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Apologistas e Polemistas, Resumos de Teologia

Defensores da fé Cristã - Resumo

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 20/07/2021

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marcus-de-mendonca-5 🇧🇷

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CURSO DE TEOLOGIA
APOLOGISTAS E POLÊMISTAS
Trabalho da disciplina de História do Cristianismo
Marcus Antonio Washington de Mendonça Sobrinho
Turma: 2016.2
Prof(a): Rebecka Rabelo
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CURSO DE TEOLOGIA

APOLOGISTAS E POLÊMISTAS

Trabalho da disciplina de História do Cristianismo

Marcus Antonio Washington de Mendonça Sobrinho

Turma: 2016.

Prof(a): Rebecka Rabelo

1- Em defesa da fé Nos séculos II e III a Igreja passou a enfrentar dois problemas, um de caráter externo e outro interno. O problema externo foram as perseguições do Estado, em que o cristianismo era tratado como uma seita que tinha práticas ilegais e imorais e que queria derrubar o império. O interno, foram as heresias nascentes através de pessoa e grupos que a igreja foi obrigada a enfrentar e tomar novos rumos.

Nesse ambiente, surgem os apologistas e polemistas. Os primeiros procuravam convencer os líderes do Estado de que os cristãos nada tinham feito para merecer a perseguição. Já os polemistas, enfrentaram os movimentos heréticos.

Os apologistas tinham um duplo objetivo, por um lado, combatiam as falsas acusações de canibalismo, ateísmo, incesto, preguiça e práticas antissociais, pois não se relacionavam com as práticas sociais dos pagãos. Por outro lado, tentavam desenvolver uma perspectiva construtiva de que o judaísmo, as religiões pagãs e o culto ao Estado eram tolices e pecados.

Os principais argumentos dos apologistas era que os cristãos não mereciam a tolerância do Estado sob a proteção das leis Romanas, já que não existiam provas para confirmar as acusações. Os apologistas escreviam como filósofos e não teólogos para provar que o cristianismo era maior que a filosofia. Educados em geral pela filosofia grega antes de suas conversões, eles consideravam a filosofia grega como um meio para levar os homens a Cristo. Usavam o Novo Testamento mais do que os pais apostólicos.

Os polemistas focavam em combater os ensinos falsos dos mestres hereges, condenando não somente a heresia, mas também os próprios “criadores” delas. Foram usados diferentes métodos, um na parte oriental do império e outra na parte ocidental. O oriental se ocupou-se com uma teologia especulativa dando mais atenção a problemas metafísicos. O ocidental se preocupou com os desafios administrativos da Igreja, respondendo de forma pratica.

e do qual derivam sua existência. Para Justino há traços da verdade nos filósofos e não é possível explicar por mera coincidência. Para Justino o Verbo (Logos) dito no evangelho de João que é a luz que ilumina a todos foi conhecida também pelos filósofos, ao menos em parte. Portanto, em certo sentido, Sócrates, Platão e outros sábios “eram cristãos”, pois sua sabedoria vinha de Cristo, de forma parcial, enquanto os cristãos o conhecem de forma completa.

O fato de Justino considerar o Cristianismo como a “verdadeira filosofia” chamou a atenção de um filosofo cínico chamado Crescente. Ele desafiou Justino a um debate, em que o Cristianismo saiu como vencedor, e pelo que parece, Crescente não gostou e se vingou acusando o aos tribunais. Justino e seus seis discípulos foram levados ao prefeito Júnio Rústico, que foi um dos mestres em filosofia do imperador. Rústico tentou mostrar que o cristianismo ela tolice e pede para eles abandonarem essa fé. Justino rebate com negação o pedido, assim, é ameaçado de morte, mas Justino afirma que seu desejo é sofrer por amor a Cristo e que tal morte seria um grande favor. O prefeito manda açoita-los e depois são decapitados.

2.2) Taciano (c. 110-180) Erudito oriental que percorreu vários lugares no mundo, tornou-se discípulo de Justino Mártir. Escreveu a obra Discurso aos Helenos , um escrito de denuncia das pretensões gregas de liderança cultural. Uma mensagem direcionada a um povo, o grego, em que Taciano sustenta que como o Cristianismo é superior a religião e filosofia gregas, os cristãos deveriam receber um melhor tratamento.

Taciano faz uma comparação dos ensinos cristãos com a mitologia e a filosofia grega. Ele afirma que o cristianismo é mais antigo que a filosofia e a religião grega, pois Moisés foi anterior a Tróia. Assim, a sabedoria grega não é senão um pequeno reflexo da verdade que Moisés conheceu e que os cristãos pregam. O Discurso aos Helenos é um ataque frontal contra tudo que os gregos consideravam valiosos.

Sobre os deuses gregos, Taciano diz que são dignas de vergonha, pois entre os deuses se praticam a mentira, o adultério, o incesto e o infanticídio. E com relação as esculturas que os gregos adoram, ele afirma que são na realidade estatuas de prostitutas como modelos.

Portanto, os mesmos gregos que criticam os cristãos por serem inferiores moralmente, adoram deuses que são imorais.

Quem fale-se de forma diferente dos gregos eram chamados de “bárbaros”. Taciano retruca mostrando uma contradição nessa ideia, pois os gregos falavam de forma diferente de acordo com a região em que viviam. Taciano ainda critica o uso das palavras através da retorica, invenção grega, na qual é usada para vender palavras por ouro, mesmo que custe a liberdade de pensamento e se defenda a injustiça e a mentira.

Para Taciano, o que tem de mais valioso entre os gregos eles tomam dos bárbaros, pois a astronomia veio dos babilônios, a geometria dos egípcios, e a escrita dos fenícios. Além do Discurso , Taciano foi o copilador da obra Diatessaron , a mais antiga harmonia entre os Evangelhos.

2.3) Tertuliano (c. 160 – 225) O principal apologista ocidental, nasceu na casa de um centurião romano de serviço em Cartago na África. Aprendeu latim e grego, conhecedor dos clássicos, tornou-se advogado, ensinou oratória e advogou em Roma. Foi lá em Roma onde se converteu ao cristianismo aos 40 anos de idade.

Ao voltar para sua cidade natal, dedicou-se a desenvolver uma teologia mais solida e lutou contra todas as forças filosóficas e pagãs que se opunham ao cristianismo, ele passou a escrever em defesa da fé contra os pagãos e em favor da ortodoxia contra os hereges.

Em seu comentário com relação as injustiças do imperador Trajano, podemos ver um advogado apelando a um tribunal superior contra sentenças injustas de um tribunal inferior. Sua forma escrita retratava a sua profissão. Em o Testemunho da Alma, a alma vira testemunha e é interrogada, e Tertuliano conclui que a alma pagã é “por natureza cristã”, mas por obstinação e cegueira persistem em recusar o cristianismo.

No Apologeticum , endereçada ao governador romano de sua província, mostrando que as antigas acusações contra os cristãos eram falsas e afirmava que os verdadeiros cidadãos leais ao império eram os cristãos. Ressaltou que a perseguição era um fracasso, quanto mais se perseguia, mais cristãos surgiam, pois afirmava: “O sangue dos mártires é a semente da Igreja”.

Esse discurso da “Nova Era” diminuía a importância revelacional do Novo Testamento. A visão legalista de Tertuliano em conjunto com a rigidez moral dos montanistas são os pontos de contato entre os dois pensamentos, além da imperfeição na igreja vista pelo apologista. Porém, Tertuliano se frustrou com o movimento e fundou uma seita, pois até os montanistas ficaram flexíveis.

Mesmo assim, o período em que o apologista seguia o movimento de Montano, não o deixou de atacar os hereges, meio contraditório, mas suas grandes obras de importância para a teologia, posteriormente, foram escritas nesse período. Como por exemplo, o seu tratado Contra Práxeas.

Não se sabe quem de fato era Práxeas, porém, alguns estudiosos dizem ser o bispo de Roma, Calisto, e que Tertuliano não quis mencionar o nome dele. Sendo ou não, uma coisa é certa, que Práxeas foi alguém com poder na igreja de Roma. Pois foi bastante influente junto a Igreja na luta contra os montanistas. Tertuliano começa o escrito dizendo que Práxeas servia ao diabo de dois modos: expulsando a profecia e introduzindo a heresia, expulsando ao Espirito e crucificando o pai. Práxeas defendia que o Pai, o Filho e o Espirito Santo eram três modos em que Deus se manifestava, essa era a doutrina do “patripassioninsmo”.

Para retrucar a ideia de Práxeas, Tertuliano propôs sua própria formula afirmando que há em Deus “uma substancia e três pessoas”. Ele foi o primeiro a referir-se à Trindade mediante esse formula, que depois foi aceita de forma geral. Tertuliano não “inventou” a doutrina da Trindade, mas criou o vocabulário base para tal doutrina. Com relação a Cristo, ele afirma que era “uma pessoa” e “duas substancias ou naturezas”: divina e humana.

Tertuliano é um personagem muito importante na história da igreja, foi defensor da ortodoxia, se misturou num movimento considerado herege pela Igreja, e mesmo assim, suas ideias foram muito importantes para o desenvolvimento da teologia cristã no curso da Igreja. Ele foi o primeiro a utilizar a língua latina em seus escritos, uma língua popular na época, fato este, que facilitou a propagação dos seus ensinamentos. Ele foi não somente um apologista, foi também um polemista.

  1. Polemistas 2.1) Irineu (c. 130 – 202) Irineu nasceu em Esmirna e foi muito influenciado pela pregação de Policarpo, Bispo da cidade. Depois Irineu foi para Lião na Gália onde se tornou presbítero da Igreja e foi enviado para Roma levando uma carta para o bispo Romano. Foi neste período que houve uma perseguição em Lião, em que o Bispo Fotino foi morto como mártir. Assim que Irineu voltou para Lião ficou responsável pela direção da igreja e se elegeu Bispo. Irineu foi um bem-sucedido e escreveu contra o movimento gnóstico.

Seu perfil não era de ficar com especulações filosóficas, ele era um bispo pastor, em que se dedicava no ensino da sã doutrina e da vida correta. Seus escritos pretendem refutar e os hereges e instruir os crentes. Apenas duas obras se conservaram: A demonstração da fé apostólica e A refutação a falsa gnosis. Essa última é mais bem conhecida como Adversus Haereses (Contra Heresias).

A demonstração da fé apostólica , Irineu trata de instruir seu rebanho sobre alguns pontos da fé cristã. Em Adversus Haereses , ele tenta refutar os argumentos gnósticos com as Escrituras e desenvolve um corpo de tradição. Essa obra possui cinco livros, o primeiro trata da polemica filosófica contra Valentino, líder gnóstico em Roma. O segundo livro, ele trata da unidade de Cristo em oposição a ideia gnóstica de existência de um demiurgo distinto de Deus. Esses dois primeiros livros estão focados em negar a validade dos ensinos gnósticos.

Os três últimos estão preocupados em expor a posição cristã. No terceiro, usa as Escrituras e a tradição em resposta aos gnósticos. Nesse livro há uma ênfase a unidade orgânica da Igreja através da sucessão apostólica de líderes e de regra de fé. Uma Igreja bem coesa resistiria facilmente a qualquer heresia.

No quarto, com citações das palavras de Jesus, condena Marcião por desprezar o Antigo Testamento. Por último, o livro final é uma defesa da doutrina da Ressurreição. Em geral essa obra representa uma defesa importante da compreensão cristã a respeito da salvação, e especialmente o papel da tradição em se manter fiel ao testemunho apostólico, diante de outras interpretações.

Irineu vê Deus como um pastor que ama e cria o mundo e a humanidade, não por necessidade, como os gnósticos diziam, mas por causa de seu próprio desejo de ter uma

famosa biblioteca e um museu (ou templo das deusas), uma espécie de universidade. Em 202, por causa da perseguição de Sétimo Severo, Clemente abandonou Alexandria.

Clemente não foi um pastor como Irineu, queria ser um filosofo cristão, um mestre. Para ele, a filosofia grega tinha que se relaciona com o cristianismo, como prova de que o cristianismo era uma filosofia suprema e definitiva. Sua procura era para mostrar os pagãos que o cristianismo não era uma religião tão absurda como diziam seus perseguidores.

Sua Exortação aos Gentios (Pagãos) , é um escrito apologético para provar a superioridade do cristianismo como verdadeira filosofia. Nessa obra, Clemente mostra seu método teológico ao apelar a Platão e a outros filósofos. Explicar o cristianismo através dos filósofos era a forma que Clemente via para atrair os pagãos. Para Clemente, a filosofia foi dada aos gregos da mesma forma que a Lei foi dada aos judeus.

A obra Tutor , é um tratado moral de instrução para os jovens cristãos, em que mostra Cristo como verdadeiro mestre. Em as Seleções , obra que demonstra o grande conhecimento de Clemente na literatura pagã de seu tempo. Para ele, tudo que havia de verdade na filosofia pagã tinha sido copiado do Antigo Testamento, depois, ele mostra que a moralidade cristã é superior a pagã. Clemente descreve o casamento e modo de vida cristão.

Clemente dizia que um estudo cuidadoso das Escrituras chegaria as mesmas verdades dos filósofos. O texto sagrado tem mais de um sentido, o literal, não deve ser desprezado, mas quem se limita a ele é como uma criança que se alimenta de leite ainda. Para Clemente a fé é o ponto de partida, sobre o qual a razão há de construir seus edifícios, o que permanece somente na fé é semelhante a criança que só bebe leite.

O sábio vai mais além do sentido literal das Escrituras e da fé, isto tende a uma teologia elitista e Clemente foi muito criticado por isso. Mesmo assim, sua teologia e exegese alegórica torna possível encontrar na Bíblia ideias e doutrinas que vem antes das tradições platônicas, em que Deus é único e inefável acerca do qual é impossível dizer alguma coisa em sentido positivo.

Clemente tem uma ênfase na encarnação do Verbo que faz sua teologia mais cristocentrica. Por outro lado, a importância de Clemente está no seu modo de pensar característico da tradição da cidade de Alexandria, em que sua preocupação fundamental consiste em construir pontes entre fé e cultura.

Com certa atenção se percebe que Clemente tem a Bíblia em primeiro lugar, ao mesmo tempo, que toda verdade pertence a Deus. Tudo que fosse verdade na sabedoria grega deveria ser empregado no serviço de Deus, pois só existe uma verdade.

2.3) Orígenes (c. 185 – 254) Aluno de Clemente de Alexandria, era de família cristã. Durante a perseguição de Setimo Severo, no qual Clemente fugiu de Alexandria, seu pai foi preso e morto como mártir. Origines queria ter sido também morto como seu pai, mas sua mãe o impediu. Com dezesseis anos assumiu a responsabilidade da família de seis membros.

Muito competente e culto, aos dezoito anos sucedeu Clemente na direção da escola e era o encarregado pela preparação dos jovens ao batismo, posição essa dada pelo Bispo de Alexandria, Demétrio. Muito procurado pelos homens cultos, Orígenes passou seu posto de preparação para seus discípulos. E foi ensinar aos mais velhos. Considerado um grande mestre Cristão era procurado não só pelos cristãos de vários lugares do império, mas também, por pagãos como a mãe do imperador e o governador da Arábia.

Por vários motivos e um deles ciúmes, houveram muitos conflitos com o Bispo da Alexandria, assim, Orígenes sai da cidade e vai para Cesareia, onde continua seus estudos e ensinos. Durante a forte perseguição de Décio, Orígenes foi torturado de tal forma que quando liberto morreu pouco tempo depois em Tiro.

Ambrósio um homem rico que era gnóstico se responsabilizou pela publicação das obras de Orígenes. Segundo pesquisas Ambrósio foi autor de mais de seis mil escritos. Ele compôs comentários e sermões sobre boa parte dos textos bíblicos. Seus textos foram muitas vezes ditados para os seus discípulos que o escreviam. Possivelmente, este foi o motivo da larga produção literária de Orígenes.

Hexapla , uma obra em que várias versões hebraicas e gregas do Antigo Testamento são arranjadas em colunas paralelas. O objetivo de Orígenes era estabelecer para os cristãos um texto fechado como representante do original. Também ajudava ao leitor que não sabia hebraico a ler o texto no grego e entender. Ele tinha consciência que as Escrituras tinham ligeiras variantes, e assim, compôs essa obra. Podemos dizer que isso foi o pioneirismo da crítica textual Bíblica.

Pelas suas ideias, Orígenes vai de encontro com os gnósticos e Marcião que afirmavam que a criação foi feita por um ser inferior. Porém, com relação a Irineu, Orígenes afirma que não havia proposito iniciais para a existência deste mundo e da história. Percebesse que Orígenes em suas especulações afastasse da doutrina da igreja.

Bibliografia: CAIRNS, Earle E., O Cristianismo através dos Séculos: Uma História da Igreja Cristã, Ed. 3, Edições Vida Nova, São Paulo, 2008.

GONZÁLEZ, Justo L., História Ilustrada do Cristianismo: A Era dos Martires até a Era dos sonhos Frustrados, Ed. 2, Edições Vida Nova, São Paulo, 2011.

FERREIRA, Franklin Ferreira, A Igreja Cristã na História: Das origens aos dias atuais, Edições Vida Nova, São Paulo, 2013.

McGRATH, Alister E., Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica: Uma introdução à teologia cristã, Shedd Publicações, São Paulo, 2005

BETTENSON, H., Documentos da Igreja Cristã, Ed. 2, ASTE, São Paulo, 1967