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Broncoaspiração: Fisiopatologia, Fatores de Risco, Prevenção e Diagnóstico, Esquemas de Patologia

APG - Resumo - Medicina - FADEP - 2023

Tipologia: Esquemas

2023

Compartilhado em 07/04/2023

rodrigo-luiz-dias
rodrigo-luiz-dias 🇧🇷

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Resumo do APG: Faltou o Ar!.
1. Compreender a fisiopatologia relacionada com a
broncoaspiração, bem como os fatores de risco,
manifestações clínicas e as principais medidas de
prevenção.
Uma vítima pode desenvolver obstrução de vias aéreas
devido a causas intrínsecas, como nos casos de
relaxamento da língua, ou extrínsecas, nas quais
considera-se a broncoaspiração. No primeiro caso, o
relaxamento da língua associado ao rebaixamento do
nível de consciência permite que a língua caia por causa
da ação da gravidade, ocluindo a hipofaringe. No segundo
caso, a causa mais comum está associada à aspiração de
alimentos e ocorre quando a vítima está comendo.
Broncoaspiração:
É definida como a aspiração de conteúdo gástrico,
alimentos, líquidos, saliva ou corpo estranho, colonizados
por bactérias resistentes ou não na árvore
traqueobrônquica. Ou seja, é a entrada de substâncias
estranhas nas vias aéreas inferiores.
Em crianças e lactentes, broncoaspiração de corpo
estranho é a causa mais frequente de acidentes. Algumas
razões fisiológicas explicam essa incidência. Primeiro, a
imaturidade neurológica, que é expressa em uma função
da falha no reflexo de fechamento da laringe e controle
inadequado da deglutição. Por sua vez, considera-se que
a falta dos molares dificulta a ingestão adequada dos
alimentos e, por conseguinte, aumenta o risco de
broncoaspiração. Outro fator importante é o interesse
nessa idade em explorar seu ambiente pela boca, levando
a ela diversos objetos.
Fatores de Risco:
Inclui-se como fator de risco para broncoaspiração a
presença de doença neurológica prévia, alteração do nível
de consciência, intubação orotraqueal, DPOC
descompensada e disfagia mecânica. A intubação
orotraqueal pode alterar temporariamente os reflexos da
laringe e a função das cordas vocais, sendo responsável
por 35% dos casos de broncoaspiração. As alterações no
padrão respiratório podem influenciar a coordenação
entre a deglutição e a respiração dos indivíduos com
DPOC. Os pacientes acometidos pela doença são mais
suscetíveis às alterações deste sincronismo, o que
aumenta os riscos de infecções respiratórias e
broncoaspirações. A disfasia faz referência a dificuldade
de deglutição de alimentos ou de líquidos.
Manifestações Clínicas:
A obstrução da via aérea pode ser parcial ou total. Na
obstrução parcial a vítima é capaz de manter boa troca
gasosa, caso em que poderá tossir fortemente, apesar dos
sibilos entre as tossidas. Já na obstrução total é possível
observar sinais de trocas gasosas insuficientes e de
aumento na dificuldade respiratória, que incluem tosse
silenciosa, cianose e incapacidade de falar ou respirar.
Em crianças, a suspeita de obstrução da via aérea ocorre
nos casos em que é possível observar uma dificuldade
respiratória de início súbito, acompanhada de tosse,
respiração ruidosa, sibilos e náusea. Se a obstrução se
tornar completa, ocorre agravamento da dificuldade
respiratória, cianose e perda de consciência.
Outros autores ainda consideram como sinais clínicos de
broncoaspiração a tosse antes, durante e depois da
deglutição na alimentação por via oral; cianose labial;
engasgo; voz molhada ou alteração vocal; desconforto
respiratório; paciente traqueostomizado (com saída de
saliva ou alimento pela traqueostomia); sonolência logo
após a administração do alimento por via oral e emese
(ação de vomitar).
Broncoaspiração Direta:
Durante o ato de deglutição, o conteúdo da orofaringe
atinge as vias aéreas inferiores, promovendo obstrução
laríngea ou brônquica e sufocação ou atelectasia maciça.
A resposta inflamatória local é alterada pela aspiração de
partículas alimentares, havendo influxo de leucócitos
polimorfonucleares e formação de granulomas.
Refluxo Gastroesofágico:
Ocorre aspiração do conteúdo gástrico refluído; quanto
mais baixo for o pH do material, maior serão as alterações
estruturais. O aumento da resistência pulmonar total,
devido à acidificação esofágica por meio de reflexos
vagais é outro mecanismo responsável pelo
desenvolvimento da doença no refluxo gastroesofágico;
nesta situação as manifestações respiratórias ocorrem sem
que haja aspiração pulmonar do conteúdo gástrico.
Classificação da Broncoaspiração:
A broncoaspiração pode ser aguda ou crônica. A
aspiração aguda pode ocorrer desde o período neonatal
até a adolescência. A granulação e a composição do
material aspirado são elementos importantes em função
das reações orgânicas que ocasionam. Os casos de
aspiração crônica podem ocorrer devido o refluxo
gastroesofágico com aspiração do conteúdo gástrico e
alimentos, em função de distúrbios da deglutição com
predomínio de alimentos, saliva e secreções brônquicas.
A síndrome de broncoaspiração também pode ser
classificada de acordo com o tipo de material aspirado
em: irritativa, infecciosa e obstrutiva. Como síndrome
irritativa encontramos as pneumonites químicas por
ácido, hidrocarbonetos, óleo vegetal, mecônio, álcool e
gordura animal. Na síndrome infecciosa ocorre
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Resumo do APG: “Faltou o Ar!”.

1. Compreender a fisiopatologia relacionada com a broncoaspiração, bem como os fatores de risco, manifestações clínicas e as principais medidas de prevenção. Uma vítima pode desenvolver obstrução de vias aéreas devido a causas intrínsecas, como nos casos de relaxamento da língua, ou extrínsecas, nas quais considera-se a broncoaspiração. No primeiro caso, o relaxamento da língua associado ao rebaixamento do nível de consciência permite que a língua caia por causa da ação da gravidade, ocluindo a hipofaringe. No segundo caso, a causa mais comum está associada à aspiração de alimentos e ocorre quando a vítima está comendo. Broncoaspiração: É definida como a aspiração de conteúdo gástrico, alimentos, líquidos, saliva ou corpo estranho, colonizados por bactérias resistentes ou não na árvore traqueobrônquica. Ou seja, é a entrada de substâncias estranhas nas vias aéreas inferiores. Em crianças e lactentes, broncoaspiração de corpo estranho é a causa mais frequente de acidentes. Algumas razões fisiológicas explicam essa incidência. Primeiro, a imaturidade neurológica, que é expressa em uma função da falha no reflexo de fechamento da laringe e controle inadequado da deglutição. Por sua vez, considera-se que a falta dos molares dificulta a ingestão adequada dos alimentos e, por conseguinte, aumenta o risco de broncoaspiração. Outro fator importante é o interesse nessa idade em explorar seu ambiente pela boca, levando a ela diversos objetos. Fatores de Risco: Inclui-se como fator de risco para broncoaspiração a presença de doença neurológica prévia, alteração do nível de consciência, intubação orotraqueal, DPOC descompensada e disfagia mecânica. A intubação orotraqueal pode alterar temporariamente os reflexos da laringe e a função das cordas vocais, sendo responsável por 35% dos casos de broncoaspiração. As alterações no padrão respiratório podem influenciar a coordenação entre a deglutição e a respiração dos indivíduos com DPOC. Os pacientes acometidos pela doença são mais suscetíveis às alterações deste sincronismo, o que aumenta os riscos de infecções respiratórias e broncoaspirações. A disfasia faz referência a dificuldade de deglutição de alimentos ou de líquidos. Manifestações Clínicas: A obstrução da via aérea pode ser parcial ou total. Na obstrução parcial a vítima é capaz de manter boa troca gasosa, caso em que poderá tossir fortemente, apesar dos sibilos entre as tossidas. Já na obstrução total é possível observar sinais de trocas gasosas insuficientes e de aumento na dificuldade respiratória, que incluem tosse silenciosa, cianose e incapacidade de falar ou respirar. Em crianças, a suspeita de obstrução da via aérea ocorre nos casos em que é possível observar uma dificuldade respiratória de início súbito, acompanhada de tosse, respiração ruidosa, sibilos e náusea. Se a obstrução se tornar completa, ocorre agravamento da dificuldade respiratória, cianose e perda de consciência. Outros autores ainda consideram como sinais clínicos de broncoaspiração a tosse antes, durante e depois da deglutição na alimentação por via oral; cianose labial; engasgo; voz molhada ou alteração vocal; desconforto respiratório; paciente traqueostomizado (com saída de saliva ou alimento pela traqueostomia); sonolência logo após a administração do alimento por via oral e emese (ação de vomitar). Broncoaspiração Direta: Durante o ato de deglutição, o conteúdo da orofaringe atinge as vias aéreas inferiores, promovendo obstrução laríngea ou brônquica e sufocação ou atelectasia maciça. A resposta inflamatória local é alterada pela aspiração de partículas alimentares, havendo influxo de leucócitos polimorfonucleares e formação de granulomas. Refluxo Gastroesofágico: Ocorre aspiração do conteúdo gástrico refluído; quanto mais baixo for o pH do material, maior serão as alterações estruturais. O aumento da resistência pulmonar total, devido à acidificação esofágica por meio de reflexos vagais é outro mecanismo responsável pelo desenvolvimento da doença no refluxo gastroesofágico; nesta situação as manifestações respiratórias ocorrem sem que haja aspiração pulmonar do conteúdo gástrico. Classificação da Broncoaspiração: A broncoaspiração pode ser aguda ou crônica. A aspiração aguda pode ocorrer desde o período neonatal até a adolescência. A granulação e a composição do material aspirado são elementos importantes em função das reações orgânicas que ocasionam. Os casos de aspiração crônica podem ocorrer devido o refluxo gastroesofágico com aspiração do conteúdo gástrico e alimentos, em função de distúrbios da deglutição com predomínio de alimentos, saliva e secreções brônquicas. A síndrome de broncoaspiração também pode ser classificada de acordo com o tipo de material aspirado em: irritativa, infecciosa e obstrutiva. Como síndrome irritativa encontramos as pneumonites químicas por ácido, hidrocarbonetos, óleo vegetal, mecônio, álcool e gordura animal. Na síndrome infecciosa ocorre

broncoaspiração de saliva e secreções contaminadas, enquanto que as síndromes obstrutivas são causadas por afogamento e aspiração de corpo estranho.

2. Entender as formas de prevenção da broncoaspiração, principalmente em crianças. Prevenção: As principais medidas de prevenção incluem a identificação precoce de pacientes com disfagia; atenção nos sinais de alerta como tosse, engasgo, cianose, sudorese e voz molhada durante a alimentação por via oral; realizar o teste de refluxo de 4/4 horas ou 6/6 horas em pacientes pediátricos com dieta intermitente; nos casos de pacientes internados e que apresentaram episódios de vômito e distensão abdominal, interromper a administração da dieta e abrir a sonda para drenagem; administrar dieta por via oral sempre com o paciente sentado. Algumas medidas de prevenção são específicas para evitar broncoaspiração em crianças, as quais incluem deixar o chão de casa sempre limpo e ter cuidado ao manusear alimentos em grão; evitar dar alimentos como pipoca e bala, pois eles facilitam o engasgo; após a amamentação, deixar o bebê em pé, no colo, por pelo menos 20 minutos antes de deitá-lo; na hora de dormir, lembrar de fazer com que o berço fique um pouco mais alto do lado em que a criança deita a cabeça; deixar a criança dormir do lado direito para não comprimir o estômago após a amamentação, isso evita as golfadas e, consequentemente, a sufocação por engasgo; vigiar a criança enquanto ela dorme para que as medidas de socorro possam ser tomadas em tempo hábil caso ocorra algum acidente. 3. Entender os exames para diagnóstico de broncoaspiração. Broncoscopia: Pode ser realizada com broncoscópio rígido ou flexível. Apesar de a broncoscopia rígida ser preferível, a broncoscopia flexível está se tornando cada vez mais importante no tratamento de pacientes adultos. A broncoscopia ainda é o padrão ouro para o diagnóstico e tratamento de aspiração de corpo estranho. Praticamente todos os corpos estranhos aspirados podem ser extraídos por broncoscopia, com taxas de sucesso acima de 98%. A broncoscopia rígida ainda é o procedimento padrão para a remoção de corpos estranhos e apresenta várias vantagens sobre a broncoscopia flexível. O diâmetro dos broncoscópios rígidos é maior que o dos flexíveis e, portanto, permitem a aspiração de sangue e secreções espessas, bem como a ventilação de pacientes. Em adultos, a broncoscopia flexível diagnóstica pode ser realizada sob sedação consciente. Com a confirmação de aspiração de corpo estranho, o exame sob anestesia geral e ventilação espontânea facilita a extração do objeto e permite rápida conversão para broncoscopia rígida se necessário. Alguns autores demonstraram que mesmo corpos estranhos grandes podem ser removidos de maneira eficaz e segura com um broncoscópio flexível. Podem ocorrer muitas complicações após a extração do corpo estranho, tais como edema na laringe ou pulmão, hemoptise, pneumotórax, fístula traqueoesofágica, pneumonia, atelectasia, febre e insuficiência respiratória. As complicações podem exigir internação prolongada, inclusive terapia intensiva, intubação, ventilação mecânica e procedimentos broncoscópicos adicionais. Deve-se ter em mente que um paciente submetido a broncoscopia terapêutica pode apresentar insuficiência respiratória durante o procedimento. Sempre que houver suspeita de aspiração de corpo estranho, o procedimento deve ser realizado em uma sala equipada para ressuscitação, ventilação mecânica e broncoscopia rígida. Quando um corpo estranho é visível na radiografia de tórax, mas está alojado na via aérea distal, a remoção do corpo estranho com um broncoscópio flexível sob visão direta é impossível, sendo, portanto, necessário realizar uma fluoroscopia a fim de guiar a pinça de preensão. Radiografia de Tórax: Permite, em alguns casos, a visualização do corpo estranho nas vias aéreas. Na presença de radiografia de tórax normal, a história clínica torna-se um recurso importante para o diagnóstico. Corpos estranhos metálicos podem visualizados mais facilmente na radiografia. Manometria Faringoesofágica: Avalia a força de compressão da musculatura faríngea e esofágica durante a deglutição, auxiliando na compreensão da fisiopatologia da disfagia. Utilizando sensores internos de captação de pressão, é um procedimento realizado através de uma sonda colocada em uma das narinas conectada a um computador, onde os registros de pressão são convertidos em traçados e imagens topográficas e colorimétricas.