economia do desequilíbrio
Síntese Neoclássica
Nova macro- economia clássica
Monetarismo Nova esquerda
O trabalho de maior destaque foi o do Dr. François Quesnay, autor da obra Tableau Économique, o primeiro a dividir a economia em setores, mostrando a inter-relação dos mesmos. Apesar de os trabalhos dos fisiocratas estarem permeados de considerações éticas, foi grande sua contribuição à análise econômica. O Tableau Économique do Dr. Quesnay foi aperfeiçoado e transformou-se no sistema de circulação monetária input-output criado no século XX (anos 40) pelo economista naturalizado norte-americano, Wassily Leontief, da Universidade de Harvard. Na verdade, a fisiocracia surgiu como reação ao mercantilismo. A fisiocracia sugeria que era desnecessária a regulamentação governamental, pois a lei da natureza era suprema, e tudo o que fosse contra ela seria derrotado. A função do soberano era servir de intermediário para que as leis da natureza fossem cumpridas. Para os fisiocratas, a riqueza consistia em bens produzidos com a ajuda da natureza (fisiocracia significa "regras da natureza” em atividades econômicas como a lavoura, a pesca e a mineração). Portanto encorajava-se a agricultura e exigia-se que as pessoas empenhadas no comércio e nas finanças fossem reduzidas ao menor número possível. Em um mundo constantemente ameaçado pela falta de alimentos, com excesso de regulamentação e intervenção governamental, a situação não se ajustava às necessidades da expansão econômica. Só a terra tinha capacidade de multiplicar a riqueza. Os organicistas (fisiocratas) associaram conceitos da Medicina à Economia (aliás, Quesnay era médico): circulação, fluxos, órgãos, funções. d) Os Clássicos:
Adam Smith (l723-1790): Considerado o precursor da moderna Teoria Econômica colocada como um conjunto científico sistematizado, com um corpo teórico próprio, Smith já era um renomado professor quando publicou sua obra A riqueza das nações , em 1776. O livro é um tratado muito abrangente sobre questões econômicas que vão desde as leis do mercado e aspectos monetários até a distribuição do rendimento da terra, concluindo com um conjunto de recomendações políticas. Em sua visão harmônica do mundo real, Smith acreditava que se deixasse atuar a livre concorrência , uma " mão invisível ” levaria a sociedade à perfeição. Adam Smith colocou que todos os agentes, em sua busca de lucrar o máximo, acabam promovendo o bem- estar de toda a comunidade. É como se uma mão invisível orientasse todas as decisões da economia, sem necessidade da atuação do Estado. A defesa do mercado como
regulador das decisões econômicas de uma nação traria muitos benefícios para coletividade, independente da ação do Estado. É o princípio do liberalismo. Seus argumentos baseavam-se na livre iniciativa, no laissez-faire. Considerava que a causa da riqueza das nações é o trabalho humano (a chamada Teoria do Valor- Trabalho), e que um dos fatores decisivos para aumentar a produção é a divisão de trabalho, isto é, os trabalhadores deveriam se especializar em algumas tarefas. A aplicação desse princípio promoveu um aumento da destreza pessoal, economia de tempo e condições favoráveis para o aperfeiçoamento e invento de novas máquinas e técnicas. A idéia de Smith era clara. A produtividade decorre da divisão de trabalho, e esta por sua vez, decorre da tendência inata da troca, que, finalmente, é estimulada pela ampliação dos mercados. Assim, é necessário ampliar os mercados e as iniciativas privadas para que a produtividade e a riqueza sejam incrementadas. Para Adam Smith, o papel do Estado na economia deveria corresponder apenas proteção da sociedade contra eventuais ataques e à criação e manutenção de obras instituições necessárias, mas não à intervenção nas leis de mercado e, consequentemente, na prática econômica.
David Ricardo (I 772-1823): David Ricardo é outro expoente do período clássico. Partindo das idéias de Smith, desenvolveu alguns modelos econômicos com grande potencial analítico. Aprimora a tese de que todos os custos se reduzem a ”custos do trabalho” e mostra como a acumulação do capital, acompanhada de aumentos populacionais, provoca uma elevação da “renda da terra”, até que os rendimentos, decrescentes, diminuam de tal forma os lucros que a poupança se torna nula, atingindo-se uma economia estacionária, com salários de subsistência e sem nenhum crescimento. Sua análise de distribuição do rendimento da terra foi um trabalho seminal de muitas das idéias do chamado período neoclássico. Ricardo discute a renda auferida pelos proprietários de terras mais férteis. Em virtude de a terra ser limitada, quando a terra de menor qualidade é utilizada no cultivo, surge imediatamente a renda sobre aquela de primeira qualidade, ou seja, a renda da terra é determinada pela produtividade das terras mais pobres. Ricardo analisou por que as nações comerciavam entre si, se é melhor para elas comerciarem e quais produtos devem ser comerciados.
pobres, e aceitava as guerras como uma solução para interromper o crescimento populacional. Malthus não previu o ritmo e o impacto do progresso tecnológico, nem as técnicas de limitação da fertilidade humana que se seguiriam. A partir da contribuição dos economistas clássicos, a Economia passa a formar um corpo teórico próprio e a desenvolver um instrumental de análise específico para as questões econômicas. Apesar de existirem muitas aplicações normativas no pensamento clássico, seu tema central pertence à ciência positiva, situando-se o interesse primordial na análise abstrata das relações econômicas, com a finalidade de descobrir leis gerais e regularidades do comportamento econômico. Os pressupostos morais e as conseqüências sociais dessas atividades não são mais realçados como anteriormente.
e) Teoria neoclássica: O período neoclássico teve início na década de 1870 e desenvolveu-se até as primeiras décadas do século XX. Nesse período, privilegiam-se os aspectos microeconômicos da teoria, pois a crença na economia de mercado e em sua capacidade auto-reguladora fez com que a preocupação com a política e o planejamento macroeconômico fosse atenuada.
Os neoclássicos sedimentaram o raciocínio matemático explícito inaugurado por Ricardo, procurando isolar os fatos econômicos de outros aspectos da realidade social. São relacionados alguns de seus principais nomes:
Alfred Marshall (1842-1924): O grande nome desse período foi Alfred Marshall. Seu livro, Princípios de Economia, publicado em 1890, serviu como livro texto básico até a metade deste século. Outros economistas de destaque foram: William Jevons, Léon Walras, Eugene BöhmBawerk, Joseph Alois Schumpeter, Vilfredo Pareto, Arthur Pigou e Francis Edgeworth.
Nesse período, a formalização da análise econômica (principalmente a Microeconomia) evoluiu muito. O comportamento do consumidor é analisado em profundidade. O desejo do consumidor de maximizar sua utilidade (satisfação no consumo) e o do produtor de maximizar seu lucro são a base para a elaboração de um sofisticado aparato teórico. Através do estudo de funções ou curvas de utilidade (que pretendem medir o grau de satisfação do consumidor) e de produção, considerando restrições de fatores e restrições
orçamentárias, é possível deduzir o equilíbrio de mercado. Como o resultado depende basicamente dos conceitos marginais (receita marginal, custo marginal etc.), é também chamada de Teoria Marginalista. A análise marginalista é muito rica e variada. Alguns economistas privilegiaram alguns aspectos, como a interação de muitos mercados simultaneamente – o equilíbrio geral de Walras é um caso – enquanto outros privilegiaram aspectos de equilíbrio parcial, usando um instrumental gráfico – a Caixa de Edgeworth, por exemplo. Apesar de questões microeconômicas ocuparem o centro das atenções, houve uma produção rica em outros aspectos da Teoria Econômica, como a Teoria do Desenvolvimento Econômico de Schumpeter e a Teoria do Capital e dos juros de Böhm- Bawerk. Deve-se destacar também a análise monetária, com a criação da Teoria Quantitativa da Moeda, que relaciona a quantidade de dinheiro com os níveis gerais de atividade econômica e de preços.
f) A era Keynesiana: A era keynesiana iniciou-se com a publicação da Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda, de John Maynard Keynes (l883-1946), em 1936. Muitos autores descrevem o início da era keynesiana como a Revolução Keynesiana, tamanho o impacto de sua obra. Keynes ocupou a cátedra que havia sido de Alfred Marshall na Universidade de Cambridge. Acadêmico respeitado, Keynes tinha também preocupações com as implicações práticas da Teoria Econômica.
Para entender o impacto da obra de Keynes é necessário considerar a época. A economia mundial atravessava, na década de 30, uma crise, que ficou conhecida como a Grande Depressão. A realidade dos fatos relacionados à situação conjuntural da economia dos principais países capitalistas, naquele momento, era crítica. O desemprego na Inglaterra e em outros países da Europa era muito grande. Nos Estados Unidos, após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, o número de desempregados assumia proporções elevadíssimas.
A Teoria Econômica vigente acreditava que se tratava de um problema temporário, apesar de a crise estar durando alguns anos. A Teoria Geral consegue mostrar que a combinação das políticas econômicas adotadas até então não funcionava adequadamente, e aponta para soluções que poderiam tirar o mundo da recessão.
Segundo o pensamento keynesiano, um dos principais fatores responsáveis pelo volume de emprego é explicado pelo nível de produção nacional de uma economia, que por sua vez é determinado pela demanda agregada ou efetiva. Ou seja, inverte o sentido da Lei de Say (a
g) O período recente: A Teoria Econômica vem apresentando algumas transformações, principalmente partir dos anos 70, após as duas crises do petróleo. Três características marcam esse período. Primeiro, existe uma consciência maior das limitações e possibilidades de aplicações da teoria. O segundo ponto diz respeito ao avanço no conteúdo empírico da economia. Finalmente, observamos uma consolidação das contribuições dos período anteriores.
O desenvolvimento da informática permitiu um processamento de informações em volume e precisão sem precedentes. A Teoria Econômica passou a ter um conteúdo empírico que lhe conferiu uma aplicação prática maior. Por um lado, isso permite um aprimoramento constante da teoria existente, por outro, abre novas frentes importantes de estudo.
Todo o corpo teórico da economia avançou consideravelmente. Hoje a análise econômica engloba quase todos os aspectos da vida humana, e o impacto desses estudos na melhoria do padrão de vida e do bem-estar de nossa sociedade é considerável. O controle e o planejamento macroeconômico nos permitem antecipar muitos problemas e evitar algumas atuações desnecessárias
A Teoria Econômica caminha em muitas direções. Um exemplo é a área de finanças empresariais. Até alguns anos atrás, a Teoria de Finanças era basicamente descritiva com um baixo conteúdo empírico. A incorporação de algumas técnicas econométricas, conceitos de equilíbrio de mercados e hipóteses sobre o comportamento dos agentes econômicos revolucionou a Teoria de Finanças. Essa revolução se fez sentir também nos mercados financeiros, com a explosão recente dos chamados mercados futuros e de derivativos.
h) Os críticos: A Teoria Econômica tem recebido muitas críticas e abordagens alternativas. Muitas das críticas foram e são absorvidas, e algumas abordagens alternativas foram e são incorporadas. O espectro de críticos é muito amplo e disperso e, evidentemente, heterogêneo. Destacamos os marxistas e os institucionalistas.
Em ambas as escolas, critica-se a abordagem pragmática da Ciência Econômica e propõe- se um enfoque analítico, onde a Economia interage com os fatos históricos e sociais. A análise das questões econômicas sem a observação dos fatores históricos e sociais leva, segundo essas escolas, a uma visão distorcida da realidade.
Os marxistas têm como pilar de seu trabalho a obra de Karl Marx (1818-1883) economista alemão que desenvolveu quase todo seu trabalho com Frederic Engels na Inglaterra, na
segunda metade do século passado. O marxismo desenvolve uma Teoria do Valor- Trabalho, e consegue analisar muitos aspectos da economia com seu referencial teórico. A apropriação do excedente produtivo (a mais-valia) pode explicar o processo de acumulação e a evolução das relações entre classes sociais.
Para Marx, o capital aparece com a burguesia, considerada uma classe social que se desenvolve após o desaparecimento do sistema feudal e que se apropria dos meios de produção. A outra classe social, o proletariado, é obrigada a vender sua força de trabalho, dada a impossibilidade de produzir o necessário para sobreviver.
O conceito da mais-valia utilizado por Marx refere-se à diferença entre o valor das mercadorias que os trabalhadores produzem em um dado período de tempo e o valor da força de trabalho vendida aos empregados capitalistas que a contratam. Os lucros, juros e aluguéis (rendimentos de propriedades) representam a expressão da mais-valia. Assim sendo, o valor que excede o valor da força de trabalho e que vai para as mãos do capitalista é definido por Marx como a mais-valia. Ela pode ser considerada aquele valor extra que o trabalhador cria, além do valor pago por sua força de trabalho.
Marx foi influenciado pelos movimentos socialistas utópicos, por Hegel e pela Teoria do Valor-Trabalho de Ricardo. Acreditava no trabalho como determinante do valor, tal como Smith e Ricardo, mas era hostil ao capitalismo competitivo e à livre concorrência, pois afirmava que a classe trabalhadora era explorada pelos capitalistas.
Marx enfatizou muito o aspecto político de seu trabalho, que teve um impacto ímpar não só na ciência econômica como em outras áreas do conhecimento. As contribuições dos economistas na linha marxista para a Teoria Econômica foram muitas e variadas. Entretanto, a maioria ocorreu à margem dos grandes centros de estudos ocidentais, por razões políticas. Consequentemente, a produção teórica foi pouco divulgada. Um exemplo é o trabalho de Mikail Kalecki, um economista polonês que antecipou uma análise parecida com a da Teoria Geral de John Maynard Keynes. Contudo, o reconhecimento de seu trabalho inovador só ocorreu muito tempo depois.
Os institucionalistas, que têm como grandes expoentes os americanos Thornstein Veblen e John Kenneth Galbraith, dirigem suas críticas ao alto grau de abstração da Teoria Econômica, e ao fato de ela não incorporar em sua análise as instituições sociais – daí o nome de institucionalistas. Rejeitam o pressuposto neoclássico de que o comportamento humano, na esfera econômica seja racionalmente dirigido, e resulte do cálculo de ganhos e