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O conceito estrutural do sistema de alvenaria permanece muito semelhante ao utilizado em seus primórdios, sendo a estrutura dimensionada de modo a limitar os esforços de tração. A principal ideia desse sistema é que as paredes possuam função estrutural, cujas forças solicitantes são transmitidas ao apoio principalmente por meio do esforço de compressão. Por meio de uma análise simplificada de equilíbrio de forças, é possível verificar a estrutura quanto à sua estabilidade.
Tipologia: Notas de aula
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FACULDADE DE TECNOLOGIA ALTO MÉDIO SÃO FRANCISCO – FACFUNAM ENGENHARIA CIVIL
Conceito estrutural básico O conceito estrutural do sistema de alvenaria permanece muito semelhante ao utilizado em seus primórdios, sendo a estrutura dimensionada de modo a limitar os esforços de tração. A principal ideia desse sistema é que as paredes possuam função estrutural, cujas forças solicitantes são transmitidas ao apoio principalmente por meio do esforço de compressão. Por meio de uma análise simplificada de equilíbrio de forças, é possível verificar a estrutura quanto à sua estabilidade. Ex. 1 : Suponha que você queira descobrir mais facilmente qual a espessura mínima que a parede representada na figura abaixo (a) deve ter para que não exista esforço de tração na seção. Considere que a força q representa uma carga distribuída de vento, e seja P a força devida ao peso próprio da estrutura, e R a força devida à reação no apoio. Assim, para que não haja tração em nenhuma parte da seção, a estrutura deve estar equilibrada. Logo, temos que a somatória dos momentos no ponto A é igual a 0. Assim, encontramos o esquema de forças aplicadas (b). Sabe-se ainda que, como o momento na base varia de 0 a um valor máximo, tem-se então uma distribuição de tensões triangular, e para esta seção a resultante se encontra a dois terços da base, logo há a distribuição definida na figura (c). Fazendo o equilíbrio das forças verticais, temos:
Aspectos técnicos e econômicos da alvenaria estrutural A alvenaria estrutural possui dupla função: estrutural e vedação. Nesse sistema muitas vezes é dispensado o uso de pilares e vigas, o que gera economia à construção. Entretanto, sua incorreta utilização pode comprometer a eficiência do sistema e torná-lo mais oneroso que os demais. Desse modo, é importante atentar para alguns aspectos técnicos envolvidos na escolha do sistema estrutural: Aberturas, como janelas e portas: devem ser previamente estudadas na concepção estrutural do edifício, pois reduzem a capacidade de carga das paredes. Usar vergas e contravergas para deslocar as cargas. O ideal é deixar os vãos na mesma posição em todos os pavimentos, pois seus desencontros reduzem ainda mais a resistência das paredes. Um projeto arquitetônico será mais econômico à medida que apresente formas repetitivas e tenha paredes coincidentes em seus pavimentos, evitando a utilização de elementos de transição. A concepção do projeto deve permitir a modulação dos cômodos considerando as dimensões da unidade de alvenaria. Assim, o processo de construção se torna racionalizado, proporcionando um método construtivo rápido e eficiente. A modulação é considerada fundamental, uma vez que os blocos estruturais possuem um custo unitário maior que os blocos de vedação, sendo que seu desperdício pode inviabilizar o uso do sistema. De acordo com Ramalho e Corrêa (2003), outro aspecto econômico essencial é a limitação da altura da edificação para prédios de até 15 ou 16 pavimentos, sendo que, para estruturas mais altas, passa a existir a necessidade de um grauteamento generalizado das paredes, tornando o sistema muito oneroso. Outro fator relevante citado é o seu uso. Ele deve ser limitado a estruturas com alta densidade de paredes e pequenos vãos internos, como edificações de médio e baixo padrão. Principais pontos positivos e negativos da alvenaria estrutural O desempenho econômico do sistema está associado principalmente com a compatibilidade entre o projeto e as características da alvenaria. Quando planejado, levando em consideração os aspectos técnicos, o sistema proporciona grandes vantagens em relação aos processos tradicionais, como:
internas dos cômodos seriam múltiplas de 15 cm, necessitando apenas das seguintes mudanças:
Para estimar a resistência à compressão inicial do graute (fgk), Parsekian, Hamid e Drysdale (2013) indicam que a resistência se situe dentro de uma faixa de 2,0 a 2, vezes o valor fbk, sendo indicado aproximar esse valor para as classes de resistência do concreto. Segundo a NBR 15961-1 (ABNT, 2011), para elementos de alvenaria armada, a resistência à compressão característica mínima a ser especificada é de 15 MPa. A partir do valor de resistência à compressão pode ser definido o traço a ser utilizado na confecção do material. Alguns traços de graute obtidos por meio de ensaios: Para um bloco com resistência à compressão de 12,5 MPa, podemos estimar uma resistência à compressão do graute de duas vezes o valor fbk
resultando em 25,0 MPa. É possível estimar um traço que ofereça essa resistência, dado em volume de 1:0,1:1,5:1,6. A utilização de cal proporciona maior trabalhabilidade e ajuda a prevenir problemas de retração, porém deve ser limitada a 10% do volume em relação ao cimento. O excesso de cal na massa pode provocar o surgimento de patologias na alvenaria, uma vez que seu processo de hidratação é uma reação expansiva e ocorre após o endurecimento do graute, ocasionando fissuras na estrutura. Com a finalidade de garantir resistência à compressão especificada no projeto, a normatização brasileira exige que o graute seja ensaiado conforme a NBR 5739 (ABNT, 2007). Armaduras
Resistir aos esforços de tração e cisalhamento, aumentando a resistência dos elementos estruturais e evitando o surgimento de fissuras. Os tipos mais comuns usados são as barras de aço CA- 5 0, e as treliças, utilizadas na armação das canaletas. As armaduras podem ser envolvidas pelo graute, quando usadas nas canaletas ou vazios verticais, ou por argamassa, no caso de uso nas juntas de assentamento. O diâmetro máximo permitido das barras é de 25 mm para utilização nos vazios da alvenaria e 6,3 mm nas juntas de assentamento, devendo ainda respeitar a taxa máxima de armadura por furo, que deve ser inferior a 8% da seção grauteada. É recomendado o uso de espaçadores durante o grauteamento para garantir o cobrimento especificado no projeto. Ex. 4: Os traços de argamassa e graute vão depender da resistência prevista no projeto. Em uma análise inicial, podemos estimar a resistência do bloco usando tabela. Dessa maneira, para blocos com função estrutural acima do nível do solo, temos a classe B, com faixa de resistência de 4,0 ≤ fbk < 8,0. Dessa maneira, podemos fazer uma estimativa de resistência inicial do bloco à compressão de 6,0 MPa. Sabemos ainda que é recomendado que a resistência da argamassa à compressão esteja dentro da faixa de 0,7 a 1,5 vezes o valor fbk. Logo, estimamos sua resistência em: A partir desse resultado, encontramos uma estimativa do traço em volume de 1:1:4,5. Também é recomendado que a resistência à compressão do graute situe-se dentro de uma faixa de 2,0 a 2,5 vezes o valor fbk. Assim, podemos estimar sua resistência em: Como a estimativa de resistência à compressão do graute resultou em 12,0 MPa, devemos aplicar a recomendação de resistência mínima definida pela NBR 15961- 1 (ABNT, 2011) de 15,0 MPa. Portanto, estimando o traço em volume 1:0,1:2,4:2,2. É importante destacar que os traços indicados são aproximados, para comprovar a resistência estimada devem ser realizados ensaios. Elaborando detalhe construtivo das armaduras As barras utilizadas na alvenaria estrutural são constituídas de aço CA-50, sendo o mesmo tipo usado nas estruturas de concreto armado. Elas devem ser corretamente dimensionadas para os esforços solicitantes, sendo aplicadas de acordo com o que foi definido no projeto estrutural. As armaduras podem ser dispostas na horizontal, ou na vertical, dependendo da sua função esperada. Principais aplicações construtivas e estruturais:
Ex. 5 : Considere um muro de arrimo de 4,0 metros de altura, sendo usado para contenção de um solo reconhecido como argila arenosa. Qual o perfil de empuxo horizontal atuante no muro? A partir da NBR 6120 (ABNT, 2019), temos as seguintes características para a argila arenosa:
A NBR 15961-1 (ABNT, 2011) determina que, para edificações de múltiplos andares, deve ser considerado um desaprumo global que causa na estrutura uma força horizontal Fh: Em que, é o ângulo de desaprumo, em radianos: , em radianos: Sendo H a altura total da edificação em metros. Ex. 6 : Considere uma edificação de 9 pavimentos + térreo, a distância entre pavimentos de 3 metros e peso de cada pavimento de 100 tf cada. Determine a força horizontal causada pelo desaprumo. Para isso, calculamos o ângulo de desaprumo, sendo este o maior entre as duas situações. Com o ângulo, calculamos a força horizontal considerando o carregamento atuante em cada pavimento. Assim, temos:
Segundo a NBR 6123 (ABNT, 2013), a velocidade básica do vento V0 é dada em m/s e representa a velocidade de uma rajada de 3s, excedida em média uma vez em 50 anos, a 10 m acima do terreno, em campo aberto e plano. Ela pode ser obtida pela isopleta apresentada na norma. Ex. 7 : Considere um edifício de 30 metros de altura com uso residencial construído no centro de Curitiba. Sabe-se que o terreno é plano e, a região, coberta por obstáculos numerosos e pouco espaçados. Calcule a pressão dinâmica de vento atuante. Para resolver o problema, podemos utilizar a norma NBR 6123 (ABNT, 2013), cuja isopleta apresenta uma velocidade básica de vento de 42 m/s para a cidade de Curitiba. Em se tratando de um terreno plano temos que o coeficiente (^) S 1 vale 1,0. Para o cálculo do coeficiente (^) S 2 , é preciso identificar a categoria e a classe da edificação. Como o terreno está inserido em uma zona urbanizada, coberto por obstáculos numerosos e pouco espaçados, ele pertence à Categoria IV. Com a altura da edificação temos que a maior dimensão horizontal ou vertical é 30 m, assim a edificação se enquadra na Classe B. A partir da categoria e classe definidas podemos utilizar a Tabela 2 da norma e obter o coeficiente S^2 com valor igual a 0,96. Pelo fato de a edificação ser de uso residencial, sabemos que o coeficiente S3 vale 1,0. Portanto, podemos calcular a velocidade característica do vento.