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Guias e Dicas
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Dicas para ajudar crianças com autismo, Manuais, Projetos, Pesquisas de Psicologia Familiar

Uma série de dicas práticas para ajudar crianças com autismo, incluindo atividades para estimular o aprendizado, a autonomia e a interação social. As dicas são apresentadas com uma linguagem clara e objetiva, e são baseadas na experiência prática de uma mãe de crianças com autismo.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2010

Compartilhado em 23/04/2024

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dra-alessandra-carneiro-nutricionis 🇧🇷

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Baixe Dicas para ajudar crianças com autismo e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Psicologia Familiar, somente na Docsity!

PREFÁCIO

Orgulho! Este é o sentimento que vivencio ao ler esta obra. É emocionante, pois sei exatamente o tempo dedicado de estudos, preparação de material e, sobretudo, de aplicação das atividades com nossos filhos. Mayara faz toda a diferença na vida do Guilherme e do Fernando e, vem conseguindo através da Academia do Autismo, disseminar conteúdo e motivação para os familiares de crianças com Transtorno do Espectro Autista. Com uma linguagem clara e objetiva, as dicas são apresentadas com um passo a passo que só é possível vindo de quem tem a experiência do dia a dia e o autismo como sentido de vida. Para você, leitor (a), se eu pudesse dar uma sugestão, seria essa: aprecie ao máximo esta leitura e jamais deixe de acreditar no seu filho (a), nos potenciais e nas possibilidades. A capacidade de uma pessoa para aprender não pode ser questionada. O que precisa ser questionado é a nossa maneira de ensinar, nossos métodos, nossas técnicas e, sobretudo, o que é preciso/possível ensinar.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

Se você é mãe ou pai de uma criança diagnosticada com autismo, provavelmente já foi em algumas palestras, participou de seminários, simpósios, cursos, já pesquisou, conversou com profissionais, leu em livros, revistas, jornais, assistiu a programas, sites e a canais de youtube, informou-se, buscou conhecimento sobre o autismo, conversou com os terapeutas do seu filho, outros pais, e isso realmente é muito importante. No entanto, o que vai fazer toda a diferença é aquilo que você colocar em prática. Sabe as dicas que você tanto ouve? Então, pratique em casa, no dia a dia, com a família, a sós, em público, em diversos ambientes, durante a semana, nas férias, nos feriados. Enfim, pratique. É o que vai fazer valer a pena cada centavo, cada dia, cada minuto que você dispensou para ouvir, ler, aprender, compreender sobre como ajudar seu filho. Lembre-se que cada pessoa tem sua individualidade, e com aquelas com Transtorno do Espectro Autista não é diferente, uma vez que esta vive dentro de um contexto: classe social, religião, formação familiar, enfim, um conjunto de influências que irão refletir diretamente no seu desenvolvimento. Há também diferenças entre irmãos que vivem no mesmo contexto, contudo, ainda que compartilhe o diagnóstico do autismo, cada um tende a desenvolver habilidades próprias. A máxima de que “ninguém é igual a ninguém” é tão verdadeira e notória quando nos referimos a gostos, atitudes e desenvolvimento de irmãos com diagnóstico de Autismo. Portanto, fique a vontade para adaptar qualquer atividade deste livro de acordo com a sua realidade. Algumas coisas podem fazer muito sucesso com o interesse do seu filho durante as brincadeiras conforme fizeram em nossas experiências e outras, no entanto, não serem tão atrativas. Se for necessário troque itens, substitua os modelos e use o que tenha a mão. Algumas propostas podem não ser tão bem aceitas num primeiro momento, porém se bem estimuladas pode ser que entrem na rotina facilmente. Nossa expectativa é que cada vez mais pais tenham momentos felizes de descontração e interação com os seus filhos, e que além de trabalhar a autonomia, reforçar conteúdos escolares, estimular brincadeiras, seja também um momento para criação de memórias inesquecíveis da infância.

O APRENDIZADO EM FORMA NATURAL.

Por não existir um tratamento padrão, é essencial que os pais busquem o conhecimento, dicas e opiniões e que ponham em prática em casa. Maryse Suplino, no seu livro Currículo Funcional Natural, fala sobre aprendizagem de forma natural. Em uma de suas palestras no Simpósio Nacional do Autismo, cita que passou por algumas situações adversas que não existiriam caso o método de ensino fosse ambientado de forma natural. Por exemplo, um aluno que demonstrou crise de irritabilidade por se recusar a fechar diversas tampas de garrafas vazias. Ela observou que a ação não tinha sentido, considerando que o aluno não estava exercendo uma coisa natural, isto é, pra quê abrir onze garrafas se não iria beber água de nenhuma delas? Sendo assim, Suplino defende que o método ensino-aprendizagem deve ser da forma mais aproximada daquilo que seja óbvio, daquilo que seja natural acontecer. Dessa forma, os pais como cooperadores do ensino do filho, devem criar atividades que façam sentido e que possivelmente sejam divertidas. Sair do campo da teoria e investir numa ação prática pode ser um pouco complexo, mas há uma imensa gama de dicas e sugestões que você poderá achar no Google e também na página da Academia do Autismo. Converse com o professor do seu filho o conteúdo trabalhado em sala de aula e pesquise por atividades acerca do tema de forma lúdica. Por exemplo, se na escola estão trabalhando numerais de 1 a 10, vá a feira, compre uma cenoura, 3 maçãs, 4 laranjas e peça ajuda ao seu filho para colocar na sacola. É um aprendizado de forma natural como disse a Suplino. A feira (ou mercado) também dá pra trabalhar adição, multiplicação, subtração. E também a experiência social: entrar no mercado, a hora de sair, a fila do caixa, entregar o dinheiro, não consumir na loja e etc. são coisas que podem ser complexas para quem apresenta o diagnóstico de autismo.

São inúmeros exemplos de brincadeiras que estimulam a aprendizagem desta forma natural. O mais importante é que você se envolva. Aqui estão algumas dicas que irão facilitar este momento: · Não trabalhe em cima de erros, pois cada pessoa tem seu ritmo de aprender. Mesmo que pareçam passos pequenos o importante é a interação, o tempo de concentração e principalmente o reforço dos laços afetivos durante a brincadeira. · Estabeleça uma rotina, por exemplo, nos finais de semana, ou pelas manhãs. · Prefira roupas confortáveis, que facilitem o movimento, disponíveis para serem sujas com tintas, que possam ser manchadas com comidas etc. · Ambientalize o local: cuidado com muita exposição ao Sol ou a chuva, veja se há perigos em vista e procure eliminá-los. · Observe questões como horários de banho, banheiro e almoço e jantar, pois a criança tende a perder a paciência e não se dispor a brincar. · Faça anotações sobre: tempo envolvido, o que mais tem feito sucesso em questão de interesse da criança e vá acompanhando assim, a evolução do seu filho. · Não se esqueça de que é preciso duas coisas: criatividade (pois eles podem se entendia facilmente) e paciência, pois não é uma prova de vestibular, mas um momento produtivo em forma de brincadeira.

Sabemos que a primeira vista sentar e brincar com uma criança com o diagnóstico de autismo pode parecer bem difícil, pois a maior dificuldade que muitos pais enfrentam é: “como chamar a atenção da criança sem contato visual?” Pensando nisso, o próximo capítulo trata de algumas maneiras para atrair esta atenção.

COMO SER O CENTRO DAS ATENÇÕES DO SEU FILHO

Desde bebês, as crianças buscam observar e interagir com outras pessoas que se aproximem e lhes chamem a atenção. Desta forma, é natural que sejam estimuladas a aprender e a desenvolver habilidades através da imitação. Uma simples brincadeira como esconder o rosto atrás de um lenço ou uma fralda e depois descobrir e falar “achou” é retribuído por risadas e contato visual numa criança neurotípica. Ocorre, contudo, que as crianças pequenas com o transtorno do espectro autista não apresentam esta característica de interesse em interagir com as pessoas da mesma forma e a mesma frequência que as outras crianças. E por não sentirem-se atraídas pela estimulação, consequentemente não buscam a imitação do outro, por isto perdem muitas oportunidades de aprendizagem de forma natural. É fundamental que os pais e/ou cuidadores busquem ser o “centro das atenções” da criança, facilitando assim o aprendizado e aumentando a socialização e a interação entre eles e os demais, Sally J. Rogers, no livro “Autismo: Compreender e agir em família” destaca 5 passos para que os pais / cuidadores assumam esta função:

Passo 1º Identifique o que está sob o holofote da atenção do seu filho. Passo 2º Entre no palco e tome sua posição; Passo 3º Elimine a concorrência Passo 4º Identifique a zona de conforto social do seu filho; Passo 5º Junte-se ao seu filho seguindo a liderança dele.

Farei um resumo rápido sobre uma compreensão dos passos.

Passo 1º Seu filho deve ter algum interesse especial. Brinquedo ou não. Procure observar o que o faz feliz, o que faz com que fique calmo quando se irrita o que ele procura quando está feliz. Exemplo: Pirulito, bola, vento, água, música entre outros.

Passo 2º “Entrar no palco” significa você se interessar por aquilo também. Por exemplo, se a criança gosta muito de água, esteja junto na piscina, no banho de mangueira. Inclua brincadeiras com água